17 de abr. de 2018

Amando Através da Disciplina



MATEUS 18.15-17
AMANDO MAIS ATRAVÉS DA DISCIPLINA

INTRODUÇÃO
Hoje nós finalizamos esta série onde estivemos apresentando à igreja os conceitos para nortear a igreja neste ano. O tema “Amando mais” nos leva a pensar nas diferentes formas de ministrarmos uns aos outros. Até aqui já apresentamos onze destes conceitos:
o   1. Confessarmos nossos pecados uns aos outros (Tg 5.16).
o   2. Edificarmos uns aos outros (1Ts 5.11; Rm 14.19).
o   3. Levarmos as cargas uns dos outros (Gl 6.2).
o   4. Orarmos uns pelos outros (Tg 5.16).
o   5. Sermos benevolentes uns para com os outros (Ef 4.32).
o   6. Sujeitarmo-nos uns aos outros (Ef 5.21).
o   7. Sermos hospitaleiros uns com os outros (1Pe 4.9).
o   8. Servirmos uns aos outros (Gl 5.13; 1Pe 4.10).
o   9. Consolarmos uns aos outros (1Ts 4.18; 5.11).
o   10. Perdoarmos uns aos outros (2Co 2.7; Ef 4.32; Cl 3.13).
o   11. Amar uns aos outros (Rm 13.8; 1Ts 3.12; 4.9; 1Pe 1.22; 1Jo 3.11,23;4.7,11).
Hoje vãos destacar os quatro últimos, a saber: Corrigirmos uns aos outros (Gl 6.1); Admoestarmos uns aos outros (Rm 15.14; Cl 3.16); Instruirmos uns aos outros (Cl 3.16) e Exortarmos uns aos outros (Hb 3.13; 10.25).


Estes quatro conceitos apontam para a aplicação da disciplina, um assunto que é espinhoso, não por falta de base bíblica, mas porque hoje as pessoas não estão aptas a isso. A igreja reflete uma grave mudança social onde as pessoas não suportam ser contrariadas.

Aplicar a disciplina na igreja que vive numa sociedade alienada, é um grande desafio. Segundo Russell Shedd há três tipos de disciplina na Igreja: 1. Rigorosa (Nm 25.1-8; 1 Co 3.16,17); 2. Relaxada (1Sm 3.13,14); 3. Bíblica (Mt 18.15-17).

Definição de Disciplina: “Todos os meios pelos quais a Igreja busca a santificação de todos e a boa ordem necessária para edificação e crescimento em número e espiritual” Russell Shedd.

1. INSTRUÇÃO (Cl 3.16) “didasko

Ensinar: é conversar com outros a fim de instruir-los. Ensinar alguém: dar instrução; instilar doutrina em alguém. Explicar ou expor algo. Ensinar algo a alguém.

Como irmãos e igreja, devemos estar dispostos a ensinar aos mais novos. O ensino é o primeiro passo neste processo de mutualidade. Nem todos vão participar de uma Escola Bíblica, ou algum curso bíblico, mas todos precisam conhecer os princípios da Palavra.

Fazemos isso por meio de um discipulado pessoal, onde invisto um tempo durante a semana para de maneira pessoal, ajudar o novo na fé ou aquele que não foi instruído. Precisamos oportunizar a todos o pleno conhecimento da Palavra para que pautem suas vidas a partir destes preceitos.

Quando Jetro aconselha Moisés no deserto, uma das recomendações foi: “ensina-lhes os estatutos e as leis, mostra-lhes o caminho em que devem andar e as obras que devem praticar” (Ex 18.20).

O próprio Jesus investiu cerca de três anos e meio neste processo de ensino aos discípulos e às multidões: “estavam maravilhados com seu ensino pois ele as ensinava como quem tem autoridade” (Mt 7.28,29). Eles deveriam transmitir esses ensinos aos outros (Mt 28.20).

O ensino eficaz da Bíblia que é a Palavra de Deus vai evitar processos traumáticos de disciplina. Onde não há ensino a disciplina se faz mais necessária. Portanto o foco da igreja deve estar neste processo de ensino. A meta de cada discípulo deve ser ensinar.

