Tema: Todos Devem Servir usando seus Dons – Cada um
fazendo sua parte
Introdução:
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O texto começa com uma referência ao crescimento numérico da Igreja.
Mas junto com o crescimento, surgiu um problema interno, a queixa dos cristão
não judeus no que se refere a distribuição de provisões para as viúvas do seu
grupo.
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O problema foi trazido aos apóstolos que reuniram os discípulos e
propuseram a eles que escolhessem homens capazes de administrar a distribuição
de provisão. Para os apóstolos, a prioridade do seu chamado ministerial era a
pregação e a oração e queriam se dedicar a isso.
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Sete homens (dignos de confiança, cheios do Espírito e sábios) foram
escolhidos pelos discípulos e os apóstolos consagraram eles para este serviço.
Dessa forma o texto traz a nota de que a “palavra de Deus continuava a se
espalhar... o número de seguidores crescia”.
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Em 1 Pedro 2.5,9 o apóstolo declara esta verdade bíblica que foi
esquecida pela igreja durante séculos: “Cada pessoa convertida tem o dever de
ser ativo no serviço ao Senhor por meio do exercício dos seus dons espirituais
para não sobrecarregar os líderes”. Nisto consiste o Sacerdócio Universal de
todos os Crestes.
1. O SERVIÇO DE TODOS EVITA RECLAMAÇÃO NA IGREJA v.1
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O que era para ser benção (o crescimento numérico da Igreja) passou a produzir
um ambiente propício para reclamação na Igreja. Um problema estava surgindo
motivado por um resquício de partidarismo entre cristãos gregos e cristãos
judeus.
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Era dever da Igreja prover o
sustento das viúvas (1Tm 5.3-16), isso era feito com os recursos que eram
trazidos aos apóstolos (Barnabé e Ananias venderam suas propriedade para isso),
pois até então eles administravam tais recursos. O problema não era a captação,
mas a distribuição do dinheiro.
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O problema foi resolvido com a delegação deste serviço para pessoas do
próprio circulo cristão que eram capazes de realizá-lo, de forma que as
injustiças fossem reparadas e assim, houvesse paz na Igreja. A solução estava
ali entre eles, pessoas com habilidades para fazer aquele serviço.
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A maior parte das reclamações e descontentamentos na Igreja hoje é
devido a negligência de parte do corpo que não coloca seus dons a serviço do
Senhor e em benefício da Igreja. Se todos servissem, haveria menos falhas nos
ministérios e menos reclamações.
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As reclamações podem surgir: 1. Quem está servindo monopoliza tudo e
não deixa espaço para que outros se envolvam e assim ministrem no exercício dos
dons. 2. Quem não está servindo se acomoda e deixa tudo para que os outros
façam, por pensar que não é capaz ou digno de fazer.
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Como igreja precisamos entender que cada cristão tem seu lugar no corpo
de Cristo e portanto, tem seu ministério a desenvolver. Quem se omite e
negligencia seu chamado, está pecando e causando prejuízos para a Igreja. Todos
são chamados a servir. Todos devem servir (1 Pe 2.9).
2. O SERVIÇO DEVE SER COM EXCELÊNCIA. v.2,4
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Os apóstolos elegeram os diáconos para cuidar da distribuição de
alimentos para que eles pudessem se dedicar e fazer o seu melhor na pregação,
oração e ensino. Eles poderiam acumular estas funções, mas sabiam que não
fariam com toda excelência que era necessário.
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Eles sabiam que no meio da congregação havia pessoas capazes de fazer
aquele serviço com a mesma dedicação e excelência que eles estavam fazendo, e
até melhor, afinal alguns estavam reclamando porque as suas viúvas recebiam
menos que as outras.
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Paulo aborda em 1 Coríntios 12, Efésios 4.11-13 o assunto dos dons para
entendermos que cada um é necessário no corpo e, assim, tem um trabalho a
executar, mas é em Romanos 12.4-8 que somos exortados a servir com zelo,
fazendo bem feito aquilo para o qual fomos chamados.
