7 de fev. de 2017

Miséria nos Desafia à Compaixão e Graça


Texto: Mateus 8.1-4
Tema: A Miséria Alheia nos Desafia à Compaixão e Graça

Introdução:
·        Neste texto vemos a narração da cura de um leproso. O texto diz que quando Jesus desceu do monte, veio um leproso, que ajoelhou-se e disse que se Jesus quisesse poderia purifica-lo.
·        Jesus estende a mão tocou nele e disse que queria sim e ordenou a purificação que aconteceu na mesma hora. Então Jesus orienta o homem a se apresentar ao sacerdote (para atestar a cura) e oferecer uma oferta de acordo com a lei de Moisés.
·        A semelhança deste leproso, muitas pessoas estão à margem da sociedade, da religião, da dignidade, pois são vitimas de algum tipo de lepra, o preconceito, a falsa santidade, as injustiças, etc.

·        Como discípulos e igreja que tem como prioridade as pessoas, devemos aprender com Jesus como tratar com estas pessoas marginalizadas, de forma eficaz para mudar sua condição. Não basta sentir pena delas, é preciso agir com misericórdia.

1. AS CONSEQUÊNCIAS DA MISÉRIA. v.1,2
·        Vejamos a situação deste homem leproso, e as consequências da sua miséria:
1.     A lepra marcava a pessoa fisicamente. O inchaço e as manchas avermelhadas; o pelo que branqueava; a mancha que se aprofundava, tudo deveria ser analisado pelo sacerdote que declarava a pessoa pura ou impura, e nesse caso, a isolava da comunidade (Lev. 13.2-6).
2.     A lepra marcava a pessoa socialmente. Uma vez declarada leprosa, a pessoa era isolada da comunhão da comunidade, não podia se relacionar, não podia ter contato, não podia abraçar; era uma pessoa rejeitada (Núm. 12.10-15).
3.     A lepra marcava a pessoa psicologicamente. Imagine como se sentiam as pessoas dentro de si ao ver que todos a olhavam com desprezo, com repúdio, com indiferença. As feridas na alma com certeza eram maiores e mais profundas que as feridas do corpo.
4.     A lepra marcava a pessoa espiritualmente. Uma vez declarada impura, a pessoa não podia participar na adoração. Não podia ir ao Tabernáculo, depois o Templo e Sinagoga. Era impedida de ter uma relação íntima com Deus dentro do sistema religioso daquela época.
·        Essa situação física, social, psicológica e espiritual se configurava em miséria. Podemos dizer que este leproso era um miserável.

2. O QUE É MISERICÓRDIA. v.3
·        Misericórdia não é olhar a miséria do outro e simplesmente dizer: “Coitadinho dele! Tomara que um dia mude de situação! Vou orar para Deus te abençoar! Misericórdia não é simplesmente sentir pena ou dó de alguém. Misericórdia é algo mais profundo.
·        A misericórdia é entendida quando a miséria de uma pessoa toca o coração e faz com que aquele que foi tocado, aja em favor do necessitado. Misericórdia é quando o coração se compadece e sofre pela miséria que presencia.
·        Mas Jesus se importa com aqueles que se encontram nessa condição. Jesus tocou nele, enquanto ninguém mais o tacava, Jesus falou com ele, quando ninguém mais queria fazer isso, Jesus restaurou a vida daquele homem leproso.

3. RESULTADO PRÁTICO DA MISERICÓRDIA. v.3,4
·        Em Mateus 9.35-37, Jesus olhou as multidões e teve compaixão (misericórdia) delas. Observando sua realidade e observando a profundidade de suas almas, Jesus compreende que estes homens e mulheres, aflitos e cansados, se pareciam com ovelhas sem pastor.
·        A compaixão do Senhor Jesus foi uma característica de sua vida que muito nos impressiona. Os seus milagres sempre foram engatilhados e provocados por um profundo sentimento de compaixão e misericórdia pela realidade das pessoas:
o   Em compaixão pela cegueira, Jesus trazia luz aos olhos;
o   Em compaixão pela paralisia nas pernas, Jesus fazia o coxo andar;
o   Em compaixão pela dor da morte, Jesus chorando ressuscitou seu amigo Lázaro.
·        Levado pela compaixão Jesus realizava milagres. Não podemos fazer os milagres de Cristo sem a compaixão de Cristo.

4. POR QUE TER MISERICÓRDIA
·        Em Mateus 5.3-11 lemos sobre as Bem-aventuranças. No verso 7 Jesus diz: “Bem-aventurados os misericordiosos, pois alcançarão misericórdia”. Logo exercer a misericórdia é uma disposição para receber a misericórdia.
·        Devemos nos compadecer com a miséria dos outros, pois um dia estávamos na mesma situação e Jesus teve misericórdia de nós. Ele desceu até onde estávamos, não se importou com nossa realidade, condição, estado. Ele nos amou a ponto de se fazer miserável conosco para poder transformar nossa realidade.
·        Devemos ter misericórdia, pois só assim poderemos apresentar Jesus para as pessoas que estão vivendo na podridão deste mundo. Quando a realidade delas nos levar a agir em seu favor, abriremos uma possibilidade para Jesus salvá-las como fez conosco.
·        Em último lugar, só poderemos fazer os milagres que Jesus fez, se nosso coração for impactado pela miséria das pessoas, assim como o coração de Jesus era impactada a tal ponto de agir para mudar a realidade em que se encontravam.

CONCLUSÃO
·        Termino dizendo que não há demonstração de misericórdia à distancia ou on line, precisamos estar in loco, dando as cinco sentidos (tato, visão, olfato, paladar, audição) a oportunidade de agir e ser contagiado pela condição em que a pessoa se encontra.
·        A misericórdia à distância não mudará a condição de miséria presente das pessoas, pois a maioria não vai conseguir sair sozinhas da situação em que se encontram. Perto do leproso Jesus estendeu a mão, tocou nele e falou com ele.
·        Os gestos de misericórdia não podem ser moeda de troca para benefício ou glória própria do eu, devem ser feitos para mudar a condição do necessitado, não para alimentar paginas de redes sociais ou sites de instituições (Mt 6.3).

·        Sejamos mais parecidos com Jesus demonstrando uma real e sincera misericórdia pelas pessoas excluídas que estão aos pés dos montes, mas para isso é preciso descer.

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