17 de out. de 2017

O Milagre da Fartura


Texto: João 6.1-15
Tema: O Milagre da Fartura

Introdução:
·         Os três primeiros milagres apontam para Jesus como o Salvador esperado, que era Deus – transforma água em vinho, cura a distância e com uma só palavra. Esses sinais têm o propósito de apontar para a divindade de Cristo, para o Messias, o Salvador; e também para estabelecer a natureza da fé genuína.
·         Jesus veio atender as necessidades dos homens: realizar uma transformação; trazer vida verdadeira e salvar a humanidade da miséria. Assim Deus nos ama, tem compaixão e veio ao nosso encontro.
·         Os milagres apontavam para pessoa de Jesus, quem ele era e o seu relacionamento com Deus, sua missão para com o mundo e sua compaixão pelos homens. Era o Jesus agindo com misericórdia e graça diante de pessoas pecadoras e escravas do pecado.

·         Este quarto milagre não é exclusivo em João, pelo contrário, todos os evangelistas o registram. Os sinópticos focam o milagre em si como uma forma de saciar a fome da multidão após um longo dia ouvindo os ensinamentos e sendo curados por Jesus.
·         João já descreve esta multiplicação como sendo um “Sinal”: um evento que aponta para uma realidade além dEle, neste caso, apresentar Jesus como o pão da vida (v.25-59), capaz de alimentar a alma faminta das multidões sem precisar gastar uma moeda se quer.

1. O ALVO E OBJETIVO DO MILAGRE – v.1-4
·         Devemos observar nos milagres quem foi o beneficiado e qual era a intenção de Jesus em realizá-lo:
o   Na transformação da água em vinho, os beneficiados foram os noivos, e o objetivo era se revelar como Deus aos discípulos (João 1.11).
o   Na cura do filho do oficial, o beneficiado foi o rapaz, e o objetivo era despertar a fé Genuína no pai e na família.
o   Na cura do doente no tanque de Betesda, o beneficiado foi o próprio doente, e o objetivo era demonstrar compaixão e graça pela humanidade toda.
·         Neste quarto milagre, todos que estavam ali foram beneficiados, e o objetivo de Jesus era se apresentar como o pão da vida que desceu do céu para dar vida eterna.
·         Muito provavelmente esta multidão era de peregrinos que estavam indo para Jerusalém celebrar a Páscoa (v.4), pois as cidades de Betsaida e Tiberíades eram pequenas (2 mil habitantes). Eram religiosos que em obediência a Lei de Moisés deviam ir à Jerusalém celebrar uma das três festas mais importantes (Páscoa, Tabernáculos, Pentecostes).
·         Hoje uma multidão e religiosos está peregrinando pelas ruas, estradas rios com propósito de cumprir seus ritos e costumes religiosos vazios e sem vida. Uma multidão que adora com os lábios, mas o coração está longe do Senhor.
·         Precisamos apresentar Jesus, o pão da vida, para estes peregrinos famintos que estão em busca de migalhas. Precisamos fazê-los assentar aos pés de Jesus para serem alimentados. Só assim irão deixar de ser peregrinos e se firmarão na fé que salva e transforma.

2. DE QUEM ESPERAMOS O MILAGRE – v.5-7
·         Jesus indaga Filipe (que era de Betsaida) onde iriam comprar comida para toda a multidão? Felipe não entende o que Jesus queria dizer com a pergunta, então ele faz um cálculo e diz que iam precisar de 200 moedas de prata para comprar tanto pães.
·         Filipe examina o problema da perspectiva humana (vamos precisar de 200 moedas), quando diante dele está o criador dos céus e da terra.
·         Essa reação ilustra a nossa atitude diante das dificuldades e problemas, pois buscamos analisar de forma humana, deixando de lado a outra dimensão: a intervenção e o poder de Deus. Deus se importa e quer nos ajudar a resolver nossos problemas.
·         Nós, diferente de Filipe, devemos focar nossa fé na pessoa e no poder de Jesus, descansando e dependendo dEle, que é poderoso para fazer infinitamente mais dos que pedimos ou pensamos.
·         Devemos ser como André, que também era da região, que vai a Jesus e diz que havia ali 5 pães e dois peixes, e mesmo reconhecendo que era tão pouco, confia no poder de Jesus para, a partir daquele pouco, trazer fartura para toda aquela multidão.

