Texto: Mateus 8.1-4
Tema: A Miséria Alheia nos
Desafia à Compaixão e Graça
Introdução:
·
Neste texto vemos
a narração da cura de um leproso. O texto diz que quando Jesus desceu do monte,
veio um leproso, que ajoelhou-se e disse que se Jesus quisesse poderia
purifica-lo.
·
Jesus estende a
mão tocou nele e disse que queria sim e ordenou a purificação que aconteceu na
mesma hora. Então Jesus orienta o homem a se apresentar ao sacerdote (para
atestar a cura) e oferecer uma oferta de acordo com a lei de Moisés.
·
A semelhança
deste leproso, muitas pessoas estão à margem da sociedade, da religião, da
dignidade, pois são vitimas de algum tipo de lepra, o preconceito, a falsa
santidade, as injustiças, etc.
·
Como discípulos e
igreja que tem como prioridade as pessoas, devemos aprender com Jesus como
tratar com estas pessoas marginalizadas, de forma eficaz para mudar sua
condição. Não basta sentir pena delas, é preciso agir com misericórdia.
1. AS CONSEQUÊNCIAS DA MISÉRIA. v.1,2
·
Vejamos a
situação deste homem leproso, e as consequências da sua miséria:
1.
A lepra
marcava a pessoa fisicamente. O inchaço e as manchas avermelhadas; o pelo que
branqueava; a mancha que se aprofundava, tudo deveria ser analisado pelo
sacerdote que declarava a pessoa pura ou impura, e nesse caso, a isolava da
comunidade (Lev. 13.2-6).
2.
A lepra
marcava a pessoa socialmente. Uma vez declarada leprosa, a pessoa era isolada da
comunhão da comunidade, não podia se relacionar, não podia ter contato, não
podia abraçar; era uma pessoa rejeitada (Núm. 12.10-15).
3.
A lepra
marcava a pessoa psicologicamente. Imagine como se sentiam as pessoas dentro de si ao
ver que todos a olhavam com desprezo, com repúdio, com indiferença. As feridas
na alma com certeza eram maiores e mais profundas que as feridas do corpo.
4.
A lepra
marcava a pessoa espiritualmente. Uma vez declarada impura, a pessoa não podia
participar na adoração. Não podia ir ao Tabernáculo, depois o Templo e
Sinagoga. Era impedida de ter uma relação íntima com Deus dentro do sistema
religioso daquela época.
·
Essa situação física,
social, psicológica e espiritual se configurava em miséria. Podemos dizer que
este leproso era um miserável.
2. O QUE É MISERICÓRDIA. v.3
·
Misericórdia não
é olhar a miséria do outro e simplesmente dizer: “Coitadinho dele! Tomara que
um dia mude de situação! Vou orar para Deus te abençoar! Misericórdia não é
simplesmente sentir pena ou dó de alguém. Misericórdia é algo mais profundo.
·
A misericórdia é
entendida quando a miséria de uma pessoa toca o coração e faz com que aquele
que foi tocado, aja em favor do necessitado. Misericórdia é quando o coração se compadece e sofre pela miséria que
presencia.
·
Mas Jesus se
importa com aqueles que se encontram nessa condição. Jesus tocou nele, enquanto
ninguém mais o tacava, Jesus falou com ele, quando ninguém mais queria fazer
isso, Jesus restaurou a vida daquele homem leproso.
3. RESULTADO PRÁTICO DA MISERICÓRDIA. v.3,4
·
Em Mateus
9.35-37, Jesus olhou as multidões e teve compaixão (misericórdia) delas.
Observando sua realidade e observando a profundidade de suas almas, Jesus
compreende que estes homens e mulheres, aflitos e cansados, se pareciam com
ovelhas sem pastor.
·
A compaixão do
Senhor Jesus foi uma característica de sua vida que muito nos impressiona. Os
seus milagres sempre foram engatilhados e provocados por um profundo sentimento
de compaixão e misericórdia pela realidade das pessoas:
o
Em compaixão pela
cegueira, Jesus trazia luz aos olhos;
o
Em compaixão pela
paralisia nas pernas, Jesus fazia o coxo andar;
o
Em compaixão pela
dor da morte, Jesus chorando ressuscitou seu amigo Lázaro.
·
Levado pela
compaixão Jesus realizava milagres. Não podemos fazer os milagres de Cristo sem
a compaixão de Cristo.
4. POR QUE TER MISERICÓRDIA
·
Em Mateus 5.3-11
lemos sobre as Bem-aventuranças. No verso 7 Jesus diz: “Bem-aventurados os
misericordiosos, pois alcançarão misericórdia”. Logo exercer a misericórdia é
uma disposição para receber a misericórdia.
·
Devemos nos
compadecer com a miséria dos outros, pois um dia estávamos na mesma situação e
Jesus teve misericórdia de nós. Ele desceu até onde estávamos, não se importou
com nossa realidade, condição, estado. Ele nos amou a ponto de se fazer
miserável conosco para poder transformar nossa realidade.
·
Devemos ter
misericórdia, pois só assim poderemos apresentar Jesus para as pessoas que
estão vivendo na podridão deste mundo. Quando a realidade delas nos levar a
agir em seu favor, abriremos uma possibilidade para Jesus salvá-las como fez
conosco.
·
Em último lugar,
só poderemos fazer os milagres que Jesus fez, se nosso coração for impactado
pela miséria das pessoas, assim como o coração de Jesus era impactada a tal
ponto de agir para mudar a realidade em que se encontravam.
CONCLUSÃO
·
Termino dizendo
que não há demonstração de misericórdia à distancia ou on line, precisamos estar in loco, dando as cinco sentidos (tato,
visão, olfato, paladar, audição) a oportunidade de agir e ser contagiado pela
condição em que a pessoa se encontra.
·
A misericórdia à
distância não mudará a condição de miséria presente das pessoas, pois a maioria
não vai conseguir sair sozinhas da situação em que se encontram. Perto do
leproso Jesus estendeu a mão, tocou nele e falou com ele.
·
Os gestos de
misericórdia não podem ser moeda de troca para benefício ou glória própria do
eu, devem ser feitos para mudar a condição do necessitado, não para alimentar
paginas de redes sociais ou sites de
instituições (Mt 6.3).
·
Sejamos mais
parecidos com Jesus demonstrando uma real e sincera misericórdia pelas pessoas
excluídas que estão aos pés dos montes, mas para isso é preciso descer.

Nenhum comentário:
Postar um comentário