2 de nov. de 2020

Pão Fresco para Almas Famintas

João 6.25-59

PÃO FRESCO PARA ALMA FAMINTA

Você gosta de comer pão fresco? Não há nada igual ao aroma de um pão quentinho, saindo do forno. Se você agora fechar os seus olhos e buscar na sua memória, você vai sentir o cheiro de pão fresco, seja o que você faz, ou o que sua mãe ou avó faziam, ou até mesmo o da padaria onde você compra todas as manhãs.

É bem provável que você não fique apenas com a lembrança e o cheiro, mas que esteja salivando ao lembrar do pão fresco, quentinho, que em contato, faz derreter a manteiga, a margarina ou seu doce preferido. Se você colocar junto o seu café preferido, aí o paraíso está completo.

Nossa vizinha faz pães para vender, e toda tarde é uma tortura quando o cheiro do pão se espalha pelo ar chegando até nós. Este cheiro de pão fresco imediatamente nos desperta o desejo de comê-lo, de nos alimentarmos de algo tão agradável, mesmo que não temos fome, o cheiro faz sentir fome.

Por todo o mundo, pessoas famintas aspiram por pão fresco, mas um tipo de pão ligeiramente diferente. É um pão que alimenta a fome do coração. É o pão da vida. Pão fresco – o Pão da Vida – sacia nosso vazio interior. Responde às questões de nossa alma e preenche o vazio que existe em nosso coração.

Esse pão é feito para primeiro ser ingerido e depois compartilhado. O profeta Jeremias afirmou: “Quando as tuas palavras foram encontradas, eu as comi; elas são a minha alegria e o meu júbilo” (15.16).

 

1. NADA É PIOR QUE PÃO ENVELHECIDO. (v.27,31)

Em casa, às vezes, sobram pães que não são comidos. Passados um ou dois dias, eles ficam diferentes. Não exalam mais o doce cheiro do frescor, e dependendo de onde são guardados, ficam duros, secos, intragáveis. E por mais que se tente, eles nunca voltam ao estado original.

Deus é muito cuidadoso com relação ao pão fresco. Ele se importa com isso porque sabe que o pão envelhecido não nos pode dar a nutrição de que precisamos. Pode dar-nos opiniões e argumentos, mas não toca nossa alma nem transforma nossas ações.

O Senhor nos convida a buscar diariamente pão fresco na padaria Maná, esperando que as portas do céu se abram conforme o doce aroma se espalha pelo ar.

Essa foi a lição inesquecível que ele ensinou aos antigos israelitas. Durante a peregrinação pelo deserto, o Senhor dava a eles pão fresco todas as manhãs. O maná continha todas as vitaminas e nutrientes de que eles precisavam. Era doce como o mel, era como “pão dos anjos” (Sl 78.25).

Este pão fresco dos céus possuía outra propriedade notável: não podia ser armazenado. Não se podia contar com os restos de comida da refeição de ontem. Era preciso colher o alimento fresco a cada dia (Êx 16.4). Alguns teimosos ignoraram a orientação e armazenaram para o dia seguinte, o maná apodreceu, a desobediência se tornou fétida e óbvia para todos (Êx 16.20).

Uma coisa interessante é que o “frescor” tem um tempo limitado. É como um belo amanhecer. Você não pode deixar o tempo passar e capturá-lo mais tarde. É fresco para o momento. Procrastinar faz perder o frescor.

Jesus nos ensinou a orar pelo “pão nosso de cada dia” (Mt 6.11). Ele quer que nos aproximemos dele diariamente para obter aquilo de que precisamos para aquele dia, não para a semana, o mês ou o ano. Ele nos fez para que precisássemos do pão fresco diariamente, e nada além de pão fresco diário satisfará nossa alma.

 

2. O VALOR DAS COISAS DIÁRIAS. (v.35)

É para combater a nossa tendência de divagar que precisamos de pão fresco, precisamos priorizar nosso relacionamento diário para aprender com Jesus, ouvindo Ele todos os dias para não nos desviarmos da rota.

Devemos estar diariamente com Jesus por alguns motivos: 1. São frequentes porque nos esquecemos deles rapidamente; 2. São diários porque nossa alma em geral está mais conectada ao eu do que ao sagrado. Pão fresco é o principal alimento para nossa alma faminta.

Deus quer que permaneçamos perto dEle, aconchegados em sua presença, perto da porta de onde o pão fresco é servido. Se lemos a Bíblia somente quando tivermos alguma necessidade, o resultado inevitável é ser levado por ventos de doutrinas. Não ouviremos a Deus todos os dias, nos afastaremos de Jesus.

Se examinamos a Bíblia diariamente e registramos suas instruções e conselhos, seremos sábios para corrigir o curso de nossa vida. Precisamos permanecer próximos à porta da padaria (Pv 8.34).

Precisamos lutar contra e vencer a natureza torta e pecaminosa que acompanha em nossa jornada pela vida. Comer o pão fresco diariamente nos permitirá gradualmente fazer as correções necessárias, evitando sofrer o choque repentino. Precisamos fazer paradas frequentes, diárias para não nos afastar do Senhor.

 

3. PADARIA 24 HORAS. (v.41,42)

Ler e examinar a Bíblia são experiencias totalmente diferentes. Ler a Bíblia nos coloca em contato com histórias e fatos. Examinar a Bíblia ser como seguir a Cristo bem de perto, a ponto de ouvi-lo, vê-lo e segui-lo. Logo devemos desejar pelo pão fresco diariamente, devemos prová-lo diariamente para nos fortalecer.

Informação é tomar a Palavra de Deus em nossa mente e a declamar aos outros, mas não a considerar mais profundamente. Os fariseus faziam isto, foram repreendidos por Jesus por não aplicar os ensinos. Recusavam-se a colocar em prática e viver o que liam. Eles nunca orientavam sua vida pela Palavra de Deus (Mt 23.2,3). Aqui a Palavra alcança apenas a mente.

Inspiração é ouvir uma mensagem estimulante, que o faz levantar-se e gritar, mas não a considera mais profundamente. A maioria de nós é ótima nisso. Gostamos de músicas e congressos que nos motivem, mas não vamos além disso. Aqui a Palavra alcança apenas o coração.

Encarnação se inicia quando nos perguntamos: “como viverei de modo diferente por causa do que Deus acabou de me dizer”? É a encarnação que muda o mundo, que transforma famílias, que reescreve o futuro. É quando a palavra chega a nosso íntimo como se fosse um pão fresco todos os dias. Aqui a Palavra alcança todo nosso ser.

Quando a Palavra está apenas na nossa mente, ela nos torna um fariseu. (dentro de cada um de nós há um fariseu esperando para manifestar-se). Quando a Palavra está apenas no nosso coração, ela nos torna um fanático. Quando a Palavra alcança o íntimo de todo o nosso ser, ela nos torna autêntico.

 

CONCLUSÃO:

Há fome na igreja hoje, mas não temos admitido isso pois tendemos a ver as coisas com os olhos errados. Amós declarou: “Estão chegando dias... em que enviarei fome a torra... fome e sede de ouvir as palavras do Senhor” (8.11).

A igreja sofre hoje de uma fome de pão fresco – o Pão da Vida – e não de escassez de recursos. Temos livros, canais, plataformas que prometem crescimento e prosperidade.

Temos antídotos para a tristeza, temos mensagens motivacionais, temos congressos de crescimento, mas a fome espiritual continua. Somente o Pão fresco da intimidade com Jesus através da Bíblia saciará nossa fome de Deus.

 

Adaptado: Wayne Cordeiro

Mentores segundo o coração de Deus

Cap. 8


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