João 6.25-59
PÃO
FRESCO PARA ALMA FAMINTA
Você gosta de comer pão fresco? Não há nada igual ao aroma de um pão quentinho, saindo do forno. Se você agora fechar os seus olhos e buscar na sua memória, você vai sentir o cheiro de pão fresco, seja o que você faz, ou o que sua mãe ou avó faziam, ou até mesmo o da padaria onde você compra todas as manhãs.
É bem provável que
você não fique apenas com a lembrança e o cheiro, mas que esteja salivando
ao lembrar do pão fresco, quentinho, que em contato, faz derreter a
manteiga, a margarina ou seu doce preferido. Se você colocar junto o seu
café preferido, aí o paraíso está completo.
Nossa vizinha faz pães
para vender,
e toda tarde é uma tortura quando o cheiro do pão se espalha pelo ar chegando
até nós. Este cheiro de pão fresco imediatamente nos desperta o desejo de
comê-lo, de nos alimentarmos de algo tão agradável, mesmo que não temos fome, o
cheiro faz sentir fome.
Por todo o mundo, pessoas famintas aspiram por pão fresco, mas um tipo de pão ligeiramente diferente. É um pão que alimenta a fome do coração. É o pão da vida. Pão fresco – o Pão da Vida – sacia nosso vazio interior. Responde às questões de nossa alma e preenche o vazio que existe em nosso coração.
Esse pão é feito para
primeiro ser ingerido e depois compartilhado. O profeta Jeremias afirmou: “Quando
as tuas palavras foram encontradas, eu as comi; elas são a minha alegria e o
meu júbilo” (15.16).
1. NADA É PIOR QUE PÃO
ENVELHECIDO. (v.27,31)
Em casa, às vezes, sobram
pães que não são comidos. Passados um ou dois dias, eles ficam
diferentes. Não exalam mais o doce cheiro do frescor, e dependendo de onde são
guardados, ficam duros, secos, intragáveis. E por mais que se tente, eles
nunca voltam ao estado original.
Deus é muito cuidadoso
com relação ao pão fresco. Ele se importa com isso porque sabe que o pão
envelhecido não nos pode dar a nutrição de que precisamos. Pode dar-nos
opiniões e argumentos, mas não toca nossa alma nem transforma nossas ações.
O Senhor nos convida a
buscar diariamente pão fresco na padaria Maná, esperando que as portas do
céu se abram conforme o doce aroma se espalha pelo ar.
Essa foi a lição
inesquecível que ele ensinou aos antigos israelitas. Durante a peregrinação
pelo deserto, o Senhor dava a eles pão fresco todas as manhãs. O maná
continha todas as vitaminas e nutrientes de que eles precisavam. Era
doce como o mel, era como “pão dos anjos” (Sl 78.25).
Este pão fresco dos
céus possuía outra propriedade notável: não podia ser armazenado. Não se
podia contar com os restos de comida da refeição de ontem. Era preciso colher
o alimento fresco a cada dia (Êx 16.4). Alguns teimosos ignoraram a
orientação e armazenaram para o dia seguinte, o maná apodreceu, a
desobediência se tornou fétida e óbvia para todos (Êx 16.20).
Uma coisa interessante
é que o “frescor” tem um tempo limitado. É como um belo amanhecer. Você não pode
deixar o tempo passar e capturá-lo mais tarde. É fresco para o momento.
Procrastinar faz perder o frescor.
Jesus nos ensinou a
orar pelo “pão nosso de cada dia” (Mt 6.11). Ele quer que nos aproximemos dele
diariamente para obter aquilo de que precisamos para aquele dia, não para a
semana, o mês ou o ano. Ele nos fez para que precisássemos do pão fresco
diariamente, e nada além de pão fresco diário satisfará nossa alma.
2. O VALOR DAS COISAS
DIÁRIAS. (v.35)
É para combater a
nossa tendência de divagar que precisamos de pão fresco, precisamos priorizar
nosso relacionamento diário para aprender com Jesus, ouvindo Ele todos os
dias para não nos desviarmos da rota.
