Discípulos e igrejas se
multiplicam pela graça
INTRODUÇÃO
Hoje encerramos esta série de mensagem e cultos com as
ênfases da campanha de Missões Nacionais “Movidos pela Graça”. O tema de hoje é
“multiplicação de discípulos”. A multiplicação tem se tornado um desafio para
nós quanto igreja e discípulos. Já faz algum tempo que temos tratado deste
tema, seja nos cultos, na Escola Bíblica e, principalmente, com os PGM’s. Creio
que podemos sim nos multiplicar, formar uma igreja sólida, relevante que cresce
em números e em maturidade espiritual.
Falar sobre multiplicação é repensar nossa missão e
também nosso objetivo. É refletir sobre os fundamentos da fé cristã e do papel
da Igreja. A multiplicação faz parte do projeto de Deus para nós. Jesus
ascendeu para o céu para que pudéssemos receber o Espírito Santo e assim
multiplicar seu ministério, assim, a igreja existe para multiplicar a missão de
Deus na terra, o foco de Jesus era uma missão para o mundo inteiro.
A multiplicação começa efetivamente já em Atos
capítulo 2, quando dos três mil que se convertem, parte fica em Jerusalém e
muitos deles retornam para suas cidades de origem e já começam a compartilhar a
salvação. Esses discípulos plantariam uma igreja não só em Jerusalém, mas em
todo o mundo. Eles se multiplicariam não só entre os iguais (judeus), mas
também entre os diferentes, os seus desafetos não judeus conhecidos por
samaritanos.
O objetivo dos discípulos é alcançar todos com o
Evangelho, e não há justificativas para não fazer isso, pois esta não é uma
tarefa institucional, é sim uma responsabilidade pessoal de cada um dos
discípulos de Jesus. Multiplicar-se é um reflexo natural do relacionamento espiritual
dos discípulos com Jesus, seu Salvador, é um movimento incontrolável do
Espírito Santo por meio da oração.
A multiplicação não é resultado de estratégia humana,
mas sim do agir do Espírito Santo na vida do discípulo cheio do poder de Deus.
A ordem dada por Jesus era para que os primeiros discípulos esperassem juntos
em Jerusalém, eles se reúnem numa relação de intimidade com Deus e uns com os
outros em oração. Depois da descida do Espírito, eles deveriam decidir entre
ficar calados ou compartilhar sobre aquilo que viram. Ao decidir compartilhar,
eles levam o evangelho a todas as províncias romanas em poucos anos.
Aqueles discípulos estavam dispostos a morrer para se
multiplicar, eles eram pessoas de oração e centradas na Palavra de Deus. Hoje
nós somos a continuação do ministério deles, que era o ministério de Jesus, por
isso temos uma grande responsabilidade sobre nossos ombros e devemos avançar,
mas não devemos nos preocupar, pois temos em mente que todo o poder nos é dado
por Jesus e que temos também sua presença conosco sempre.
Diante desta realidade comprometedora, devemos decidir
que tipo de discípulos nós seremos: Se aqueles que, a semelhança de um trem,
anda sobre os trilhos estabelecidos pelo próprio Senhor para chegar a um
destino; ou se, semelhantes a carinhos de choque, ficaremos nos debatendo sem
chegar a lugar algum e saindo todos feridos.
1.
MULTIPLICAÇÃO É UM ESTILO DE VIDA - Atos 18:2,3
Paulo estava na segunda viagem missionária. Ele passou
por várias cidades até chegar em Corinto. O texto nos informa que em Corinto
ele encontrou um casal judeu – Áqüila e Priscila – que haviam chegado da Itália
a pouco tempo, pois Cláudio decretou que todos os judeus saíssem de Roma. Como
eles eram fabricantes de tendas como Paulo, passou a morar e trabalhar com
eles.
Depois de algum tempo Paulo vai para Éfeso e leva
consigo o casal Áqüila e Priscila e os deixa ali na cidade. Mesmo com a partida
de Paulo, o casal continua servindo e sendo fiel (Atos 18.18-19). Algum tempo
depois, um judeu chamado Apolo - homem eloquente, conhecedor das Escrituras,
fervoroso na fé - chegou a Éfeso. Após ouvi-lo, Áquila e Priscila se aproximam
dele e lhe instruiu mais precisamente sobre o caminho de Deus (Atos 18.24-26).
Retornaram a Roma por certo tempo e, mais tarde,
viajaram de volta a Éfeso. O contato pessoal com Paulo estendeu-se desde cerca
de 50 até à morte do apóstolo uns 15 anos depois. Menciona-se que, durante tal
associação, eles "arriscaram os seus próprios pescoços" pela vida de
Paulo (Rom 16.4).
