Texto: Marcos 6.7-13
Tema: A Importância da
Multiplicação e Envio de Discípulos
Introdução:
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Jesus treinou
seus discípulos através de ensinos e observações (teoria); e experiências
(prática). Ao balancear estas estratégias pedagógicas, ele estava realizando um
treinamento completo. Era fundamental que os ensinos aprendidos fossem vivenciados
pela experiência prática.
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Até este
momento o treinamento dos discípulos fora mais teórico que prático (Sermão do
Monte - cap. 5 a 7). A prática deles se limitou em ver Jesus em ação
ministrando (diversas curas, acalmando a tempestade, expulsando demônios). A
teoria ganhou companhia da observação.
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A partir do
discurso de 9.35-38, Jesus então decide colocar os discípulos em ação. Após a
sensibilização para com a “multidão
aflita e abandonada como sem pastor” (v.36); Jesus decide dar pastores para
aquelas pessoas enviando os doze com poder e autoridade.
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De um grupo de
doze homens, agora Jesus envia seis grupos de dois para potencializar o alcance
e chegar a um número maior de pessoas. Como esta missão foi bem sucedida, Jesus
repete o envio, mas agora com um grupo maior – 72 seguidores (Lucas 10.1-12).
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Podemos inferir
que cada dupla de discípulos alcançou outras 10 pessoas. Por esse motivo e
pelos apresentados, concluímos ser importante a multiplicação e o envio de
discípulos.
A MULTIPLICAÇÃO e o ENVIO de discípulos é importante...
1. PARA PREGAR A MENSAGEM E EXERCER AUTORIDADE. (v.7)
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O fato de serem
enviados em duplas implica no ministério da Palavra ou na pregação das boas
novas, não tendo relação objetiva com Ec 4.9-12. Há um significado jurídico;
uma testemunha valia tanto quanto nenhuma (Dt 19.15). Dois mensageiros juntos
conferem qualidade à sua mensagem.
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Nos textos
paralelos de Mateus 10.5-15 e Lucas 9.1-6 fica ainda mais clara a autoridade
outorgada por Jesus aos discípulos. Mateus registra: “curem doentes; ressuscitem mortos
e expulsem demônios” (v.8).
Lucas aponta: “lhes deu poder e
autoridade para expulsar todos os
demônios e curar doenças... para anunciarem o Reino de Deus”
(v.1,2).
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O Reino de Deus
não estava penetrando em um vácuo de poder. Levar as boas novas é entrar em
guerra com o Diabo. Todo discípulo que deseja resgatar pessoas precisa dominar
primeiro o “espaço” ou derrubar as “fortalezas” (Ef. 6.12).
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Até então os
discípulos haviam visto Jesus fazendo isso, mas eles mesmos não haviam
experimentado o exercício desta autoridade. Agora enviados, os discípulos vão
viver suas próprias experiências para fortalecer a fé e confiança no poder de
Jesus (Lc 10.17-20).
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O envio dos
discípulos foi e ainda continua sendo um forte instrumento de preparação e
formação de líderes, mas sobre tudo, uma forma saudável de expansão do Reino de
Deus. Discípulo retidos, mesmo que bem treinados, não vão alcançar vidas.
A MULTIPLICAÇÃO e o ENVIO de discípulos é importante...
2. PARA EXPERIMENTAR A DEPENDÊNCIA DE DEUS. (v.8-9)
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A capacitação
espiritual dos discípulos contrasta com a escassez material exterior. Eles
estavam cheios espiritualmente e vazios de provisões. Isso mostra uma total
dependência de Deus. Eles deveriam apresentar simplicidade, ninguém deveria
temê-los, nem eles a ninguém, pois iram anunciar as obras do Senhor.
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Pelo fato de
não levar sacola, dinheiro nem comida não significa que eles iam passar
necessidades, mas os ensina a depender das possibilidades comuns no caminho.
Além de usufruir das leis do sustento dos viajantes, não ostentar bens era uma
questão de segurança.
