Deus é espírito, assim
não podemos ver nem tocar nele. Numa comparação muito simplória, o ar também
não é visto, mas podemos senti-lo em movimento (o vento) e vivemos graças a
ele, o oxigênio está no ar que respiramos.
Da mesma forma que
nosso corpo (matéria) precisa do ar pra viver, nossa alma (imaterial) precisa
de Deus para viver. Assim como nossa vida física depende de nossos pulmões
cheios de ar, nossa vida espiritual precisa que a alma esteja cheia da presença
de Deus.
O Deus espírito se
manifestou para Abraão e o convocou a ser o patriarca de um povo que levaria
seu nome a todas as nações. Nasce aqui uma maneira nova e peculiar de adoração:
adora ar um Deus invisível que não possui um local único de adoração.
Logo começam a surgir
os “altares”, locais onde se ofereciam sacrifícios a Deus. Moisés constrói uma
Tenda, desmontável e que era levada para as pessoas fossem. Por fim, Salomão, desfrutando
da fartura e prosperidade da nação constrói (com as provisões deixadas por Davi)
um Templo, para onde todos deveriam ir para “adorar a Deus”.
A
construção do Templo - projeto que nasceu no coração de Davi, mas só foi
executado agora por Salomão - foi um grande marco na história de Israel, um
lugar luxuoso, de pedras talhadas, madeiras nobres, tecidos finos e metais
preciosos, principalmente o ouro, muito ouro puro foi usado em quase todos os
lugares do Templo.
Após terminar a
construção do Templo, Salomão trouxe as ofertas que Davi havia provisionado:
prata, ouro e os utensílios. Ele também reuniu todos os líderes das tribos e os
chefes de família para levar a arca da aliança de Sião para o Templo. Todos se
colocaram diante dela em adoração.
Hoje podemos adorar ao
Senhor, mesmo não tendo mais Templo físico. Da mesma forma que Deus encheu o
templo com Sua glória, Ele quer encher nossas vidas com o Espírito Santo, do
qual somos o templo, assim, sendo o Espírito Deus, somos o templo de Deus, não
de pedras, madeiras e metais, mas de carne, ossos, nervos, etc.
Se não cuidarmos deste
templo, se ele não for dedicado totalmente ao Senhor, se nele habitar coisas
estranhas à sua vontade, ele vai ser destruído e se tornará em objeto de
vergonha e desprezo. Sejamos bons mordomos do Templo de Deus.
1. VAIDADE
SE TRANSFORMA VERGONHA
A prosperidade/vaidade
desfrutada por Salomão tinha sua origem em Deus, o Senhor. Ele abençoou e fez
Davi prosperar para prover o material do templo. Ele deu Sabedoria e estava com
Salomão para executar a obra e gerenciar tudo o que envolvia o templo.
Mas a história nos
revela que quando os futuros reis se desviaram da fé, toda a glória do templo se
tornou em vergonha. O templo e os palácios foram saqueados e destruídos, toda
riqueza e glória viraram pó, só sobraram ruinas que foram motivo de zombarias.
“Mas, se você e o
seu povo deixarem de me seguir abandonarei este Templo, aí todos os povos vão
desprezar e zombar do Templo” (2Cr 7.19,20)
Na vida não é muito
diferente. Deus abençoa e faz prosperar, desfrutamos e nos fartamos com as
dádivas vindas das mãos de Deus, mas se viramos as costas para Deus, tudo pode
desmoronar: profissão, família, bens, status... tudo pode virar cinzas longe de
Deus. Toda glória do homem sem Deus vai se transformar em vergonha.
2.
UM TEMPLO PARA O SENHOR
Vejamos
como é a natureza humana. As pessoas passaram a idolatrar a criação - o Templo,
em lugar do Criador - Deus o Senhor.
“Eles trocam a verdade sobre Deus
pela mentira e adoram e servem as coisas que Deus criou, em vez de adorarem e
servirem o próprio Criador, que deve ser louvado para sempre. Amém!” (Rm
1.25)
O
templo passou a ter mais importância que o Deus do templo, tornou-se um fim em
si mesmo, perdendo assim sua principal característica original: um “lugar” de
adoração, um testemunho às nações incrédulas, para que vejam Sua majestade e
glória.
“Escolhi este Templo para ser o
lugar onde serão oferecidos os sacrifícios... é o Templo que escolhi e
separei para ser o lugar onde deverei ser adorado para sempre.” (2Cr 7.12, 16)
“Jesus saiu do pátio do Templo... os
discípulos chamaram para os edifícios... ele disse: aqui não ficará uma pedra
em cima da outra, tudo será destruído” (Mt 24.1,2)
A Tenda
construída por Moisés no Sinai, que foi o lugar de adoração até a construção do
Templo por Salomão (5.5), assim como o segundo templo construído por Esdras e
depois ampliado por Herodes, tiveram seu papel no propósito de fazer o nome de
Deus adorado, mas como Deus alertou, todos foram destruídos.
