Texto: João 6.1-15
Tema: O Milagre da Fartura
Introdução:
·
Os
três primeiros milagres apontam para Jesus como o Salvador esperado, que era
Deus – transforma água em vinho, cura a distância e com uma só palavra. Esses
sinais têm o propósito de apontar para a divindade de Cristo, para o Messias, o
Salvador; e também para estabelecer a natureza da fé genuína.
·
Jesus
veio atender as necessidades dos homens: realizar uma transformação; trazer
vida verdadeira e salvar a humanidade da miséria. Assim Deus nos ama, tem
compaixão e veio ao nosso encontro.
·
Os
milagres apontavam para pessoa de Jesus, quem ele era e o seu relacionamento
com Deus, sua missão para com o mundo e sua compaixão pelos homens. Era o Jesus
agindo com misericórdia e graça diante de pessoas pecadoras e escravas do
pecado.
·
Este
quarto milagre não é exclusivo em João, pelo contrário, todos os evangelistas o
registram. Os sinópticos focam o milagre em si como uma forma de saciar a fome
da multidão após um longo dia ouvindo os ensinamentos e sendo curados por
Jesus.
·
João
já descreve esta multiplicação como sendo um “Sinal”: um evento que aponta para
uma realidade além dEle, neste caso, apresentar Jesus como o pão da vida
(v.25-59), capaz de alimentar a alma faminta das multidões sem precisar gastar
uma moeda se quer.
1. O ALVO E OBJETIVO
DO MILAGRE – v.1-4
·
Devemos
observar nos milagres quem foi o beneficiado e qual era a intenção de Jesus em
realizá-lo:
o
Na
transformação da água em vinho, os beneficiados foram os noivos, e o objetivo
era se revelar como Deus aos discípulos (João 1.11).
o
Na
cura do filho do oficial, o beneficiado foi o rapaz, e o objetivo era despertar
a fé Genuína no pai e na família.
o
Na
cura do doente no tanque de Betesda, o beneficiado foi o próprio doente, e o
objetivo era demonstrar compaixão e graça pela humanidade toda.
·
Neste
quarto milagre, todos que estavam ali foram beneficiados, e o objetivo de Jesus
era se apresentar como o pão da vida que desceu do céu para dar vida eterna.
·
Muito
provavelmente esta multidão era de peregrinos que estavam indo para Jerusalém
celebrar a Páscoa (v.4), pois as cidades de Betsaida e Tiberíades eram pequenas
(2 mil habitantes). Eram religiosos que em obediência a Lei de Moisés deviam ir
à Jerusalém celebrar uma das três festas mais importantes (Páscoa,
Tabernáculos, Pentecostes).
·
Hoje
uma multidão e religiosos está peregrinando pelas ruas, estradas rios com
propósito de cumprir seus ritos e costumes religiosos vazios e sem vida. Uma multidão
que adora com os lábios, mas o coração está longe do Senhor.
·
Precisamos
apresentar Jesus, o pão da vida, para estes peregrinos famintos que estão em
busca de migalhas. Precisamos fazê-los assentar aos pés de Jesus para serem
alimentados. Só assim irão deixar de ser peregrinos e se firmarão na fé que
salva e transforma.
2. DE QUEM ESPERAMOS
O MILAGRE – v.5-7
·
Jesus
indaga Filipe (que era de Betsaida) onde iriam comprar comida para toda a
multidão? Felipe não entende o que Jesus queria dizer com a pergunta, então ele
faz um cálculo e diz que iam precisar de 200 moedas de prata para comprar tanto
pães.
·
Filipe
examina o problema da perspectiva humana (vamos precisar de 200 moedas), quando
diante dele está o criador dos céus e da terra.
·
Essa
reação ilustra a nossa atitude diante das dificuldades e problemas, pois
buscamos analisar de forma humana, deixando de lado a outra dimensão: a
intervenção e o poder de Deus. Deus se importa e quer nos ajudar a resolver
nossos problemas.
·
Nós,
diferente de Filipe, devemos focar nossa fé na pessoa e no poder de Jesus,
descansando e dependendo dEle, que é poderoso para fazer infinitamente mais dos
que pedimos ou pensamos.
·
Devemos
ser como André, que também era da região, que vai a Jesus e diz que havia ali 5
pães e dois peixes, e mesmo reconhecendo que era tão pouco, confia no poder de
Jesus para, a partir daquele pouco, trazer fartura para toda aquela multidão.
3. A MATÉRIA PARA O
MILAGRE – v.8-9
·
Joao
é o único evangelista a registrar que os cinco pães e os dois peixes pertenciam
ao menino que, muito provavelmente, era um dos peregrinos que iam para
Jerusalém, lanche esse que seria suficiente apenas para ele e por um dia.
