O Natal
está chegando... as pessoas começam a preparar suas casas para este momento: as
luzes e a decoração natalina, as compras dos presentes, a preparação da ceia, a
arrumação da casa. Os mais antigos, tinham o hábito de lavar as paredes, o
teto, fazer uma “faxinão”, ou até fazer uma pintura nova. Tudo para deixar a
casa bonita, preparada para o Natal.
O
chamado Tempo do Advento é a preparação para a festa do Natal, a mais
importante no calendário religioso cristão. As Escrituras falam que Jesus
nasceu na “plenitude dos tempos”.
Plenitude dos tempos significa basicamente o “momento apropriado de acordo com o decreto de Deus para que Sua vontade seja cumprida”. Isso quer dizer que a plenitude dos tempos “é quando as estações precedentes estabelecidas por Deus se completam, ou seja, é o “tempo certo””. Então a plenitude dos tempos marca o cumprimento de um período.
Há dois
textos bíblicos no Novo Testamento que trazem a expressão “plenitude dos
tempos”
“Assim
também nós, quando éramos menores, estávamos escravizados aos princípios
elementares do mundo. Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu
Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da lei, a fim de redimir os que
estavam sob a lei; para que recebêssemos a adoção de filhos” (Gálatas
4:3-5).
“Nele
temos a redenção por meio de seu sangue, o perdão dos pecados, de acordo com as
riquezas da graça de Deus, a qual ele derramou sobre nós com toda a sabedoria e
entendimento. E nos revelou o mistério da sua vontade, de acordo com o seu bom
propósito que ele estabeleceu em Cristo; isto é, de fazer convergir em Cristo
todas as coisas, celestiais ou terrenas, na dispensação da plenitude dos
tempos” (Efésios 1:7-10).
No
original, a expressão “plenitude dos tempos” não é idêntica nas duas passagens,
mas é semelhante. Nas duas passagens a palavra “plenitude” traduz o grego pleroma que
significa “aquilo que é preenchido”. No sentido de tempo, essa palavra denota
“consumação”, “cumprimento”, “realização”.
Então a
diferença entre as duas passagens está no termo traduzido pela palavra “tempo”.
No texto de Gálatas a palavra “tempo” traduz o grego chronos que
é usado geralmente para indicar o sentido quantitativo e sequencial do tempo,
isto é, o tempo “cronológico”. Já no texto de Efésios a palavra “tempo” traduz
o termo grego kairos que
geralmente é aplicado para indicar o sentido qualitativo do tempo enfatizando
“o momento”.
O que acontece na plenitude dos
tempos?
Tanto
na Carta aos Gálatas quanto na Carta aos Efésios, o apóstolo
Paulo fala da plenitude dos tempos em conexão com o plano de redenção.
No
texto de Gálatas a “plenitude do tempo” significa o momento exato
predeterminado pelo Pai em seu plano eterno no qual Cristo entrou no cenário da
história humana.
O Verbo
encarnou quando todos os eventos preparatórios foram cumpridos, significando
que o longo período de tempo – chronos – havia chegado ao seu
final. Isso quer dizer que embora o plano de Deus tenha sido estabelecido na
eternidade, esse plano se concretiza no tempo quando tudo o que foi
estabelecido se completa.
Daí é
possível entender também a correlação dos textos de Gálatas e Efésios; pois aos
crentes efésios Paulo fala da “plenitude dos tempos” como sendo o momento no
tempo em que se concretiza o plano eterno do Pai, segundo o seu beneplácito, de
fazer convergir em Cristo todas as coisas, tanto as do céu como as da terra.
Nossa
Jornada de 40 Dias de Santidade, é uma Jornada de preparação para o Natal, não
apenas da nossa vida pessoal, mas também da nossa casa, nosso lar, nossa
família. Se você pensou que eu iria falar da preparação secular pro Natal, está
enganado. Creio que devemos celebrar sim o Natal, se tivermos condições,
devemos sim preparar nossas casas, mas o principal é a preparação espiritual.
1. PECADOS NAS PALAVRAS – Mt 1.19; 12.36
José se
recusou a pecar nas palavras difamando Maria ou expondo-a a humilhação pública,
acusando-a perante as autoridades de ter cometido adultério (ao contrário dos
líderes fariseus no caso da mulher adúltera – Jo 8.3-11).
