Tema: O Temor Afasta a Hipocrisia
Introdução:
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Os cap. 4 e 5 destacam o testemunho dos apóstolos, as prisões por
pregarem Jesus Cristo Ressuscitado e a perseverança deles em continuar falando
das maravilhas de Deus. Esta queda de braço entre os apóstolos e os líderes
judeus sessa com o conselho de Gamaliel (5.38,39).
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Porém há um hiato importante nesta história de testemunho, é a
experiência negativa de Ananias e Safira que, movidos pelas intenções erradas,
venderam uma propriedade, reteram parte do valor, e atraíram a ira de Deus
sobre eles a ponto de ter uma morte instantânea.
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A vida em comunidade exigia dos discípulos uma atitude de unidade e
transparência (4.32) que era expressa em um viver altruísta, onde os que tinham
de sobra, ajudavam os que passavam necessidade (4.34-35). É destacada a atitude
de Barnabé na venda de um campo (4.37).
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Este era o modo de ser daquela comunidade cristã, eles viviam numa
prática constante de Oração Comunitária, desfrutavam de profunda Comunhão,
exerciam o Poder a Autoridade do Espírito Santo, eram fiéis e incansáveis no
seu testemunho. Isso gerou crescimento numérico (Atos 1.15; 2.41; 4.4; 5.14).
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Mas junto com o crescimento começou a surgir os problemas internos. Até
aqui os conflitos eram de fora para dentro da comunidade, agora os conflitos
começam a surgir no seu meio (Atos 6.1,2). A experiência de Ananias e Safira
ensina que o crescimento saudável da Igreja vai acontecer se o temor a Deus
estiver presente na vida dos discípulos.
1. O PECADO DA
HIPOCRISIA. v.1-4
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O casal entrou em acorde para vender a propriedade e para reter e
ocultar parte do valor dos apóstolos. O pecado não está em reter o valor. O v.4
diz que eles podiam ter feito isso. O pecado estava na hipocrisia.
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Eles queriam aparecer como doadores generosos que fizeram um sacrifício
em benefício da comunidade, para o sustento da mesma. Só que eles não criam de
fato deste princípio, pois ao reter parte do valor, estavam confiando no sua
autossuficiência.
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A hipocrisia não poderia se instalar na vida da igreja como era
presente no velho judaísmo. O cristianismo era uma comunidade de vivencia da fé
e do amor, e quando a comunhão é quebrada, o diabo invade esta comunidade.
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A hipocrisia é gerada pelas realizações aparentes, pela mentira, pelo
desejo de receber aplausos e reconhecimentos pelo que fazemos (oração, jejum e
contribuição). Será que esta hipocrisia dos fariseus (Mat 6.1-6; 16-18; 23.27)
iria se repetir na igreja? Que diferença esta Igreja faria?
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O juízo de Deus sobre Ananias e Safira atingiu a primeira hipocrisia
consciente e intencional, e gerou um profundo temor que era vital para aquela
primeira igreja que se desenvolvia num contexto judaico tão acostumado à
hipocrisia.
2. COMO REAGIR
DIANTE DA CULPA v.5,6
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Ao Ananias chegar com o dinheiro, Pedro (possuindo uma percepção
espiritual e divina) nota a falsidade, então precisa decidir entre falar (e
perder a oferta que devia ser generosa) ou se calar, receber a oferta e ficar
por isso mesmo. O que nós faríamos? Ele fala com clareza e firmeza (v.3).
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A mentira viola o Espírito e o próprio Deus que sabem de tudo. É assim
que o diabo age para mostrar seu poder no povo de Deus e investir contra Deus.
O Diabo desfia Pedro usando Ananias, da mesma forma que usa nossas brechas não
resolvidas para encher nosso coração.
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Ao ouvir Pedro, que só constatou a culpa, não proferindo nenhuma
sentença, Ananias não resistiu ao susto de ser desmascarado, e para seu próprio
juízo, caiu e morreu. Será que ele poderia ter se arrependido e “caído” para
confessar sua culpa?
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O fato é que a palavra de Pedro que foi palavra de vida para milhares
de pecadores se torna palavra de morte para o cristão hipócrita. Deus
radicalmente tira a hipocrisia da Igreja, vindo assim um grande temor a todos.
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Desde a queda, todos carecemos do temor a Deus e trazemos em nós a
inclinação de não levar Deus realmente a sério. É a graça de Deus em meio a
seus juízos para que a igreja se dê conta da necessidade de aprender o valor do
temor a Deus.
3. HIPOCRISIA É UMA ESCOLHA NOSSA v.7-9
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A princípio a esposa Safira é apenas cúmplice de Ananias, por isso
Pedro a interroga, indo direto à questão, o que demonstra a seriedade daquela
situação. Ela tem a oportunidade de contar a verdade, mostrando arrependimento,
mas ela persiste em manter a farsa.
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Ela poderia ter se libertado da mentira e dito a verdade, mas ela
assume a culpa, concordando com a hipocrisia tentando mentir ao Espírito Santo.
Pedro anuncia o juízo de Deus sobre ela, o mesmo que seu marido havia sofrido a
pouco tempo atrás.
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O casal entrou em acordo para mentir, tentando a Deus (como os
israelitas Ex 17.2; Dt 6.16) sustentaram a mentira até o fim, pensaram que
podiam continuar agindo impunemente. Eles escolheram ser hipócritas, não foram
reféns de uma situação que os obrigou a isso.
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1 Pedro 1.14-17.
CONCLUSÃO:
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Esta igreja (primeira referencia usada em Atos para descrever os fiéis
ou irmãos) estava ameaçada pela queda no melhor momento espiritual.
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Este relato não é para os afastados da igreja, mas para a igreja, para
os que creem, destruindo toda a nossa falsa segurança.
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Esta fato repercutiu na cidade, despertando nela um certo temor a Deus,
muitos judeus sentiram pela primeira vez o eu é “temor a Deus”.
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