Texto: Mateus 6.25-34
Tema: Razões para não ter
Ambições Materiais
Introdução:
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Antes de convocar a agir, Jesus convoca a pensar, analisando as
alternativas expostas:
o Queremos acumular tesouros?
Qual deles será mais durável?
o Queremos liberdade e
objetividade em nossas atividades?
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Depois de compreender a durabilidade dos dois tesouros e o valor dos
dois senhores poderemos então fazer nossa escolha. Depois da escolha do tesouro
celeste, da luz e de Deus, vamos poder entender os versos 25 e 33.
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Nossa escolha quanto a qual dos mestres vamos servir afetará nossa
atitude para com eles. Não ficaremos ansiosos para com um, já que o rejeitamos,
vamos concentrar tudo no qual escolhemos, ou seja, a Deus.
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Todos buscamos alguma coisa, não é natural ficar a deriva, sem alvo na
vida, como barata tonta. Precisamos de uma causa para qual vamos viver, que dê
significado a nossa existência, para colocar ali nosso coração.
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A ambição refere-se aos alvos de nossa vida e ao incentivo que temos de
atingi-los. A ambição é aquilo que motiva uma pessoa e revela as ações e
motivações. Assim devemos ter ambição para Deus, buscar isso em primeiro lugar.
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Jesus nos mostra duas alternativas possíveis de alvos na vida: a sua
própria segurança como fazem os gentios (alimento, bebida e vestimentas); ou a
preocupação com a propagação e o triunfo do reino de Deus da justiça divina.
1. AMBIÇÃO FALSA OU SECULAR
(v.25-29)
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Pode ser resumida na procura da nossa própria segurança material. Por
isso Jesus repete três vezes a proibição de “não andar ansioso ou aflito”
(v.25, 31, 34). Esse proibição está relacionada ao alimento, bebida e roupa.
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Os cuidados do mundo enfatizam justamente estas três coisas, por isso
os gentios as procuram (v.32), basta olhar as propagandas e ver o apelo para o
material, para o bem-estar do corpo, como alimentá-lo, vesti-lo, refresca-lo,
relaxá-lo, entretê-lo, enfeitá-lo e estimulá-lo.
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Jesus não negou ou desprezou as necessidades do corpo, nos ensinou a
pedir pelo pão de cada dia. O que está em foco é a paranoia pelo conforto
material, pois não é produtivo, não é necessário, não vale a pena. Nosso corpo
não é um fim em si mesmo para justificar esta paranoia.
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Não há nada que impeça os cristãos de fazer planos para o futuro ou de
dar passos concretos para sua realização. O que Jesus proíbe não é o raciocínio
nem a provisão, mas a preocupação ansiosa (como no caso de Marta).
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A provisão para o futuro é boa, a fadiga, o desgaste, a ansiedade é que
são ruins, pois é incompatível com a fé cristã (v.25-30) e com o bom senso
(v.34).
a) Incompatibilidade com a fé
cristã. (v.25-30)
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Jesus mostra (v.30) os que ficam ansiosos por causa de roupa e de
comida, chamando-os de “homens de pequena fé”. Deus nos criou e agora nos
sustenta, nossa fé deve descansar nisso, isso deve ser uma experiência diária.
Basta olhar para as aves e para as flores. Temos muito mais valor que eles, e
assim podemos confiar em Deus para nos alimentar e vestir.
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Conflitos com a fé cristã.
I.
Não estamos livres de ganhar nosso sustento. Não podemos ficar sentados
e murmurando “meu Pai celestial proverá” sem fazer nada. Temos de trabalhar.
Deus não compactua com preguiçoso. As aves não esperam a comida na boca, elas
voam ao seu encontro. As flores fazem um processo pelo qual retiram os
nutrientes que precisam.
II.
Não podemos cruzar os braços para os outros. Há muitos ao nosso reder,
crentes e não-crentes que não tem comida e alimento. Isso devido a uma injusta
divisão das provisões geradas pelo homem, que desperdiça ou estraga em lugar de
distribuir.
