Até aqui vimos o Servo sendo apresentado por Marcos, sendo anunciado por João Batista, vimos sua preparação para o ministério pelo batismo e tentação, Ele lançando as bases e estabelecendo as prioridades do seu ministério.
Passamos então para a ênfase sobre aquilo que
o “Servo nos OFERECE”: Perdão, Satisfação e Liberdade. Na
última exposição, enfatizamos o PERDÃO dos
pecados, no relato do paralítico
levados por quatro amigos. Hoje vamos enfatizar a “SATISFAÇÃO”:
1. Ele veio
para salvar os pecadores, não
para chamar os religiosos;
2. Ele veio
para trazer alegria, não tristeza;
3. Ele
veio para introduzir algo novo, não
remendar algo velho.
Fica claro que Jesus se relacionava por escolha com as ralés da sociedade judaica. Ele chama um coletor de impostos para ser um de seus discípulos! Não sabemos se Levi era um homem desonesto, apesar de a maioria dos coletores de impostos ser corrupta, mas o simples fato de trabalhar para Herodes Antipas e para os romanos já era suficiente para acabar com a reputação dele entre os judeus mais zelosos.
Quando
Jesus o chamou, Levi não argumentou nem se
demorou. Levantou e seguiu a Jesus, mesmo sabendo que Roma nunca mais lhe daria
seu emprego de volta. Queimou suas pontes ("Ele se levantou e, deixando
tudo, o seguiu"; Lc 5:28), recebeu um novo nome ("Mateus, o presente
de Deus") e, com todo entusiasmo, convidou
alguns de seus amigos "pecadores" a se encontrar
com o Senhor Jesus.
Esses
amigos eram judeus que,
como ele, não observavam a Lei nem
tinham grande interesse em coisas religiosas – exatamente o tipo de pessoa que Jesus desejava alcançar.
É
evidente que os críticos tinham de estar
presentes, mas Jesus usou seus questionamentos para ensinar os
convidados sobre si mesmo e sobre a obra espiritual que
tinha vindo realizar. Explicou sua missão usando
três comparações interessantes.
1. O MÉDICO: CURA OS DOENTES, NÃO OS SÃOS – vv.16,17
Apesar
de terem sido descartadas pelos líderes
religiosos, Jesus não considerou essas pessoas "rejeitadas". Os amigos de
Mateus eram pacientes que precisavam de médico, e
Jesus era esse Médico.
Vimos
anteriormente que o pecado pode ser comparado a uma
doença, e que o perdão é a restauração à saúde. Vemos
agora que nosso Salvador pode
ser comparado a um médico: vem
até nós em nossa necessidade, faz um diagnóstico perfeito, dá a cura verdadeira
e definitiva e paga a conta! Um médico e tanto!
Porém,
há três tipos de "pacientes" que Jesus
não pode curar da doença do pecado:
1.
Aqueles que reconhecem que estão doentes e buscam a cura;
2.
Aqueles que reconhecem que estão doentes, mas se
recusam a buscar a cura;
3.
Aqueles que não admitem que estão doente e logo acham que não precisam
de cura.
Os escribas e fariseus se encaixavam nessa
última categoria, como também todos os pecadores hoje que se
consideram melhores do que as demais pessoas. A
menos que reconheçamos ser pecadores, não poderemos ser salvos, pois Jesus salva
somente os pecadores (Lc 19:10).
2. O NOIVO: TRAZ ALEGRIA, NÃO TRISTEZA – vv.18-20
A
primeira pergunta (v.16) referia-se às
companhias com as quais Jesus andava,
enquanto a segunda pergunta (v.18) dizia respeito ao
motivo de Jesus alegrar-se com
essas pessoas em seus banquetes.
Aos
olhos dos judeus mais piedosos, a conduta de Jesus era
inapropriada. João Batista era um
homem austero e um tanto recluso; Jesus,
porém, aceitava convites para banquetes, brincava
com as crianças e gostava de reuniões sociais (Mt 11 :16-19).
