12 de dez. de 2017

Meu, Seu, Nosso...

Texto: Lucas 10.30-35
Tema: Nem Meu, Nem Seu, Mas Nosso...

Introdução:
·        Um dos maiores obstáculos para demonstrar a compaixão é fazer prejulgamentos a respeito de quem consideramos merecedores dela. As vezes nos colocamos no lugar de Deus e sentenciamos uns ao desprezo e abandono julgando-os indignos de receber um gesto fraterno.
·        Jesus conta esta parábola para responder a um mestre da lei sobre “quem era o seu próximo” (v.29);ou seja, quem se qualifica como digno dos nossos atos de bondade. Tocar neste tema às vésperas do Natal não é constrangedor, afinal, o tal “espírito” de Natal está em alta nestes dias.

·        Jesus falou a respeito de um homem que viajava por uma estrada entre Jerusalém e Jericó, reconhecidamente muito perigosa. Nesta viagem ele foi assaltado, agredido e abandonado. Este homem representa uma gama de pessoas igualmente rejeitadas ao nosso redor.

1. DESPREZO EM LUGAR DE AUXÍLIO
·        Na parábola Jesus usa personagens distintos para falar sobre amor, compaixão e misericórdia. O homem assaltado era um judeu, seus algozes muito provavelmente não eram judeus, mas o sacerdote e o levita sim, e ainda mais, ministravam no templo em favor de outros judeus; e temos o samaritano.
·         Estes personagens nos ensinam uma lição de vida muito simples e recorrente: as vezes aquelas pessoas das quais esperamos um gesto de bondade, são as primeiras a nos ignorar, mas Deus não nos desampara, enviando socorro e provisão de onde menos esperamos.
·        Era de se esperar um gesto de misericórdia do sacerdote e do levita. Eles eram ministros de Deus em favor do povo. Eles ensinavam os preceitos da Lei. Eles deveriam ser os primeiros a se colocar como instrumentos para mudar a situação daquele homem ferido.
·        Como isto é frustrante e imensamente capaz de nos ferir. Muito mais que marcas no corpo, o desprezo de quem está próximo de nós deixa marcas na alma, as quais são difíceis de sarar. O desprezo, o abandono, a insensibilidade de pessoas próximas causam traumas irreparáveis.
·        Mas temos um Deus que nos acolhe e jamais nos esquece (Sl 27.10; Is 49.15). Ele envia seus mensageiros para nos proporcionar aquilo que não recebemos de quem esperamos. Precisamos ter maturidade para saber lidar com estas situações, elas serão recorrentes em nossa vida.

2. AUSÊNCIA TOTAL DE AMOR
·        A atitude dos salteadores é danosa para as relações humanas, pois ela revela o lado obscuro de uma forma de pensar a vida e de como agimos em relação ao que não temos e ao que os outros têm e como agimos para nos apropriar do que não é nosso.
·        O pensamento dos salteadores se resume no seguinte: “O que é teu não é só teu, pode ser meu também, vou tomar de você”. Foi exatamente isto que fizeram empregando toda força necessária para tal, agindo com violência e sem compaixão ou piedade.
·        Não é difícil encontrar pessoas que vivem e agem assim. Não se importam o quanto custou, quanto tempo demorou, o que os outros tiveram que sacrificar para conseguir chegar onde estão ou possuir o que têm. Elas simplesmente se acham no direito ter algo que não é seu.
·        Esse comportamento afeta as relações de trabalho – patrões e empregados; as relações familiares – entre cônjuges, pais e filhos; as relações sociais – entre vizinhos; até as relações espirituais – entre líderes e liderados ou mesmo entre os irmãos da igreja.

3. O EGOÍSMO PREDOMINA SOBRE O AMOR
·        Menos pior, mas não por isso aprovável, foi a atitude dos religiosos, que ao ver seu compatriota simplesmente o ignoraram, estando eles mais preocupados consigo mesmos do que com o homem ferido no caminho.
·        O pensamento dos religiosos se resume em: “O que é meu é só meu, não preciso dividir com você”. Mesmo que estivessem cansados depois de trabalhar no templo, o dever de ajudar seu semelhante era justo e devido. Mas num gesto de egoísmo, eles não se deram ao luxo de parar e dividir com o homem ferido o que tinham.
·        Este egoísmo tem se alastrado cada vez mais entre as pessoas, dentro da Igreja, nas famílias, nos círculos de relacionamento. Vivemos dias de intensa separação e afastamento entre aqueles que deveriam andar juntos e compartilhando, mesmo o pouco que têm (Atos 2.42,44-46; 4.32-35).
·        O contrario de egoísmo é o altruísmo – o pensar no bem estar do outro. A igreja e os discípulos de Jesus precisam desenvolver este tipo de atitudes e de sentimentos para que ela possa alcançar aqueles que foram esquecidos e estão desprezados, sem esperança, sem Deus no mundo.

4. O AMOR VENCENDO O EGOÍSMO
·        Na contramão da atitude dos salteadores e dos religiosos, vemos como aquele samaritano desprezado agiu em favor do homem ferido. Seu pensamento era: “o que é meu não é só meu, posso dividir com você”. Por isso ele interrompe sua viagem para cuidar do homem.
·        Este viajante não se importou em dividir seu azeite e vinho, nem em compartilhar seu animal, e muito menos em gastar seu dinheiro com alguém que nem ao menos sabia quem era, um completo desconhecido. Mas foi este gesto que Jesus aprovou e elogiou.
·        Tudo aquilo que acumulamos, desde figurinhas até riquezas, ficará para outra pessoa após a morte, e muito provavelmente não usufruiremos de tudo o que acumulamos. Mas os tesouros eternos jamais perdem seu valor. Nunca podem ser destruídos ou roubados.
·        É fácil se deixar levar pelas coisas terrenas, mas quando escolhemos seguir a Jesus, nossa alegria está poder dividir, mesmo que seja o pouco que temos, com quem tem menos ainda. O amor nos leva a dividir, já o egoísmo nos motiva a acumular sem necessidade.

CONCLUSÃO:
·        Através deste texto Jesus nos convida a refletir sobre nossos valores, nossas intenções, nossas motivações. Quantas vezes queremos agradar a Deus, mas não sabemos se estamos fazendo como ele quer que seja feito.
·        Todos os dias somos levados a pensarmos exclusivamente em nós, nas nossas necessidades, em como suprir aquilo que não temos, e assim nos tornamos egoístas e mesquinhos.
·        Estamos nos aproximando das celebrações natalinas, neste tempo as pessoas se tornam mais amorosas, mais bondosas, mais solidárias, passam a fazer aquilo que não fizeram o ano todo.

·        Mas o verdadeiro discípulo de Jesus vive todos os dias os princípios do evangelho e assim compartilha da graça, bondade e misericórdia em todo tempo.

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