Devemos estar
diariamente com Jesus por alguns motivos: 1. São frequentes porque nos
esquecemos deles rapidamente; 2. São diários porque nossa alma em
geral está mais conectada ao eu do que ao sagrado. Pão fresco é o principal
alimento para nossa alma faminta.
Deus quer que
permaneçamos perto dEle, aconchegados em sua presença, perto da porta de onde o
pão fresco é servido. Se lemos a Bíblia somente quando tivermos alguma
necessidade, o resultado inevitável é ser levado por ventos de doutrinas.
Não ouviremos a Deus todos os dias, nos afastaremos de Jesus.
Se examinamos a Bíblia
diariamente e registramos suas instruções e conselhos, seremos sábios para
corrigir o curso de nossa vida. Precisamos permanecer próximos à porta da
padaria (Pv 8.34).
Precisamos lutar
contra e vencer a natureza torta e pecaminosa que acompanha em nossa
jornada pela vida. Comer o pão fresco diariamente nos permitirá
gradualmente fazer as correções necessárias, evitando sofrer o choque
repentino. Precisamos fazer paradas frequentes, diárias para não nos afastar do
Senhor.
3. PADARIA 24 HORAS.
(v.41,42)
Ler e examinar a
Bíblia são experiencias totalmente diferentes. Ler a Bíblia nos coloca em
contato com histórias e fatos. Examinar a Bíblia ser como seguir a Cristo bem
de perto, a ponto de ouvi-lo, vê-lo e segui-lo. Logo devemos desejar pelo
pão fresco diariamente, devemos prová-lo diariamente para nos fortalecer.
Informação é tomar a Palavra
de Deus em nossa mente e a declamar aos outros, mas não a considerar mais profundamente.
Os fariseus faziam isto, foram repreendidos por Jesus por não aplicar os
ensinos. Recusavam-se a colocar em prática e viver o que liam. Eles nunca
orientavam sua vida pela Palavra de Deus (Mt 23.2,3). Aqui a Palavra
alcança apenas a mente.
Inspiração é ouvir uma
mensagem estimulante, que o faz levantar-se e gritar, mas não a considera
mais profundamente. A maioria de nós é ótima nisso. Gostamos de músicas e
congressos que nos motivem, mas não vamos além disso. Aqui a Palavra
alcança apenas o coração.
Encarnação se inicia quando
nos perguntamos: “como viverei de modo diferente por causa do que Deus
acabou de me dizer”? É a encarnação que muda o mundo, que transforma
famílias, que reescreve o futuro. É quando a palavra chega a nosso íntimo
como se fosse um pão fresco todos os dias. Aqui a Palavra alcança
todo nosso ser.
Quando a Palavra está
apenas na nossa mente, ela nos torna um fariseu. (dentro de cada
um de nós há um fariseu esperando para manifestar-se). Quando a Palavra está
apenas no nosso coração, ela nos torna um fanático. Quando a
Palavra alcança o íntimo de todo o nosso ser, ela nos torna autêntico.
CONCLUSÃO:
Há fome na igreja
hoje, mas não temos admitido isso pois tendemos a ver as coisas com os olhos
errados. Amós declarou: “Estão chegando dias... em que enviarei fome
a torra... fome e sede de ouvir as palavras do Senhor” (8.11).
A igreja sofre hoje de
uma fome de pão fresco – o Pão da Vida – e não de escassez de recursos. Temos
livros, canais, plataformas que prometem crescimento e prosperidade.
Temos antídotos para a
tristeza, temos mensagens motivacionais, temos congressos de crescimento, mas a
fome espiritual continua. Somente o Pão fresco da intimidade com Jesus
através da Bíblia saciará nossa fome de Deus.
Adaptado:
Wayne Cordeiro
Mentores
segundo o coração de Deus
Cap. 8
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