Tema: Contraste: Felicidade
e Infelicidade do Discípulo
Introdução:
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No último domingo reforçamos o conceito de uma entrega total
por parte do discípulo em seu relacionamento com Deus, entrega que deve permear
cada área de sua vida. “O Senhor requer
de nós a totalidade, pois até que entreguemos tudo, não temos entregado nada”.
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Hoje vamos falar sobre o paradoxo da felicidade do
discípulo, tendo como pano de fundo os conceitos expressos por Jesus conhecidos
como as “bem-aventuranças” (Mt 5.1-12). Lucas é mais objetivo nas citações
contraditórias sobre esse paralelo de felicidade e infelicidade.
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Jesus está falando aos seus discípulos que eles – e hoje
nós, a Igreja – são a luz do mundo (Mt 5.13,14), eles que fazem parte de uma
multidão de miseráveis, pessoas oprimidas pelos poderes dos impérios humanos,
por isso choram, clamam por justiça, misericórdia e paz.
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A perseguição que eles sofrem é justamente por causa da
justiça, pra eles o Reino de Deus é anunciado, e quando esta multidão de miseráveis
recebe o reino de Deus como uma promessa, o reino se torna o poder e agente de
sua libertação.
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Pessoas oprimidas que adquirem uma esperança em Deus se
tornam muito poderosas, para enfrentar a luta constante entre os dois impérios
atuantes: Roma em Cézar contra Reino de Deus/Igreja em Cristo para ocupar a
posição de “luz do mundo”.
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A partir deste conflito em relação a opressão e libertação,
devemos refletir sobre o quê ou onde podemos encontrar a felicidade. Se a
buscamos no mundo e não em Jesus, podemos nos auto enganar pensando que aquilo
que o mundo oferece é a felicidade que precisamos.
1. A INFELICIDADE NÃO É RESULTADO DA
OPRESSÃO. v.24-26
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O que provoca a infelicidade das pessoas: a pobreza, a fome,
o choro, a perseguição? Não do ponto de vista de Jesus expresso no Evangelho.
Mas isso não significa que são felizes aqueles que são pobres, passam fome,
choram e são perseguidos.
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Aqui Lucas faz uma diferenciação em relação a Mateus, ele
inclui uma serie de “ais” contra os ricos; que tem tudo; que estão rindo
e que recebem elogios. Esta é uma palavra de condenação ao estilo e padrão de
vida dessas pessoas, que sendo ricos, acham que são felizes.
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Estes vivem para o mundo presente, e deste mundo vem a sua
felicidade, seus prazeres, suas satisfações. A primeira vista estas pessoas não
são infelizes, mas sim bem sucedidas. Mas na perspectiva de Jesus eles são os
mais miseráveis dos homens.
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Diante disso concluímos que a infelicidade não é causada
pela opressão, pobreza ou perseguição, mas por um estilo de vida que deixa Deus
de lado para se regalar nos prazeres vazios e passageiros que este mundo
oferece.
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“Não amem o mundo, nem
as coisas que há nele. Se vocês amam o mundo, não amam a Deus, o Pai. Nada que
é deste mundo vem do Pai. Os maus
desejos da natureza humana, a vontade de ter o que agrada aos olhos e o orgulho
pelas coisas da vida, tudo isso não vem do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, com tudo aquilo que as
pessoas cobiçam; porém aquele que faz a vontade de Deus vive para sempre.”
(1 João 2.15-17)
2. A FELICIDADE NÃO RESULTA DE
PROSPERIDADE. v.20-23
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As chamadas “bem-aventuranças” são usadas por Jesus para
exaltar o caráter daqueles que pertencem ao Reino de Deus em detrimento do
caráter daqueles que vivem para o mundo. É notório que os pobres fazem uma
escolha preferencia por Deus, pois o evangelho liberta, é uma boa notícia aos
que estavam escravizados e seriam libertos.
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De uma maneira geral, os ricos, os poderosos e os religiosos
receberam críticas de Jesus, e por isso não gostavam de ouvir a mensagem de
Cristo, pois o evangelho que liberta não é uma boa noticia para quem escraviza.
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Para Jesus a felicidade pertence àqueles que em sendo
“pobres” se tornam ricos pela dependência de Deus. A verdadeira felicidade não
depende da condição física ou social que vivemos, mas do nível e profundidade
do nosso relacionamento com Jesus.
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Felizes - makarios,
ou num sentido mais completo “mais que feliz” ou “bem-aventurado”, apontando
para uma condição futura, como aquilo que pensa delas e o que se tornarão.
Estas bênçãos são para o presente e para o futuro. Desfrutamos agora das
primícias, mas a grande colheita ainda está por vir.
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Diante deste quadro o discípulo deve ter sua esperança de
ser feliz não por aquilo que ele possui, mas por aquilo que ele é e por onde
ele estará na eternidade para desfrutar então de toda sorte de bênçãos
prometidas aos justos.
3. A FELICIDADE ESTÁ NO SENHOR – Salmo
37
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Este contraste descrito por Jesus não é algo novo aos servos
de Deus nos livro do Antigo testamento:
o
Deut 12:25 “Obedeçam a essa lei e façam o que o SENHOR
Deus acha certo, e assim vocês e os seus descendentes serão felizes.”
o
Prov 8:32 “Agora, pois, filhos, ouvi-me, porque felizes
serão os que guardarem os meus caminhos.”
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O livro de Salmos é o que mais traz (cerca de 21 vezes) este
tom de felicidade no Senhor, em contrapartida da infelicidade sem o Senhor.
Começa com Sal 1:1 “Felizes são aqueles que não se deixam levar pelos conselhos dos maus”,
termina com Sal 119:3 “Felizes os que... andam nos caminhos de Deus”.
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No Salmo 37 Davi faz o contraste entre a vida dos bons e
maus, bem como o fim de ambos. Este é um exemplo clássico desse eterno
contraste entre felicidade e infelicidade.
CONCLUSÃO:
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A infelicidade não é causada pela
opressão, pobreza ou perseguição, mas por um estilo de vida que deixa Deus de
lado para se regalar nos prazeres vazios e passageiros do mundo. 1 Jo 2.15-17.
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A infelicidade é fruto de um afastamento de Jesus, de seus
planos e promessas.
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A felicidade é fruto da disposição de viver em Cristo, por
Cristo e para Cristo.
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A verdadeira felicidade não depende da condição
física ou social que vivemos, mas do nível e profundidade do nosso
relacionamento com Jesus.
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