Tema: A
Necessidade de Recomeçar
Introdução:
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O conceito de recomeçar não precisa ser
explanado. É um conceito fácil de entender, todos nós em algum momento já
precisamos começar de novo; retomar algo que fazíamos após
interrupção. Este ciclo de recomeços não terá fim em nossas vidas,
sempre teremos algum projeto, sonho, meta, desafio, etc. para recomeçar.
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Casais precisam recomeçar seu relacionamento
após uma crise. Profissionais precisam recomeçar suas carreiras após a
demissão. Atletas precisam recomeçar os treinos após uma derrota. Cristãos
precisam recomeçar seus ministérios e vida com Jesus após uma frustração.
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Recomeçar é a oportunidade de fazer diferente, é
aprender com os próprios erros, é como passar pela mesma estrada, mas sabendo
onde estão os buracos. Ao olharmos para os personagens da Bíblia, todos, menos
Jesus, passaram por esta experiência. Como eles e o apóstolo Pedro, nós também precisamos
recomeçar.
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Veja o exemplo de Adão (Gn 4.25,26). Criado a
imagem e semelhança de Deus, vivia em plena harmonia consigo, com o semelhante,
com a natureza e principalmente com Deus. Mas após o pecado, teve que recomeçar
fora no Édem (3.23), em conflito com a natureza (3.17), em desarmonia com Deus
(3.10).
1. O COMEÇO DA
VIDA DE PEDRO COM JESUS. (Mat 4.18-20)
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Pedro era um pecador de peixes. Jesus no começo
de seu ministério chama-o para segui-lo, para isso, seria necessário “largar as
redes”. Ele começa bem, é escolhido como um dos doze apóstolos, mas vai mais
longe, se torna um dos três (Pedro, Tiago e João) de Jesus.
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Pedro sempre se destacou pelo seu temperamento.
Sempre tomava a frente se interpunha nas situações: teve a sogra curada (8.14);
se ofereceu pra caminhar sobre as águas (14.28); responde dizendo o que Jesus
era para eles (16.16); repreendeu Jesus (16.22); se ofereceu para fazer tendas
para Moisés, Elias e Jesus (17.4); quis saber quantas vezes devia perdoar
(18.21); DISSE QUE JAMAIS NEGARIA A JESUS (26.33,35).
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Durante o ministério de Jesus Pedro foi se
aproximando, foi aprendendo, foi confirmando seu chamado e assim se destacando
como um dos líderes dos discípulos e da igreja a qual Jesus estava
estabelecendo.
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Como é bom lembrar no nosso tempo dos primeiros
passos na fé, logo após a conversão. Toda empolgação, sonhos e projetos, o
envolvimento com o ministério da Igreja, a busca por testemunhar compartilhando
tudo o que Jesus fez em nossa vida. Não media esforços para se envolver e assim
servir e agradar a Deus.
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Mas, pena que não continuamos assim. Com o
passar do tempo as coisas vão mudando, nossas prioridades, nossos sonhos, nosso
envolvimento, nossa participação. Quando percebemos, estamos perto, mas ao
mesmo tempo longe, a tal ponto de negar o Senhor.
2. A QUEDA DE
PEDRO E O AFASTAMENTO. (Mat 26.69-75)
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A negação foi o estopim que desencadeou uma
série de consequências para Pedro se afastar de Jesus. Podemos entender que o
choro do v.75 era de frustração, de não ter cumprido sua promessa. Esse fato
abre uma ferida na vida de Pedro que se torna humanamente incurável.
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Pedro havia deixado o ofício de pescador (largou
as redes, os barcos, os peixes) para seguir a Jesus. Ele havia se tornado um
pescador de homens. Mas seu afastamento o levou a voltar atrás, à sua velha
vida, fazer o que fazia antes.
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Em João 21.3 lemos que os discípulos liderados
por Pedro acabavam de voltar de uma noite frustrante de trabalho, não pescaram
nada. Ao chegaram à praia, Jesus estava lá, manda jogar a rede do outro lado,
eles pescam 153 peixes grandes, Jesus assa alguns peixes e lhes dá de comer.
