Marcos
16.9-14
A
Ressurreição Desafia a Incredulidade
INTRODUÇÃO
A
Ressurreição é uma narrativa fantástica e verdadeira, não só porque cremos nela
ou pelo fato de estar registrada na Bíblica, mas também por ser narrada pelos
quatro Evangelhos, o que a torna mais digna de credibilidade. Este é um
princípio de interpretação bíblica; quanto mais o mesmo fato é narrado por
pessoas diferentes, isto o torna mais importante para o plano espiritual. A
repetição ratifica sua importância.
A
Ressurreição é descrita nos Evangelhos sob a ótica de cada autor, é por isso
que as lemos com algumas variações de detalhes, o que não prejudica o todo. Não
são os detalhes diferentes que anulam a veracidade do acontecido. Além do mais,
há muito mais semelhanças do que diferenças nestes relatos.
Os
Evangelhos são unanimes em afirmar que:
1.
Mulheres (Maria Madalena, Maria mãe de Tiago, Joana, Salomé) foram ao sepulcro
no domingo bem cedo levando as especiarias para ungir o corpo de Jesus;
2. Havia
uma pedra fechando a sepultura, fato que as deixou preocupadas, mas ao chegar
no local, a pedra havia sido removida por um anjo;
3. Elas
viram “homens” vestidos de branco que questionaram por que foram procurar Jesus
entre os mortos, e falaram que Jesus havia ressuscitado;
4. As
mulheres foram orientadas a voltar e falar aos discípulos tudo o que elas viram,
mas eles não creram no testemunho delas.
Esta
descrença por parte dos discípulos fica mais acentuada quando lemos o texto de
Marcos 16.9-14 onde por duas vezes eles são informados que Jesus havia
ressuscitado. A primeira vez por através de Maria Madalena, depois pelos dois
discípulos que iam a Emaús. Eles estavam tão céticos que apenas o testemunho
destas duas fontes não fora suficiente para convencê-los.
Mas se
formos mais adiantes veremos que está incredulidade estava tão forte nos
discípulos que um deles, chamado Tomé, não acreditou no testemunho dos próprios
discípulos aos quais Jesus havia aparecido. Tomé diz que se ele não visse e
tocasse nas chagas de Jesus, ele não seria convencido.
É
exatamente isto que Jesus está fazendo até os dias de hoje. Ele envia
discípulos para testemunhar de que Ele ressuscitou e está vivo, mas para
aqueles que não creem nestes testemunhos, o próprio Cristo se manifesta para
que todos possam crer. Até hoje a ressurreição está desafiando a incredulidade.
Jesus
deseja que creiamos nEle, no Seu nascimento, no Seu ministério na Sua morte, na
Sua ressurreição, na Sua exaltação e na Sua segunda vinda. O Cristo que está
vivo deseja ser encontrado por todos aqueles que vivem sem esperança, pois
somente Ele que venceu a morte pode nos dar uma vida em abundância (Jo 10.10b).
1. TESTEMUNHO DE MARIA MADALENA. v.9-11
O texto de Marcos diz
que o Jesus ressuscitado apareceu primeiramente a Maria Madalena (de quem havia
expulsado sete demônios). Isto aconteceu na madrugada do primeiro dia da semana
(domingo). Esta informação é confirmada pelos demais evangelistas (Mat 28.1;
Luc 24.10; Jo 20.1).
Maria Madalena tinha
uma dívida de gratidão muito grande para com Jesus, afinal, segundo Marcos,
Jesus havia expulsado dela sete demônios (Lc 8.2). Desde então, ela se junta
aos seguidores de Jesus e passa a servi-lo e adorá-lo, não abandonando o Cristo
na morte nem após.
Marcos registra cinco
vezes a presença de Maria Madalena: na crucificação (Mc 15.40); no sepultamento
(Mc 15.47); comprando as especiarias para ungir o corpo de Jesus (Mc 16.1);
indo ao sepulcro do domino de manhã (Mc 16.2) e no encontro com o Jesus ressuscitado
(Mc 16.9).
Maria Madalena creu no
Cristo ressuscitado que lhe aparecera. Movida pela alegria de ver seu senhor
vivo, ela se dirige aos discípulos para compartilhar com eles a boa nova, pois
isso poderia mudar a tristeza que estavam sentindo e eles pudessem sentir a mesma
alegria que ela tinha. Mas não foi como ela esperava.
Os discípulos não
creram nela. Quando ouviram que Jesus estava vivo e foi visto por Maria, a
incredulidade do coração deles foi maior do que o poder do testemunho daquela
mulher que havia seguido e servido a Jesus desde que foi liberta por Ele.