3. A MATÉRIA PARA O MILAGRE – v.8-9
·         Joao é o único evangelista a registrar que os cinco pães e os dois peixes pertenciam ao menino que, muito provavelmente, era um dos peregrinos que iam para Jerusalém, lanche esse que seria suficiente apenas para ele e por um dia.
·         Estes pães eram de sevada, eram finos e cozidos sobre uma grelha ou pedras, este era o pão dos pobres, já que os ricos comiam pão de trigo. Ele tinha também os peixes, que deveriam ser em conserva, devido à distância da viagem, bem salgados para dar sabor ao pão.
·         Mesmo sendo 5 pães, não era muito, pois dependendo da pessoa, podia comer até uns 8 daqueles pães de forma redonda e achatada, quase como o pão árabe que é comum aqui na nossa cidade.
·         Para Jesus fazer o milagre acontecer não é necessário elementos especiais e nem quantidade abundante. É justamente do pouco e sem valor que ele supre em abundância e com qualidade. De uma vida toda destruída, Ele transforma em vida abundante (João 10.10).
·         O que Jesus precisa é de uma entrega total. Não foi fácil para o menino abrir mão da sua refeição, mas ele o fez porque sabia que seria entregue para Jesus. Não tenhamos medos ou dúvidas em entregar tudo para Jesus, Ele vai fazer o melhor para nós.

4. COMO ACONTECEU O MILAGRE – v.10-12
·         Não devemos imaginar que uma grande montanha de pão e de peixe surgiu, ou que começou a chover comida sobre as pessoas (com no filme tá chovendo hambúrguer). O Milagre vai acontecendo a cada passo de fé dos discípulos.
·         Jesus pega aqueles pães e peixes e depois de orar a Deus, começa a repartir e entregar aos discípulos para que eles distribuíssem às pessoas que estavam sentadas em grupo de 50 ou 100. O milagre acontece repetidamente em cada pedaço que era repartido para ser distribuído.
·         O milagre se repetia enquanto havia pessoas com fome, ou seja, enquanto havia a necessidade.  Para a viúva de Sarepta (1 Reis 17.8-16) o milagre começou quando ele fez o pão para Elias, pois a partir de então, o último punhado de farinha e o pouco de azeite nunca acabaram.
·         Para o milagre acontecer basta nos entregar a Jesus. Quando entregamos, já não é mais nosso, é dEle, e por ele ser generoso, vai proporcionar o melhor para nós, a cada momento, a cada dia, em cada situação, provando nossa fé o provendo o “pão de cada dia”.

5. A ABUNDÂNCIA DO MILAGRE – v.13
·         O texto fala que eram 5 mil homens, Mateus acrescenta que haviam mulheres e crianças, as estimativas são entre 10 e 20 mil pessoas. Todos comem o suficiente a ponto de sobrar, então Jesus manda os discípulos recolher os pedaços que não foram comidos.
·         Ao todo sobraram 12 cestos cheios, levantando muitas especulações sobre o número 12. Mas o fato é simples, eram doze discípulos, cada um saiu com um sexto, logo os doze ficaram cheios. Se fossem mais discípulos, creio que mais cestos estariam cheios, como aconteceu com a viúva que pegou vasilhas para encher de azeite.
·         Filipe tentou calcular quanto seria gasto para te um pedaço para cada pessoa, mas todos comeram até se fartar e ainda sobrou. Quando o Senhor dá, ele não é mesquinho, Ele dá com abundância, mas não há desperdício.
·         Não importa o quanta graça Ele distribuiu, sempre há o suficiente para dar mais; Ele nunca fia mais pobre por sua generosidade. No final sobrou mais comida que tinham. Assim quanto mais generosos formos, mais ricos seremos (Pv. 11.24).

CONCLUSÃO:
·         A multidão queria tornar Jesus seu rei, mas Ele se retira para o monte, pois não O estavam olhando com os olhos da fé, mas com os olhos naturais.
·         Jesus não aceita glória humana, pois seu reino é espiritual, o Reino dos Céus, o Reino de Deus. Não se deixa levar por anseios de quem não tinha entendido que Ele era um libertados espiritual, que iria quebrar o jugo da culpa, do pecado e da morte.
·         Quando o milagre não surte em nós o efeito pretendido ou se não reconhecemos Jesus como o Filho de Deus, o Messias, o Salvador espiritual, Ele segue sua missão.
·         Jesus é Deus, tem poder sobre o mundo que ele criou, sobre as leis que determinou, que pode do nada fazer surgir todas as coisas.

·         Jesus satisfaz nossas necessidades materiais, mas quer também suprir as necessidades espirituais. Além de dar o pão de cada dia, Ele é o pão de cada dia, muito mais importante.

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