6 de dez. de 2016

Servir Usando os Dons


Texto: Atos 6.1-7
Tema: Todos Devem Servir usando seus Dons – Cada um fazendo sua parte

Introdução:
·         O texto começa com uma referência ao crescimento numérico da Igreja. Mas junto com o crescimento, surgiu um problema interno, a queixa dos cristão não judeus no que se refere a distribuição de provisões para as viúvas do seu grupo.
·         O problema foi trazido aos apóstolos que reuniram os discípulos e propuseram a eles que escolhessem homens capazes de administrar a distribuição de provisão. Para os apóstolos, a prioridade do seu chamado ministerial era a pregação e a oração e queriam se dedicar a isso.

·         Sete homens (dignos de confiança, cheios do Espírito e sábios) foram escolhidos pelos discípulos e os apóstolos consagraram eles para este serviço. Dessa forma o texto traz a nota de que a “palavra de Deus continuava a se espalhar... o número de seguidores crescia”.
·         Em 1 Pedro 2.5,9 o apóstolo declara esta verdade bíblica que foi esquecida pela igreja durante séculos: “Cada pessoa convertida tem o dever de ser ativo no serviço ao Senhor por meio do exercício dos seus dons espirituais para não sobrecarregar os líderes”. Nisto consiste o Sacerdócio Universal de todos os Crestes.

1. O SERVIÇO DE TODOS EVITA RECLAMAÇÃO NA IGREJA v.1
·         O que era para ser benção (o crescimento numérico da Igreja) passou a produzir um ambiente propício para reclamação na Igreja. Um problema estava surgindo motivado por um resquício de partidarismo entre cristãos gregos e cristãos judeus.
·         Era dever da Igreja  prover o sustento das viúvas (1Tm 5.3-16), isso era feito com os recursos que eram trazidos aos apóstolos (Barnabé e Ananias venderam suas propriedade para isso), pois até então eles administravam tais recursos. O problema não era a captação, mas a distribuição do dinheiro.
·         O problema foi resolvido com a delegação deste serviço para pessoas do próprio circulo cristão que eram capazes de realizá-lo, de forma que as injustiças fossem reparadas e assim, houvesse paz na Igreja. A solução estava ali entre eles, pessoas com habilidades para fazer aquele serviço.
·         A maior parte das reclamações e descontentamentos na Igreja hoje é devido a negligência de parte do corpo que não coloca seus dons a serviço do Senhor e em benefício da Igreja. Se todos servissem, haveria menos falhas nos ministérios e menos reclamações.
·         As reclamações podem surgir: 1. Quem está servindo monopoliza tudo e não deixa espaço para que outros se envolvam e assim ministrem no exercício dos dons. 2. Quem não está servindo se acomoda e deixa tudo para que os outros façam, por pensar que não é capaz ou digno de fazer.
·         Como igreja precisamos entender que cada cristão tem seu lugar no corpo de Cristo e portanto, tem seu ministério a desenvolver. Quem se omite e negligencia seu chamado, está pecando e causando prejuízos para a Igreja. Todos são chamados a servir. Todos devem servir (1 Pe 2.9).

2. O SERVIÇO DEVE SER COM EXCELÊNCIA. v.2,4
·         Os apóstolos elegeram os diáconos para cuidar da distribuição de alimentos para que eles pudessem se dedicar e fazer o seu melhor na pregação, oração e ensino. Eles poderiam acumular estas funções, mas sabiam que não fariam com toda excelência que era necessário.
·         Eles sabiam que no meio da congregação havia pessoas capazes de fazer aquele serviço com a mesma dedicação e excelência que eles estavam fazendo, e até melhor, afinal alguns estavam reclamando porque as suas viúvas recebiam menos que as outras.
·         Paulo aborda em 1 Coríntios 12, Efésios 4.11-13 o assunto dos dons para entendermos que cada um é necessário no corpo e, assim, tem um trabalho a executar, mas é em Romanos 12.4-8 que somos exortados a servir com zelo, fazendo bem feito aquilo para o qual fomos chamados.
·         O profeta Jeremias alertou sobre a negligência dos soldados na guerra contra Moabe com uma expressão muito forte “maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente” (48.10), ou com negligência, com frouxidão, com engano. Não basta servir, é preciso fazer com excelência.
·         Devemos refletir se estamos sendo servos bons e fiéis (Mt 25.21,23), se estamos dando o melhor da nossa parte para servir aos irmãos através de nossos dons ou se estamos sendo relaxados, ou pior, estamos escondendo nossos dons e assim trazendo prejuízo à Igreja.

