4 de jul. de 2017

Multiplicação e Envio


    Texto: Marcos 6.7-13  
     Tema: A Importância da Multiplicação e Envio de Discípulos
   
     Introdução:
·         Jesus treinou seus discípulos através de ensinos e observações (teoria); e experiências (prática). Ao balancear estas estratégias pedagógicas, ele estava realizando um treinamento completo. Era fundamental que os ensinos aprendidos fossem vivenciados pela experiência prática.
·         Até este momento o treinamento dos discípulos fora mais teórico que prático (Sermão do Monte - cap. 5 a 7). A prática deles se limitou em ver Jesus em ação ministrando (diversas curas, acalmando a tempestade, expulsando demônios). A teoria ganhou companhia da observação.
·         A partir do discurso de 9.35-38, Jesus então decide colocar os discípulos em ação. Após a sensibilização para com a “multidão aflita e abandonada como sem pastor” (v.36); Jesus decide dar pastores para aquelas pessoas enviando os doze com poder e autoridade.

·         De um grupo de doze homens, agora Jesus envia seis grupos de dois para potencializar o alcance e chegar a um número maior de pessoas. Como esta missão foi bem sucedida, Jesus repete o envio, mas agora com um grupo maior – 72 seguidores (Lucas 10.1-12).
·         Podemos inferir que cada dupla de discípulos alcançou outras 10 pessoas. Por esse motivo e pelos apresentados, concluímos ser importante a multiplicação e o envio de discípulos.

A MULTIPLICAÇÃO e o ENVIO de discípulos é importante...

1. PARA PREGAR A MENSAGEM E EXERCER AUTORIDADE. (v.7)
·         O fato de serem enviados em duplas implica no ministério da Palavra ou na pregação das boas novas, não tendo relação objetiva com Ec 4.9-12. Há um significado jurídico; uma testemunha valia tanto quanto nenhuma (Dt 19.15). Dois mensageiros juntos conferem qualidade à sua mensagem.
·         Nos textos paralelos de Mateus 10.5-15 e Lucas 9.1-6 fica ainda mais clara a autoridade outorgada por Jesus aos discípulos. Mateus registra: “curem doentes; ressuscitem mortos e expulsem demônios” (v.8). Lucas aponta: “lhes deu poder e autoridade para expulsar todos os demônios e curar doenças... para anunciarem o Reino de Deus” (v.1,2).
·         O Reino de Deus não estava penetrando em um vácuo de poder. Levar as boas novas é entrar em guerra com o Diabo. Todo discípulo que deseja resgatar pessoas precisa dominar primeiro o “espaço” ou derrubar as “fortalezas” (Ef. 6.12).
·         Até então os discípulos haviam visto Jesus fazendo isso, mas eles mesmos não haviam experimentado o exercício desta autoridade. Agora enviados, os discípulos vão viver suas próprias experiências para fortalecer a fé e confiança no poder de Jesus (Lc 10.17-20).
·         O envio dos discípulos foi e ainda continua sendo um forte instrumento de preparação e formação de líderes, mas sobre tudo, uma forma saudável de expansão do Reino de Deus. Discípulo retidos, mesmo que bem treinados, não vão alcançar vidas.

A MULTIPLICAÇÃO e o ENVIO de discípulos é importante...

2. PARA EXPERIMENTAR A DEPENDÊNCIA DE DEUS. (v.8-9)
·         A capacitação espiritual dos discípulos contrasta com a escassez material exterior. Eles estavam cheios espiritualmente e vazios de provisões. Isso mostra uma total dependência de Deus. Eles deveriam apresentar simplicidade, ninguém deveria temê-los, nem eles a ninguém, pois iram anunciar as obras do Senhor.
·         Pelo fato de não levar sacola, dinheiro nem comida não significa que eles iam passar necessidades, mas os ensina a depender das possibilidades comuns no caminho. Além de usufruir das leis do sustento dos viajantes, não ostentar bens era uma questão de segurança.
·         Para o discípulo, tudo o que era exterior devia ser modesto, sem distorcer a mensagem. Pregadores itinerantes eram comuns, mas estavam mais interessados em vantagens próprias, pois faziam da religião uma fonte de renda.
·         O discípulo quando enviado deve estar totalmente dependente do Senhor que o envia. Essa dependência é em termos espirituais e materiais. Da mesma forma que ele não deve se preocupar com seu sustento material, deve ter a certeza que vencera toda oposição.

