Texto: Gênesis 4.1-8
Tema: A Maldade Procede do
Coração
Introdução:
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Vivemos dias violentos, roubos, assaltos, homicídios, chacinas, etc.,
clima é de insegurança. Vivemos inseguros dentro e fora de casa em qualquer
período do dia. Diante disso nos protegemos com esquemas de segurança, mas que
não são eficientes para nos proteger.
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Isso que vivemos hoje é consequência de séculos de depravação do homem
por conta da destruição dos seus conceitos morais, familiares e espirituais.
Hoje nós somos vitimas de uma escola feita a milhares de anos por Caim, que
inaugurou várias realidades para a humanidade caída.
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Caim foi o primeiro filho, o primeiro ser humano a ter umbigo, o
primeiro lavrador, o primeiro a ter uma oferta rejeitada, o primeiro homicida, o
primeiro a fundar uma geração má e que vivia longe do Senhor, o primeiro a
inaugurar um completo afastamento do Senhor e voltado para o mal.
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Ele foi o primeiro pois, a partir dele, este modo de vida só se
potencializou. Apesar de que o pecado entrou na humanidade através de seus
pais, não podemos dizer que ele é refém disto, pois tanto Abel quanto Sete não
seguiram o mesmo caminho que ele. Por isso, ele se tornou o que foi mais por
questões de escolhas do que por questões de geração.
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"Não são as circunstâncias que mudam as pessoas, mas sim o que
elas têm dentro delas", pois a mesma água quente que amolece a batata,
endurece o ovo. Quando permitimos que sentimentos, pensamentos, desejos
malignos habitem e dominem nosso coração, é como se o pecado estivesse sendo
gestado, e não vai tardar para dar à luz ás obras malignas.
1. DESAJUSTES FAMILIARES (v.1,2a)
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Sabemos que família é a base da sociedade, se temos famílias saudáveis
e equilibradas, que vivem os princípios éticos e morais, que respeitem o próximo,
vivam de maneira ordeira, honrada e honesta, teremos a partir dessas famílias
uma sociedade mais justa, mais ordeira e menos violenta.
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Infelizmente hoje os desmando e desajustes familiares tem refletido
diretamente no comportamento e conduta de crianças, adolescentes e jovens. A
falta da presença e da autoridade dos pais tem resultado numa geração sem
limites e sem noção das consequências de seus atos.
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Podemos deduzir que muitos jovens e adultos que estão seguindo caminhos
errados, são, na verdade, vítimas de um esfacelamentos da família e dos
princípios bíblicos que norteiam os lares de tal forma que, esta geração, está
fadada ao fracasso, superlotando presídios e cadeias.
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Mas se olharmos para Caim, não podemos justificar seus erros atribuindo
a eles este desajuste familiar. Apesar de seus pais serem pecadores, o que o
texto nos aponta é que ele teve uma boa criação e base familiar. Além do mais,
podemos deduzir que ele recebeu a mesma criação de Abel.
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Logo tanto Caim quanto Abel, tiveram os mesmos pais, moraram na mesma
casa, dividiam o mesmo quarto, comiam da mesma comida, usavam as mesmas roupas,
enfim, ambos tiveram a mesma base familiar, mas Caim se tornou um homicida e
Abel uma espécie de mártir.
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Se o desajuste familiar tivesse sido a causa de Caim ele teria um
atenuante na sua conduta. Ainda hoje vemos filhos criados de maneira igual, mas
que optaram por caminhos diferentes. Alguns de boas famílias se perderam, outro
sem família, são cidadãos de bem e vivem honestamente.
2. FALTA DE OPORTUNIDADE
PROFISSIONAL (v.2b-)
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Sabemos que mundo está em crise econômica, a falta de oportunidade de
trabalho, o fechamento de indústrias torna o desemprego é uma ameaça real, o
endividamento familiar é outra realidade. Hoje a maioria ganha menos que o suficiente
para se manter, e cada vez está mais difícil fazer isso.
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Diante deste quadro econômico, e com a falta de motivação ou vontade de
trabalhar arduamente, muitos têm optado por caminhos mais “fáceis” para
conseguir seu sustento financeiro, e assim prover moradia, educação, saúde para
si e para sua família. Mas isso tem sido uma armadilha.
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Muitos que estão no submundo do crime, tirando vidas para garantir seu
sustento, de fato não tiveram oportunidade de estudo nem de emprego, seja pela
raça, cor ou condição social. Assim se consideram vítimas do sistema econômico
e político opressor e injusto.
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Mas não é o caso de Caim, ele teve uma profissão, era agricultor,
tirava da terra seu sustento, o seu trabalho era sua fonte de renda, assim como
para Abel que era pastor de ovelhas, tinha nos rebanhos seu sustento e sua
profissão. Embora um pouco diferentes, mas justas e suficientes.
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Podemos então deduzir que os dois irmãos tiveram as mesmas
oportunidades econômicas e profissional, ambos tinham uma fonte honesta e
segura para seu sustento, logo Caim não precisava tirar a vida do irmão, para
quem sabe, ficar com seu rebanho e seus bens.