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Para o
discípulo, tudo o que era exterior devia ser modesto, sem distorcer a mensagem.
Pregadores itinerantes eram comuns, mas estavam mais interessados em vantagens
próprias, pois faziam da religião uma fonte de renda.
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O discípulo
quando enviado deve estar totalmente dependente do Senhor que o envia. Essa
dependência é em termos espirituais e materiais. Da mesma forma que ele não
deve se preocupar com seu sustento material, deve ter a certeza que vencera
toda oposição.
A MULTIPLICAÇÃO e o ENVIO de discípulos é importante...
3. PARA CRESCER COM A ACEITAÇÃO E REJEIÇÃO. (v.10-11)
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Ao chegar num
povoado e receber hospedagem, os discípulos não deveriam trocar de alojamento
por outro melhor, muito menos com justificativa “espiritual”, até porque era
uma questão de boa educação.
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Jesus prepara
os discípulos para duas reações dos ouvintes: aceitação “fiquem na casa que forem recebidos” ou rejeição “se em algum lugar as pessoas não quiserem
recebe-los”. Na verdade não eram eles que seriam aceitos ou rejeitados, mas
o próprio Jesus que os enviara.
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Sacudir o pó
das sandálias era uma prática israelita comum e tinha sentido de purificação
espiritual. Os discípulos deveriam fazer isso para declarar aquele lugar como
“pagão”, pois se recusaram a receber a mensagem do Reino e seriam assim punidos
espiritualmente.
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Não vemos
nenhum indício de desapontamento nos discípulos, apesar de não ser registrado
conversões em massa nem fundação de igrejas. Eles cumpriram uma ação simbólica e
profética, que apontava para frente e só se cumpriu mais tarde, ou ainda está
por se cumprir.
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Os discípulos
aprendem como é essa duplicidade de sentimento: alegria de ver a mensagem ser
acolhida e vivida; a tristeza e pesar ao vê-la rejeitada e ignorada. Não temos
domínio sob a forma como as pessoas vão reagir a nossa pregação, mesmo assim
devemos pregar.
A MULTIPLICAÇÃO e o ENVIO de discípulos é importante...
4. PARA PODER COMPARTILHAR AS EXPERIÊNCIAS. (v.12,13,30)
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Temos a
confirmação aqui do conteúdo da pregação dos discípulos: salvação e perdição.
Faz parte da tarefa de um mensageiro que ele preste relatório depois da
execução, este relato precisa ser minucioso e abrangente (At 14.26-28).
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Apesar da
rejeição, eles também tiveram boa acolhida, realizaram sinais, prodígios e
maravilhas o que os deixou “muito alegres”. Mas para Jesus, o mais importante
era que os seus nomes estivessem escritos no livro da vida (Lc 10.20).
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Mais do que
aquilo que realizamos quando somos enviados, e do que temos para compartilhar
no retorno, a nossa real condição espiritual para eternidade é que importa (Mt
7.22-23). Jesus não estava menosprezando o que eles fizeram, mas lembrando do
que era mesmo importante.
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Muitos
discípulos não tem experiência pessoal nenhuma para compartilhar devido ao fato
de não serem enviados. Viver a vida cristã nos redutos do templo limita as
oportunidades de ver a ação e o poder de Deus sobre a vida das pessoas. O
discípulo que não sai, nada tem a relatar.
CONCLUSÃO:
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O envio não
finalizou a preparação dos discípulos. Essa foi uma das muitas lições a serem
aprendidas por eles.
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O discípulo
está em constante treinamento, por isso não pode se afastar do seu mestre. Eles
ainda estariam na presença do Cristo, e depois o Cristo estaria presente com
eles (Mt 28.20).
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Este não foi
o único nem o último envio: “Eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos”
(Mt 10.16); “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio” (Jo 20.21).
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Ainda hoje
Jesus continua multiplicando e enviando seus discípulos para pregar com
autoridade e ministrar a benção aos cativos e oprimidos.

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