Devemos
cuidar com tudo o que sai de nossas bocas, é muito importante vigiar o nosso
falar, pois daremos conta de cada palavra inútil que tivermos falado. A
sociedade está vivendo uma explosão de uma linguagem desprezível e maliciosa
(analise algumas letras de músicas seculares).
Em
Efésios 4.29 e 5.4 Paulo exorta para que nenhuma palavra torpe saia de nossas
bocas, para que não haja obscenidade, conversas tolas, etc. Além disso, a
mentira é o ápice da forma mais simples de pecar com palavras. Acrescenta-se
também as murmurações, as fofocas, queixas, reclamações, gritaria, calúnia.
O
ambiente perfeito para pecados de palavras são as brigas e discussões, muitas
delas por questões que não são relevantes: política, futebol, pandemia, lockdown,
vacinas, uso de máscaras, etc.
2. PECADOS NOS RELACIONAMENTOS – Mt 1.24,25; 5.23,24
O
relacionamento de José e Maria ia bem, estavam seguindo os costumes de sua
época, haviam se comprometido publicamente (espécie de noivado), tudo se
encaminhado para um casamento feliz. Mas a “plenitude dos tempos” chegou, Maria
ficou grávida do Espírito Santo, e aquele relacionamento foi abalado.
Os
relacionamentos são outro “campo minado” para pecarmos, por isso devemos cuidar
de cinco áreas fundamentais:
1. Pessoas que ofendemos ou machucamos de
alguma maneira. “Acertar os ponteiros” com aqueles que ofendemos não é fácil, mas é
necessário, é preciso tomar a decisão de ir até elas em humildade e amor e lhes
pedir perdão. Se elas recusarem receber o perdão, ela vai prestar contas a
Deus, mas você fez sua parte.
2. Guarda de amarguras ou ressentimentos
contra alguém que nos ofendeu. Jesus ensina que
devemos perdoar as pessoas de todo o coração (Mt 18.35), não basta dizer que
perdoou e secretamente manter amargura no coração contra familiares, irmãos da
igreja, amigos, políticos, ativistas, artistas, ou até mesmo contra Deus por
alguma tragédia ou por ter respondido a uma oração, por não ter abençoado, etc.
3. Envolvimento em relacionamentos
inadequados. Estes relacionamentos vão desde adultério e fornicação até uma
proximidade inadequada ou estar emocionalmente envolvido por outra pessoa de
forma indevida. A manifestação deste pecado reside no ato de cônjuges
compartilhar coisas com outros que deveriam ficar entre o casal ou investi mais
tempo pros de fora que pro próprio cônjuge. Pais podem estar muito envolvidos
na vida dos filhos já casados ou vice-versa.
4. Negligência na participação ativa na vida
da Igreja. Em Hebreus 10.25 a Bíblia exorta contra o pecado de negligenciar a
comunhão no corpo de Cristo, o que pode acontecer deixando de frequentar uma
igreja, ou frequentando uma igreja onde não seja preciso se envolver com nada,
onde só vão receber sem nada oferecer em troca, ou ainda, ficar pulando de igreja
em igreja para nunca se comprometer.
5. Falha nos relacionamentos familiares. O marido não assume sua função de
“cabeça”: líder, sacerdote espiritual, aquele que vai nutrir e dar direção, ou
que não ama a esposa com amor poderoso e sacrificial, suprindo suas
necessidades físicas, emocionais, mentais, financeiras e espirituais. A esposa não vive em submissão
amorosa e por vontade própria. Os pais não criam os filhos na
disciplina do Senhor, não dão uma direção consistente em
amor, não treinam espiritualmente os filhos, e ainda pior, não são exemplos
positivos para seus filhos. Os filhos não honram e respeitam seus
pais como a Bíblia estabelece, ao contrário, são rebeldes, ingratos, blasfemos,
não cuidam, não visitam não sustentam.
CONCLUSÃO
Sua
casa está realmente preparada para o Natal? Muitas famílias estão com o
cardápio pronto; com o local definido e decorado; com os presentes embalados só
aguardando a noite do dia 24.
Mas a
questão central é: como estão os seus relacionamentos? Existe alguém com quem
você tem alguma questão não resolvia? Falta pedir ou liberar perdão? Aquelas
brigas devido à política e as questões da pandemia, já estão perdoadas?
Mais do
que uma casa bem decorada, Deus quer uma família unida para celebrar a
“plenitude dos tempos”, a chegada do Filho de Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário