10 de nov. de 2021

À Mesa com o Rei


 Ester 5.1-8

À MESA COM O REI

O livro de Ester trata da soberania de Deus. O herói do livro não é Ester nem Mardoqueu, vemos que o próprio Deus estava trabalhando nos bastidores. As coincidências são perfeitas demais para serem atribuídas à mera sorte, prefiro crer na “Jesuscidência”.

O livro demonstra que Deus está, de fato, no controle da História: Ele é o herói que salva e protege os seus, usando pessoas e acontecimentos normais, mesmo sem aparecer explicitamente (não vemos menção ao nome de Deus – aqui e em Cantares - à oração, ao culto e ao sacrifício).

O livro nos mostra pessoas piedosas confiando no Senhor e caminhando pela fé e como elas influenciaram e mudaram o destino de um povo, justamente por terem confiado em Deus, obedecendo à sua Palavra e se deixando guiar por Ele.

Ester era do povo judeu, povo que estava exilado. Uma jovem órfã, que fora criada pelo primo/tio. Muito bela, foi levada para o harém do rei como candidata a suceder a rainha anterior. Tendo ela agradado ao Rei, se torna rainha e sua posição seria usada por Deus para salvar o povo judeu do extermínio arquitetado por Hamã.

Nesta história vamos transportar algumas lições para aplicarmos na nossa relação com Jesus, o nosso Rei e senhor de todas as coisas.

 1. DEVEMOS NOS ENCONTRAR COM O REI – v.1-2

Mesmo Ester sendo rainha, estar na presença do rei não era algo simples ou fácil. Naquela época e cultura, uma pessoa só poderia se colocar na presença do rei se fosse chamada (4.11), além disso, não poderia se apresentar de qualquer maneira (4.4).

Imagem do Templo. Ao ler o relato, me veio a mente a imagem do Templo, onde tinha o Santo dos Santos, o lugar Santo e o pátio dos judeus, e fora, a área dos gentios. Em 2.19,21 vemos Mardoqueu sentado junto à porta do palácio, cerca de oitenta metros do palácio, mas Ester estava dentro do palácio, mas não no salão do rei.

Ester usa os “trajes de rainha”. Antes disso (4.16), ela havia tirado as vestes reais e usava panos de sacos para três dias de jejum, esta era uma prática recorrente entre os judeus (4.2,3), uma maneira de demonstrar humilhação, aflição profunda, luto e dor.

Ester “entra no pátio interno”. Ela arrisca sua própria vida, pois se o rei não a recebesse, ela morreria. Conforme 4.11, fazia mais de trinta dias que o rei não chama Ester. Nem mesmo depois, ela tinha liberdade de se apresentar (8.3).

Do trono, o rei age com misericórdia para com Ester. Essa é uma perfeita figura que representa nossa atitude diante do rei Jesus. Antes de nos colocarmos diante dele devemos nos humilhar, devemos morrer para o velho homem, e sempre contar com sua misericórdia.

Não devemos “temer” em nos apresentar diante do Rei, pois ao evitar sua presença, não vamos desfrutar de sua graça, amor e misericórdia. Ouse, apresente-se ao Rei.

2. DEVEMOS ESTAR À MESA COM O REI – v.3-6

Ester senta-se à mesa com o Rei, não apenas uma, mas duas vezes. Aquilo que ela tinha para pedir não era algo simples ou fácil, era o pedido que mudaria sua vida, de seus familiares, do seu povo (e a história da salvação. Afetaria a nós também).

A grandeza do pedido exige um ambiente e ocasião favoráveis (não é assim quando se faz um pedido de casamento), aquele pedido não poderia ser feito comendo um espetinho ou um cachorro-quente em pé numa barraquinha na rua. Ele precisava ser algo especial, por isso Ester cria um ambiente e uma atmosfera, prepara a mesa, escolhe o cardápio chama os convidados.

Lembremo-nos de Mefibosete (2 Sm 9), aleijado, que foi levado ao palácio para sentar-se à mesa com o rei Davi. Ele ensina algumas lições: 1. Longe da mesa só há necessidades; 2. Diante da mesa somos restituídos; 3. Diante da mesa somos tratados como filhos; 4. A mesa esconde nossos defeitos.

Jesus conta uma parábola onde o rei faz um banquete e chama pessoas para sentar-se à mesa com ele (Lc 14.15-25; Mt 22.1-14), mas os convidados dão desculpas: 1. Comprei uma propriedade; 2. Comprei 5 juntas de boi; 3. Acabo de casar. O rei manda os servos chamar outras pessoas para encher a casa, mas um entra sem as vestes adequadas, e por isso é expulso do banquete.

Estar à mesa com o Rei denota intimidade, aceitação, comunhão, diálogo. Espiritualmente falando, jamais devemos nos furtar do privilégio que temos de estarmos na presença de Jesus – nosso Rei – através da leitura da Bíblia, da Oração, da consagração.

 3. DEVEMOS VIVER O TEMPO DE DEUS – v.7

O momento do pedido também é importante. O tempo estava a seu desfavor, mas ela não se apressa, não pede na audiência, nem no primeiro jantar, pois outros acontecimentos precisavam se desenrolar para o resultado final ser favorável a ela.

Se Ester tivesse feito o pedido no primeiro encontro, é provável que o rei não tivesse atendido, pois seria a palavra dela contra a de Hamã, seu homem de confiança (3.1,2; 4.11). Se ele já havia destituído a rainha Vasti, não seria diferente com Ester.

O intervalo entre o encontro e o primeiro jantar para o segundo jantar foi determinante para que outros acontecimentos viessem a toda como parte do plano de livramento de Deus: Hamã faz a forca (5.14), o rei tem insônia (6.1), a leitura dos registros (6.2), a honra a Mardoqueu (6.10).

Nunca devemos nos precipitar diante do Rei ou nos aproximar só porque precisamos de algo urgente. Quando precisamos de algo dele, devemos investir tempo em comunhão (oração, jejum, quebrantamento), ter paciência, ter fé e confiar que o Senhor está no controle de todas as coisas.

 CONCLUSÃO

Devemos nos aproximar do trono com santidade e ousadia. Demos nos assentar à mesa com o Rei quantas vezes forem necessárias. Devemos apresentar a Ele nossas demandas, pois só ele pode mudar o curso e o destino de nossas vidas.

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