15 de dez. de 2015

Jejum, Pedagogo da Autodisciplina


Texto: Mateus 6.16-18
Tema: O Jejum é o Pedagogo da Autodisciplina

Introdução:
·       Os fariseus jejuavam duas vezes por semana, na segunda e na quarta (Lc 18.12). João Batista e seus discípulos jejuavam regularmente, mas os discípulos de Jesus não jejuavam (Mt 9.14; Lc 5.33). Por que então Jesus espera e instrui seus discípulos a respeito do jejum?

·       Este é um texto ignorado hoje. Muitos vivem como se esta passagem não existisse. Destacamos a importância da oração, da contribuição, mas ignoramos o jejum. Enfatizamos as disciplinas interiores e temos dificuldade em nos submeter a esta prática exterior.
·       O jejum não é um hábito do AT para o Dia da Expiação que foi revogado por Jesus. Não é também uma prática católica medieval que os evangélicos estão livres de observar.
·       Jesus jejuou por quarenta dias e noite no deserto (Mt 4.2). Disse que quando não estivesse mais presente, seus discípulos deveriam jejuar (Mt 9.15). Há varias referencias em que os apóstolos jejuaram. Aqui Jesus nos diz como jejuar, pressupondo que vamos fazer.

1. O QUE É O JEJUM?
1.    “É uma total abstenção de alimento”. Pode ser ampliado para “abstenção parcial ou total, durante períodos de tempo mais curtos ou mais longos”.

2. A APLICAÇÃO DO JEJUM EM NOSSAS VIDAS
1.    Nas Escrituras o jejum se relaciona de diversos modos com a renúncia e a autodisciplina.
a.     Assim jejuar é o mesmo que “humilhar-se diante de Deus” (Sl 35.13; Is 58.3,5).
b.    É uma expressão de penitência por pecados passados:
                                                             i.      Neemias e o povo (Ne 9.1,2);
                                                           ii.      Os ninivitas após a pregação de Jonas (Jn 3.5);
                                                        iii.      Daniel na Babilônia (Dn 9.2ss);
                                                        iv.      Saulo depois da sua conversão (At 9.9).
2.    O jejum expressa a humildade e dependência de sua misericórdia.
a.     Se o arrependimento e jejum andam juntos, da mesma forma a oração e o jejum devem andar juntos. Quando precisamos de uma orientação ou bênção especial, é salutar a abstenção do alimento e de outras distrações para focar na oração. Situações especiais exigem orações especiais, e estas envolvem o jejum:
                                                             i.      Moisés orou no Monte Sinai (Ex 24.18);
                                                           ii.      Josafá jejuou ao ver o exercito inimigo vir contra ele (2Cr 20.1ss);
                                                        iii.      Ester jejuou antes de se arriscar diante do rei (Et 4.16);
                                                        iv.      Esdras jejuou antes de retornar do exílio com o povo (Ed 8.21ss);
                                                           v.      Jesus jejuou antes de começar seu ministério (Mt 4.1-3);
                                                        vi.      A igreja de Antioquia jejuou antes de escolher Paulo e Barnabé para a primeira viagem missionária (At 13.1-3)
3.    Se a fome é um dos apetites básicos do homem, a gula é um pecado. Assim o domínio próprio incluiu também o controle de nossos corpos que passa pela autodisciplina.
a.     Paulo usa a figura do atleta como exemplo de autonegação para alcançar um objetivo (1Co 9.24-27). O cristão está numa competição cristã e deve fazer o mesmo.
b.    O jejum, sendo uma abstinência voluntária de alimento, é uma forma de aumentar o nosso autocontrole.
4.    Deixar de comer algo para doar (ou o valor) aos que passam fome é também uma razão para o jejum.
a.     não comeu o que os pobres desejavam pois repartiu com os órfãos e as viúvas (31.16ss).
b.    Isaías registra a condenação de Deus ao jejum hipócrita dos moradores de Jerusalém, pois procuravam se satisfazer oprimindo os necessitados (58.1ss)
c.     Jesus deu a entender algo parecido na história do rico e Lázaro (Lc 16.19-31).

CONCLUSÃO
·       Seja por arrependimento, por oração, por autodisciplina ou por amor solidário, temos boas razões bíblicas para o jejum.
·       Jesus espera que esta prática tenha lugar na vida cristã de seus discípulos, assim como a contribuição e as orações.
·       O propósito do jejum não é fazer propaganda de si próprio, mas nos disciplinar; não obter reputação, mas expressar a nossa humildade diante de Deus; nem se preocupar conosco apenas, mas com aqueles que estão passando necessidade.
·       Orar é buscar a Deus, dar é servir aos outros, jejuar é disciplinar-se.



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