6 de jun. de 2017

O Discípulo Imita seu Mestre


Texto: João 13.12-17
Tema: O Discípulo Imita seu Mestre

Introdução:
·         Como a criança segue o exemplo do pai, o discípulo deve imitar o seu mestre. É impossível ser discípulo ou seguidor de alguém e não acabar ficando parecido com aquela pessoa. Este é o ponto central quando o assunto é ser discípulo de Jesus: nós o imitamos, damos continuidade ao seu ministério e, nesse processo, nos tornamos iguais ao mestre.
·         O “Quarto Evangelho” é diferente dos outros. Em Mateus Jesus é apresentado como Rei – Leão. Em Marcos Jesus é apresentado como servo – boi. Em Lucas Jesus é apresentado como o homem perfeito – homem. Em João Jesus é apresentado como Filho de Deus - águia. 

·         Em João Jesus é apresentado como a Palavra de Deus que existiu desde a eternidade com Deus e que se tornou humano, mostrando assim o amor e a verdade de Deus. O propósito do evangelho é que os leitores creiam que Jesus é o Messias, o Filho de Deus para ter a vida eterna (20.31).
·         Na primeira parte (1-11) está registrado os milagres que Jesus fez em sinal e para mostrar quem é Jesus e qual a razão por que ele veio ao mundo assim como para comprovar a autoridade que recebeu para julgar todos os homens.
·         Na segunda parte (12-21) vemos a ligação que existe entre Jesus e os seus seguidores, dos ensinos que lhes deu e a promessa do envio do Espírito Santo para ensinar-lhes toda a verdade a respeito de Jesus. Cap. 13 marca o início da última semana de Jesus em Jerusalém com a última Ceia.
·         Antes tinha-se focado o povo em geral, agora Jesus concentra-se no círculo mais íntimo dos discípulos, pois a preparação destes era a tarefa mais essencial e foi cuidadosamente executada por Jesus. A continuidade da história da Salvação dependia da comunhão dos salvos, a começar por estes primeiros mensageiros.

1. A HUMILDADE é a primeira atitude. v.4,5,12
·         A prática de lavar os pés era apenas serviço dos “escravos”, mas não todos, apenas pelo grupo de escravos mais humildes e desvalorizados. Vemos aqui o que Paulo disse em Filipenses 2.6 “esvaziou-se a sim mesmo, assumindo a forma de servo”.
·         Jesus se veste e pratica uma atividade como um empregado da casa, admitindo assim uma condição de inferioridade, justo num contexto onde os discípulos competiam pelo lugar principal no reino dos céus (Lc 9.46, 22.24-27).
·         E essência divina não foi trocada pela forma de servo, mas foi revelada na forma de um servo. Jesus dá uma manifestação rara da autoridade e da glória do Verbo encarnado e do caráter do Pai. A veste que mais combina com o cristão é o “avental da Humildade” (1 Pe 5.5,6).
·         A primeira razão por Jesus ter lavado os pés dos discípulos é de caráter teológico: o lava-pés simboliza a auto humilhação de Jesus em suportar a morte na cruz e o poder de purificação que sua morte é para o crente.
·         Este ato de humildade em favor dos pecadores é simbolicamente rejeitado por Pedro (v.6). Jesus lava os pés dos outros discípulos, mas ao chegar a Pedro, este se recusa. Esse orgulho do homem em aceitar o Dom da Salvação ainda é perpetuado hoje no coração de muitas pessoas. Até mesmo para receber a salvação precisamos ser humildes.
·         No lava pés Jesus mostra que a nobreza está no servir e não em ser servido (Mt 20.28). Era isso que eles deveriam fazer com humildade, nesse sentido deveriam seguir o mestre (Jo 13.15). Esta mesma atitude deve estar presente em nós hoje. Humildade é a base da vida cristã.


