MATEUS
18.15-17
AMANDO
MAIS ATRAVÉS DA DISCIPLINA
INTRODUÇÃO
Hoje
nós finalizamos esta série onde estivemos apresentando à igreja os conceitos
para nortear a igreja neste ano. O tema “Amando mais” nos leva a pensar nas
diferentes formas de ministrarmos uns aos outros. Até aqui já apresentamos onze
destes conceitos:
o
1. Confessarmos
nossos pecados uns aos outros (Tg 5.16).
o
2. Edificarmos
uns aos outros (1Ts 5.11; Rm 14.19).
o
3. Levarmos
as cargas uns dos outros (Gl 6.2).
o
4. Orarmos
uns pelos outros (Tg 5.16).
o
5. Sermos
benevolentes uns para com os outros (Ef 4.32).
o
6. Sujeitarmo-nos
uns aos outros (Ef 5.21).
o
7. Sermos
hospitaleiros uns com os outros (1Pe 4.9).
o
8. Servirmos
uns aos outros (Gl 5.13; 1Pe 4.10).
o
9. Consolarmos
uns aos outros (1Ts 4.18; 5.11).
o
10. Perdoarmos
uns aos outros (2Co 2.7; Ef 4.32; Cl 3.13).
o
11. Amar
uns aos outros (Rm 13.8; 1Ts 3.12; 4.9; 1Pe 1.22; 1Jo 3.11,23;4.7,11).
Hoje
vãos destacar os quatro últimos, a saber: Corrigirmos uns aos outros (Gl 6.1);
Admoestarmos
uns aos outros (Rm 15.14; Cl 3.16); Instruirmos uns aos outros (Cl 3.16)
e Exortarmos
uns aos outros (Hb 3.13; 10.25).
Estes
quatro conceitos apontam para a aplicação da disciplina, um assunto que é
espinhoso, não por falta de base bíblica, mas porque hoje as pessoas não estão
aptas a isso. A igreja reflete uma grave mudança social onde as pessoas não
suportam ser contrariadas.
Aplicar
a disciplina na igreja que vive numa sociedade alienada, é um grande desafio. Segundo
Russell Shedd há três tipos de disciplina na Igreja: 1. Rigorosa (Nm 25.1-8; 1 Co
3.16,17); 2. Relaxada (1Sm 3.13,14); 3. Bíblica (Mt 18.15-17).
Definição
de Disciplina: “Todos os meios
pelos quais a Igreja busca a santificação de todos e a boa ordem necessária
para edificação e crescimento em número e espiritual” Russell Shedd.
1. INSTRUÇÃO (Cl 3.16) “didasko”
Ensinar: é conversar com outros a fim de instruir-los. Ensinar
alguém: dar instrução; instilar doutrina em alguém. Explicar ou expor algo. Ensinar
algo a alguém.
Como
irmãos e igreja, devemos estar dispostos a ensinar aos mais novos. O ensino é o
primeiro passo neste processo de mutualidade. Nem todos vão participar de uma
Escola Bíblica, ou algum curso bíblico, mas todos precisam conhecer os
princípios da Palavra.
Fazemos
isso por meio de um discipulado pessoal, onde invisto um tempo durante a semana
para de maneira pessoal, ajudar o novo na fé ou aquele que não foi instruído.
Precisamos oportunizar a todos o pleno conhecimento da Palavra para que pautem
suas vidas a partir destes preceitos.
Quando
Jetro aconselha Moisés no deserto, uma das recomendações foi: “ensina-lhes os estatutos e as leis,
mostra-lhes o caminho em que devem andar e as obras que devem praticar” (Ex
18.20).
O
próprio Jesus investiu cerca de três anos e meio neste processo de ensino aos
discípulos e às multidões: “estavam maravilhados
com seu ensino pois ele as ensinava como quem tem autoridade” (Mt 7.28,29).
Eles deveriam transmitir esses ensinos aos outros (Mt 28.20).
O
ensino eficaz da Bíblia que é a Palavra de Deus vai evitar processos
traumáticos de disciplina. Onde não há ensino a disciplina se faz mais
necessária. Portanto o foco da igreja deve estar neste processo de ensino. A
meta de cada discípulo deve ser ensinar.
