vida espiritual FOCADA EM JESUS
INTRODUÇÃO
Semana passada falamos que a
nossa vida deve estar focada em Jesus, e tudo o que fizermos deve ser para Sua
glória. Romanos 11.36 diz que “dele, por
ele e para ele são todas as coisas”. Isso sem dúvida inclui nossa vida
espiritual.
No verso 2 de Hebreus 12, o autor
retoma a ideia do foco em Jesus enfatizando que Ele é o “autor e consumador da nossa fé”, e por isso nos exorta e “manter
nossos olhos fixo nEle”, pois só ele venceu o pecado, ressuscitou e está a
destra de Deus, de onde intercedo por nós e nos inspira a manter uma espiritualidade
sadia focada nEle.
Mas, o que é espiritualidade?
Alguém pode responder que são rituais religiosos; ou práticas místicas; ou
busca pelo sagrado, etc. Até mesmo entre os cristãos existem diferentes perspectivas
a respeito do que é “espiritualidade”. Podemos resumir em pelo menos quatro:
1. Observar regras religiosas. A fé é reduzida á observância de um
conjunto de normas morais e éticas. Esse é o caminho para o legalismo.
2. Conhecimento bíblico. A fé cristã se resume a doutrinas, debates teológicos e
transferência de informações. Esse é caminho para o racionalismo.
3. Experiências carismáticas. A espiritualidade se reduz à busca por
dons, à batalha espiritual e à procura por sinais. Esse é o caminho para o emocionalismo.
4. Promover a justiça social. Reduz-se a fé cristã ao combate às
desigualdades sociais e à busca pela inclusão social. Esse é o caminho para o humanismo.
Em maior ou menor escala, todos
nós manifestamos algum destes aspectos descritos. Mas a verdadeira
espiritualidade cristã apresentada na Bíblia é baseada no relacionamento com
Jesus, por meio do qual os valores do Reino, a revelação bíblica, o
sobrenatural e o amor ao próximo façam parte de um sistema, que tem Jesus no
centro de todas as coisas. Assim o foco da espiritualidade sadia está em
cultivar um relacionamento pessoal com Jesus em diferentes esferas, sempre
buscando honrá-lo, servi-lo, conhece-lo e amá-lo.
JESUS É A FONTE DA ESPIRITUALIDADE – Heb. 12.2; João 15.1-5
Jesus é a fonte de nossa
espiritualidade, ou seja, nossa espiritualidade é suprida nEle. Não tente
alimentá-la com programas, regras e tarefas. Em João 15.1-5 encontramos a
metáfora que nos ajuda a compreender isso. O pai é o agricultor, Jesus é a
videira e nós os ramos. O ramo só produz frutos se estiver ligado à videira. O
ramo é alimentado e desenvolvido pela videira e, separado dela, ele não tem
propósito algum.
Cada discípulo é um ramo dessa
videira, nossa identidade e propósito estão na videira, tudo de que precisamos
virá da videira. Os frutos que vamos gerar são resultado de permanecermos
ligados a ela (v.5).
Ao entender que Jesus é a fonte
da espiritualidade, não estaremos mais dependendo de um líder religioso para
alimentar nossa fé, nem de uma lista de atividades nos manterá ligado a Jesus,
não vamos precisar de intermediários e nem de muletas. Minha espiritualidade
será fruto da minha comunhão com Jesus.
Quando Jesus for a fonte da
espiritualidade será natural sentir-se amado por Ele, o vazio espiritual será
completamente preenchido, a fonte de suprimento e alimento espiritual será
plena para poder produzir frutos.
Pastores e líderes não são
responsáveis pelo alimento espiritual das pessoas. Jesus é a fonte. O papel dos
líderes é ir à fonte e ensinar o caminho até ela para seus liderados. Toda pregação
e ensino são instrumentos para mostrar este caminho.
Jesus é o pão da vida (Jo 6.35).
Jesus é a água da vida (Ap 21.6). Ele é a fonte que produz no interior de cada
pessoa rios de águas vivas (Jo 4.4).
JESUS É SUFICIENTE PARA NOSSA ESPIRITUALIDADE – Hb 12.2
Se Jesus é suficiente para nossa
salvação, não precisando de uma lista de regras e rituais ou outras coisas. Se
a salvação é resultado da fé exclusiva em Cristo e sua obra (Jo 3.16-18; Rm
10.9); Ele é também suficiente para nossa espiritualidade.
Jesus é o centro de nossa vida de
adoração: cantamos para Ele; oramos em nome dEle; pregamos Seu evangelho e Sua
Salvação; conhecemos a Deus a partir da perfeita revelação dEle como filho.
Infelizmente muitos se contentam
em ler as escrituras, frequentar a igreja, fazer parte de um ministério, sem
ter Jesus como seu Senhor e Salvador. Quando Jesus não é o foco, tudo o que for
feito não terá nenhum valor. Entretanto, quando Jesus está no centro, tudo é
significativo.
