29 de mar. de 2022

Servo-Deus que Satisfaz

Marcos 2.13-22

Jesus é o Servo-Deus que Traz Satisfação

Até aqui vimos o Servo sendo apresentado por Marcos, sendo anunciado por João Batista, vimos sua preparação para o ministério pelo batismo e tentação, Ele lançando as bases e estabelecendo as prioridades do seu ministério.

Passamos então para a ênfase sobre aquilo que o “Servo nos OFERECE”: Perdão, Satisfação e Liberdade. Na última exposição, enfatizamos o PERDÃO dos pecados, no relato do paralítico levados por quatro amigos. Hoje vamos enfatizar a “SATISFAÇÃO”:

1. Ele veio para salvar os pecadores, não para chamar os religiosos;

2. Ele veio para trazer alegria, não tristeza;

3. Ele veio para introduzir algo novo, não remendar algo velho.

Fica claro que Jesus se relacionava por escolha com as ralés da sociedade judaica. Ele chama um coletor de impostos para ser um de seus discípulos! Não sabemos se Levi era um homem desonesto, apesar de a maioria dos coletores de impostos ser corrupta, mas o simples fato de trabalhar para Herodes Antipas e para os romanos já era suficiente para acabar com a reputação dele entre os judeus mais zelosos.

Quando Jesus o chamou, Levi não argumentou nem se demorou. Levantou e seguiu a Jesus, mesmo sabendo que Roma nunca mais lhe daria seu emprego de volta. Queimou suas pontes ("Ele se levantou e, deixando tudo, o seguiu"; Lc 5:28), recebeu um novo nome ("Mateus, o presente de Deus") e, com todo entusiasmo, convidou alguns de seus amigos "pecadores" a se encontrar com o Senhor Jesus.

Esses amigos eram judeus que, como ele, não observavam a Lei nem tinham grande interesse em coisas religiosas – exatamente o tipo de pessoa que Jesus desejava alcançar.

É evidente que os críticos tinham de estar presentes, mas Jesus usou seus questionamentos para ensinar os convidados sobre si mesmo e sobre a obra espiritual que tinha vindo realizar. Explicou sua missão usando três comparações interessantes.

 

1. O MÉDICO: CURA OS DOENTES, NÃO OS SÃOS – vv.16,17

Apesar de terem sido descartadas pelos líderes religiosos, Jesus não considerou essas pessoas "rejeitadas". Os amigos de Mateus eram pacientes que precisavam de médico, e Jesus era esse Médico.

Vimos anteriormente que o pecado pode ser comparado a uma doença, e que o perdão é a restauração à saúde. Vemos agora que nosso Salvador pode ser comparado a um médico: vem até nós em nossa necessidade, faz um diagnóstico perfeito, dá a cura verdadeira e definitiva e paga a conta! Um médico e tanto!

Porém, há três tipos de "pacientes" que Jesus não pode curar da doença do pecado:

1.      Aqueles que reconhecem que estão doentes e buscam a cura;

2.    Aqueles que reconhecem que estão doentes, mas se recusam a buscar a cura;

3.     Aqueles que não admitem que estão doente e logo acham que não precisam de cura.

Os escribas e fariseus se encaixavam nessa última categoria, como também todos os pecadores hoje que se consideram melhores do que as demais pessoas. A menos que reconheçamos ser pecadores, não poderemos ser salvos, pois Jesus salva somente os pecadores (Lc 19:10).

 

2. O NOIVO: TRAZ ALEGRIA, NÃO TRISTEZA – vv.18-20

A primeira pergunta (v.16) referia-se às companhias com as quais Jesus andava, enquanto a segunda pergunta (v.18) dizia respeito ao motivo de Jesus alegrar-se com essas pessoas em seus banquetes.

Aos olhos dos judeus mais piedosos, a conduta de Jesus era inapropriada. João Batista era um homem austero e um tanto recluso; Jesus, porém, aceitava convites para banquetes, brincava com as crianças e gostava de reuniões sociais (Mt 11 :16-19).