A MULTIPLICAÇÃO e o ENVIO de discípulos é importante...

3. PARA CRESCER COM A ACEITAÇÃO E REJEIÇÃO. (v.10-11)
·         Ao chegar num povoado e receber hospedagem, os discípulos não deveriam trocar de alojamento por outro melhor, muito menos com justificativa “espiritual”, até porque era uma questão de boa educação.
·         Jesus prepara os discípulos para duas reações dos ouvintes: aceitação “fiquem na casa que forem recebidos” ou rejeição “se em algum lugar as pessoas não quiserem recebe-los”. Na verdade não eram eles que seriam aceitos ou rejeitados, mas o próprio Jesus que os enviara.
·         Sacudir o pó das sandálias era uma prática israelita comum e tinha sentido de purificação espiritual. Os discípulos deveriam fazer isso para declarar aquele lugar como “pagão”, pois se recusaram a receber a mensagem do Reino e seriam assim punidos espiritualmente.
·         Não vemos nenhum indício de desapontamento nos discípulos, apesar de não ser registrado conversões em massa nem fundação de igrejas. Eles cumpriram uma ação simbólica e profética, que apontava para frente e só se cumpriu mais tarde, ou ainda está por se cumprir.
·         Os discípulos aprendem como é essa duplicidade de sentimento: alegria de ver a mensagem ser acolhida e vivida; a tristeza e pesar ao vê-la rejeitada e ignorada. Não temos domínio sob a forma como as pessoas vão reagir a nossa pregação, mesmo assim devemos pregar.

A MULTIPLICAÇÃO e o ENVIO de discípulos é importante...

4. PARA PODER COMPARTILHAR AS EXPERIÊNCIAS. (v.12,13,30)
·         Temos a confirmação aqui do conteúdo da pregação dos discípulos: salvação e perdição. Faz parte da tarefa de um mensageiro que ele preste relatório depois da execução, este relato precisa ser minucioso e abrangente (At 14.26-28).
·         Apesar da rejeição, eles também tiveram boa acolhida, realizaram sinais, prodígios e maravilhas o que os deixou “muito alegres”. Mas para Jesus, o mais importante era que os seus nomes estivessem escritos no livro da vida (Lc 10.20).
·         Mais do que aquilo que realizamos quando somos enviados, e do que temos para compartilhar no retorno, a nossa real condição espiritual para eternidade é que importa (Mt 7.22-23). Jesus não estava menosprezando o que eles fizeram, mas lembrando do que era mesmo importante.
·         Muitos discípulos não tem experiência pessoal nenhuma para compartilhar devido ao fato de não serem enviados. Viver a vida cristã nos redutos do templo limita as oportunidades de ver a ação e o poder de Deus sobre a vida das pessoas. O discípulo que não sai, nada tem a relatar.

CONCLUSÃO:
·         O envio não finalizou a preparação dos discípulos. Essa foi uma das muitas lições a serem aprendidas por eles.
·         O discípulo está em constante treinamento, por isso não pode se afastar do seu mestre. Eles ainda estariam na presença do Cristo, e depois o Cristo estaria presente com eles (Mt 28.20).
·         Este não foi o único nem o último envio: “Eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos” (Mt 10.16); “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio” (Jo 20.21).

·         Ainda hoje Jesus continua multiplicando e enviando seus discípulos para pregar com autoridade e ministrar a benção aos cativos e oprimidos.

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