2 de mai. de 2017

Movimento da Graça


Texto: Lucas 17.11-19
Tema: Movimento da Graça

Introdução:
·         Continuamos com a série sobre os encontros inspiradores de Jesus, os quais nos ensinam a ser discípulos e igreja como o Senhor quer que sejamos. Hoje veremos alguns aspectos deste encontro com dez leprosos, onde todos foram curados, mas só um voltou para agradecer.
·         Jesus tinha um foco no seu ministério – a cruz – mas até chegar lá, Ele ministrou a graça divina atendendo as mais variadas necessidades de todo tipo de pessoas: cegos, aleijados, mudos, paralíticos, leprosos, possessos, etc. Atendeu a todos, sem esperar nada em troca.

·         Prosseguimos para o alvo, caminhamos para o céu, mas não podemos fechar os olhos para os necessitados ao nosso redor. Se não ministrarmos a graça divina aos necessitados, mas só focarmos nossa trajetória para eternidade, estamos falhando como discípulos.
·         Jesus sempre esteve em movimento e nos ensina a desenvolver um ministério em movimento. Neste movimento vão surgir oportunidade de ministrar Compaixão e Graça, que não deve sessar quando alguns não derem valor ao que fizemos por eles.

1. JESUS ENSINA UM MINISTÉRIO EM MOVIMENTO. v.11
·         O texto nos mostra um Jesus em movimento “continuava viajando para Jerusalém”, isso aponta para o objetivo final do seu ministério, a Cruz, por ela traria a salvação à humanidade. Sem a cruz, todas as demais ações de Jesus em favor das pessoas seriam em vão. Na Cruz ele iria ratificar seu ministério.
·         Mesmo caminhando para Cruz Ele não deixou de cumprir seu ministério em favor das pessoas “entrando num povoado” dez leprosos vieram se encontrar com Ele. Jesus sabia do seu objetivo final, mas até chegar lá, outras manifestações seriam necessárias. Ele não poderia esquecer das necessidades humanas enquanto providenciava a salvação de suas almas.
·         O movimento era a marca do ministério de Jesus. Como Igreja e discípulos precisamos estar em constante movimento, sabendo qual é nosso alvo final, mas sem deixar de observar e entender aqueles que encontramos pelo caminho.
·         Uma igreja em movimento não vai ficar reclusa entre paredes, vai estar na comunidade, identificando e suprindo as necessidades das pessoas, afinal, a sua prioridade são as pessoas. O melhor antídoto contra o nanismo eclesiástico é o movimento. É isso que Jesus nos ensina.
·         O movimento torna a igreja saudável, dinâmica e produtiva. O movimento oxigena a vida da igreja com a chega de pessoas que foram resgatadas de suas misérias e agora desfrutam da salvação e da restauração. O movimento renova, inspira, impulsiona, encoraja, prospera.
·         Se queremos ser uma igreja saudável e discípulos motivados, devemos estar em constante movimento no meio da comunidade, pois é lá que vamos ter as oportunidades de ministrar o amor e a graça de Jesus.

2. JESUS ENSINA SOBRE A COMPAIXÃO E GRAÇA. v.12-14
·         Jesus não se recusa em ajudar aqueles dez homens leprosos, excluídos e marginalizados. Mesmo de longe (devido à lepra) eles clamaram pela misericórdia. Jesus os atende e assim são curados. Notemos que nada é dito sobre a condição espiritual dos homens, nem se foram salvos.
·         Este princípio é mais do que realizar ação social. É sentir com o outro; é sentimento acompanhado do desejo de participar, ajudando, diminuindo a dor. É ser altruísta, querendo minimizar a infelicidade alheia.
·         Jesus, que não ‘espiritualizou’ de forma simplista todas as necessidades humanas; mesmo realizando curas, restaurando vidas em pecado, agiu de forma ‘natural’, como está implícito em João 12.6 e 13.29. Jesus viu o ser humano como completo: corpo e espírito (Mateus 11.5).
·         A igreja em Jerusalém agiu assim e incentivou seus missionários a fazer o mesmo (Gálatas 2.10), de tal modo que as igrejas em geral tinham essa preocupação, como a de Éfeso com seu programa de assistência às viúvas (1 Timóteo 5.13-16).
·         Jesus nos mostra e a Bíblia confirma a Compaixão e Graça como princípios de vida pessoal do discípulo, não um programa de ajuda social. Portanto isso é uma tarefa de todos os cristãos, e não da igreja enquanto instituição somente (Gálatas 6.2, 10).
·         Se como Igreja e discípulos, queremos imitar Jesus, devemos viver a Compaixão e Graça como algo natural na nossa rotina diária, não fazer delas um evento especial. Devemos estender a mão de ajuda a todos que precisam, de forma natural e por amor ao ser humano necessitado.