Davi
tinha a consciência que Deus é onipresente, e por isso não poderia se
restringir ao Templo que havia construído.
“Será que tu podes morar no meio de
nós? Tu és tão grande que não cabes nem mesmo no céu, como poderia este Templo
ser bastante grande para isso” (2 Cr 6.18)
Esta
verdade é repetida por Estevão quando disse que “o altíssimo não mora em
casas construídas por seres humanos” (At 7.48); por Paulo que afirmou: “vocês
sabem que são o templo de Deus e que o Espírito de Deus vive em vocês” (1Co
3.16). Jesus disse “virá o tempo, e, de fato já chegou, em que vão adorar em
espírito e em verdade” (Jo 4.23, ou seja, Deus não seria adorado em lugares:
montes, templos, catedrais, etc.
Apesar
de saber disso, insistimos em construir prédios em lugar de investir em vidas,
de investir em nossa própria vida de intimidade e comunhão com Deus. Preferimos
“prestar culto no templo”, em lugar de viver diariamente em santidade diante do
Senhor. O templo de Deus somos nós, vivamos de tal maneira que Ele queira
habitar nele.
3.
CHEIOS DA PRESENÇA DE DEUS
A arca
da aliança é um símbolo da presença de Deus entre os homens. Ela foi feita
quando os israelitas estavam no monte Sinai, saindo do Egito. Desde então, ela
ficava abrigada na tenda, num lugar especial, era retirada dali quando o povo
ia para a guerra. Foi numa batalha contra os filisteus que ela foi capturada (1
Sm 4.4-8).
O templo
era majestoso, os objetos nele eram colossais, os utensílios números e
valiosos, as pessoas que serviam ali eram especiais (sacerdotes e levitas), mas
sem presença de Deus simbolizada pela arca, nada tinha relevância espiritual e
para a adoração.
“se reuniram a fim
de levar a arca da aliança do Senhor de Sião para o Templo... uma nuvem encheu
o Templo com a glória do Senhor” (5.2,13)
Sem
Deus, a Tenda, os Templos, as Igrejas, ou os nossos corações, não passam de um
vazio onde ecoa a tristeza, solidão e desespero. Mas quando o Espírito Santo
enche este lugar, surgem a alegria, a comunhão e a esperança. Por isso devemos
buscar ser cheios da glória de Deus.
“Não se embriaguem,
pois a bebida levará vocês à desgraça, mas encham-se do Espírito de Deus”
(Ef 5.18). “Todos ficaram cheios do Espírito Santo” (At 2.4)
A
seguir, algumas coisas essenciais a fazer para ser cheio do Espírito:
·
Confesse
e abandone o pecado assim que tomar consciência dele (1Jo 1.9);
·
Submeta-se
ao controle do Senhor em todos os momentos (Rm 12.1-2);
·
Encha-se
com a Palavra de Deus (Jo 17.17). Você não pode ser cheio do Espírito a menos
que a Palavra de Cristo habite em você ricamente;
·
Passe
bastante tempo em oração e adoração (Rm 8.26; 2 Co 3.18);
·
Mantenha-se
perto da comunhão cristã, evitando envolver-se com questões do mundo (Hb 10.25;
2 Tm 2.4);
·
Ocupe-se
para o Senhor (Ec 9.10);
·
Diga
um sonoro “não” para os apetites ilícitos da carne (1 Co 9.27). Responda à
tentação pecaminosa como um morto responderia (Rm 6.11). No momento de forte
tentação, clame ao Senhor (Pv 18.10). Tome medidas rigorosas para evitar
qualquer pecado (Mt 18.8). Fuja, não caia (2 Tm 2.22). Aquele que luta e foge
sobrevive para lutar mais um dia.
·
Controle
seus pensamentos (Pv 23.7; Fp 4.8);
·
Seja
Cristocêntrico, não egocêntrico (Jo 16.14).
CONLCUSÃO:
Olhando
para os relatos da construção do templo, é claro para nós os paralelos entre
aquela construção física e nossas vidas hoje. Ambas existem para levar o nome
de Deus.
O Templo
e nosso corpo foram concebidos para serem morada de Deus, para ser um local de
encontro e adoração.
Com a
vinda de Jesus, o Templo se tornou obsoleto, agora Deus habita em nós. Porém as
características do Templo podem ser mantidas em nós.

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