Texto: João
13.12-17
Tema: O Discípulo
Imita seu Mestre
Introdução:
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Como a criança segue o exemplo do pai, o
discípulo deve imitar o seu mestre. É impossível ser discípulo ou seguidor de
alguém e não acabar ficando parecido com aquela pessoa. Este é o ponto
central quando o assunto é ser discípulo de Jesus: nós o imitamos, damos
continuidade ao seu ministério e, nesse processo, nos tornamos iguais ao
mestre.
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O “Quarto Evangelho” é diferente dos outros. Em Mateus Jesus é
apresentado como Rei – Leão. Em Marcos Jesus é apresentado como servo – boi. Em Lucas Jesus é
apresentado como o homem perfeito – homem. Em João Jesus é apresentado como
Filho de Deus - águia.
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Em João Jesus é apresentado como a Palavra de
Deus que existiu desde a eternidade com Deus e que se tornou humano, mostrando
assim o amor e a verdade de Deus. O propósito do evangelho é que os leitores
creiam que Jesus é o Messias, o Filho de Deus para ter a vida eterna (20.31).
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Na primeira parte (1-11) está registrado os
milagres que Jesus fez em sinal e para mostrar quem é Jesus e qual a razão por
que ele veio ao mundo assim como para comprovar a autoridade que recebeu para
julgar todos os homens.
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Na segunda parte (12-21) vemos a ligação que
existe entre Jesus e os seus seguidores, dos ensinos que lhes deu e a promessa
do envio do Espírito Santo para ensinar-lhes toda a verdade a respeito de
Jesus. Cap. 13 marca o início da última semana de Jesus em Jerusalém com a
última Ceia.
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Antes tinha-se focado o povo em geral, agora
Jesus concentra-se no círculo mais íntimo dos discípulos, pois a preparação
destes era a tarefa mais essencial e foi cuidadosamente executada por Jesus. A
continuidade da história da Salvação dependia da comunhão dos salvos, a começar
por estes primeiros mensageiros.
1. A HUMILDADE é a
primeira atitude. v.4,5,12
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A prática de lavar os pés era apenas serviço dos
“escravos”, mas não todos, apenas pelo grupo de escravos mais humildes e
desvalorizados. Vemos aqui o que Paulo disse em Filipenses 2.6 “esvaziou-se a
sim mesmo, assumindo a forma de servo”.
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Jesus se veste e pratica uma atividade como um
empregado da casa, admitindo assim uma condição de inferioridade, justo num
contexto onde os discípulos competiam pelo lugar principal no reino dos céus (Lc
9.46, 22.24-27).
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E essência divina não foi trocada pela forma de servo, mas foi revelada na forma de um servo. Jesus dá uma manifestação rara da
autoridade e da glória do Verbo encarnado e do caráter do Pai. A veste que mais
combina com o cristão é o “avental da Humildade” (1 Pe 5.5,6).
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A primeira razão por Jesus ter lavado os pés dos
discípulos é de caráter teológico: o lava-pés simboliza a auto humilhação de
Jesus em suportar a morte na cruz e o poder de purificação que sua morte é para
o crente.
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Este ato de humildade em favor dos pecadores é
simbolicamente rejeitado por Pedro (v.6). Jesus lava os pés dos outros
discípulos, mas ao chegar a Pedro, este se recusa. Esse orgulho do homem em
aceitar o Dom da Salvação ainda é perpetuado hoje no coração de muitas pessoas.
Até mesmo para receber a salvação precisamos ser humildes.
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No lava pés Jesus mostra que a nobreza está no
servir e não em ser servido (Mt 20.28). Era isso que eles deveriam fazer com
humildade, nesse sentido deveriam seguir o mestre (Jo 13.15). Esta mesma
atitude deve estar presente em nós hoje. Humildade é a base da vida cristã.
2. O ALTRUÍSMO é a
segunda atitude. v.13,16
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Altruísmo é um tipo de comportamento em
que as ações voluntárias de um indivíduo beneficiam outros. Amor desinteressado
ao próximo. Ação espontânea em favor do outro em combate ao egoísmo. A igreja é
o melhor ambiente para praticarmos o altruísmo em humildade.