3. O SERVIÇO EXIGE HABILIDADES... ESPIRITUAIS v.3,5,8
·         O pedido dos apóstolos foi para que escolhessem sete homens com algumas características (basicamente espirituais) específicas para desempenhar aquela função:
o   Sábios, (sophia). Sabedoria, inteligência ampla e completa; usado do conhecimento sobre diversos assuntos; a sabedoria que pertence aos homens (conhecimento variado de coisas humanas e divinas, adquirido pela sutileza e experiência, e sumarizado em máximas e provérbios).
o   Cheios do Espírito, (pleres). Cheio, i.e., preenchido, completo (em oposição a vazio). Inteiro, i.e., completo; que não tem falta de nada, perfeito.
o   Bom testemunho, (martureo). Ser uma testemunha, dar testemunho, i.e., afirmar ter visto, ouvido ou experimentado algo, ou recebido por revelação ou inspiração divina.
o   Havia tornado cristão, (proselutos). Alguém que veio de uma religião pagã para o judaísmo. a) Prosélitos de retidão: que recebiam a circuncisão e se comprometiam em guardar toda a lei mosaica e cumprir todas exigências do judaísmo; b) Prosélitos da entrada: que habitavam entre os judeus, e mesmo incircuncisos observavam algumas leis específicas.
o   Cheio de fé (charis). Graça; aquilo que dá alegria, deleite, prazer, doçura, charme, amabilidade: graça de discurso; boa vontade, amável bondade, favor; da bondade misericordiosa pela qual Deus, exercendo sua santa influência sobre as almas, volta-as para Cristo, guardando, fortalecendo, fazendo com que cresçam na fé cristã, conhecimento, afeição, e desperta-as ao exercício das virtudes cristãs
·         Não devemos entender com isso que as qualificações humanas podem ser desprezadas, mas que quando se trata de serviço a Deus para a Igreja, o critério primário é espiritual. Se a pessoa tem essa qualificação espiritual e coloca sua formação humana à disposição, isso é benção.
·         Infelizmente quando pensamos em pessoas para desempenhar certos serviços na Igreja, escolhemos a via errada de seleção. Nos atemos primeiramente às capacitações e habilidade humanas e não espirituais. Erradamente avaliamos pelo currículo que a pessoa possui.
·         Um exemplo clássico disso é que para trabalhar com as crianças, procuramos as “professoras”, pois cremos que elas tendo formação em magistério são as pessoas certas para este ministério. Essa formação potencializa o serviço, mas não deveria ser determinante para escolha.
·         O fato é que se a pessoa não for salva, regenerada e comprometida com o Senhor Jesus, ela pode ter o melhor currículo, a melhor formação, todos os cursos possíveis, mas ela não servirá com excelência, com dedicação. Ou talvez ela nunca se envolverá em algum serviço na Igreja.

CONCLUSÃO:
·         O texto começa e termina com a mesma ênfase: “o número dos discípulos aumentava...”. Este crescimento numérico revela a saúde espiritual daquela igreja.
·         Era uma igreja marcada pela Oração Comunitária; pela Intensa Comunhão; exercendo o Poder a Autoridade do Espírito; Testemunhando incessantemente; com um Temor a Deus intenso e cada um servindo com seus dons espirituais.

·         A vontade de Deus para sua Igreja é que todos sejam servos, que usem seus Dons com excelência, pois isso vai gerar o crescimento do corpo de Cristo.

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