JESUS É A BASE DA FORMAÇÃO ESPIRITUAL
Os princípios bíblicos são
aplicáveis em todos os povos, culturas e nações. Nós temos uma grande
facilidade de acesso à Bíblia e literaturas sobre evangelismo e discipulado, o
que não é realidade em outros lugares. A falta de “material de apoio” não
impede o evangelismo, o discipulado, a formação de líderes e o avanço do
Evangelho.
A essência do discipulado não
está na literatura, mas no princípio de compartilhar com o outro aquilo que
aprendemos e vivemos com Jesus. É nesse ambiente relacional que priorizamos
transferir vida em vez de informação.
O foco do discipulado é Jesus.
Quando o discípulo aprende a confiar em Jesus, amá-lo, testemunhar dele e
ouvi-lo, ele aprende a desenvolver um relacionamento com o Mestre.
Quando nossa espiritualidade
estiver focada em Jesus, todas as coisas que fizermos apontarão para Ele. Ao
coloca-lo no centro de nossa vida, tudo orbitará em torno dele. Nossa missão,
adoração e ensino sempre convergirão para Jesus.
RELIGIOSIDADE É INIMIGA DA ESPIRITUALIDADE
Os maiores adversários de Jesus
eram os religiosos de Israel. Ele foi mais perseguido pelos fariseus e mestres
da Lei. Estes homens tão “comprometidos com o sistema religioso” se tornaram
cegos para os ensinos de Jesus e até do Antigo Testamento. Eles estavam satisfeitos
e acomodados.
Nós precisamos amar mais a Jesus
do que os nossos sistemas religiosos, mais que as nossas igrejas e
denominações. Se não vivermos de acordo com a mensagem de Cristo, vamos nos
tornar piores que os fariseus cegos pelo seu sistema religioso.
A religiosidade esconde Jesus e
apresenta rituais, regras e pessoas. Por isso para manter uma espiritualidade
saudável e bíblica devemos focar em Jesus e priorizar a revelação das
Escrituras e o relacionamento pessoal com Cristo. A Bíblia acompanhada de
oração, convergem nossa espiritualidade para a pessoa de Jesus.
Hoje há muitos chamados de
“desigrejados”. São pessoas que se decepcionaram com o sistema religioso,
rejeitaram o modelo de religiosidade apresentado. Estas pessoas ainda buscam
Jesus, mas não o encontram na vida de muitos líderes e discípulos.
A religiosidade pode também ser
um meio de esconder pecados e problemas de caráter. Tome cuidado com pessoa
muito legalista, que implicam com o tipo de roupas, que enxergam pecado na vida
de todo mundo, que apontam os erros dos outros, que “perseguem” a ferro e fogo a retidão moral.
Em Lucas 18.9-14 Jesus fala sobre
um fariseu religioso e um cobrador de impostos que procurava uma
espiritualidade que preenchesse o vazio de sua alma. O religioso se orgulhava
por cumprir determinados rituais e regras, já o cobrador de impostos reconhecia
que era um pecador e que precisava de ajuda.
Ao final da parábola, Jesus diz
que o publicano encontrou o favor de Deus, pois agiu com humildade e
transparência diante de Deus. Esse é o caminho para desenvolver uma espiritualidade
focada em Jesus. Humildade, transparência e arrependimento são elementos essenciais
para um relacionamento verdadeiro com Jesus.
É reconhecendo nossas falhas e
pedindo ajuda ao Senhor que iremos dia a dia melhorar e refletir com mais graça
a imagem de Cristo para o mundo. Quando olhamos para o outro focando regras
religiosas, temos o risco de agir como o fariseu da parábola. Mas se olhamos
para o próximo, focados em Jesus, reconhecemos que ele e nós precisamos de
ajuda, pois estamos também em processo de transformação e precisamos da graça
de Deus.
CONCLUSÃO
Jesus é a videira, a fonte de
nossa espiritualidade, a nossa participação nos cultos, nos estudos, nas orações
potencializam, mas jamais substituem o papel de Jesus em nossa vida.
Jesus é suficiente para nos
manter vivos na fé através de uma relação de intimidade com Ele em oração e
leitura da Bíblia. Não precisamos de shows, emocionalismo, correntes ou campanhas.
Jesus é o alicerce, a base para
nossa formação espiritual. Não precisamos de um guru, mestre, apóstolo ou de
qualquer “cobertura” espiritual humana. Jesus é a pedra de esquina.
Focar nossa espiritualidade em Jesus
nos faz ser aceitos por Ele, pois estaremos fugindo de todos os “ísmos” que
procuram tomar o lugar de Jesus.
Adaptado de “Ajustando o foco” de
Paulo Cabral.

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