2. O ALTRUÍSMO é a segunda atitude. v.13,16
·         Altruísmo é um tipo de comportamento em que as ações voluntárias de um indivíduo beneficiam outros. Amor desinteressado ao próximo. Ação espontânea em favor do outro em combate ao egoísmo. A igreja é o melhor ambiente para praticarmos o altruísmo em humildade.
·         O egoísmo é um problema antigo. Paulo temia que os cristãos de Filipos caíssem nessa armadilha. Quando o desejo por promoção pessoal ultrapassa a preocupação de uns com os outros, as atitudes rapidamente se degeneram, causando perturbação e divisões (Fl 2.3-4).
·         Como discípulos que seguem o seu mestre devemos cuidar uns dos outros, e para isso é preciso tirar os olhos no nosso umbigo. A auto renúncia em favor dos outros evitará divisões e promoverá a união na Igreja em que participamos.
  • Essa atitude é indispensável no convívio dos discípulos entre si. Muitas vezes nos ferimos, prejudicamos, perturbamos ou ignoramos a comunhão, demonstramos fraqueza na fé, no amor e uma esperança frágil. Essa é uma atitude que pessoas salvas devem demonstrar.
  • Como Igreja não podemos cometer o erro de se estruturar para a “santidade” – para o culto e a comunhão; em vez de se estruturar para a “mundanidade” – para sua missão na comunidade. A igreja tem se tornado “igreja de espera, estrutura de vinda” quando deveria ser “estrutura de ida”. A igreja que é missionária não se preocupa consigo mesma – ela é uma igreja para os outros... seu centro está fora, e não dentro dela”.
  • Quando as nossas necessidades e nossas estruturas se tornam um fim em sim mesmas, deixamos de ser um agente de salvação para o mundo. Devemos nos espalhar para evangelizar durante a semana e nos encontrar (trazendo os frutos) só para adorar e receber instruções e ter comunhão.
3. O SERVIÇO AO PRÓXIMO é a terceira atitude. v.14,17
·         A segunda razão por Jesus ter lavado os pés dos apóstolos é de caráter prático: ele o fez para que eles aprendessem do seu exemplo e assim prestassem serviços semelhantes aos outros.
·         Nos dias de Jesus, lavar os pés era uma prática cultural comum. Se fossemos convidados para uma refeição na casa de um amigo, teríamos que caminhar descalços ou de sandálias através de ruas empoeiradas, assim ao chegarmos, um escravo iria lavar os nossos pés.
·         Hoje, para nós, esta cultura mudou. Quando vamos visitar alguém, vamos de carro ou de ônibus, poucos ainda vão a pé. Ao chegarmos não haverá escravo para nos lavar os pés, em vez disso, talvez seja oferecido para lavar as mãos, ou a senha do wi-fi.
·         Jesus estava ensinando que, se nós amamos uns aos outros, devemos servir uns aos outros; nenhum serviço poderá ser vil, sujo ou humilhante demais para nós. Nada é capaz de rebaixar-nos ou de ferir a nossa dignidade, pelo contrário, será um privilégio servir como um gesto de amor.
·         Cabe a nós como discípulos seguir a orientação e o exemplo do Mestre/Senhor (termos usados pelos aprendizes para se dirigir a seus orientadores). Não temos o direito de chama-lo de Mestre e Senhor se não fazemos o que Ele mostra e manda que façamos.
·         A perspectiva dos dons espirituais confirmam o principio de servir ao próximo, pois o dom deve ser exercido em favor da comunidade e não em honra própria (1Co 14.12). Sempre que servimos ao próximo, agradamos nosso mestre e edificamos o corpo de Cristo, a Igreja.

CONCLUSÃO:
·         Seguir o Mestre não é uma tarefa simples e fácil. Exige Humildade, Altruísmo e Serviço ao Próximo. Isso na teoria é fácil, é a prática que temos dificuldade.
·         Como igreja e discípulos precisamos ousar, seguindo o exemplo de Jesus, sentindo como é fazer isso em favor do próximo.
·         Essa é mais uma bem-aventurança “bem-aventurados sois se as praticardes” (v.17).

·         A igreja somente pode viver e cumprir sua missão quando nela esse sentido de Jesus determina a convivência. 

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