Jesus já havia deixado claro que tinha vindo ao mundo para converter os pecadores, não para elogiar os que se consideravam justos. Agora lhes dizia que viera para trazer alegria, não tristeza.

Graças ao legalismo imposto pelos escribas e fariseus, a religião judaica havia se tornado um fardo pesado demais (Mt 11.28-30). O povo estava sobrecarregado com tantas regras e normas impossíveis de obedecer (Mt 23:4).

Para Jesus A vida não deve ser um funeral!". "Deus quer que a vida seja uma festa de casamento! Eu sou o noivo, e essas pessoas são meus convidados. Acaso os convidados do casamento não devem se alegrar e se divertir?"

O contraste entre alegria e tristeza é enfatizado e exemplificado em relação a um casamento. Em Caná, Jesus devolve a alegria transformando água em vinho. Aqui ele enfatiza a alegria, abordando e desestimulando a observância do Jejum, o que não torna Jesus contrário ao jejum.

É provável que a festa que Levi estava dando fosse no dia em que a Lei exigia o jejum anual, no Dia da Expiação (Lv 16.29-31; At 27.9), ou em um dos dias em que os fariseus jejuavam (segunda e quinta – Lc 18.12). Se Jesus veio trazer alegria, o jejum era incompatível naquela ocasião.

 

3. O PROVEDOR: INTRODUZ O NOVO, NÃO REMENDA O VELHO - vv.21,22

Os líderes religiosos esperavam encontrar um "meio-termo", agregando o melhor do judaísmo farisaico e o melhor do que Cristo tinha a oferecer.

Mas Jesus mostrou que se tratava de uma ideia absurda, pois seria como cortar um tecido novo para depois costurá-lo num pano velho, o tecido ficaria inaproveitável depois de cortado, e quando o tecido velho fosse lavado, os remendos novos encolheriam e estragariam a vestimenta (observe Lc 5:3639).

Ou seria como colocar vinho novo, não fermentado, em odres velhos. Assim que o vinho começasse a fermentar e os gases se expandissem, os odres velhos não suportariam a pressão e se romperiam, perdendo-se, assim, tanto o vinho quanto os odres.

A Lei mosaica encontrava-se em decadência, estava se deteriorando e prestes a desaparecer (Hb 8:13). Jesus estabeleceria uma nova aliança com seu sangue (Lc 22:19, 20). A partir de então, a Lei não seria mais escrita em pedras, mas sim no coração das pessoas (2 Co 3:1-3; Hb 10:15-18), e o Espírito Santo capacitaria o povo de Deus a satisfazer a justiça da Lei (Rm 8:1-4).

A salvação não é um remendo parcial na vida de alguém, mas uma nova vestimenta completa de justificação (Is 61:10; 2 Co 5:21). A vida cristã não é uma mistura de velho e de novo; pelo contrário, é o cumprimento do velho no novo.

Quando cremos em Jesus Cristo, tornamo-nos parte de uma nova criação (2 Co 5:17) e experimentamos sempre de maneira nova sua graça e glória.

 

APLICAÇÕES.

- No caso de Levi, vemos o poder da palavra de Jesus; disse apenas “Segue-me”, ele creu, obedeceu e foi transformado toda uma vida. Quais palavras de Jesus que mais nos têm desafiado? Quais você não tem obedecido? Você está resistindo o chamado de Jesus para Salvação?

- Perante as coisas do mundo devemos “jejuar”, nos abster de prazeres ilícitos porque Jesus está ausente. Quando nos reunimos como igreja, nos alegramos porque Cristo está “no nosso meio”.  Estamos fazendo o inverso: nos alegrando no mundo e levando uma vida sem graça na igreja?

- Os novos ensinos do Evangelho não servem para remendar a Lei; nem o vinho novo do cristianismo cabe dentro dos odres velhos do judaísmo. Você tem confessado a Cristo, mas seguido a Moisés? Foi alcançado pela graça, mas prega a Lei?

 

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