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O profeta Jeremias alertou sobre a negligência dos soldados na guerra
contra Moabe com uma expressão muito forte “maldito
aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente”
(48.10), ou com negligência, com frouxidão, com engano. Não basta servir, é
preciso fazer com excelência.
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Devemos refletir se estamos sendo servos bons e fiéis (Mt 25.21,23), se
estamos dando o melhor da nossa parte para servir aos irmãos através de nossos
dons ou se estamos sendo relaxados, ou pior, estamos escondendo nossos dons e
assim trazendo prejuízo à Igreja.
3. O SERVIÇO EXIGE HABILIDADES... ESPIRITUAIS
v.3,5,8
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O pedido dos apóstolos foi para que escolhessem sete homens com algumas
características (basicamente espirituais) específicas para desempenhar aquela
função:
o Sábios, (sophia). Sabedoria, inteligência ampla e completa; usado do conhecimento sobre
diversos assuntos; a sabedoria que pertence aos homens (conhecimento variado de
coisas humanas e divinas, adquirido pela sutileza e experiência, e sumarizado
em máximas e provérbios).
o Cheios do Espírito, (pleres). Cheio, i.e., preenchido, completo (em oposição a vazio). Inteiro,
i.e., completo; que não tem falta de nada, perfeito.
o Bom testemunho, (martureo). Ser uma testemunha, dar testemunho, i.e., afirmar ter
visto, ouvido ou experimentado algo, ou recebido por revelação ou inspiração
divina.
o Havia tornado cristão, (proselutos). Alguém que veio de uma religião pagã para o judaísmo. a) Prosélitos
de retidão: que recebiam a circuncisão e se comprometiam em guardar toda a lei
mosaica e cumprir todas exigências do judaísmo; b) Prosélitos da entrada: que
habitavam entre os judeus, e mesmo incircuncisos observavam algumas leis
específicas.
o Cheio de fé (charis). Graça; aquilo que dá alegria, deleite, prazer, doçura,
charme, amabilidade: graça de discurso; boa vontade, amável bondade, favor; da
bondade misericordiosa pela qual Deus, exercendo sua santa influência sobre as
almas, volta-as para Cristo, guardando, fortalecendo, fazendo com que cresçam
na fé cristã, conhecimento, afeição, e desperta-as ao exercício das virtudes
cristãs
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Não devemos entender com isso que as qualificações humanas podem ser
desprezadas, mas que quando se trata de serviço a Deus para a Igreja, o
critério primário é espiritual. Se a pessoa tem essa qualificação espiritual e
coloca sua formação humana à disposição, isso é benção.
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Infelizmente quando pensamos em pessoas para desempenhar certos
serviços na Igreja, escolhemos a via errada de seleção. Nos atemos
primeiramente às capacitações e habilidade humanas e não espirituais.
Erradamente avaliamos pelo currículo que a pessoa possui.
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Um exemplo clássico disso é que para trabalhar com as crianças,
procuramos as “professoras”, pois cremos que elas tendo formação em magistério
são as pessoas certas para este ministério. Essa formação potencializa o
serviço, mas não deveria ser determinante para escolha.
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O fato é que se a pessoa não for salva, regenerada e comprometida com o
Senhor Jesus, ela pode ter o melhor currículo, a melhor formação, todos os
cursos possíveis, mas ela não servirá com excelência, com dedicação. Ou talvez
ela nunca se envolverá em algum serviço na Igreja.
CONCLUSÃO:
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O texto começa e termina com a mesma ênfase: “o número dos discípulos aumentava...”. Este crescimento numérico
revela a saúde espiritual daquela igreja.
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Era uma igreja marcada pela Oração Comunitária; pela Intensa Comunhão;
exercendo o Poder a Autoridade do Espírito; Testemunhando incessantemente; com
um Temor a Deus intenso e cada um servindo com seus dons espirituais.
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A vontade de Deus para sua Igreja é que todos sejam servos, que usem seus
Dons com excelência, pois isso vai gerar o crescimento do corpo de Cristo.
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