Hoje inúmeras
“Madalenas” que foram libertas por Jesus e tentam dar testemunho dEle não são
ouvidas nem cridas. Infelizmente há ainda muitos que não creem que Jesus pode
transformar a vida de algumas pessoas que são “muito pecadoras”, e por isso,
quando as veem testemunhado do Cristo, não creem, deixam sua incredulidade
impedir de se encontrar com o Jesus que poderia mudar suas vidas também.
2. TESTEMUNHO DE DOIS DISCÍPULOS. v.12-13
Agora vemos Jesus
aparecendo a dois discípulos que voltavam de Jerusalém para sua casa em Emaús,
que fica a onze quilômetros de distancia (Lc 24.13-34). Era o mesmo domingo de
manhã quando eles decidiram retornar para suas casas.
Enquanto falavam das
coisas que aconteceu em Jerusalém nos últimos dias, Jesus os alcança e começa a
caminhar com eles. Eles contam para Jesus a experiência das mulheres no
sepulcro e dizem que “elas deram um susto”, mas não reconheceram Jesus.
Seus olhos só foram se
abrir quando, no jantar, Jesus parte o pão diante deles. Mas assim que eles O
reconhecem, Jesus desapareceu da vista deles, então eles se levantam e voltar
para Jerusalém para contar aos demais o que eles haviam presenciado. Mas a
alegria termina em decepção.
O texto diz que os
discípulos que não haviam crido em Maria Madalena, também não creram nos dois
homens. Devemos nos perguntar se era tão difícil assim crer no testemunhos
destas pessoas a respeito da ressurreição de Cristo? Ou se a incredulidade dos
discípulos era tão grande que os impedia de crer?
Ainda hoje Jesus está
aparecendo a homens e mulheres e tornando-os seus discípulos para os quais Ele
tem uma missão: Ir e fazer novos discípulos através da pregação das boas novas
e do compartilhar do testemunho pessoal, que incluir testificar do Cristo que
foi ressuscitado.
Através no nosso
testemunho Jesus quer chegar ao coração dos perdidos, mas como aconteceu com
estes dois homens, aqueles que estão mais próximos de nós tem mais dificuldade
de crer através do nosso testemunho. É o velho conceito: “santo de casa não faz
milagres”. Mas não devemos desistir e continuar testemunhando.
Se nós tivemos um
encontro com o Cristo vivo, devemos relatar aos demais esta experiência, mesmo
que eles não creiam em nós. Jesus nos comissiona a testemunhar, independente se
o nosso testemunho vai convencer aos que estamos testemunhando.
3. TESTEMUNHO DO PRÓPRIO CRISTO. v.14
Jesus insistiu em que
os apóstolos crescem na sua ressurreição por meio do testemunho de outras
pessoas, pois era exatamente este o ponto principal de ministério que agora
eles iriam começar a desempenhar. O “ide” foi pronunciados aos onze que não
creram.
Se eles não creram no
testemunho de Maria Madalena e dos dois discípulos, como é que outras pessoas
iram crer quando eles fossem falar que Jesus ressuscitou. Isso fica claro nas
palavras do próprio Cristo a Tomé: “Porque
me viu, você creu? Felizes os que não viram e creram” (João 20.29).
Os discípulos
aprenderam uma preciosa verdade que os ajudaria no ministério futuro: “A
ressurreição desafia a incredulidade”. Eles mesmos foram incrédulos diante dos
testemunhos da ressurreição. Se não bastasse isso, Tomé, que não estava com
eles na primeira aparição, só creu quando viu pessoalmente a Jesus
ressuscitado.
Podemos não crer no
testemunho de outros, mas quando o próprio Cristo se manifesta a nós
pessoalmente, não há como resistir ou duvidar de que Ele está vivo e quer nos
dar Sua vida, estar ao nosso lado e nos ajudar em nossas dificuldades.
Quando cremos que
Jesus ressuscitou vencemos a incredulidade e passamos a crer em tudo aquilo que
Deus nos oferece por meio do Seu Filho. Romper com a incredulidade
CONCLUSÃO:
Como discípulos de
Jesus temos a missão de testemunhar da Sua ressurreição. Mesmo que não tenhamos
“visto” Jesus como Maria Madalena, os discípulos e os demais quinhentos irmãos
(1 Cor 15.6).
Diferentemente de Tomé,
nós cremos pelo testemunho das Escrituras e daqueles que nos contaram de sua
experiência de salvação ao se encontrar com o Jesus ressurreto. Assim, devemos
nos tornar célebres testemunhas diante daqueles que ainda não creem.
Jesus está vivo e
deseja se manifestar a todos os pecadores, para isso ele nos envia a pregar o
evangelho a toda criatura. Se não formos, as pedras clamarão (Luc 19.40), ou
ele mesmo aparecerá diante daqueles que nós negligenciamos.

Nenhum comentário:
Postar um comentário