3. JESUS ENSINA QUE A INGRATIDÃO NÃO SESSA A GRAÇA. v.15-19
·         Dos dez leprosos curados, apenas um (justamente um samaritano) retornou para agradecer. Isso faz com que Jesus questionasse: “onde estão os outros nove?”. Imagino que a ingratidão dos nove que não voltaram para agradecer tenha frustrado a Jesus, mas isso não mudou seu modo de agir.
·         Nada nos é dito sobre os outros nove, quem eram, onde viviam, o que faziam. Jesus curou os dez indistintamente. Não podemos deixar que a ingratidão ou a resposta de maneira diferente naquilo que esperávamos por parte de quem abençoamos, mude nossa forma de agir.
·         Temos que aprender que apensar de alguns não corresponderem às nossas expectativas, devemos continuar a ministrar a compaixão e graça a todos quanto Deus colocar em nossa vida. Se permitimos que a ingratidão altere nossa conduta cristã, não iremos fazer nada por ninguém.
·         Temos um universo de pessoas em nossa esfera de vida e relacionamentos, seja onde moramos, com quem cruzamos o caminho, familiares, etc. Paulo viajou pregando o evangelho, depois preso em Roma continuou tocando vidas porque se importava com elas.
·         Paulo queria que conhecessem a Jesus, isso o motivou a continuar, ele não se concentrou nas limitações ou nas pessoas que rejeitaram sua mensagem, ele focou nas oportunidades e assim continuou alcançando aqueles que estavam ao seu redor.
·         Nossa mensagem não será unanimidade a todos. Nossas ações de amor nem sempre serão respondidas ou valorizadas como desejamos. Alguns vão preferir continuar vivendo da mesma maneira a pesar de tudo que fizemos por elas. Isso é um fato.
·         Como Igreja e discípulos não podemos deixar de agir com graça e amor em virtude dessas decepções, pois sempre haverá um “leproso” que vai voltar para agradecer e glorificar a Deus depois de ser alcançado e abençoado pelo amor e pela graça divina.

CONCLUSÃO:
·         O “IDE” de Jesus para sua Igreja não pode se tornar apenas um “jargão gospel”, ele precisa ser real em nossas vidas. E para cumprir o este “IDE”, precisamos estar em movimento.
·         É na atitude de sair do comodismo e do templo que as oportunidades surgem e nelas podemos nos sentir úteis para o Senhor, é onde migramos da teoria para a prática cristã.
·         Em muitas situações não vamos pregar o evangelho, vamos apenas praticar o evangelho, vivendo os princípios de compaixão e graça ensinados por Jesus.
·         O problema da Igreja é que ela fala muito e faz pouco. Ensina com maestria mas não incentiva ou proporciona oportunidades de praticar os ensinos. Ela não é uma igreja relacional, é ocasional.
·         É no relacional que vamos servir às pessoas, fazendo por elas o que mais ninguém faria. É no relacional que vamos nos frustrar porque nem todos vão valorizar o que temos feito.

·         Mas apesar de todas as frustrações por falta de gratidão, não devemos parar de fazer por elas aquilo que Jesus faria. O galardão não será dado pelas pessoas aqui, mas por Jesus nos céus.

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