Áquila e Priscila são exemplo de discípulos que se
multiplicavam, os dois são elogiados na Bíblia por mostrarem excelentes obras
cristãs e hospitalidade, não só para com as pessoas em geral, mas também para
com a comunidade cristã onde moravam, por realizarem as reuniões cristãs em sua
casa, tanto em Roma como em Éfeso (Rom 16:3-5; 1 Cor 16:19).
Vemos que este casal eram discípulos que se
multiplicavam, seja na formação de novos líderes, no apoio ao ministério de
Paulo e, principalmente, na plantação de igrejas em suas próprias casas, não
importava onde estavam morando. Precisamos aprender com este casa a sermos
discípulos que se multiplicam.
Estamos nós dispostos a sermos como Aqüila e Priscila
e abrir nossa casa para ali começar a nos multiplicar e forma uma igreja?
Estamos nós dispostos a nos multiplicar na vida de cada pessoa que convivemos
durantes os sete dias da semana? Estamos nós dispostos a “ser” a Igreja e não
apenas “ir” a Igreja? Deus quer nos usar para expandir Seu projeto de salvação.
2.
MULTIPLICAÇÃO É NOSSO DNA – Rom 16.3-5
A nossa vida como discípulos deve ser caracterizada
pela submissão à liderança do Espírito Santo e isso se dá quando aprofundamos
nosso relacionamento com Deus por meio da leitura da Bíblia e de uma vida real
de oração. Assim nossa essência ou nosso DNA é multiplicação porque fomos
salvos, somos enviados e liderados pelo Espírito Santo para cumprir uma missão
que não é nossa, é de Deus.
Ser mártir é morrer pelo que se sabe em lugar de viver
e ficar calado. Muitos pagaram o preço com sua própria vida por não se calarem.
Estevão foi o primeiro mártir (Atos 7.54-59), depois Tiago foi morto por
Herodes que também prendeu Pedro com a intenção de matá-lo (Atos 12.1-3). Eles
deram suas vidas para viver intensamente a missão de se multiplicar, para deixar
um legado que são discípulos, que também iriam se multiplicar para alcançar os
confins da terra.
A multiplicação vai depender se vamos falar sobre
aquilo que Jesus está fazendo em nós ou se vamos nos calar por omissão, medo,
vergonha, etc. Aqueles primeiros discípulos estavam dispostos a morrer para se
multiplicarem e assim, em pouco tempo levaram o evangelho a todas as províncias
romanas em poucos anos.
Paulo estava em Corinto de onde escreve a carta aos
Romanos na qual faz menção do casal Áqüila e Priscila destacando que eles eram
“cooperadores em Cristo Jesus”; que “arriscaram a própria vida” e que uma “igreja que está na casa deles”. Todos
nós precisamos buscar este estilo vida, este DNA da multiplicação.
Eles não eram apenas expectadores daquilo que Deus
estava fazendo por meio de Paulo, eles estavam dentro do processo, eram “cooperadores”. Este deve ser nosso
estilo de vida cristã, é isso que o Senhor espera de nós, que sejamos
protagonistas do processo. Nós devemos nos multiplicar indo, fazendo discípulos
e batizando. É impossível nos multiplicar se não mantermos uma postura ativa em
relação a realização da obra de evangelização.
Eles também, assim como Estevão e Tiago, estavam
dispostos a se tornarem mártires, tanto que Paulo relata que “arriscaram a própria vida”. Quando
entramos numa zona de conforto de uma vida cristã rotineira e passiva, vamos
perder o real senso da nossa missão. Lembremo-nos que no nosso DNA está o
martírio que é a disposição de morrer por falar aquilo que cremos em lugar de
viver guardando para nós o que sabemos.
Eles se multiplicavam e assim formavam “igrejas em sua casa”, independente de
onde eles morassem, fosse na capital Roma, na grande cidade de Éfeso ou em
Corinto. Não era o local, mas era a disposição deles de se multiplicar, e assim
naturalmente as igrejas nasciam. Precisamos entender que servimos a um Deus que
está em missão e por isso devemos fazer Sua missão nossa responsabilidade e
assim definir que tipo de vida cristã vamos viver hoje.
CONCLUSÃO:
Multiplicar-se é evangelizar os perdidos no poder e
dependência do Espírito Santo que nos ajudará a vencer todas as barreiras,
sejam culturais, sociais ou religiosas. Nosso combustível para multiplicação é
nossa mensagem de libertação e de salvação.
Multiplicar-se é discipular os salvos para forjar nos
novos convertidos o DNA da multiplicação. A igreja de Antioquia estava
crescendo bastante, então Barnabé foi buscar Paulo para ajudar no discipulado e
assim formar uma nova identidade na vida dos discípulos.
Multiplicar-se é exercer a mordomia para com os
necessitados. Quando ouve uma grande fome, a igreja de Antioquia levantou uma
oferta para levar aos necessitados.
Multiplicar-se está no nosso DNA e deve ser nosso
estilo de vida. Seja você também um discípulo que se multiplica para a glória
de Deus.
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