15 de mar. de 2022

Servo-Deus que Perdoa Pecados

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Marcos 2.1-12
 Jesus é o Servo-Deus que Perdoa Pecados

O evangelho de Marcos apresenta Jesus como Servo, não um servo qualquer, um Servo-Deus, que serve libertando, curando, perdoando e salvando. O evangelho de Marcos apresenta a seguinte estrutura:

1. A Apresentação do Servo (1.1-13);

2. O Ministério do Servo na Galiléia (1:14-9:50);

3. A Jornada do Servo a Jerusalém (cap. 10);

4. O Ministério do Servo em Jerusalém – última semana de Jesus (cap. 11-16).

Até aqui nós vimos:

è Marcos apresentando Jesus como Servo (1.1);

è João Batista anuncia o Servo (1.2-8);

è A preparação do Servo para o ministério (batismo e autoridade) (1.9-13);

è As bases do ministério do Servo (pregação, discipulado e poder) (1.14-31)

è As prioridades do Servo para o ministério (oração, pregação e misericórdia) (1.32-45).

Passamos agora a dar ênfase àquilo que o “Servo nos oferece”: perdão, satisfação e liberdade (Mc 2.1-3.12).

O ministério que começou na região da Galiléia, concentra-se, neste início em Cafarnaum. Lá Jesus chama os primeiros discípulos; liberta um homem possesso na sinagoga; depois cura a sogra de Pedro e faz muitas outras curas.

Passados alguns dias, Jesus volta para Cafarnaum, e quando estava em casa (provavelmente na casa de Pedro, que fora usada como base para seu ministério, já que Nazaré ficava uns 32km distante), é lavado até ele um homem paralítico.

Aonde quer que Jesus fosse, as multidões se juntavam. Desejavam vê-lo curar enfermos e expulsar demônios. Jesus sabia que não tinha interesse na mensagem do evangelho, mas só tinha ideias superficiais e se encontrava cega para as próprias necessidades.

Era chegada a hora de Jesus mostrar às multidões o verdadeiro caráter de seu ministério. Afinal, viera à Terra para fazer muito mais do que simplesmente aliviar as aflições dos enfermos e endemoninhados.

Sem dúvida, esses milagres eram maravilhosos, mas havia algo muito maior a experimentar: as pessoas poderiam entrar no reino de Deus! Precisavam entender as lições espirituais por trás dos milagres que Jesus realizava.

 

1. JESUS OLHOU PARA O ALTO

Quando olhou para o alto, viu quatro homens com o amigo paralítico. As casas daquela região tinham telhado plano, ao qual normalmente se podia ter acesso por fora mediante uma escada. Não seria difícil remover as telhas e ripas, a fim de abrir uma passagem grande o suficiente para baixar a maca com o amigo paralítico.

Encontramos nesses amigos uma série de características admiráveis, qualidades que devem nos marcar como "pescadores de homens".

1. Estavam profundamente preocupados com o amigo e desejavam vê-lo curado.

2. Criam que Jesus tinha poder e estava disposto a suprir a necessidade deles.

3. Não se ativeram a "orar sobre o assunto", mas também agiram, sem desanimar com as circunstâncias.

4. Trabalharam juntos, ousaram fazer algo diferente, e Jesus recompensou seus esforços. Teria sido muito fácil se dissessem: “É impossível chegar perto de Cristo hoje... Quem sabe podemos voltar amanhã!"

 

2. OLHOU PARA O PARALÍTICO

Quando Jesus olhou para baixo, viu o homem paralítico em seu leito e tratou do cerne do problema: o pecado. Há uma correlação entre “doenças e pecados”, mas nem toda doença é causada pelo pecado (ver Jo 9:13).

Olhou ao paralítico e lhe disse: "Filho, seus pecados lhe são perdoados." Os judeus relacionavam intimamente o pecado e o sofrimento. Sustentavam que se alguém sofria, devia ter pecado. Para o judeu, o doente era um homem com quem Deus estava zangado.

Este, como sabemos, é o raciocínio dos amigos que visitaram o Jó: "Que inocente se perdeu?", é a pergunta do Elifaz o temanita (Jó 4:7). Os rabinos tinham um dito segundo o qual "Nenhum doente será curado de sua enfermidade até que Deus não lhe tenha perdoado todos seus pecados." Até nossos dias encontramos a mesma ideia entre os povos primitivos.

É verdade que muitas enfermidades são consequência direta do pecado; e mais certo ainda é que, uma e outra vez, a enfermidade não se deve a um pecado do doente, mas sim se trata de algo que herdou ou contraiu pelo pecado de outros.

Nós, em geral, não estabelecemos a relação íntima entre a enfermidade e o pecado. Mas os judeus o faziam. Portanto, qualquer judeu teria sustentado que o perdão dos pecados era uma condição prévia a qualquer cura.

 

3. OLHOU AO REDOR - RELIGIOSOS

Em seguida, Jesus olhou ao redor e viu os... “religiosos criticando” o que ele fazia (ver Lc 5:17). Tendo em vista que a vida religiosa de Israel estava sob seus cuidados, esses líderes tinham todo o direito de investigar o ministério desse novo Mestre (Dt 13).

No entanto, deveriam ter vindo com a mente e o coração abertos, buscando a verdade, em vez de chegar com críticas, à procura de heresias. Algumas das atitudes negativas presentes na Judéia (Jo 4:1-4) chegaram, assim, à Galiléia, dando início à oposição oficial que culminou com a prisão e morte de Jesus.

A essa altura, a popularidade de Jesus era tanta que os líderes judeus não ousavam ignorá-lo. Aliás, é possível que tenham chegado mais cedo do que os outros, pois estavam num lugar privilegiado! Ou, quem sabe, num gesto de bondade, Jesus deixou que se assentassem na primeira fila.

Jesus, como vimos, já tinha atraído a multidão e também tinha atraído a atenção dos dirigentes judeus - o Sinédrio era a Corte Suprema dos judeus. Uma de suas funções era ser guardião estrito da ortodoxia e um dos deveres era encarregar-se dos falsos profetas. O Sinédrio tinha enviado uma comissão investigadora para ver quem era esse Jesus.

Uma das ideias essenciais da fé judaica era que somente Deus podia perdoar os pecados. O homem que pretendesse ter esse poder estava insultando a Deus; era uma blasfêmia, e o castigo da blasfêmia era a morte por lapidação (Levítico 24:16).

Eles acreditavam firmemente que o pecado e a enfermidade estavam unidos inseparavelmente. Qualquer enganador podia dizer: "Seus pecados estão perdoados." Não havia forma de demonstrar se suas palavras eram verdadeiras ou não. Mas dizer: "Levanta-te..." era algo que os fatos, imediatamente, confirmariam ou refutariam.

Segundo suas próprias crenças um homem não teria podido ser curado a menos que fossem perdoados os seus pecados. Entretanto, Jesus o curou, e portanto, foi perdoado queria dizer que a pretensão de Jesus de ser capaz de perdoar os pecados devia ser autêntica

 

4. JESUS OLHOU PARA O CORAÇÃO

Quando Jesus olhou para o interior deles, viu o espírito crítico em seu coração e soube que o estavam acusando de blasfêmia. Afinal, somente Deus é capaz de perdoar pecados, e Jesus havia acabado de dizer que os pecados do paralítico estavam perdoados. Ou seja, Jesus estava dizendo que era Deus!

Logo em seguida, porém, Jesus provou que era Deus ao ver o que havia no coração desses homens e lhes dizer o que estavam pensando. Jesus curou o homem naquele mesmo instante e o mandou para casa. A cura do corpo do homem foi uma ilustração e demonstração da cura de sua alma (Sl 103:3).

Jesus afirmou sua divindade não apenas ao perdoar os pecados do homem e curar seu corpo, mas também ao aplicar a si mesmo o título de "Filho do Homem". Trata-se de uma designação usada catorze vezes em Marcos.

 

O que os líderes religiosos teriam aprendido se houvessem aberto o coração para a verdade naquele dia?

1.      Em primeiro lugar, teriam aprendido que o pecado é como uma doença e que o perdão é como ter a saúde restaurada. Não se tratava de uma verdade nova, pois o Antigo Testamento já dizia isso (51 103:3; Is 1:5, 6, 16-20). A diferença era que essa verdade havia sido demonstrada diante dos olhos deles.

2.    Também, poderiam ter aprendido que Jesus Cristo de Nazaré é, de fato, o Salvador com autoridade para perdoar pecados - e os pecados dos líderes teriam sido perdoados também! Que oportunidade perderam quando foram até aquela reunião com um espírito crítico, não com um coração arrependido!

 

 

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