Texto:
Mateus 6.16-18
Tema: O
Jejum é o Pedagogo da Autodisciplina
Introdução:
· Os fariseus jejuavam duas vezes por semana, na segunda
e na quarta (Lc 18.12). João Batista e seus discípulos jejuavam regularmente,
mas os discípulos de Jesus não jejuavam (Mt 9.14; Lc 5.33). Por que então Jesus
espera e instrui seus discípulos a respeito do jejum?
· Este é um texto ignorado hoje. Muitos vivem como se
esta passagem não existisse. Destacamos a importância da oração, da
contribuição, mas ignoramos o jejum. Enfatizamos as disciplinas interiores e
temos dificuldade em nos submeter a esta prática exterior.
· O jejum não é um hábito do AT para o Dia da Expiação
que foi revogado por Jesus. Não é também uma prática católica medieval que os
evangélicos estão livres de observar.
· Jesus jejuou por quarenta dias e noite no deserto (Mt
4.2). Disse que quando não estivesse mais presente, seus discípulos deveriam
jejuar (Mt 9.15). Há varias referencias em que os apóstolos jejuaram. Aqui
Jesus nos diz como jejuar, pressupondo que vamos fazer.
1. O QUE É O JEJUM?
1.
“É uma total
abstenção de alimento”. Pode ser ampliado para “abstenção parcial ou total,
durante períodos de tempo mais curtos ou mais longos”.
2. A APLICAÇÃO DO JEJUM EM NOSSAS VIDAS
1.
Nas Escrituras o
jejum se relaciona de diversos modos com a renúncia e a autodisciplina.
a.
Assim jejuar é o
mesmo que “humilhar-se diante de Deus” (Sl 35.13; Is 58.3,5).
b.
É uma expressão
de penitência por pecados passados:
i.
Neemias e o
povo (Ne 9.1,2);
ii.
Os ninivitas
após a pregação de Jonas (Jn 3.5);
iii.
Daniel na
Babilônia (Dn 9.2ss);
iv.
Saulo depois
da sua conversão (At 9.9).
2.
O jejum expressa
a humildade
e dependência de sua misericórdia.
a.
Se o
arrependimento e jejum andam juntos, da mesma forma a oração e o jejum devem
andar juntos. Quando precisamos de uma orientação ou bênção especial, é salutar
a abstenção do alimento e de outras distrações para focar na oração. Situações
especiais exigem orações especiais, e estas envolvem o jejum:
i.
Moisés orou
no Monte Sinai (Ex 24.18);
ii.
Josafá
jejuou ao ver o exercito inimigo vir contra ele (2Cr 20.1ss);
iii.
Ester jejuou
antes de se arriscar diante do rei (Et 4.16);
iv.
Esdras
jejuou antes de retornar do exílio com o povo (Ed 8.21ss);
v.
Jesus jejuou
antes de começar seu ministério (Mt 4.1-3);
vi.
A igreja de Antioquia jejuou antes de escolher Paulo e Barnabé para a
primeira viagem missionária (At 13.1-3)
3.
Se a fome é um
dos apetites básicos do homem, a gula é um pecado. Assim o domínio próprio incluiu
também o controle de nossos corpos que passa pela autodisciplina.
a.
Paulo usa a
figura do atleta como exemplo de autonegação para alcançar um objetivo (1Co
9.24-27). O cristão está numa competição cristã e deve fazer o mesmo.
b.
O jejum, sendo
uma abstinência voluntária de alimento, é uma forma de aumentar o nosso autocontrole.
4.
Deixar de
comer algo para doar (ou o valor)
aos que passam fome é também uma razão para o jejum.
a.
Jó não comeu o que os pobres desejavam pois repartiu com
os órfãos e as viúvas (31.16ss).
b.
Isaías registra a condenação de Deus ao jejum hipócrita dos
moradores de Jerusalém, pois procuravam se satisfazer oprimindo os necessitados
(58.1ss)
c.
Jesus deu a entender algo parecido na história do rico e
Lázaro (Lc 16.19-31).
CONCLUSÃO
· Seja por arrependimento, por oração, por
autodisciplina ou por amor solidário, temos boas razões bíblicas para o jejum.
· Jesus espera que esta prática tenha lugar na vida
cristã de seus discípulos, assim como a contribuição e as orações.
· O propósito do jejum não é fazer propaganda de si
próprio, mas nos disciplinar; não obter reputação, mas expressar a nossa
humildade diante de Deus; nem se preocupar conosco apenas, mas com aqueles que
estão passando necessidade.
· Orar é buscar a Deus, dar é servir aos outros, jejuar
é disciplinar-se.
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