2. EXORTAÇÃO (Hb 3.13; 10.25) “parakaleo”
ADMOESTAÇÃO (Rm 15.14; Cl 3.16) “noutheteo” (Admoestar, advertir, exortar)
Chamar
para o (meu) lado; dirigir-se a, falar a, o que pode ser feito por meio de
exortação, solicitação, conforto, instrução, etc. Admoestar, exortar, rogar. Consolar,
encorajar e fortalecer pela consolação, confortar, encorajar, fortalecer, exortando,
confortando e encorajando.
Se
o ensino não foi suficiente ou se mesmo consciente a pessoa acabou não
obedecendo a Palavra e agindo de forma contrária aos preceitos do Senhor, é
preciso aumentar mais um grau no processo de formação do caráter do indivíduo.
2
Timóteo 3.16 Paulo afirma que a Palavra é útil para “ensinar, repreender,
corrigir e instruir”. O termo “repreender” significa “verificação, pela qual
algo é provado ou testado; convicção”. A exortação tem este papel, confrontar
as atitudes da pessoa diante daquilo que ela foi instruída.
Em
Hebreus 3.12-19 e 10.25 o tom do autor é no sentido de exortar para a
obediência, para que se mantenha firme naquilo que foi ensinado, não se desviando
por conta de uma possível dureza de coração. O coração duro sabe o que é certo,
mas faz o que é errado. O papel da exortação é para que se pratique o certo.
A
exortação feita em amor traz um grande benefício para a vida pessoal e para o
corpo de Cristo (Mt 18.15), além de evitar constrangimentos com exposições
desnecessárias, o que pode provar mais prejuízos e danos. A exortação também
evita um processo de correção.
Paulo
repreende duramente a Pedro em Antioquia por um comportamento hipócrita deste. O
motivo da repreensão era porque “não
agiram corretamente, conforme a verdade do evangelho” (Gl 2.14). Todo
comportamento que destoa do Evangelho é digno de exortação/admoestação para que
a vida seja condizente a os ensinos recebidos.
3. CORREÇÃO (Gl 6.1) “katartizo”
Restituir,
i.e. preparar, completar, no sentido de emendar (o que estava quebrado ou
rachado), reparar. Equipar, colocar em ordem, arranjar, ajustar (preparar
ou ajustar para si mesmo). Eticamente: fortalecer, aperfeiçoar, completar, tonar-se
no que se deve ser.
Se
o ensino falhou em evitar, se a exortação não produziu mudança (Tito 3.10-11),
resta agora uma terceira alternativa, a correção. Um processo de restauração,
de aperfeiçoamento da vida ou do caráter, com a finalidade de aproximar e não
de afastar a pessoa.
A
correção se faz necessária, principalmente quando o pecado ou falha se torna
recorrente, e principalmente, se está afetando toda a comunidade. Quando a
falha de alguém fica “famosa” no meio da igreja, a correção precisa ser
aplicada para que esse comportamento não se propague e multiplique.
A
ausência da correção é perigosa para a vida comum na igreja. Os Coríntios
estavam falhando neste quesito, a ponto de haver práticas entre eles que nem
entre os gentios haviam (1 Co 5.1,2). A correção é o elemento disciplinar que
mantém a igreja no foco da santidade.
A
correção busca produzir uma fé saudável (Tito 1.13; 2.2). O pecado é o elemento
que corrói a fé, logo a correção busca produzir santidade que é o elemento que
edifica a fé. Quando falta correção para santidade, a fé enfraquece e se torna
nula ou enferma.
Mesmo
diante da possibilidade de “perder” algumas pessoas ao se aplicar a correção,
ela deve ser levada adiante. A falta de correção é muito mais ameaçadora para o
crescimento saudável da igreja. A falta de correção pode fazer a igreja local
inchar, mas não promove santidade.
CONCLUSÃO
A
disciplina na igreja é uma maneira pela qual crescemos juntos em santidade e
nos tornamos à imagem de Cristo.
O
professor ensina a matéria, depois corrige os erros. O médico instrui para uma
vida saudável, mas opera o câncer.
O
discípulo fiel ouve e aprende os ensinos de Cristo contidos na Bíblia, mas
admite e se submete a correção, assim como se dispõe a corrigir os outros quando
houver alguma falha em guardar os ensinos de Cristo.
Como
discípulos, como Corpo de Cristo, como Igreja devemos nos dispor para ensinar;
estar prontos para exortar e nos manter espiritualmente saudáveis para
corrigir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário