9 de fev. de 2022

Urgência na Proclamação

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Marcos 1.1; 16.19-20

 A URGÊNCIA EM APRESENTAR O CRISTO

·                   “Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de  Deus”

PRINCÍPIO. Diferente de Mateus e Lucas, Marcos não contém uma narrativa do nascimento de Jesus. O “princípio” é resumido nos fatos pertinentes à vida e morte de Cristo; assim, a pregação apostólica foi a continuação. Marcos associa o princípio com a identificado com o ministério de João Batista e com as profecias do A.T. anunciando a vinda de João Batista (vv.2-8).

EVANGELHO. Um termo de comunidade e correspondência política ou pessoal, que significa “boas novas”. Os gregos usavam esta palavra para anunciar eventos tais como o nascimento de um imperador, ou uma grande vitória militar.

DE JESUS CRISTO. Ou “a respeito de Jesus Cristo”, ou como “da parte de Jesus Cristo”. O evangelho é “a respeito” de Jesus, mas é também “da parte” dele. Este evangelho reivindica autoridade divina e se oferece como a palavra de Cristo através de seus apóstolos, à igreja.

FILHO DE DEUS. Marcos apresenta Jesus, no começo do seu Evangelho, como o divino e eterno Filho.


·                   A urgência do texto.

O texto de Marcos é simples, rápido e objetivo. É aquele tipo de texto que tira o fôlego do leitor. Aliás, alguns estudiosos do texto original afirmam que Marcos parece estar apressado para concluir, porque ele usa a palavra euthys (gr. logo, imediatamente, rapidamente) mais de 40 vezes.

Marcos não apresenta a genealogia de Jesus, já no primeiro versículo ele afirma que vai tratar de "Jesus Cristo, o Filho de Deus" e ao final do primeiro capítulo (v.45), Jesus já está famoso em toda a Galiléia, já arrebanha multidões em busca de cura e esperança e já lemos indícios dos primeiros conflitos com a elite religiosa.

·                   Destinatário e Contexto do Livro.

Ao ler Marcos, precisamos lembrar que seu autor escrevia em um contexto de plena perseguição aos cristãos por parte do Império Romano. Estamos entre os anos 67 e 70 do primeiro século (alguns atribuem ao escrito a data anterior: 57 a 63 d.C.). O imperador Nero, recentemente, incendiou a cidade de Roma e pôs a culpa nos cristãos, que passaram a ser perseguidos com muito mais ferocidade. Paulo foi decapitado, Pedro também foi morto.

O texto, ao que parece, foi dirigido à igreja de Roma, uma igreja formada por gentios convertidos, pessoas sem a tradição e costumes judaicos. Essa tese é apoiada:

-> Pela associação de Marcos com Pedro, que em 1Pe 5.13 dirige-se aos cristãos na “Babilônia” (uma possível referência a Roma);

-> Pela influência do latim no texto grego;

-> Pela provável referência aos membros da igreja de Roma (15.21->Rm 16.13);

-> Tradução de termos semíticos (3.17; 5.41; 15.22);

-> Cuidadosa explicação dos costumes judeus (7.2-4; 15.42).

·                   Quem é Marcos?

Segundo comentaristas, é o “moço” descrito no cap. 14.51,52. Marcos era também conhecido por João Marcos, primo/sobrinho (anepsios>nepos=ninhada) de Barnabé (Cl 4.10). É tido por filho de uma das Marias que seguiam a Jesus (At 12.12). Tido como ajudante de Pedro, de quem ouvir os relatos e os escreveu.

Companheiro de Paulo e Barnabé na primeira viagem missionária (At 12.25; 13.5,13; 15.27-39). Provavelmente, um dos líderes da igreja que restou em Roma e nas redondezas. A maioria dos demais apóstolos e da geração de pessoas que conviveu com Jesus já haviam morrido.

·                   Ambiente de perseguição

Neste momento, a igreja que está sendo perseguida precisa manter viva a verdade de que Jesus é o Filho de Deus, Senhor de todos os impérios e reinos e que mesmo assim, sofreu tudo aquilo que de pior poderia acometer um ser humano (o Filho do Homem) e conclamou, em vida, seus discípulos a seguirem pelo mesmo caminho, aquele que leva até a cruz.

Era urgente para os cristãos gentios (a maioria romanos) que o relato da vida, ministério, milagres, ensino, morte e ressurreição de Cristo fossem recontados e registrados de modo a manter viva a esperança de que Jesus, soberano filho de Deus, está no controle de tudo, inclusive dos sofrimentos desse mundo.

·                   A Mensagem de Marcos

Marcos descreve Jesus como o poderoso obreiro – o conquistador, mais do que como ensinador. Inclui só um discurso de Jesus (do monte das Oliveiras – cap. 13), fornece mais as obras do que as palavras de cristo. Marcos registra 18 milagres, mas só 4 de suas parábolas (cap. 4).

É o evangelho do Servo do Senhor, qualidade que sempre está em evidência. O texto chave é cap. 10.45: “Pois, o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”. O caráter distintivo de Cristo em Marcos é aquele que Paulo apresenta em Filipenses 2.5-8.

A mensagem de Marcos é cristalina: o humilde servo que abandonou a forma de Deus e foi achado na forma de homem, era, contudo, o Deus poderoso. Jesus Cristo, o filho de Deus, viveu neste mundo, chamou muitos discípulos, ensinou-lhes a obedecer à Deus, mostrou-lhes seu poder sobre a natureza, sobre os demônios, sobre as doenças, sobre o pecado e sobre a morte.

O Filho de Deus declarou, com a sua vida, a chegada do Reino de Deus, e deixou claro a cada discípulo que a vida neste Reino se resume a tomar cada um a sua cruz e segui-lo, se necessário, até a morte. Mas mostrou também que a vida neste Reino também é cheia de compaixão, graça e poder.

·                   Mensagens práticas para nós.

1. Jesus como verdadeiro Israelita. Jesus mostra em sua vida a necessidade de submissão à Palavra escrita de Deus (1.13; 12.35-37). Jesus é apresentado e apresenta a si próprio como o modelo para os seus discípulos no serviço e no sofrimento.

2. Jesus como Filho de Deus. Jesus se revela como Filho de Deus e Filho do Homem (1.11; 2.10; 3.11; 5.7; 9.7; 14.62; 15.39), brilhando através do estado de humilhação para seu chamado messiânico terreno. É o Servo humilde fazendo a vontade do Pai. As qualidades de servo e filho são inseparáveis. Não é mediante o serviço que nos tornamos filhos, mas pela adoção de filhos que chegamos a ser servos.

3. O Evangelho como “Poder de Deus”. Marcos enfatiza a importância da pregação e do ensino da mensagem do Evangelho não apenas como uma verdade teológica, mas como o “poder de Deus” (12.24; Rm 1.16) sobre o mal e a doença (1.27; 16.15-18).

4. A Missão aos Gentios. Marcos mostra o interesse de Jesus para com os gentios e a validade da missão da Igreja para com eles. Vemos o Servo andando entre os homens, passando de um lugar a outro, descansando, mas incansável.  Isso se evidencia do esboço do livro, na explicação de termos e costumes judaicos, e na menção do Templo ser uma “casa de oração para todas as nações” (11.17) e na confissão final de Cristo pela boca de um gentio (15.39).

5. A importância dos Retiros. Quem muito serve, precisa estar muito com Deus, e os períodos para retiro e descanso espiritual (11 vezes em Marcos) serão mais frequentes e mais necessários à medida que nosso serviço se torne mais verdadeiramente sacrificial: somente à medida que permanecemos no esconderijo do Altíssimo poderemos ter um coração tranquilo, preparado para o serviço.

 

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