Tema: O Discípulo Entrega
tudo
Introdução:
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Domingo passado falamos que o essencial para o discípulo é
investir naquilo que é espiritual, que ele deve abri mão do que material para
focar-se na salvação pessoal e compartilhar a graça salvadora com seu círculo
de relacionamento.
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Hoje vamos reforçar o conceito de uma entrega total por
parte do discípulo em seu relacionamento com Deus, entrega que deve permear
cada área de sua vida. O Senhor requer de nós essa totalidade, pois até que entreguemos
tudo, não temos entregado nada.
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Jesus está no Templo observando os escribas, fariseus,
adoradores para ensinar seus discípulos e destaca a atitude de uma viúva pobre
em relação à entrega de sua oferta no Gazofilácio (gaza = tesouro e phylakeion
= sala para guardar objetos de valor), colocado no pátio das mulheres, pois
todos tinham acesso.
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Na verdade em ao todo eram 13 caixas em forma de trombeta ou
chifre (para dificultar o roubo), 12 tinham sua destinação escrita, a 13ª era
destinada para arrecadar ofertas voluntárias, especialmente para a aquisição de
animais para os holocaustos.
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A partir da oferta da viúva e dos ricos adoradores, Jesus
está ensinando a seus discípulos um valor em comum à época: “a pequena oferta
dos pobres tem mais valor do que a doação substancial dos ricos”. De maneira
prática podemos aprender algumas lições importantes para nós...
1. DEUS NÃO QUER QUANTIDADE, MAS SACRIFÍCIO. v.41,42
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A quantia ou o valor do que oferecemos nem sempre expressa o
real sacrifício que aquela entrega envolve. A observação que os ricos davam
daquilo que sobrava revela que pra eles, mesmo sendo grandes quantias, não
havia o mínimo de sacrifício.
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Quando Davi vai oferecer um sacrifício a Deus por ter pecado
fazendo o senso do povo de Israel (1 Crônicas 21), ele declara que não iria dar
como oferta ao SENHOR coisas que não lhe custaram nada (v.24). “Ninguém aparecerá diante de mim de mãos
vazias” (Ex 34.20).
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As duas moedas que a viúva entregou (lepton - era a de menor valor em circulação naquela época, como se
fosse hoje cinco centavos, daria apenas para preparar 3 refeições ou comprar dois pardais), e era tudo que ela
tinha disponível, era todo seu dinheiro, era o seu tudo, ela deu tudo que
podia.
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Os ricos contribuíam com o que lhes sobrava, isso não lhes
custava nada, pois primeiro eles pensavam em si e supriam cada uma de suas
vontades, sendo elas justas ou não, então da sobra, eles ofereciam as ofertas
ao Senhor.
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Deus mede a contribuição do discípulo, não segundo o
montante, mas segundo o amor, a devoção e a abnegação representados pela oferta
que ele dá. O princípio do dízimo nivela a todos, pois ninguém pode dizer que
deu mais, pois o que se mede é a fidelidade.
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Este princípio pode ser aplicado a todo o nosso serviço
prestado a Jesus. Ele julga o trabalho que lhe prestamos, não pelo seu volume,
influencia ou sucesso, mas pelo volume de sincera dedicação, sacrifício, fé e
amor nele envolvido. O Senhor valoriza o amor sacrifical e não a quantia da
oferta.
2. DEUS NÃO QUER SOBRAS, MAS TUDO. v.44
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Jesus não foi indiscreto para saber o valor das ofertas,
pois diante de cada caixa ficava um sacerdote que conferia o valor e anunciava
em voz alta (Mt 6.2), talvez até trombeta fosse tocada. Quem estive ali perto
podia acompanhar tudo.
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A oferta da viúva do ponto de vista humano era
desnecessária; sem valor e presunçosa, porque ela passou a depender totalmente
de Deus. Até se pode afirmar que ela foi esperta, pois o que ela faria com
apenas dez centavos.
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A oferta do ponto de vista de Jesus era mui grande – bem
maior do que a riqueza dos ricos; era boa – porque glorificou a Deus
independente do quanto ela valia ou daquilo que ela esperava receber do Senhor
a partir da sua entrega.
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A mais pobre das pobres tornou o templo rico, enquanto as
grandes contribuições dos ricos o faziam empobrecer. Isso é um paradoxo divino
valido ainda hoje. De que valem holocaustos e sacrifícios se não são “de todo o
coração e de todo entendimento e de toda força”?
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Ela deu o que tinha, como a mulher em 14.8 fez o que pôde e
o homem em 10.21 não conseguiu. Devemos observar que aqui o termo “todo” é
repetido quatro vezes como no v.30.
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Aqui encontramos o principio das primícias - primeiro,
começo, melhor, principal - não em usar o que preciso e oferecer o saldo, mas
separar e oferecer a Deus a parte que lhe pertence, tendo em mente que tudo o
que tenho e sou é dele também, mas que Ele me dá para que desfrute.
3. DEUS NÃO QUER FICAR RICO, MAS NOS TORNAR CONFIANTES. v.43
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O Discípulo precisa entender que sua contribuição não é para
deixar Deus mais rico, ele já é dono de tudo. A contribuição é para nos tornar
mais confiantes e dedicados a Ele. Nada do que eu ofereça a Deus pode mudar o
que e quem Deus é, mas sim mudar a minha confiança nEle.
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A viúva
representa o novo povo do templo, para o qual Jesus vai morrer, ressuscitar e
se tornar a pedra fundamental (12.10). Este povo não será construído de pessoas
que podem financiar o reinado de Deus. Suas contribuições não cobrem nem as
despesas de manutenção.
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Mas debaixo do amor de Deus em Cristo, este povo deixa Ele
ser Deus sem reservas, entregando sua pobreza com total confiança que serão
supridos em cada uma de suas necessidades, sejam elas físicas, emocionais ou
espirituais. Este povo vive em completa dependência.
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Quando assim se entregam e junto entregam tudo o que
possuem, essa é uma entrega total e sem reservas, e partir de então, não ficam
correndo atrás ou lutando pelo que é seu com outros meios que não seja a
confiança em Deus e no seu suprimento.
CONCLUSÃO:
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Não devemos esquecer que Jesus ainda observa a caixa de
ofertas. Ele sabe quanto e por que motivos damos ofertas.
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Jesus contempla o coração, e quais são as nossas opiniões ao
darmos, e se fazemos como para o Senhor ou somente para sermos vistos pelos
homens.
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São muitos os que criticam a viúva, mas poucos os que fazem
como ela. Mas Jesus a elogia, logo ela agiu bem e de modo sábio.
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Logo os frágeis esforços do pobre para honrar o seu
Salvador, serão elogiados no dia em que as ações grandiosas dos incrédulos
forem expostas ao desprezo.

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