Tema: Movimento da
Graça
Introdução:
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Continuamos com a série sobre os encontros
inspiradores de Jesus, os quais nos ensinam a ser discípulos e igreja como o
Senhor quer que sejamos. Hoje veremos alguns aspectos deste encontro com dez
leprosos, onde todos foram curados, mas só um voltou para agradecer.
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Jesus tinha um foco no seu ministério – a cruz –
mas até chegar lá, Ele ministrou a graça divina atendendo as mais variadas
necessidades de todo tipo de pessoas: cegos, aleijados, mudos, paralíticos,
leprosos, possessos, etc. Atendeu a todos, sem esperar nada em troca.
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Prosseguimos para o alvo, caminhamos para o céu,
mas não podemos fechar os olhos para os necessitados ao nosso redor. Se não
ministrarmos a graça divina aos necessitados, mas só focarmos nossa trajetória
para eternidade, estamos falhando como discípulos.
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Jesus sempre esteve em movimento e nos ensina a
desenvolver um ministério em movimento. Neste movimento vão surgir oportunidade
de ministrar Compaixão e Graça, que não deve sessar quando alguns não derem
valor ao que fizemos por eles.
1. JESUS ENSINA UM
MINISTÉRIO EM MOVIMENTO. v.11
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O texto nos mostra um Jesus em movimento “continuava viajando para Jerusalém”,
isso aponta para o objetivo final do seu ministério, a Cruz, por ela traria a
salvação à humanidade. Sem a cruz, todas as demais ações de Jesus em favor das
pessoas seriam em vão. Na Cruz ele iria ratificar seu ministério.
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Mesmo caminhando para Cruz Ele não deixou de
cumprir seu ministério em favor das pessoas “entrando num povoado” dez leprosos vieram se encontrar com Ele.
Jesus sabia do seu objetivo final, mas até chegar lá, outras manifestações
seriam necessárias. Ele não poderia esquecer das necessidades humanas enquanto
providenciava a salvação de suas almas.
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O movimento era a marca do ministério de Jesus.
Como Igreja e discípulos precisamos estar em constante movimento, sabendo qual
é nosso alvo final, mas sem deixar de observar e entender aqueles que
encontramos pelo caminho.
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Uma igreja em movimento não vai ficar reclusa
entre paredes, vai estar na comunidade, identificando e suprindo as
necessidades das pessoas, afinal, a sua prioridade são as pessoas. O melhor
antídoto contra o nanismo eclesiástico é o movimento. É isso que Jesus nos
ensina.
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O movimento torna a igreja saudável, dinâmica e
produtiva. O movimento oxigena a vida da igreja com a chega de pessoas que
foram resgatadas de suas misérias e agora desfrutam da salvação e da
restauração. O movimento renova, inspira, impulsiona, encoraja, prospera.
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Se queremos ser uma igreja saudável e discípulos
motivados, devemos estar em constante movimento no meio da comunidade, pois é
lá que vamos ter as oportunidades de ministrar o amor e a graça de Jesus.
2. JESUS ENSINA SOBRE
A COMPAIXÃO E GRAÇA. v.12-14
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Jesus não se recusa em ajudar aqueles dez homens
leprosos, excluídos e marginalizados. Mesmo de longe (devido à lepra) eles
clamaram pela misericórdia. Jesus os atende e assim são curados. Notemos que
nada é dito sobre a condição espiritual dos homens, nem se foram salvos.
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Este princípio é mais do que realizar ação
social. É sentir com o outro; é sentimento acompanhado do desejo de participar,
ajudando, diminuindo a dor. É ser altruísta, querendo minimizar a infelicidade
alheia.
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Jesus, que não ‘espiritualizou’ de forma
simplista todas as necessidades humanas; mesmo realizando curas, restaurando
vidas em pecado, agiu de forma ‘natural’, como está implícito em João 12.6 e
13.29. Jesus viu o ser humano como completo: corpo e espírito (Mateus 11.5).
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A igreja em Jerusalém agiu assim e incentivou
seus missionários a fazer o mesmo (Gálatas 2.10), de tal modo que as igrejas em
geral tinham essa preocupação, como a de Éfeso com seu programa de assistência
às viúvas (1 Timóteo 5.13-16).
