Texto: Marcos 10.23-31
Tema: A Salvação é o Valor
Essencial do Discípulo
Introdução:
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Estamos refletindo sobre ensinos e orientações de Jesus para seus
discípulos. Hoje quero abordar um tema melindroso par nós: o que de fato tem valor
para nós? O jovem apresentado na introdução (v.17-22), abriu mão da salvação
para ficar com suas riquezas.
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O discípulo deve fazer o contrário: abrir mão do que é material para
que elas não o atrapalhem em conduzir outros à salvação. Vale afirmar que a
riqueza não é o problema em si, mas a Bíblia aponta para o “amor ao dinheiro”
como sendo a raiz de todos os males (1Tm 6.10).
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A escolha do discípulo deve ser pelos valores espirituais e
eternos, em detrimento dos valores materiais e passageiros. Jesus já disse que
é melhor acumular tesouros no céu (Mt 6.20). O discípulo não deve se prender a
nada que seja material, pois isso o limita na sua missão.
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A principal missão do discípulo é se multiplicar, fazer novos
discípulos, é ser pescador de homens. Notemos que ao chamar os primeiros
discípulos, eles “deixaram imediatamente as redes... o barco e seu pai” (Mt
4.20,22). O discípulo precisa ter foco no seu propósito.
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O foco de Jesus aqui é sobre a salvação: fala da dificuldade de se
entrar no Reino de Deus; mas não da impossibilidade, pois para Deus tudo é
possível. Dessa forma aquele que deixa tudo para conseguir esta dádiva, não
ficará no prejuízo, pois receberá cem vezes mais aquilo que deixou.
1. DIFICULDADE DE
ENTRAR NO REINO DE DEUS (v.23-26)
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O diálogo com o “jovem rico” é o pano de fundo para aquilo que
Jesus vai tratar com seus discípulos: o perigo das riquezas em se tratando da
salvação. Devido as exigências de suas riquezas, o jovem continuou levando uma
vida vazia, pois foi enganado pelas riquezas (4.19).
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Jesus menciona duas vezes a dificuldade de entrar no reino de Deus
(v.23,24); nas duas vezes a reação dos discípulos é a mesma: “ficaram
espantados”. Diante desta “dificuldade” eles se questionam “quem é que pode ser
salvo”?
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A salvação é um presente, mas ninguém entra no Reino de Deus sem
mais nem menos, ninguém é por si só, digno, isso é um presente de Deus. O
espanto dos discípulos demonstra que eles não eram tão diferentes do jovem que
preferiu as riquezas em lugar de seguir a Jesus.
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Se no v.16 era preciso “ser como criança”, agora Jesus aponta para
a necessidade de “ser pobre”. Mesmo aqueles que não são ricos (bens,
inteligência, virtudes, caridade, filhos) querem ficar, assim são fisgados pelo
engano das riquezas e perdem o foco da importância do reino de Deus.
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Nossa missão de multiplicar discípulos não pode ser frustrada
pelas barreiras que impedem as pessoas de se render a Jesus. Mesmo que para nós
pareça mais fácil um camelo passar por uma agulha, do que aquela pessoa que oro
se converter, não podemos desanimar e desistir.
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O discípulo persevera na dependência do poder de Deus, pois é Deus
que vai realizar a salvação (Jo 16.8) na vida daqueles que estão à nossa volta.
É importante que saibamos que Jesus trata da dificuldade não da impossibilidade.
Para Deus tudo é possível!
2. PARA DEUS NADA É
IMPOSSÍVEL (v.27)
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Dentro do contexto, até aqui podemos considerar como uma
introdução, era necessário conduzir o diálogo com os discípulos até aqui para
que eles entendessem que em se tratando de salvação, há um Deus todo poderoso
que pode realizar o que era impossível para nós.
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Na história dos patriarcas, Sara riu sobre si mesma (gerar um
filho com 80 anos) como o camelo diante do buraco da agulha, Deus revela seu
poder sobre o impossível (Gn 18.14). Logo a fé dos discípulos deve ser a mesma
de Abraão (Rm 3.18-21; Mc 9.23, 11,24).
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O poder absoluto de Deus nos convida a confiança irrestrita,
contra toda nossa liberdade e preguiça. A salvação e a vida eterna são
totalmente uma questão de desespero humano. Seguir a Cristo significa estar
pronto para ter sempre experiências e saber que somos limitados, basta
segui-lo.
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Diante desta certeza o discípulo deve com confiança compartilhar o
amor de Deus às pessoas perdidas. Mesmo em lugares hostis ao evangelho, podemos
levar o amor de Jesus para atender às necessidades das pessoas feridas. Ações
concretas de amor abrem corações para salvação.
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Quando o discípulo começa a praticar esse amor, até os mais ávidos
opositores ao evangelho vão se alegrar com sua presença no meio deles, e como
consequência, o nome de Jesus será conhecido, e a igreja vai começar a crescer.
3. A RECOMPENSA PARA
OS DISCÍPULOS (v.28-31)
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Diante da afirmativa interrogativa de Pedro (Mt 19.27)
sobre o ter deixado e o que eles ganhariam, Jesus então trata com eles sobre a
recompensa para o discípulo, não de forma humana, materialista e momentânea,
mas como uma promessa futura.
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O “deixar” é sustentado por paz e alegria, é um evento
festivo, pois se trata de da entrada no reino de Deus. Deixar para seguir não é
um peso, as renúncias são resultado do chamado amoroso de Jesus e da
necessidade prática da missão, sem excluir cansaço, solidão, dúvidas,
fracassos, seduções, etc.
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O discípulo deve viver a esperança da vida plena “no
futuro” quando Deus for rei sem oposições. Mas para hoje estão prometidas
manifestações do reinado de Deus através de uma nova vida social para aqueles
que pertencem à família de Deus.
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Deus proporciona para sua igreja uma plenitude de vida
da qual os de fora nem conseguem sonhar, e que os mundo jamais consegue
superar. As bênçãos são multiplicadas na vida do discípulo, que usufrui das
dádivas de Deus, mesmo em meio às perseguições.
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Saborear as bênçãos não significa estar livre dos
sacrifícios. Mesmo em meio as dádivas existe perdas e decepções, muitas coisas
foram perdidas no passado, mesmo assim o discípulo coloca todas as perdas no
altar de um Deus que ama, que sabe das necessidades e é a fonte das bênçãos.
CONCLUSÃO:
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A conclusão fica por conta do v.31 que vem em tom de
consolo para o discípulo. Quando tudo estiver concluído, os mortos
ressuscitados, os pobres consolados, os famintos saciados, os tristes
alegrados: os últimos serão os primeiros.
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Aqueles que se orgulhavam de sua posição serão
derrubados. Não haverá mais motivo para ter pena de quem agora, por amor ao
evangelho é desgraçado e prejudicado.
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Os discípulos antes humilhados, agora vão poder receber
a honra que lhes fora garantida. Receberão sua recompensa. Serão os primeiros
no reino de Deus.

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