Viver em Intimidade para Glória de Deus

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JÓ 1.6-12

VIVER EM INTIMIDADE PARA GLORIFICAR A Deus.

INTRODUÇÃO

Jó era um chefe tribal piedoso e íntegro, foi abençoado por Deus com prosperidade terrena que se tornou o maior de todos os homens do Oriente (1.3). Possuía 7 mil ovelhas (2,8 milhões); 3 mil camelos (579 bilhões); 500 juntas de boi (2,5 milhões); 500 mulas (2,5 milhões). Além disso possuía servos, servas e 10 filhos.

De repente experimentou a perda de toda a fortuna, em questão de um dia foi assolado por uma série de calamidades e privado de todas as suas posses, além de perder os filhos (1.13-19), logo depois teve o corpo coberto de feridas (2.7), que para alguns, era lepra, mas isso é incerto. Há um artigo que fala da “síndrome de Jó ou síndrome da hiperimunoglobulina”.

Três amigos, que vieram para consolá-lo, mas insistiam que esse sofrimento era um castigo contra o seu pecado, e o único recurso era o arrependimento. Mas Jó rejeita a acusação e também a solução, afirmando sua retidão e que não conseguia compreender sua desgraça. Por fim Deus responde a Jó, mas não com uma justificativa de suas ações, nem com alguma solução intermediária. Deus responde com uma manifestação pessoal em sabedoria e poder.

1. A VIDA DE JÓ ENVERGONHA SATANÁS

"Observaste o meu servo Jó? Na terra não há ninguém como ele" Jó 1.8

Jó era um homem íntegro e correto, que temia a Deus e se desviava do mal. Era muito próspero, o homem mais rico do Oriente. Tinha uma família numerosa e que vivia em harmonia. O versículo 5 do cap. 1 diz que Jó se preocupava com a santidade dos filhos, e por isso, oferecia sacrifícios a Deus em favor deles.

A vida íntegra de Jó era um grande testemunho e Deus usou a vida dele para envergonhar a Satanás. Ao apontar para Jó, Deus está afirmando que os intentos do maligno de matar, roubar e destruir (João 10.10) estavam falhando. Jó demonstrava que era possível levar uma vida reta que agrada ao Senhor e envergonha o diabo.

Até mesmo quando seu sofrimento aumentou com a enfermidade, ele não mudou sua postura diante de Deus (v.10). O cap. 2 narra a firmeza e convicção de Jó mesmo diante da fraqueza da própria mulher que aconselha que ele se revolte contra Deus (v.9).

Deus quer nos usar - através de nossas vidas e nossas famílias hoje - para fazer exatamente aquilo que Jó fez, para “envergonhar o diabo”. Fazemos isso através de uma fé sólida e uma comunhão ativa com Deus, de uma família estruturada a partir do modelo Bíblico, de uma boa relação de amor com as pessoas, por meio da honestidade e disposição de prosperar pelos méritos próprios.

O triste é constatar que o inverso está acontecendo, ou seja, o Diabo está usando a vida de muitos para envergonhar o nome de Deus. Através de pessoas que não perseveram em buscar ao Senhor de todo coração e em santidade. Por meio de famílias desestruturadas e que vivem apenas de fachada. Por maus testemunhos entre os vizinhos, colegas de serviço ou de escola, entre os familiares que mancham o bom nome da Igreja de Jesus Cristo.

Que nós possamos vigiar para não sermos motivo de vergonha ao nosso Deus. Que a nossa vida seja na medida do caráter de Jó para honrar o Jesus que passou na cruz a maior vergonha para nos salvar.

2. JÓ SERVIA A DEUS SEM INTERESSES

"Eu saí nu do ventre de minha mãe, e nu voltarei para lá. O Senhor o deu, e o Senhor o tirou; bendito seja o nome do Senhor" Jó 1.21

Esta foi a oração de Jó após perder todos seus bens e filhos. A perca não foi pequena, pois além de ser um homem íntegro e correto, que temia a Deus e se desviava do mal, era o homem mais rico de todos do Oriente, tinha 7 filhos e 3 filhas. A prosperidade na vida dele era notória diante de todos ao seu redor.

Tudo ia bem com Jó e com o que lhe cercava, até o momento em que o Diabo alega que a fidelidade de Jó era na verdade apenas moeda de troca pelo que o Senhor lhe dera, é essa a insinuação que está no v.9 “será que Jó teme a Deus sem intenções”?

