3 de mar. de 2022

Bases do Ministério Eficaz

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Marcos 1.14-34

 Bases para um Ministério Eficaz

Nos últimos três domingos vimos que Marcos apresenta a seu Evangelho como uma mensagem de “Urgência na Pregação”; depois com João Batista aprendemos a ter a vida “Focada no Testemunho”; e o próprio Jesus nos ensinou sobre a “Preparação para o Ministério”. Hoje vamos aprender de Jesus, as “bases para um ministério eficaz”.

Líderes de todos os seguimentos têm buscado fórmulas mágicas para desenvolver, fazer crescer e multiplicar seus ministérios, ou Igrejas locais. Nós como Igreja estamos em busca disso também, mas confesso, não há “fórmula mágica”. Por isso precisamos aprender de Jesus como proceder para que sejamos uma Igreja relevante.

Quando falamos de bases, estamos apontando “princípios” que nunca mudam podendo ser colocados em prática em qualquer época, em todas as culturas, e terá resultados positivos onde forem vividos. O princípio não muda, mas a forma de desenvolvê-lo deve adaptar-se aos diversos contextos e épocas.

 

1. A PREGAÇÃO DO EVANGELHO – vv.14-15

O ministério sempre deve ter como base a pregação da Palavra. Jesus, depois do batismo e tentação – preparação para o ministério – volta para Galileia, região onde cresceu. Não sabemos ao certo quanto tempo ele ficou com João Batista após o batismo.

No evangelho de João, Jesus tem o seu primeiro ministério na Judeia ao mesmo tempo que João Batista (Jo 3.22-24), o que poderia ser um conflito com este início na Galileia. Contudo, ao dizer que o ministério começa só “depois de João ter sido preso”, Marcos não esta negando que houve outro ministério anterior, ele apenas não relata este fato.

O evangelista mostra o que levou Jesus a deixar a Judéia e a se dirigir para a Galiléia: Herodes prendeu João Batista, e, por uma questão de prudência, convinha que Jesus saísse daquela região. A propósito, foi durante essa viagem que Jesus conversou com a mulher samaritana (Jo 4:1-45).

 

1.1. O EVANGELHO é chamado de "o evangelho de Deus", porque vem de Deus e nos conduz a ele. É "o evangelho do reino", pois a fé no Salvador nos leva a seu reino; é também o "evangelho de Jesus Cristo", porque ele está no centro; sem sua vida, morte e ressurreição, não haveria boas novas. Paulo o chama de "evangelho da graça de Deus" (At 20:24), pois não é possível haver salvação sem a graça (Ef 2:8, 9).

 

1.2. Jesus pregou que as pessoas deveriam ARREPENDER-SE. A palavra grega por arrependimento significa, literalmente, mudança de mente. Nós estamos expostos a confundir duas coisas: a aflição pelas consequências do pecado e a aflição pelo pecado mesmo.

Sozinho, o arrependimento não é suficiente para nos salvar, apesar de Deus esperar que os cristãos deixem seus pecados para trás. O arrependimento significa que o homem que amava o pecado chega a odiá-lo precisamente porque é pecado, por sua pecaminosidade.

1.3. Também é preciso CRER em Jesus Cristo e em sua promessa de salvação. Arrependimento sem fé pode transformar-se em remorso, e o remorso destrói os que carregam um fardo de culpa (Mt 27:3-5; 2 Co 7:8-10).

Crer no evangelho significa simplesmente tomar a Jesus pela palavra, crer que Deus é a classe de Deus que Jesus nos disse que era, crer que Deus ama de tal maneira ao mundo que fará qualquer sacrifício para nos atrair novamente a ele, crer que todo isso, que parece muito bom para ser verdade, é realmente verdadeiro.

 

2. O DISCIPULADO CONTÍNUO – vv.16-20

O ministério precisa ter continuidade através do discipulado, que se expressa por rodear-se de um grupo de pessoas amigas em quem possa descarregar seu coração e em cujas mentes possa escrever sua mensagem.  

Uma vez que Jesus pregava com autoridade, pôde chamar homens para deixar suas ocupações diárias e se tornar seus discípulos.

 

2.1. Devemos notar o que eram. Eram pessoas muito simples. Não provinham das escolas ou das universidades; não foram tirados dentre os eclesiásticos ou a aristocracia; não eram homens instruídos, nem possuíam riquezas. Eram pescadores. Quer dizer, eram pessoas do povo comum. Ninguém creu como Jesus no homem comum.

Jesus não procura discípulos nas cúpulas de religiosos, mas dentre as pessoas simples que pudessem aprender e levar adiante o ministério de Jesus (Mt 28.28-20).

