Texto: João 5.1-9
Tema: O Milagre
da Dignidade Restaurada
Introdução:
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Este é o terceiro milagre registrado por João,
sendo também este exclusivo assim como o Milagre da Transformação (água
transformada em vinho) e o Milagre da Fé Genuína (cura do filho do oficial de
Herodes), estes dois foram realizados em Caná, região da Galileia.
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Este é o único milagre em que a iniciativa é
tomada por Jesus, é realizado em Jerusalém durante uma das três festas anuais
dos judeus (Páscoa, Pentecostes e Tabernáculos), todo judeu deveria ir a
Jerusalém uma vez ao ano para uma destas três festas. A festa em questão seria
a dos Tabernáculos.
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Jesus cura um homem que há 38 anos estava doente
(não era necessariamente aleijado ou paralítico), sem solução diante dos
recursos humanos disponíveis que não puderam ajudá-lo. Nem mesmo a tal fonte
milagrosa pode curá-lo de um mal que pode ter sido oriundo da sua juventude
(v.14).
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Este homem se tornou uma figura da humanidade
desesperada e impotente, enferma por causa do pecado, e que experimenta todos
os métodos para aliviar a sua condição, sem o menor resultado. Há quem o
identifique com a nação de Israel, que vaga 38 anos pelo devido ao pecado de
rebeldia.
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Neste homem está ilustrada a ingratidão e
traição de muitos que são abençoados por Jesus. Ele sai sem procurar saber quem
o curou; ao saber que era Jesus, vai e delata Jesus aos líderes judeus. A dignidade
humana precisa ser restaurada completamente, não somente ter suas dores
saradas.
1. O MILAGRE FOI INICIATIVA
DE JESUS – v.1-6a
INICIATIVA DIVINA –
CRISTO VIU O PARALÍTICO
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Este homem estava enfermo/doente há 38 anos, só
se sabe isto acerca dele. Havia limitações, havia a necessidade, havia
frustração por não poder chegar primeiro no tanque. Não podemos ficar centrados
em nós mesmos lamentando nosso estado de miséria sem reagir para mudá-lo.
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Este homem reclama, ressentido, amargurado e se
queixando que estava abandonado; que ninguém o ajudava e nem o respeita. Para
ele, a condição dele a mais grave do que a condição dos outros, por isso ele se
achava no direito de ser curado.
·
A cura divina acontece em três circunstancias:
o
A partir da fé daquele que está sendo curado (Mt
9.27-29);
o
A partir da fé de outra pessoa em prol do
sofredor (Mt 8.5-10);
o
A partir da fé daquele que está ministrando a
cura (1Co 12.9).
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Mas aquele dia foi diferente, Jesus foi ao seu
encontro, ele não precisou se mover, sua condição de vida despertou a compaixão
do Filho de Deus que o ajudou a sair daquela condição. Jesus o curou sem ele
pedir, sem ele o conhecer ou crer no seu poder ou sua pessoa.
·
Nunca devemos perder a esperança de que o momento
de Deus agir em nosso favor logo chegue. Quanto tempo temos esperado do Senhor
a cura, a libertação, a salvação dos nossos ente queridos ou até mesmo para nós
mesmos?
2. O MILAGRE FOI PELA
GRAÇA E MISERICÓRDIA – v.6b-8
COOPERAÇÃO E
MOTIVAÇÃO – JESUS INDAGA E ORDENA
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A pergunta v.6 não foi ofensiva, mas tinha
intenção de provar as intenções do homem. O que o levaria ao tanque que cura
senão receber a cura? Seria ele um homem prolixo, que apesar de sua condição de
miséria, não queria realmente sair daquele estado tendo a doença como refúgio?
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A pergunta é um chamado à fé: no seu estado de
miséria devia confiar em Deus, ele tem poder para ajudar. Justamente na “casa de
misericórdia” era onde se via tanta falta de amor e tanto egoísmo Jesus realiza
um ato de ajuda pessoal.
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Em linhas gerais, Jesus curou em resposta à fé
das pessoas. Neste caso, Ele não exigiu nenhuma fé: o homem foi curado
exclusivamente mediante a palavra de Jesus. Ainda hoje a graça e misericórdia
podem ser derramadas sobre pessoas segundo o propósito de Deus, mesmo elas não
demonstrando fé em Cristo.
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João não relata os motivos pelos quais Jesus
decide ir pela “porta das ovelhas” e procurar este “local de sofrimento” à
beira do “tanque de misericórdia”. Contudo este é o resumo do ministério de
Jesus marcado por uma atração pela miséria das pessoas, fazendo convergir a
Cristo toda miséria humana.
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Jesus não procura os sãos, os fortes e justos,
mas os doentes, os cativos, os pecadores. Ele vê aquilo que ninguém viu no meio
de tanta miséria, vê a pessoa, o ser humano, a criatura à sua imagem numa
condição deplorável e pergunta se ele quer mudar aquela condição.
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Na ordem dada Jesus está a prova da fé do homem
e a cura acontece não por um processo, mas de forma instantânea que envolve a
pessoa toda com espírito, alma e corpo como resposta à palavra ouvida.
3. O MILAGRE RESTAUROU
A DIGNIDADE DO HOMEM – v.9
COMPAIXÃO DIVINA –
JESUS SABIA
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Neste caso o homem estava enfermo há 38 anos,
ele não era paralítico de nascimento, aguardava sobre seu leito (uma manta
grossa de lã com a qual ele se aquecia a noite), à beira do tanque chamado
Betesda (casa da misericórdia) para se arrastar e entrar na água.
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Esta cena retrata a miséria e a impotência da
humanidade que está cega, coxa e enferma espiritualmente por seus pecados ao
redor de um poço de falsas esperanças acreditando em superstição e misticismos
para ser curada ou abençoada.
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O Deus misericordioso na pessoa de Cristo vai ao
encontro desta humanidade e tomando a iniciativa, promove o milagre,
restaurando a saúde espiritual, podendo esta se levantar, pegar o que lhe
pertence e andar, dando início a uma nova vida e podendo testemunhar aos demais.
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Diante das expectativas humanas, Deus age de
maneira sobrenatural para demonstrar que Ele tem todo poder e autoridade. Jesus
é maior que o suposto anjo que movia a água. Sua capacidade de cura é infinita
se comparada ao tanque que curava apenas uma pessoa. Sua atuação é espontânea,
não com tempo e espação determinados para acontecer.
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Os milagres são uma maneira de Deus formar o
caráter de Jesus em nossas vidas, restaurando nossa dignidade. Jesus nos mostra
neste Milagre que Ele é o Senhor das situações, ele age independente de nós,
pois é Senhor e soberano sobre todas as coisas.
CONCLUSÃO:
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Vemos hoje uma humanidade enferma fazendo filas
enormes ao redor de pseudos tanques que estão sendo agitados, não por anjos,
mas por muitos que se intitulam auxiliares de Deus.
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Os modernos tanques de betesda ou santuários de
curas têm atraído muitas pessoas que trocam a fé em Jesus por uma fé no “homem
de Deus” que se autoproclama mediador entre Deus e o doente.
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Esta fé cega em busca do milagre como fim em si
mesmo, tem deixado muitos de fora do verdadeiro templo de adoração, que não é
físico, mas espiritual.
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A humanidade precisa da manifestação de Jesus
para restaurar a dignidade física, emocional e espiritual que está doente pela
atuação do pecado.

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