Então para provar que o Diabo estava errado em relação a fidelidade de Jó, Deus permite que em apenas um dia, ele perca tudo. O diabo então se levanta com uma fúria avassaladora contra Jó. Agora sem nada ele eleva esta bela oração que demonstra maturidade e uma fé saudável, reforçados pela declaração do cap. 2.10

Isso nos faz pensar no porquê servimos a Deus.

1. Alguns por interesse como acusou Satanás. A motivação é a de receber algo em troca, esses de fato usam a fé como uma moeda de troca, pensando que Deus é um mercador, que dá tudo aquilo pelo qual se pagam de alguma maneira. Esses buscam uma benção em forma de prosperidade material, cura física, felicidade no amor, restabelecimento de algum relacionamento, etc.

2. Outros por medo de ir para o inferno. Um estilo de vida que não aproxima de Deus, apenas procura aplacar a ira dEle em relação aos pecados cometidos e assim diminuir o sentimento de culpa. Em via de regra, a pessoa segue sua vida fazendo o que quer, da maneira que quer e quando quer, procurando a Deus esporadicamente na tentativa de não ser castigado, seja nesta vida ou na eternidade. Essa pessoa vai morrer sem deus e mesmo não querendo, perecerá durante toda a eternidade.

3. E aqueles que O buscam por necessidade. Esses andam com Deus por saber que estar com Ele é o que basta. Entendem que sem Deus não são nada. Reconhecem que são pecadores e que precisam de um Deus santo que lhes ofereça um novo estilo de vida e a salvação eterna, sem a qual perecerão no inferno. Esses aceitam viver a fé de forma humilde e de confiar em Deus em todos os momentos sabendo que o verdadeiro lar será o céu. Que seja este o motivo pelo qual busquemos a Deus.

3. O SOFRIMENTO GEROU INTIMIDADE COM DEUS

"Com os ouvidos eu tinha ouvido falar a teu respeito; mas agora os meus olhos te veem" Jó 42.5

Se Jó era um homem bom e fazia as coisas direito, então nos perguntamos: “por que Deus permitiu que ele passasse por todo aquele sofrimento”? Eu e você já devemos nos ter feito esta pergunta algumas vezes. Aliás, é uma pergunta que ainda continua sendo feita.

Bem, a resposta pode ser: "Porque coisas ruins também acontecem com pessoas boas". Não é pelo fato de sermos bons, justos e honestos que estamos livres de calamidades ou de infortúnios da vida comum neste mundo. O bem ou o mal podem acontecer a qualquer pessoa, é por isso que “coisas boas também acontecem com pessoas ruins”.

Mas no caso de Jó, o objetivo era "aprofundar a relação e a intimidade dele com Deus. Jó precisava de uma "experiência pessoal". É isso que ele mesmo declara. Todo aquele sofrimento, as percas, as acusações, a doença, no caso de Jó, foram o instrumento pedagógico para levá-lo para mais perto do Senhor.

Diante disto, devemos encarar as adversidades não como castigo de Deus, mas como uma forma extrema, para que venhamos a reconhecer sua soberania e poder sobre nossas vidas e nos entregarmos completamente a Ele. Infelizmente, algumas pessoas só entendem a linguagem do amor de Deus quando passam por momentos controversos.

A manifestação da graça passa despercebida na vida de muitas pessoas. Então Deus na sua soberania, permite que circunstâncias dolorosas possam fazer o papel de aio, o qual a graça não teve êxito. E assim todos têm a oportunidade de se posicionar ao lado de Deus e em atitude de adoração ao Senhor Jesus.

Jó foi recompensado por sua fidelidade. Ele se dispôs a perdoar e orar por seus amigos que o acusaram. Ele teve as feridas saradas, seus bens se tornaram o dobro de antes. Teve outros dez filhos (calculo eu com a mesma esposa, que outrora o havia pedido para deixar a Deus) e viveu mais cento e quarenta anos.

CONCLUSÃO

A partir do exemplo de Jó devemos:

1. Viver de tal maneira que possamos honrar a Deus e envergonhar a Satanás, jamais o inverso disso.

2. Devemos servir a Ele sem interesses, apenas pela necessidade como pecadores que somos, de receber seu perdão e a dádiva da vida eterna.

3. Nos relacionar com Deus para ter cada vez mais intimidade, e assim ter as nossas experiências pessoais diante do Senhor.