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Uma pessoa nas condições de Pedro, deixa de
contribuir com a proclamação do Evangelho e se torna mais um a deriva na vida,
sem saber o que fazer. Além disso, um discípulo frustrado, arrasta consigo
outros que podem estar também meio desanimados.
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Para evitar a queda e o afastamento, devemos
vigiar o orar. A expressão “Pedro seguiu
Jesus de longe” (Mat 26.58) é significativa neste contexto. Não há quem
persevere e se torne um exemplo de discípulo seguindo a Jesus de longe. É
preciso intimidade, entrega, abnegação.
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A distância pode ser fruto da falta de uma
verdadeira entrega, talvez seja um exagero, mas é possível que Pedro ainda só
gostasse de Jesus. O texto de Lucas 22.31,32 nos aponta para essa direção.
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E assim como Pedro, hoje há muitas pessoas que
apenas gostam de Jesus, acham Ele legal, camarada, uma pessoa boa. Mas que
ainda não estão preparadas para entregar-se totalmente, para morrer por ele.
Amam, mas não com amor sacrificial, não se tornam íntimos.
3. O RECOMEÇO DA
SUA VIDA E MINISTÉRIO. (João 21.15-17)
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Depois de comerem, estando reunidos, penso em
volta da fogueira, ele se dirige e Pedro para ter aquela conversa restauradora.
A única pergunta que Jesus faz é: “Você
me ama”. Jesus não questiona Pedro dos motivos pelos quais ele o negou.
Jesus não queria remexer o passado, Ele queria olhar para o frente, o passado
não podia ser mudado, mas o futuro sim.
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Olhando pro texto com uma visão mais romântica
que exegética, Jesus pede a Pedro três disposições para recomeçar: disposição de amar;
disposição de servir cuidando de pessoas e de morrer por Jesus. A partir destas
disposições, Jesus providenciaria tudo o que Pedro necessitava.
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A pergunta “tu me amas” aponta para a disposição
de amar. Exegeticamente falando, pelo uso dos termos ágape e fileo, Jesus
questiona qual a profundidade do amor de Pedro. A conclusão é que ele ainda não
amava a Jesus com amor sacrificial (ágape).
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Já a afirmação “tome conta das minhas ovelhas” aponta para a disposição se servir
por meio do cuidado das pessoas. Ele deveria promover por todos os meios
o bem estar espiritual dos membros da igreja, fossem novos ou experientes na
fé, apascentando, regendo, provendo pasto para alimentação, cuidar do corpo e
das necessidades da alma.
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Isso teria um preço (v.18,
19) a ser pago “Jesus estava dando a
entender de que modo Pedro ia morrer”. Aquela disposição que Pedro se
comprometeu, mas falhou em cumprir (Mat 26.35). Ele precisava reafirmar este
compromisso e levá-lo a cabo, abrindo mão da própria vida por Jesus.
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Não há começo nem recomeço
sem a disposição de amar, servir e morrer por Jesus. É exatamente isso que
falta para muitos que se dizem cristãos, mas que não passam de impostores, não
confessando Jesus diante dos homens, mas exigindo que Ele os reconheça no céu.
CONCLUSÃO:
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Pedro não poderia ser benção no ministério se
essa ferida não fosse sarada. A restauração de Pedro era estritamente
necessária para o seu recomeço, para que ele fosse um grande homem de Deus.
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As Brechas são uma oportunidade para o Diabo nos
desanimar e nos levar a deixarmos de seguir a Jesus. O profeta Elias
desanimado, pediu a morte para si (1 Reis 19.4). Davi diz que enquanto não
confessou os pecados vivia cansado, só chorava e não dormia (Salmo 32.3).
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E uma vez sarados, estamos prontos para sermos
bênçãos nas mãos de Deus. Vamos ser usados com poder. Vamos fazer a diferença. Vamos
nos tornar pescadores de homens. Vamos cuidar das ovelhas de Jesus.
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Não é clichê, mas nunca é tarde para recomeçar.
Não importa quanto tempo faz que você desistiu. Jesus pede duas coisas: amor e
disposição de servir, o resto Ele providencia.
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