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ENVIADOS PARA TESTEMUNHAR DA LUZ
INTRODUÇÃO
No último domingo falei sobre Mateus
5.14-16 onde Jesus afirma que nós somos a luz do mundo, que não podemos nos
esconder e nem esconder a luz que está em nós, pelo contrário, devemos brilhar
diante dos homens com nossas atitudes e principalmente com nosso testemunho
para que glorifiquem a Deus.
Destaquei também o fato de que nós não
temos luz em nós mesmos, mas que apenas refletimos a luz de Jesus que brilha em
nós, porque Ele é a verdadeira luz do mundo (João 8.12; Malaquias 4:2). Por
isso devemos buscar viver em intimidade, pois quanto mais alinhado com Jesus,
mais iremos refletir da Sua luz para iluminar as pessoas que estão em trevas.
Hoje vamos aprender sobre João (o
batista) que era parente próximo de Jesus, filho de Isabel e Zacarias uma
família de linhagem sacerdotal. Seis meses mais velho que seu primo Jesus, foi
gerado num contexto de fé e milagre, pois seus pais já eram velhos e
naturalmente impedidos de ter filhos.
Viveu isolado no deserto, vestido de
pelos de camelo e um cinto de couro, se alimentando de gafanhotos e mel
silvestre (Mateus 3.4). João pregava o arrependimento e batizava as pessoas no
rio Jordão exortando para que mostrassem verdadeiro arrependimento.
O texto lido (João 1.6-8) nos mostra
João sendo “enviado por Deus”, isso fica claro nas circunstâncias que
envolveram seu nascimento. Ele foi enviado como testemunha e para dar
testemunho da verdadeira luz que era Jesus, e isso é cumprido em seu
ministério.
João não tinha nenhuma pretensão
pessoal, mas sabia perfeitamente seu papel e seu lugar no plano divino, ele
veio para “preparar o caminho do Senhor”. João se alegrou quando Jesus começou
a batizar e por ter um número maior de discípulos que ele próprio (João
3.22-30).
Hoje vamos olhar para a vida deste
homem, e aprender com ele que nós também fomos enviados para testemunhar a
respeito de Jesus, nós também nascemos com um propósito divino, também devemos
preparar o caminho – o coração das pessoas – para que Jesus possa salvá-las e
dar a elas uma nova vida.
Lembremo-nos do texto de Lucas 10.1,
onde Jesus envia 72 discípulos para que fossem a todas as cidades e lugares
onde ele havia de ir. Assim como João Batista, pesa sobre nós a responsabilidade
de chegar primeiro na vida das pessoas e preparar seus corações para que Jesus
possa fazer moradas nelas.
Como discípulos e Igreja, devemos
despertar para este sublime e importante chamado. Devemos viver e se preciso for,
até mesmo morrer para que Jesus possa se tornar na vida de cada pessoa “o
Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo”. Não nos acovardemos diante das
pressões e adversidades. Não nos calemos, vamos pregar o arrependimento como
base para a salvação e o chamado ao batismo como demonstração de genuína
conversão.
1.
NASCEMOS COM UM PROPÓSITO – v.6
O nascimento de João foi resultado da
intervenção divina e marcou um importante evento na história da redenção
humana. Filho de um sacerdote chamado Zacarias que era casado com Isabel, esta
mulher por sua vez amargava a dor de ser estéril e por isso não poder gerar
filhos, esta família vivia na região montanhosa ao sul de Jerusalém.
Este casal já era idoso e tinham uma
vida devotada aos mandamentos de Deus. Durante uma das semanas nas quais
Zacarias ministrava em Jerusalém, recebeu o raro privilégio de oferecer incenso
no Templo, um ato que simbolizava as orações do povo judeu.
Enquanto Zacarias cumpria sua tarefa, um
anjo lhe apareceu e anunciou que suas orações haviam sido respondidas, pois
Isabel teria um filho. O texto de Lucas 1.5-24 não diz explicitamente que o
casal pedia um filho, embora seja razoável pensar que sim. Lucas, entretanto,
menciona que o povo do lado de fora do Templo orava, e sabemos que um dos
elementos mais importante na oração do povo judeu era a esperança de que Deus
lhes enviaria a salvação por meio do Messias.