2. EXORTAÇÃO (Hb 3.13; 10.25) “parakaleo
ADMOESTAÇÃO (Rm 15.14; Cl 3.16) “noutheteo” (Admoestar, advertir, exortar)

Chamar para o (meu) lado; dirigir-se a, falar a, o que pode ser feito por meio de exortação, solicitação, conforto, instrução, etc. Admoestar, exortar, rogar. Consolar, encorajar e fortalecer pela consolação, confortar, encorajar, fortalecer, exortando, confortando e encorajando.

Se o ensino não foi suficiente ou se mesmo consciente a pessoa acabou não obedecendo a Palavra e agindo de forma contrária aos preceitos do Senhor, é preciso aumentar mais um grau no processo de formação do caráter do indivíduo.

2 Timóteo 3.16 Paulo afirma que a Palavra é útil para “ensinar, repreender, corrigir e instruir”. O termo “repreender” significa “verificação, pela qual algo é provado ou testado; convicção”. A exortação tem este papel, confrontar as atitudes da pessoa diante daquilo que ela foi instruída.

Em Hebreus 3.12-19 e 10.25 o tom do autor é no sentido de exortar para a obediência, para que se mantenha firme naquilo que foi ensinado, não se desviando por conta de uma possível dureza de coração. O coração duro sabe o que é certo, mas faz o que é errado. O papel da exortação é para que se pratique o certo.

A exortação feita em amor traz um grande benefício para a vida pessoal e para o corpo de Cristo (Mt 18.15), além de evitar constrangimentos com exposições desnecessárias, o que pode provar mais prejuízos e danos. A exortação também evita um processo de correção.

Paulo repreende duramente a Pedro em Antioquia por um comportamento hipócrita deste. O motivo da repreensão era porque “não agiram corretamente, conforme a verdade do evangelho” (Gl 2.14). Todo comportamento que destoa do Evangelho é digno de exortação/admoestação para que a vida seja condizente a os ensinos recebidos.

3. CORREÇÃO (Gl 6.1) “katartizo”

Restituir, i.e. preparar, completar, no sentido de emendar (o que estava quebrado ou rachado), reparar. Equipar, colocar em ordem, arranjar, ajustar (preparar ou ajustar para si mesmo). Eticamente: fortalecer, aperfeiçoar, completar, tonar-se no que se deve ser.

Se o ensino falhou em evitar, se a exortação não produziu mudança (Tito 3.10-11), resta agora uma terceira alternativa, a correção. Um processo de restauração, de aperfeiçoamento da vida ou do caráter, com a finalidade de aproximar e não de afastar a pessoa.

A correção se faz necessária, principalmente quando o pecado ou falha se torna recorrente, e principalmente, se está afetando toda a comunidade. Quando a falha de alguém fica “famosa” no meio da igreja, a correção precisa ser aplicada para que esse comportamento não se propague e multiplique.

A ausência da correção é perigosa para a vida comum na igreja. Os Coríntios estavam falhando neste quesito, a ponto de haver práticas entre eles que nem entre os gentios haviam (1 Co 5.1,2). A correção é o elemento disciplinar que mantém a igreja no foco da santidade.

A correção busca produzir uma fé saudável (Tito 1.13; 2.2). O pecado é o elemento que corrói a fé, logo a correção busca produzir santidade que é o elemento que edifica a fé. Quando falta correção para santidade, a fé enfraquece e se torna nula ou enferma.

Mesmo diante da possibilidade de “perder” algumas pessoas ao se aplicar a correção, ela deve ser levada adiante. A falta de correção é muito mais ameaçadora para o crescimento saudável da igreja. A falta de correção pode fazer a igreja local inchar, mas não promove santidade.

CONCLUSÃO

A disciplina na igreja é uma maneira pela qual crescemos juntos em santidade e nos tornamos à imagem de Cristo.

O professor ensina a matéria, depois corrige os erros. O médico instrui para uma vida saudável, mas opera o câncer.

O discípulo fiel ouve e aprende os ensinos de Cristo contidos na Bíblia, mas admite e se submete a correção, assim como se dispõe a corrigir os outros quando houver alguma falha em guardar os ensinos de Cristo.

Como discípulos, como Corpo de Cristo, como Igreja devemos nos dispor para ensinar; estar prontos para exortar e nos manter espiritualmente saudáveis para corrigir.

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