Gênesis
2.15-25
Casamento:
União de Dois Diferentes
INTRODUÇÃO
A
mudança do conceito de família aos olhos da sociedade e da lei não muda o
conceito bíblico e divino sobre ela. A evolução - para pior - da sociedade não
pode exigir que a família também evolua para o mal, Deus não precisa se amoldar
às pessoas. Se a justiça reconhece algo, não significa que Deus concorda e se
há um modelo familiar estabelecido na Palavra, é esse que devemos desenvolver
em nossos lares.
O
primeiro fundamento da família é a união entre um HOMEM e uma MULHER, não podemos
fugir desse modelo ou tentar mudá-lo, pois foi assim que Deus o criador estabeleceu.
O Gênesis é o livro não só do começo, mas também dos “modelos” deixados por
Deus, desde a natureza, os astros, os animais, o ser humano e suas implicações.
Não
vemos no Gênesis e por toda a Bíblia outro modelo se não a união de um homem e
uma mulher. Já no capítulo 2.18 vemos a preocupação de Deus pela solidão do
homem no Éden e como Ele iria resolver esta questão: “farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda”. De uma
costela do homem Deus fez uma mulher a qual lhe entregou.
A
união do homem e da mulher segue o padrão do Gênesis no que diz respeito ao
resto da criação sobre a união de macho e fêmea. Se a natureza animal não
mudou, muito menos a natureza humana vai mudar, pois somos a “imagem e
semelhança de Deus”. Portanto, qualquer outra proposta, principalmente a união
de pessoas do mesmo sexo, na tentativa
de formar um casal a partir do qual vai nascer uma família, está fora do
projeto de Deus.
Ainda
no capítulo 2 vemos a ratificação deste formato divino, quando Deus determina
que o “homem” deve deixar pai e mãe para se unir a sua “mulher”, esse deixar
para se unir dará início a uma nova célula familiar. Vemos o reforço do projeto
divino nos termos “pai e mãe” naturalmente apontam para “homem e mulher”, ambos
vivendo em intimidade e sem constrangimento, pois esta é a forma natural.
Por
mais que a sociedade tente implantar outros padrões para a formação conjugal e
por consequência familiar, precisamos compreender que o único padrão a ser
seguido é o deixado pelas escrituras. Família começa com a união de um homem e
uma mulher, jamais a união de dois homens ou duas mulheres poderá substituir o
projeto divino. Se a base começa frágil, o que for construído sobre ela ruirá.
Casamento
acima de tudo é a união de dois diferentes! Graças a Deus por isso. Mas devemos
cuidar para que essas diferenças fiquem apenas nos aspectos da criação, pois
casar-se com cônjuges que não professam a mesma fé, que não tenham projetos ou
objetivos de vida, pode ser tão ou mais prejudicial que não seguir os
princípios divinos.
Quando
decidimos nos casar estamos dando início a uma nova fase que mudará toda nossa
rotina, prioridades, anseios e expectativas. Casar-se é uma via de mão dupla,
pois tudo que desejamos receber é exatamente o que precisamos oferecer. Cada
cônjuge tem o que falta para completar o outro, no casamento os diferentes se
complementam.
1. O PAPEL DO HOMEM NA RELAÇÃO. v.15
Gostaria
de tratar do papel do homem no casamento a partir dos aspectos imbuídos ao
homem na criação, pois ninguém pode fazer algo diferente para o qual fora
formado. Se Deus na criação determina o quê o homem deveria fazer como seu
ofício, não é difícil entendermos que essas funções também serão exercidas na
relação conjugal.
O primeiro aspecto é a constituição do homem. Deus o fez do pó da terra (Gn 2.7), isso
não pode ser ignorado quando pensamos na relação conjugal. A meu ver, “pó da
terra” aponta para algo rústico, primitivo, despojado, despreocupado. Daí vem a
personalidade muitas vezes truculenta, grossa, rústica, ausente de delicadeza.
Tem certas atitudes que um homem simplesmente não foi feito para manifestá-las.
Mulheres:
Esperar que um homem seja delicado como uma mulher é esperar demais dele, ele é
seco, durão, bronco, etc. só a graça de Deus pode melhorá-lo.
O segundo aspecto é o “cuidar”, “cultivar” “lavrar”. Este cuidado está relacionado a trabalhar
e servir, ou seja, o homem foi feito pra trabalhar, e a ideia do verbo hebraico
é “ser mandado”. É por isso que o home é mais voltado ao trabalho e trazer o
sustento para o lar do que para às tarefas domésticas. Para um homem, fazer as
tarefas para as quais ele não foi formado é um grande sacrifício e demonstração
de amor e autonegação.
Mulheres:
lembrem-se sempre disso quando forem pedir para fazer ou cobrar seus maridos
por tarefas domésticas não realizadas. Com muito esforço eles conseguem.
O terceiro aspecto é o “guardar”.
O termo hebraico aponta para “vigiar, observar, prestar atenção, proteger,
salvar vida”. Daí vem a figura do “protetor” do “herói” do homem macho que
enfrenta os perigos e inimigos para defender sua família. Quando algum perigo
ronda a família ou a esposa, cabe ao homem agir para proteger-lhes a
integridade.
Mulheres:
lembrem os homens disso quando você perceber (a mulher tem uma capacidade de
percepção incrível) que algum perigo esteja rondando sua casa.
O quarto aspecto é o “domínio”.
Dentre os domínios que Deus delegou ao homem (1.26,28), o mais importante é o domínio
da terra. Deus delega autoridade ao homem para governar a terra e suas
criaturas. Deus deu a terra ao homem para que ele a dominasse, ou seja,
exercesse autoridade e poder sobre ela. A terra foi dada ao homem pra que ele
fosse seu cuidador, mordomo, administrador, para que a raça humana tivesse
condições de sobreviver, procriar, enfim, perpetuar-se.
Deste
aspecto vem o princípio apresentado na Bíblia onde o homem deve ser o “cabeça”,
o “sacerdote do lar” o responsável. “Porque
o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da Igreja, sendo
este mesmo o salvador do corpo” (Efésios 5.23). “Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, e sim a
mulher, por causa do homem” (1 Coríntios 11.9).
Quando
Eva comeu do fruto proibido e Deus pede que lhe sejam prestadas contas, ele não
se dirige a Eva, mas a Adão, pois Adão foi colocado na família para ser o
líder, o cabeça. A Escritura declara o princípio de autoridade inequívoco: “Mas quero que entendam que Cristo tem
autoridade sobre todo marido, que o marido tem autoridade sobre a esposa e que
Deus tem autoridade sobre Cristo” (1 Coríntios 11.3).
Mulheres.
O domínio é dos homens, não queiram destroná-los ou boicotá-los.
2. O PAPEL DA MULHER NA RELAÇÃO. v.18, 20
Da
mesma maneira que tratamos do papel do homem no casamento a partir da sua criação,
precisamos fazer o mesmo com a mulher. A mulher vai corresponder melhor dentro
daquelas características ou aspectos relacionados a ela na criação.
A constituição
da mulher.
A Bíblia afirma que Eva foi feita de uma “costela” de Adão (v.21,22). A mulher
é fruto de uma matéria já “processada, melhorada, aperfeiçoada” (o pó que se
transformou no corpo do homem), daí vem a sua delicadeza, suavidade, traços
mais delicados, etc. 1 Pedro 3.7 diz aos homens para ter “consideração para com
a vossa mulher como parte mais frágil,
tratai-a com dignidade”.
Homens:
entendam que as mulheres embora sejam fortes, são mais frágeis que vocês.
Cuidado para não feri-las física, emocional, sentimental e psicologicamente.
O aspecto da companhia.
Umas das primeiras constatações que Deus fez em relação a Adão foi que “não era
bom ele ficar só”. O homem não foi feito para ficar sozinho, e a mulher veio
para suprir esta necessidade primária. Não sabemos se o “estar só” está
relacionado à solidão, ou se para o risco dele comer das árvores ou se ele por
ele não ter capacidade de cuidar e cultivar sem a ajuda da mulher. Uma coisa é
certa: homem sozinho é um perigo em todos os sentidos.
Homens:
Entendam que vocês não foram feitos para ficarem só, vocês precisam de uma
companhia, logo valorizem e ajam de forma que elas sempre queiram estar com
você.
O aspecto da auxiliadora. A palavra aponta para “ajuda, socorro, apoio”. A
mulher não foi criada para substituir o homem, ela é uma preciosa fonte de
apoio. Ela não deve tomar o lugar dele, mas estar ao seu lado para ajudá-lo. O
papel da auxiliadora não é secundário, mas um papel vital. Ser uma auxiliadora
significa disponibilizar todas as qualidades para que o homem cumpra seu papel
com eficiência.
Quando
a esposa apoia o marido ele se sente mais disposto a enfrentar os desafios e a
conquistar novos. É necessário que a esposa respeite a autoridade que DEUS deu
ao marido respeitando e honrando ele. Quando o homem é apoiado ele se sente
mais confiante para agir como Deus espera dele.