III.
Não estamos isentos de dificuldades. Devemos deixar de lado a ansiedade, o que
não nos livra de dificuldades, sofremos os mesmos infortúnios que os demais
“basta a cada dia o seu mal” (v.34).
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Os filhos de Deus não têm a promessa de que ficarão livres do trabalho,
nem da responsabilidade, nem das dificuldades, mas apenas da preocupação. Esta
sim, nos é proibida: é incompatível com a fé cristã.
b) Incompatibilidade com o bom
senso. (v.34)
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Toda preocupação é sobre o amanhã
(roupa, alimento, etc.), mas ela é experimentada hoje. A ansiedade é uma preocupação no momento presente sobre algo
que via acontecer no futuro. Mas esses temores sobre o amanhã que sentimos com tanta força hoje, talvez nunca se concretizem.
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A preocupação é uma perda de tempo, de pensamento e de energia nervosa,
pois das muitas preocupações, a maioria, jamais se acontecerão. Precisamos
aprender a viver um dia de cada vez, planejar o futuro, mas não nos preocupar
com ele.
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A preocupação com as coisas materiais de modo que sejam o centro de
nossa vida é incompatível com a fé cristã e com o bom senso. É falta de
confiança no nosso pai.
É exatamente isto que os pagãos fazem. Jesus nos convoca para uma
ambição mais alta, buscar o Reino e a justiça de Deus.
2. AMBIÇÃO VERDADEIRA OU
CRISTÃ (v.30-34)
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Para Jesus “procurar” e “ficar ansioso” se complementam. Jesus não
trata tanto da ansiedade, mas da ambição. Os pagãos focam as necessidades
materiais, mas com os cristãos isso não pode acontecer, pois o Pai celeste sabe
que precisamos, e não este o nosso foco.
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Nossa atenção deve estar em algo mais elevado, não coisas materiais,
mas os valores espirituais; não o seu próprio bem, mas o de Deus; não alimento
e roupa, as o reino e a justiça de Deus.
a)
Buscar primeiro o reino de
Deus.
§ Trata-se do governo de Deus sobre o seu
próprio povo, quando uma pessoa se humilha, se arrepende, crê, submete-se a ele
e nasce de novo.
§ O reino de Deus é Jesus
Cristo governando o seu povo, com exigências e bênçãos que exigem totalidade no
lar, casamento e família, moralidade pessoal, vida profissional e ética
comercial, estilo de vida, etc.
§ É a aceitação da
responsabilidade evangelística para com nossos parentes, colegas, vizinhos e
amigos, até a obra missionária mundial da Igreja.
b)
Buscar primeiro a justiça de
Deus.
§ O reino de Deus existe
apenas onde Jesus é reconhecido. Só quem nasceu de novo faz parte deste reino.
A justiça de Deus é um conceito mais amplo, inclui a justiça individual e
social. Deus deseja a justiça a todas as comunidades, não apenas as cristãs.
§ Porém é por meio da
comunidade redimida que a justiça de Deus deve ser agradável (vida pessoal,
familiar, comercial, etc.), para que os de fora possam vê-la e deseja-la, e
assim transborde sobre a humanidade.
CONCLUSÃO:
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Qual é nossa ambição cristã? Todos queremos ser ou fazer alguma coisa.
Contudo há duas ambições possíveis a nós: a verdadeira (cristã,
espiritual, tesouro nos céus, o reino e a justiça de Deus) e a falsa
(secular, material, tesouros na terra, alimento e roupa).
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Podemos ser ambiciosos por nós mesmos (comida, bebida, roupas, casa
maior, carro novo, salário maior, mais poder), ambições dirigidas a nós mesmos.
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Podemos ser ambiciosos para Deus: a propagação do seu reino e da sua
justiça por toda a parte. Assim as nossas necessidades serão supridas. Até
mesmo os nossos talentos, oportunidades, trabalho, etc. serão para a glória de
Deus e não a nossa.
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