·
Estes
pães eram de sevada, eram finos e cozidos sobre uma grelha ou pedras, este era
o pão dos pobres, já que os ricos comiam pão de trigo. Ele tinha também os
peixes, que deveriam ser em conserva, devido à distância da viagem, bem
salgados para dar sabor ao pão.
·
Mesmo
sendo 5 pães, não era muito, pois dependendo da pessoa, podia comer até uns 8
daqueles pães de forma redonda e achatada, quase como o pão árabe que é comum
aqui na nossa cidade.
·
Para
Jesus fazer o milagre acontecer não é necessário elementos especiais e nem
quantidade abundante. É justamente do pouco e sem valor que ele supre em abundância
e com qualidade. De uma vida toda destruída, Ele transforma em vida abundante
(João 10.10).
·
O
que Jesus precisa é de uma entrega total. Não foi fácil para o menino abrir mão
da sua refeição, mas ele o fez porque sabia que seria entregue para Jesus. Não
tenhamos medos ou dúvidas em entregar tudo para Jesus, Ele vai fazer o melhor
para nós.
4. COMO ACONTECEU O
MILAGRE – v.10-12
·
Não
devemos imaginar que uma grande montanha de pão e de peixe surgiu, ou que
começou a chover comida sobre as pessoas (com no filme tá chovendo hambúrguer).
O Milagre vai acontecendo a cada passo de fé dos discípulos.
·
Jesus
pega aqueles pães e peixes e depois de orar a Deus, começa a repartir e
entregar aos discípulos para que eles distribuíssem às pessoas que estavam
sentadas em grupo de 50 ou 100. O milagre acontece repetidamente em cada pedaço
que era repartido para ser distribuído.
·
O
milagre se repetia enquanto havia pessoas com fome, ou seja, enquanto havia a
necessidade. Para a viúva de Sarepta (1
Reis 17.8-16) o milagre começou quando ele fez o pão para Elias, pois a partir
de então, o último punhado de farinha e o pouco de azeite nunca acabaram.
·
Para
o milagre acontecer basta nos entregar a Jesus. Quando entregamos, já não é
mais nosso, é dEle, e por ele ser generoso, vai proporcionar o melhor para nós,
a cada momento, a cada dia, em cada situação, provando nossa fé o provendo o
“pão de cada dia”.
5. A ABUNDÂNCIA DO
MILAGRE – v.13
·
O
texto fala que eram 5 mil homens, Mateus acrescenta que haviam mulheres e
crianças, as estimativas são entre 10 e 20 mil pessoas. Todos comem o
suficiente a ponto de sobrar, então Jesus manda os discípulos recolher os
pedaços que não foram comidos.
·
Ao
todo sobraram 12 cestos cheios, levantando muitas especulações sobre o número
12. Mas o fato é simples, eram doze discípulos, cada um saiu com um sexto, logo
os doze ficaram cheios. Se fossem mais discípulos, creio que mais cestos
estariam cheios, como aconteceu com a viúva que pegou vasilhas para encher de
azeite.
·
Filipe
tentou calcular quanto seria gasto para te um pedaço para cada pessoa, mas
todos comeram até se fartar e ainda sobrou. Quando o Senhor dá, ele não é
mesquinho, Ele dá com abundância, mas não há desperdício.
·
Não
importa o quanta graça Ele distribuiu, sempre há o suficiente para dar mais;
Ele nunca fia mais pobre por sua generosidade. No final sobrou mais comida que
tinham. Assim quanto mais generosos formos, mais ricos seremos (Pv. 11.24).
CONCLUSÃO:
·
A
multidão queria tornar Jesus seu rei, mas Ele se retira para o monte, pois não O
estavam olhando com os olhos da fé, mas com os olhos naturais.
·
Jesus
não aceita glória humana, pois seu reino é espiritual, o Reino dos Céus, o
Reino de Deus. Não se deixa levar por anseios de quem não tinha entendido que Ele
era um libertados espiritual, que iria quebrar o jugo da culpa, do pecado e da
morte.
·
Quando
o milagre não surte em nós o efeito pretendido ou se não reconhecemos Jesus
como o Filho de Deus, o Messias, o Salvador espiritual, Ele segue sua missão.
·
Jesus
é Deus, tem poder sobre o mundo que ele criou, sobre as leis que determinou,
que pode do nada fazer surgir todas as coisas.
·
Jesus
satisfaz nossas necessidades materiais, mas quer também suprir as necessidades
espirituais. Além de dar o pão de cada dia, Ele é o pão de cada dia, muito mais
importante.

Nenhum comentário:
Postar um comentário