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O egoísmo é um problema antigo. Paulo temia que os
cristãos de Filipos caíssem nessa armadilha. Quando o desejo por promoção
pessoal ultrapassa a preocupação de uns com os outros, as atitudes rapidamente
se degeneram, causando perturbação e divisões (Fl 2.3-4).
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Como discípulos que seguem o seu mestre devemos
cuidar uns dos outros, e para isso é preciso tirar os olhos no nosso umbigo. A
auto renúncia em favor dos outros evitará divisões e promoverá a união na
Igreja em que participamos.
- Essa atitude é indispensável no convívio dos
discípulos entre si. Muitas vezes nos ferimos, prejudicamos, perturbamos
ou ignoramos a comunhão, demonstramos fraqueza na fé, no amor e uma
esperança frágil. Essa é uma atitude que pessoas salvas devem demonstrar.
- Como Igreja não podemos cometer o erro de se
estruturar para a “santidade” – para o culto e a comunhão; em vez de se
estruturar para a “mundanidade” – para sua missão na comunidade. A igreja
tem se tornado “igreja de espera, estrutura de vinda” quando deveria ser
“estrutura de ida”. A igreja que é missionária não se preocupa consigo
mesma – ela é uma igreja para os outros... seu centro está fora, e não
dentro dela”.
- Quando as nossas necessidades e
nossas estruturas se tornam um fim em sim mesmas, deixamos de ser um
agente de salvação para o mundo. Devemos nos espalhar para evangelizar
durante a semana e nos encontrar (trazendo os frutos) só para adorar e
receber instruções e ter comunhão.
3. O SERVIÇO AO
PRÓXIMO é a terceira atitude. v.14,17
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A segunda razão por Jesus ter lavado os pés dos
apóstolos é de caráter prático: ele o fez para que eles aprendessem do seu
exemplo e assim prestassem serviços semelhantes aos outros.
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Nos dias de Jesus, lavar os pés era uma prática
cultural comum. Se fossemos convidados para uma refeição na casa de um amigo,
teríamos que caminhar descalços ou de sandálias através de ruas empoeiradas,
assim ao chegarmos, um escravo iria lavar os nossos pés.
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Hoje, para nós, esta cultura mudou. Quando vamos
visitar alguém, vamos de carro ou de ônibus, poucos ainda vão a pé. Ao
chegarmos não haverá escravo para nos lavar os pés, em vez disso, talvez seja
oferecido para lavar as mãos, ou a senha do wi-fi.
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Jesus estava ensinando que, se nós amamos uns
aos outros, devemos servir uns aos outros; nenhum serviço poderá ser vil, sujo
ou humilhante demais para nós. Nada é capaz de rebaixar-nos ou de ferir a nossa
dignidade, pelo contrário, será um privilégio servir como um gesto de amor.
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Cabe a nós como discípulos seguir a orientação e
o exemplo do Mestre/Senhor (termos usados pelos aprendizes para se dirigir a seus
orientadores). Não temos o direito de chama-lo de Mestre e Senhor se não
fazemos o que Ele mostra e manda que façamos.
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A perspectiva dos dons espirituais confirmam o
principio de servir ao próximo, pois o dom deve ser exercido em favor da
comunidade e não em honra própria (1Co 14.12). Sempre que servimos ao próximo,
agradamos nosso mestre e edificamos o corpo de Cristo, a Igreja.
CONCLUSÃO:
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Seguir o Mestre não é uma tarefa simples e
fácil. Exige Humildade, Altruísmo e Serviço ao Próximo. Isso na teoria é fácil,
é a prática que temos dificuldade.
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Como igreja e discípulos precisamos ousar,
seguindo o exemplo de Jesus, sentindo como é fazer isso em favor do próximo.
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Essa é mais uma bem-aventurança “bem-aventurados sois se as praticardes”
(v.17).
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A igreja somente pode viver e cumprir sua missão
quando nela esse sentido de Jesus determina a convivência.
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