 

2.2. Devemos notar o que estavam fazendo quando Jesus os chamou. Estavam realizando seu trabalho habitual pescavam e remendavam suas redes. Um homem pode receber o chamado de Deus não somente na casa de Deus, não somente quando está orando, e sim em meio de seu trabalho cotidiano. O homem que vive em um mundo que está cheio de Deus não pode escapar de Deus.

 

2.3. Devemos notar como os chamou. O chamado de Jesus foi "Sigam-me". Não deve pensar-se que esse era o primeiro dia que aqueles pescadores viam o Jesus. Quando Ele os abordou, Jesus já se encontrara com Pedro, André, Tiago e João, e, nessa ocasião, os quatro homens creram no Salvador (Jo 1:35-49). Aqui em Marcos não vemos o primeiro chamado à fé e à salvação, mas sim o chamado ao discipulado.

 

2.4. Por último, devemos notar o que Jesus lhes ofereceu. Ofereceu-lhes uma tarefa. Não os convocou ao ócio e ao descanso, e sim ao serviço. Tem-se dito que o que todo homem precisa é de "algo no que possa investir sua vida".

De maneira que Jesus convocou àqueles homens não a uma comodidade sem sobressaltos nem a uma letárgica inatividade, a não ser a uma tarefa na qual teriam que queimar-se e gastar-se, e, finalmente, morrer, pelo Jesus Cristo e por seus semelhantes. Chamou-os uma tarefa na qual só poderiam conseguir algo para si mesmos entregando-se integralmente a Ele e aos demais.

Sem dúvida, as qualidades dos pescadores bem-sucedidos também contribuiriam para o sucesso no difícil ministério de resgatar almas perdidas: coragem, capacidade de trabalhar em equipe, paciência, energia, resistência, fé e tenacidade. Pescadores profissionais não podiam se dar ao luxo de desistir e de murmurar!

 

3. A MANIFESTAÇÃO DO PODER DE DEUS – vv.21-34

O ministério recebe autenticação através dos sinais e prodígios. Jesus montou seu "centro de operações" em Cafarnaum, possivelmente na casa de Pedro e de André ou nas imediações (Mc 1:29).

 

3.1. Exorcismo na Sinagoga – vv.23-26

Jesus ministrou não apenas ao ar livre, mas também nas sinagogas. As sinagogas judaicas surgiram durante o exílio do reino de Judá, quando o povo se encontrava na Babilônia depois da destruição do templo.

Onde quer que houvesse judeus acima dos 12 anos de idade, era possível organizar uma sinagoga, que era um lugar de leitura das Escrituras, oração e adoração a Deus. Os cultos não eram realizados por sacerdotes, e sim por leigos; e o ministério era supervisionado por um conselho de anciãos presidido por um "chefe" (Mc 5:22).

Quantos cultos esse homem participou na sinagoga sem revelar que estava endemoninhado. Foi necessária a presença do Filho de Deus para que se manifestasse a presença do demônio, e Jesus não apenas o expôs, mas também ordenou que permanecesse calado quanto à identidade de Cristo e que saísse do homem. O Salvador não queria, nem precisava, da ajuda de Satanás e seu exército para dizer às pessoas quem ele era (At 16:16-24).

Hoje, há muita gente parecida com esse endemoninhado: frequentam a igreja, são capazes de dizer quem é Jesus e até mesmo tremem de medo do julgamento, mas ainda assim continuam perdidos (Tg 2:19)!

 

3.2. Cura no Lar – vv.29-31

Os milagres de cura revelam a compaixão do Salvador pelos necessitados. Seu amor era tão grande que o Salvador ministrava às multidões mesmo depois que o sábado já havia terminado, horário em que, de acordo com a lei, não se podia mais buscar sua ajuda.

Vemos o Servo de Deus à disposição de pessoas de todo tipo, inclusive endemoninhados e leprosos, ministrando a todos com amor. Jesus e os quatro discípulos saíram da sinagoga e foram para a casa de Pedro e André para o jantar de sábado.

 

3.3. Cura e Libertação ao Ar Livre – vv.32-34

Em decorrência da cura da sogra de Pedro, quando o sábado terminou ao pôr-do-sol, a cidade toda apareceu à porta da casa de Pedro! Trouxeram seus doentes e aflitos, e o Senhor (que, por certo, estava cansado) curou a todos. O verbo grego indica que "continuaram levando" as pessoas até ele, de modo que Jesus deve ter ido dormir muito tarde.

Convém observar, em Marcos 1:32, a distinção clara entre enfermos e endemoninhados. É verdade que Satanás pode provocar aflições físicas, mas nem todas as doenças são causadas por poderes demoníacos.

 

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