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Se a falta de oportunidade econômica e profissional tivesse sido a
causa das ações de Caim, poderíamos “compreender” o que fez. Da mesma forma
hoje vemos pessoas abastadas financeiramente cometendo crimes para ter ainda
mais, da mesma forma que pessoas com poucas condições, vivem bem e satisfeitas
com o pouco, sem precisar roubar os outros.
3. FALTA DE INSTRUÇÃO
ESPIRITUAL (v.3-5a)
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Desde a tenra idade os pais devem começar a formar os bons hábitos
espirituais que durarão para toda vida, o valor da oração e da gratidão são
valiosos e podem durar a vida toda. É tarefa dos pais ensinar a confiança e o
viver para agradar o Senhor, pois o caráter dos filhos amanhã depende do que o
pai coloca em seus corações hoje.
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Vivemos hoje uma crise espiritual na sociedade e até mesmo nos lares
que se declaram cristãos. A falta de vivencia dos princípios espirituais pelos
pais tem gerado confusão nos filhos, pois em muitos casos, pior que não ensinar
o Evangelho, é a cobrança daquilo que os pais não vivem ou praticam.
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Podemos constatar que muitos que estão cometendo violência e vivem na
criminalidade não tiveram uma boa formação espiritual em casa por parte de seus
pais. Logo, se uma pessoa não conhece e se submete aos princípios do Evangelho,
poderá agir de forma que não se importe com o semelhante, pois não nele um
temor de Deus que se freie em seus intentos violentos ou malignos.
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A falta de instrução espiritual não foi o motivo das escolhas de Caim.
O texto aponta que ele e Abel tinham, pelo menos, um conhecimento e uma devoção
ao Senhor, pois ambos levaram uma oferta. Ninguém oferece algo para quem não
conheça ou creia, mesmo que seja falho e insuficiente este conhecimento. Logo
podemos deduzir que Caim conhecia algo sobre o Senhor.
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Diante disso podemos afirmar que a falta de instrução espiritual não é
a causa de pessoas trilharem caminhos errados. São inúmeros os casos de
conhecedores do Evangelho que ignoram seus princípios e agem como se não os
conhecesse. Uma grande parcela dos presos hoje se denominam desviados (tendo
sido líderes inclusive), ex-crentes, filhos de pais crentes.
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Se a instrução espiritual sobre Deus fosse totalmente eficaz, não teríamos
pessoas que se denominam ateus ou não praticantes com uma conduta social, com
princípios éticos e morais muito superiores que alguns que se denominam
“evangélicos”, que deveriam fazer a diferença.
4. GUARDAR SENTIMENTOS MAUS
NO CORAÇÃO (v.5b-7)
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Chegamos ao ponto de identificar o que de fato levou Caim a se tornar o
que foi, já que a causas principais não foram as apresentada acima. Todas elas
podem sim hoje influenciar as escolhas e decisões erradas, mas em relação a
Caim, foi por aquilo de ruim que ele guardou no coração.
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O final o verso 5 revela que Caim “ficou
furioso e fechou a cara”, no verso 6 lemos que ele “está com raiva... carrancudo” e no verso 7 que se ele “tivesse feito o que é certo... mas agiu mal”.
Aqui está a causa do fracasso de Caim, ele permitiu que estes sentimentos
destrutivos habitassem seu coração.
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A consequência disso foi a tentação: “o pecado está na porta, à sua espera. Ele quer dominá-lo”. Deus na
sua graça alerta Caim que os maus sentimentos guardados iriam destruí-lo, caso
ele os mantivesse em seu coração, mas que ele poderia mudar aquela situação “você precisa vencê-lo”.
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O final da história nos revela que Caim não soube ou não quis atender o
alerta de Deus. Ele manteve os sentimentos no coração e de forma premeditada,
fria e calculista ele levou a cabo os intentos do seu coração “vamos ao
campo...” (v.8), em lugar de dominar ele foi vencido pelo mau e pelo pecado.
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Esta não é só a triste realidade de Caim, mas de muitos nos dias de
hoje. Aquilo que ele inaugurou só vem se agravando até os dias atuais. Quantas
barbáries são cometidas, por as pessoas não saber dominar seus impulsos para ao
mal. O ser humano acabará se autodestruindo.
CONCLUSÃO:
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Pelo exposto acima concluímos que a maldade de Caim não veio de fatores
externos como desajuste familiar; falta de oportunidade profissional e ausência
de uma consciência religiosa.
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Ele se tornou mau porque não soube administrar impulsos internos que
permearam seu coração e porque não soube freá-los, inaugurou uma sociedade má,
cruel, desequilibrada e violenta.
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Não podemos ignorar o que guardamos em nosso coração: fúria, rancor,
raiva, ressentimento, inveja, desejo de vingança, etc. Quando nos damos conta,
eles nos dominam e transformam.
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Lembremos do conselho de Jesus: “Porque do coração é que procedem os
maus intentos, homicídios, adultérios, imoralidades, roubos, falsos
testemunhos, calúnias, blasfêmias. Essas coisas corrompem o indivíduo” (Mt
15.19-20)
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Queridos, tudo o que devemos guardar, guardemos o nosso coração: “Sobre
tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as
fontes da vida.” (Pv 4.23).
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