1 de ago. de 2017

Felicidade e Infelicidade (Lc 6.20-26)


Texto: Lucas 6.20-26
Tema: Contraste: Felicidade e Infelicidade do Discípulo

Introdução:
·        No último domingo reforçamos o conceito de uma entrega total por parte do discípulo em seu relacionamento com Deus, entrega que deve permear cada área de sua vida. “O Senhor requer de nós a totalidade, pois até que entreguemos tudo, não temos entregado nada”.
·        Hoje vamos falar sobre o paradoxo da felicidade do discípulo, tendo como pano de fundo os conceitos expressos por Jesus conhecidos como as “bem-aventuranças” (Mt 5.1-12). Lucas é mais objetivo nas citações contraditórias sobre esse paralelo de felicidade e infelicidade.
·        Jesus está falando aos seus discípulos que eles – e hoje nós, a Igreja – são a luz do mundo (Mt 5.13,14), eles que fazem parte de uma multidão de miseráveis, pessoas oprimidas pelos poderes dos impérios humanos, por isso choram, clamam por justiça, misericórdia e paz.

·        A perseguição que eles sofrem é justamente por causa da justiça, pra eles o Reino de Deus é anunciado, e quando esta multidão de miseráveis recebe o reino de Deus como uma promessa, o reino se torna o poder e agente de sua libertação.
·        Pessoas oprimidas que adquirem uma esperança em Deus se tornam muito poderosas, para enfrentar a luta constante entre os dois impérios atuantes: Roma em Cézar contra Reino de Deus/Igreja em Cristo para ocupar a posição de “luz do mundo”.
·        A partir deste conflito em relação a opressão e libertação, devemos refletir sobre o quê ou onde podemos encontrar a felicidade. Se a buscamos no mundo e não em Jesus, podemos nos auto enganar pensando que aquilo que o mundo oferece é a felicidade que precisamos.

1. A INFELICIDADE NÃO É RESULTADO DA OPRESSÃO. v.24-26
·        O que provoca a infelicidade das pessoas: a pobreza, a fome, o choro, a perseguição? Não do ponto de vista de Jesus expresso no Evangelho. Mas isso não significa que são felizes aqueles que são pobres, passam fome, choram e são perseguidos.
·        Aqui Lucas faz uma diferenciação em relação a Mateus, ele inclui uma serie de “ais” contra os ricos; que tem tudo; que estão rindo e que recebem elogios. Esta é uma palavra de condenação ao estilo e padrão de vida dessas pessoas, que sendo ricos, acham que são felizes.
·        Estes vivem para o mundo presente, e deste mundo vem a sua felicidade, seus prazeres, suas satisfações. A primeira vista estas pessoas não são infelizes, mas sim bem sucedidas. Mas na perspectiva de Jesus eles são os mais miseráveis dos homens.
·        Diante disso concluímos que a infelicidade não é causada pela opressão, pobreza ou perseguição, mas por um estilo de vida que deixa Deus de lado para se regalar nos prazeres vazios e passageiros que este mundo oferece.
·        Não amem o mundo, nem as coisas que há nele. Se vocês amam o mundo, não amam a Deus, o Pai. Nada que é deste mundo vem do Pai. Os maus desejos da natureza humana, a vontade de ter o que agrada aos olhos e o orgulho pelas coisas da vida, tudo isso não vem do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, com tudo aquilo que as pessoas cobiçam; porém aquele que faz a vontade de Deus vive para sempre.” (1 João 2.15-17)

2. A FELICIDADE NÃO RESULTA DE PROSPERIDADE. v.20-23
·        As chamadas “bem-aventuranças” são usadas por Jesus para exaltar o caráter daqueles que pertencem ao Reino de Deus em detrimento do caráter daqueles que vivem para o mundo. É notório que os pobres fazem uma escolha preferencia por Deus, pois o evangelho liberta, é uma boa notícia aos que estavam escravizados e seriam libertos.
·        De uma maneira geral, os ricos, os poderosos e os religiosos receberam críticas de Jesus, e por isso não gostavam de ouvir a mensagem de Cristo, pois o evangelho que liberta não é uma boa noticia para quem escraviza.
·        Para Jesus a felicidade pertence àqueles que em sendo “pobres” se tornam ricos pela dependência de Deus. A verdadeira felicidade não depende da condição física ou social que vivemos, mas do nível e profundidade do nosso relacionamento com Jesus.
·        Felizes - makarios, ou num sentido mais completo “mais que feliz” ou “bem-aventurado”, apontando para uma condição futura, como aquilo que pensa delas e o que se tornarão. Estas bênçãos são para o presente e para o futuro. Desfrutamos agora das primícias, mas a grande colheita ainda está por vir.
·        Diante deste quadro o discípulo deve ter sua esperança de ser feliz não por aquilo que ele possui, mas por aquilo que ele é e por onde ele estará na eternidade para desfrutar então de toda sorte de bênçãos prometidas aos justos.

3. A FELICIDADE ESTÁ NO SENHOR – Salmo 37
·        Este contraste descrito por Jesus não é algo novo aos servos de Deus nos livro do Antigo testamento:
o   Deut 12:25  “Obedeçam a essa lei e façam o que o SENHOR Deus acha certo, e assim vocês e os seus descendentes serão felizes.”
o   Prov 8:32  “Agora, pois, filhos, ouvi-me, porque felizes serão os que guardarem os meus caminhos.”
·        O livro de Salmos é o que mais traz (cerca de 21 vezes) este tom de felicidade no Senhor, em contrapartida da infelicidade sem o Senhor. Começa com Sal 1:1  “Felizes são aqueles que não se deixam levar pelos conselhos dos maus”, termina com Sal 119:3  “Felizes os que... andam nos caminhos de Deus”.
·        No Salmo 37 Davi faz o contraste entre a vida dos bons e maus, bem como o fim de ambos. Este é um exemplo clássico desse eterno contraste entre felicidade e infelicidade.

CONCLUSÃO:
·        A infelicidade não é causada pela opressão, pobreza ou perseguição, mas por um estilo de vida que deixa Deus de lado para se regalar nos prazeres vazios e passageiros do mundo. 1 Jo 2.15-17.
·        A infelicidade é fruto de um afastamento de Jesus, de seus planos e promessas.
·        A felicidade é fruto da disposição de viver em Cristo, por Cristo e para Cristo.
·        A verdadeira felicidade não depende da condição física ou social que vivemos, mas do nível e profundidade do nosso relacionamento com Jesus.

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