As palavras que o anjo proferiu a seguir
deixaram claro que Deus estava prestes a atender a ambos os pedidos. Com
efeito, seria mediante um filho dado a Zacarias e a Isabel que o estágio final
do plano da salvação seria colocado em andamento. Quando o anjo explicou que o
menino converteria o coração dos pais aos filhos e prepararia ao Senhor um povo
bem disposto, indicou que, por meio do ministério de João, a última profecia do
Antigo Testamento estava prestes a se cumprir (Malaquias 4).
João foi um tipo diferente de todos os
demais homens da sua época. Ele não recebeu o nome do seu pai (Zacarias que
significa “lembrado por Jeová”) ou de alguém da família como era costume,
contrariando esta tradição o menino é chamado de João (que significa “Jeová é
um doador gracioso”). Em Lucas 1.66 lemos “O
que este menino vai ser? Pois a mão do Senhor estava com ele”. João foi
crescendo e se fortalecendo em espírito, passou a morar no deserto até o dia
que lhe aprouve aparecer de forma pública e começar sue ministério.
Diante deste cenário em que é descrito o
nascimento de João Batista, podemos entender que nós também nascemos escolhidos
por Deus e desde o nascimento Ele tem planos para nossa vida. Mesmo que
tenhamos nascido dentro de um contexto normal, mesmo que vivamos numa família
normal, Deus tem algo sobrenatural para fazer através de nós.
Não viva sem descobrir o propósito real
do seu nascimento. Não desperdice sua vida fazendo aquilo para o qual você não
veio a este mundo. Procure em Deus saber o “para que” você está neste mundo e
então faça por merecer sua vida e a salvação que Deus oportunizou a todos os
homens.
2.
NASCEMOS PARA SER TESTEMUNHAS – v.7,8
O ministério de João Batista é descrito
brevemente nos quatro evangelhos. Ele é descrito como um pregador do
arrependimento, que utilizou como lema as palavras de Isaías 40.3: “Voz do que clama no deserto: Preparai o
caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda a nosso Deus” (veja Mateus
3.1-3; Marcos 1.2-4; Lucas 3.3-6).
A mensagem de João Batista era
evangelística, ele falou severamente para aqueles cujo comportamento era
repreensível e pensavam que nada precisavam temer, simplesmente porque eram
religiosos (descendente de Abraão). Para estas pessoas a pregação de João
Batista era um prenúncio de juízo (Mateus 3.7-10; Lucas 3.7-9). Ainda assim,
mesmo para essas pessoas, ele pregou sobre arrependimento e a promessa de
perdão e restauração.
O ministério de João foi diferente do
ministério de Jesus, afinal, João não era a verdadeira luz, mas apenas uma
testemunha dela. Por outro lado, não podemos diminuir o significado de seu
ministério. A influência de João se estendeu além do tempo de sua morte e
extrapolou as divisas da Palestina. De acordo com Atos 19.1-7, havia em Éfeso
(quase 20 anos depois) um grupo de 12 homens que se consideravam discípulos de
João Batista.
Somos chamados e impulsionados pelo
Senhor Jesus para sermos, como João Batista, uma voz que clama no deserto. Este
clamor é de testemunho, é o clamor de alguém que já teve o verdadeiro
discernimento e encontrou o seu salvador, desta forma, não pode viver
indiferente a esta nova vida, e passa a testemunhar para todos a sua volta.
Ser uma voz que clama no deserto é
exercitar a fé falando do amor de Jesus a pessoas que estão alienadas a
respeito de Deus, pessoas que só por um milagre poderão se encontrar com Jesus
para salvação.
Nossa tarefa de testemunhar está muito
bem descrita e salientada nos evangelhos, em atos e nas epístolas. Quando Jesus
nos chama a segui-lo, ele nos conclama a ser suas testemunhas em todos os
lugares (Atos 1.8); nos envia adiante dele onde Ele depois a de chegar (Lucas
10.1); a não deixarmos de falar de tudo que temos vivido na presença dEle (Atos
4.20).