Jesus já havia deixado
claro que tinha vindo ao mundo para
converter os pecadores, não para elogiar os
que se consideravam justos. Agora lhes dizia
que viera para trazer alegria, não tristeza.
Graças
ao legalismo imposto pelos escribas e fariseus, a religião
judaica havia se tornado um fardo pesado demais (Mt 11.28-30). O
povo estava sobrecarregado com tantas regras
e normas impossíveis de obedecer (Mt 23:4).
Para
Jesus “A vida não deve ser um funeral!".
"Deus quer que a vida seja uma festa de
casamento! Eu sou o noivo, e essas pessoas são meus convidados. Acaso os
convidados do casamento não devem se alegrar e se divertir?"
O contraste entre alegria e tristeza é
enfatizado e exemplificado em relação a um casamento. Em
Caná, Jesus devolve a alegria transformando água em vinho. Aqui ele enfatiza a
alegria, abordando e desestimulando a observância do Jejum, o que não torna
Jesus contrário ao jejum.
É
provável que a festa que Levi estava dando fosse
no dia em que a Lei exigia o jejum anual, no Dia da
Expiação (Lv 16.29-31; At 27.9), ou em um dos dias
em que os fariseus jejuavam (segunda e quinta
– Lc 18.12). Se Jesus veio trazer alegria, o
jejum era incompatível naquela ocasião.
3. O PROVEDOR: INTRODUZ O NOVO, NÃO REMENDA O VELHO - vv.21,22
Os
líderes religiosos esperavam encontrar um "meio-termo", agregando
o melhor do judaísmo farisaico e o melhor do que Cristo tinha a oferecer.
Mas
Jesus mostrou que se tratava de uma ideia absurda, pois
seria como cortar um tecido novo para depois
costurá-lo num pano velho, o tecido ficaria
inaproveitável depois de cortado, e quando o tecido velho fosse lavado, os
remendos novos encolheriam e estragariam a vestimenta (observe Lc 5:3639).
Ou
seria como colocar vinho novo, não
fermentado, em odres velhos. Assim que o vinho
começasse a fermentar e os gases se expandissem, os odres velhos não
suportariam a pressão e se romperiam, perdendo-se, assim, tanto o vinho quanto
os odres.
A Lei mosaica encontrava-se em decadência,
estava se deteriorando e prestes a desaparecer (Hb 8:13). Jesus estabeleceria uma nova aliança com seu
sangue (Lc 22:19, 20). A partir de então, a Lei não seria mais escrita em pedras,
mas sim no coração das pessoas (2 Co 3:1-3; Hb 10:15-18), e o Espírito Santo capacitaria o povo de Deus a
satisfazer a justiça da Lei (Rm 8:1-4).
A salvação não é um remendo parcial na
vida de alguém, mas uma nova vestimenta completa de
justificação (Is 61:10; 2 Co 5:21). A vida cristã não é uma mistura de velho
e de novo; pelo contrário, é o cumprimento do velho no novo.
Quando cremos
em Jesus Cristo, tornamo-nos parte de uma nova criação (2 Co 5:17) e
experimentamos sempre de maneira nova sua graça e glória.
APLICAÇÕES.
- No
caso de Levi, vemos o poder da palavra de Jesus; disse apenas “Segue-me”, ele
creu, obedeceu e foi transformado toda uma vida. Quais palavras de Jesus que
mais nos têm desafiado? Quais você não tem obedecido? Você está resistindo o
chamado de Jesus para Salvação?
-
Perante as coisas do mundo devemos “jejuar”, nos abster de prazeres ilícitos
porque Jesus está ausente. Quando nos reunimos como igreja, nos alegramos
porque Cristo está “no nosso meio”. Estamos
fazendo o inverso: nos alegrando no mundo e levando uma vida sem graça na
igreja?
- Os
novos ensinos do Evangelho não servem para remendar a Lei; nem o vinho novo do
cristianismo cabe dentro dos odres velhos do judaísmo. Você tem confessado a
Cristo, mas seguido a Moisés? Foi alcançado pela graça, mas prega a Lei?
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