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Jesus nos mostra e a Bíblia confirma a Compaixão
e Graça como princípios de vida pessoal do discípulo, não um programa de ajuda
social. Portanto isso é uma tarefa de todos os cristãos, e não da igreja
enquanto instituição somente (Gálatas 6.2, 10).
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Se como Igreja e discípulos, queremos imitar Jesus,
devemos viver a Compaixão e Graça como algo natural na nossa rotina diária, não
fazer delas um evento especial. Devemos estender a mão de ajuda a todos que
precisam, de forma natural e por amor ao ser humano necessitado.
3. JESUS ENSINA QUE A
INGRATIDÃO NÃO SESSA A GRAÇA. v.15-19
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Dos dez leprosos curados, apenas um (justamente
um samaritano) retornou para agradecer. Isso faz com que Jesus questionasse:
“onde estão os outros nove?”. Imagino que a ingratidão dos nove que não
voltaram para agradecer tenha frustrado a Jesus, mas isso não mudou seu modo de
agir.
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Nada nos é dito sobre os outros nove, quem eram,
onde viviam, o que faziam. Jesus curou os dez indistintamente. Não podemos
deixar que a ingratidão ou a resposta de maneira diferente naquilo que esperávamos
por parte de quem abençoamos, mude nossa forma de agir.
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Temos que aprender que apensar de alguns não
corresponderem às nossas expectativas, devemos continuar a ministrar a
compaixão e graça a todos quanto Deus colocar em nossa vida. Se permitimos que
a ingratidão altere nossa conduta cristã, não iremos fazer nada por ninguém.
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Temos um universo de pessoas em nossa esfera de
vida e relacionamentos, seja onde moramos, com quem cruzamos o caminho,
familiares, etc. Paulo viajou pregando o evangelho, depois preso em Roma
continuou tocando vidas porque se importava com elas.
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Paulo queria que conhecessem a Jesus, isso o
motivou a continuar, ele não se concentrou nas limitações ou nas pessoas que
rejeitaram sua mensagem, ele focou nas oportunidades e assim continuou
alcançando aqueles que estavam ao seu redor.
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Nossa mensagem não será unanimidade a todos.
Nossas ações de amor nem sempre serão respondidas ou valorizadas como
desejamos. Alguns vão preferir continuar vivendo da mesma maneira a pesar de
tudo que fizemos por elas. Isso é um fato.
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Como Igreja e discípulos não podemos deixar de
agir com graça e amor em virtude dessas decepções, pois sempre haverá um
“leproso” que vai voltar para agradecer e glorificar a Deus depois de ser
alcançado e abençoado pelo amor e pela graça divina.
CONCLUSÃO:
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O “IDE” de Jesus para sua Igreja não pode se
tornar apenas um “jargão gospel”, ele precisa ser real em nossas vidas. E para
cumprir o este “IDE”, precisamos estar em movimento.
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É na atitude de sair do comodismo e do templo
que as oportunidades surgem e nelas podemos nos sentir úteis para o Senhor, é
onde migramos da teoria para a prática cristã.
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Em muitas situações não vamos pregar o
evangelho, vamos apenas praticar o evangelho, vivendo os princípios de
compaixão e graça ensinados por Jesus.
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O problema da Igreja é que ela fala muito e faz
pouco. Ensina com maestria mas não incentiva ou proporciona oportunidades de
praticar os ensinos. Ela não é uma igreja relacional, é ocasional.
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É no relacional que vamos servir às pessoas,
fazendo por elas o que mais ninguém faria. É no relacional que vamos nos
frustrar porque nem todos vão valorizar o que temos feito.
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Mas apesar de todas as frustrações por falta de
gratidão, não devemos parar de fazer por elas aquilo que Jesus faria. O galardão
não será dado pelas pessoas aqui, mas por Jesus nos céus.

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