Homens:
A mulher vai auxiliar você quando você assumir sua função e posição o relacionamento,
ela não vai desprestigiá-lo ou se colocando no seu lugar se você assumir a
liderança. (Efésios 5.22-24)
3. ASPECTOS COMUNS DA RELAÇÃO. v.23-25
Depois de analisar
os papeis individuais de cada um no casamento, agora precisamos focar os
aspectos que são comuns tanto para o homem quanto para a mulher. Esses aspectos
estão propostos para que os diferentes possam se completar.
O primeiro aspecto é o pertencer um ao outro. O verso 23 diz “osso dos meus ossos e carne
da minha carne”. A mulher foi feita do melhor que havia no homem (logo o que
sobrou não é muita coisa e não dá para exigir muito); da mulher não fora tirado
nada para fazer outro ser humano, e é por isso que ela é a que gera em si os
filhos, com uma pequena participação do homem. A lógica da criação é: Deus fez
o homem; do homem Deus fez a mulher; agora é da mulher a responsabilidade de
dar à luz aos filhos.
Se a mulher pertence
ao homem porque foi feita da costela dele, logo o homem também pertence a
mulher pois nela está a parte que era dele. Deus fez apenas uma Eva para o
Adão, isso aponta para uma relação de exclusividade. O autor dos cânticos afirma:
“Eu sou do meu amado e meu amado é meu”
(Cantares 6.3). O apóstolo Paulo vai mais a fundo e declara que nem a mulher
nem o marido tem “autoridade sobre o seu
próprio corpo”, segundo Paulo esta “autoridade” é do cônjuge.
Maridos e mulheres
devem se relacionar com o entendimento que eles se pertencem, que um é
exclusivo ao outro e que devem assim se amar e se respeitarem.
O segundo aspecto é o ser uma só carne. O verso 24 diz que o homem deve deixar pai e mãe para
se unir a sua mulher com a qual será uma só carne, e isso vai muito além do
sexo, e não significa aniquilar a personalidade própria nem que os dois tenham
que pensar igual. Ser uma só carne é imitar a Trindade divina, é ter o mesmo
propósito, é substituir o “eu” (egoísmo, individualidade) pelo “nós” é poder
compartilhar a vida.
Marido e Mulheres
devem viver uma unidade onde não haja segredos, mentiras, falsidade, onde TUDO
possa ser compartilhado e divido.
O terceiro aspecto é a intimidade. O verso 25 aponta para a intimidade do casal: “viviam
nus e não sentiam vergonha”. Esta intimidade deve ir além da união física “ser
uma só carne”, pois é a intimidade plena que diferencia a relação conjugal de
uma relação casual. O casal deve desenvolver a intimidade espiritual (uma mesma fé,
uma experiência salvadora, uma comunhão a três com Deus); emocional (compartilhar
das emoções, ouvir os sentimentos do outro, expor e discutir seus pensamentos, satisfazer
os desejos do cônjuge, responder às aspirações emocionais) e social
(fazer coisas juntos, principalmente momentos de lazer).
Marido e Mulher
devem ser íntimos em tudo, não apenas na cama. Eles devem dividir e
compartilhar sua vida espiritual, emocional e social um com outro.
O quarto aspecto é ser Três no casamento. Deus sempre esteve presente na vida de
Adão e Eva. Ele os fez, deu tarefas, ordens, e os visitava para estar em
comunhão com eles no Éden (3.8). Mesmo que os tenha expulsado do Jardim, a
presença de Deus não ficou reclusa lá, apesar do pecado ter invadido o coração
do homem, Deus manteve seu papel nesta relação. O casamento é a união de três
partes: homem, mulher e Deus. Aqui se aplica a intimidade espiritual no
casamento. Esta é a base para uma relação sólida e duradoura.
Marido e Mulher
devem estar unidos entre si e ambos unidos com Deus, é essa união trina que vai
manter no casamento todos os elementos para que seja eterno.
CONCLUSÃO:
Casamento é a união
de dois diferentes, que continuam sendo diferentes, porém se completam para
edificar uma relação que glorifique a Deus.
O homem e a mulher
têm seus papeis definidos, os quais refletem suas características, cabendo a
cada parte ser e fazer aquilo para o qual foram formados.
Quando estes
diferentes se unem eles precisam agir a partir de aspectos comuns que vão
trazer solidez, respeito e felicidade para ambas as partes.
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