Não há outra opção para o verdadeiro
discípulo a não ser se converter em uma testemunha fiel diante dos homens,
confessando a Jesus, apontando para Jesus, exortando para que uma entrega
pessoal a Jesus.
3.
NASCEMOS PARA APONTAR CRISTO – v.9
João Batista tinha a plena consciência
que sua pregação e seu batismo tinham como objetivo preparar o caminho para o
Senhor (Mateus 3.11; Marcos 1.7,8; Lucas 3.16). Cristo, aquele que foi chamado
para carregar sobre si os sofrimentos do povo, submeteu-se ao batismo de João,
quando uma voz do céu e a descida do Espírito Santo deixaram claro que Jesus
era aquele para quem o caminho era preparado (Mateus 3.13-17; Marcos 1.9-11;
Lucas 3.21,22).
Joao batista anunciou a vinda do
Messias. Quando foi questionado sobre se ele mesmo era o Messias, negou
veementemente; pelo contrário, apontou Jesus para as pessoas, a quem descreveu
como “o Cordeiro de Deus, que tira o
pecado do mundo” (João 1.29). Mais adiante em outro episódio João Batista
declara “É necessário que ele cresça, e
que eu diminua” (João 3.30).
A aparição pública de Jesus, para quem
havia preparado o caminho, marcava o estágio final do ministério de João. Este
ponto deve ser bem enfatizado. O período de serviço do Batista é bem curto, e
este fato nos ajuda a entender o significado e o propósito do seu chamado.
Logo depois do batismo de Jesus, João
foi preso por ter repreendido Herodes Antipas, governador da Judéia (Mateus
4.12). Na prisão João fica sabendo do avanço do ministério de Jesus e recebe a
confirmação de que Ele era o Messias enviado por Deus (Isaías 61.1-3; Mateus
11.4-6).
João Batista morre a prisão, foi
cruelmente decapitado e sua cabeça entregue num prato para a filha de Herodias,
que foi influenciada pela mãe para pedir tal coisa terrível. Sabendo da morte
de João, os seus discípulos vieram e levaram o corpo e o sepultaram (Mateus
14.1-12).
Infelizmente muitos discípulos não vivem
para que Cristo seja conhecido pelos homens, mas vivem para que eles mesmos sejam
o centro. Em lugar de apontar para Cristo e viver para que Ele cresça cada vez
mais, hoje as pessoas querem se tornar grande aos olhos dos homens às custa de
Cristo. Não é mais “convém que Ele cresça”, mas “me convém que eu cresça” e
muitos menos “que eu diminua”, mas que eu seja exaltado aos olhos do maior
número de pessoas possíveis.
Diante desta distorção tão presente no
meio cristão moderno, Cristo não passa de degraus sobre os quais as pessoas se
apoiam para se tornaram grandes diante dos homens. Usam o nome de Jesus para
ganhar fama, prestígio, status, e porque não, dinheiro e prosperidade material.
Neste modelo antibíblico e anticristão, não é a pessoa que morre para si, é
Cristo que passa a ter que agir para cumprir os caprichos do homem. Os papeis
se inverteram, o homem passou a ser o senhor, e Jesus o servo.
CONCLUSÃO
Onde estão os João Batista de hoje? Em
quais desertos eles estão clamando? Quem está indo até eles para confessar seus
pecados e demonstrar arrependimento? É certo que eles existem, mas dificilmente
conseguimos identificá-los.
Precisamos desenvolver a consciência de
que nascemos com um propósito divino neste mundo, e quando fomos salvo por
Jesus, este propósito para a ser usadas nossa vida para levar o nome de Jesus a
todos.
Nós nascemos para sermos testemunhas de
Jesus. A nossa vida só valerá a pena se vivermos para que o nome do Senhor seja
glorificado e se a nossa vida for anulada para que Jesus cresça cada vez mais
em nós e através de nós.
Nossa vida neste mundo deve ser para
apontar para Jesus. Tudo o que fazemos, tudo o que temos, tudo o que somos deve
conduzir a atenção das pessoas para a pessoa de Cristo. Devemos ser uma luz,
uma placa, um outdoor avisando e mostrando que Jesus é tudo para todos.
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