Texto: Mateus 6.1-4
Tema: A Religião do Cristão não
é Hipócrita
Introdução:
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O Sermão do Monte começa com a descrição dos elementos essenciais do caráter
cristão, prossegue indicando sua influência na comunidade, descreve
então a justiça que deve exceder a dos escribas e fariseus aceitando
todas as implicações da lei, indo além da letra, penetrando no coração,
pensamentos e motivações.
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No capítulo 5 Jesus fala de uma justiça relacionada com bondade,
pureza, honestidade e amor; agora passa a explorar a “justiça prática” através
das esmolas, da oração e do jejum, passando da justiça moral para a justiça
“religiosa”.
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No capítulo 6 Jesus vai tratar de dois aspectos: a ostentação religiosa
dos hipócritas (v.5) e o formalismo religioso dos pagãos (v.8). Os cristãos têm
de ser diferentes tanto dos fariseus quanto dos pagãos, dos religiosos e dos
sem religião, da igreja formal e do mundo pecador. A exortação é
não-conformação com o mundo e nem a mundanização da própria Igreja.
1. A RELIGIÃO SEM HOLOFOTES.
v.1
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A questão aqui é a religião praticada diante de holofotes, ou “para ser
vista diante dos homens” no sentido de glorificação pessoal. Nossa covardia
motivou a exortação para “bilhar diante dos homens” (5.16), já a nossa vaidade
nos adverte a não “praticar nossa piedade diante dos homens” (6.1).
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“Devemos mostrar quando tentados a esconder e esconder quando tentados
a mostrar”
(A. B. Bruce). Nossas obras devem ser públicas para que nossa luz brilhe nossa
devoção deve ser secreta para não nos gloriarmos dela e assim glorifiquemos ao
nosso Pai celestial.
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Esta religião ou justiça religiosa envolve três aspectos: esmolas,
oração e jejum. Isso se vê de alguma forma em todas as religiões, se
esperava de todo judeu as praticasse, e Jesus acreditava que seus discípulos
fizessem o mesmo “quando vocês fizerem...” (6.2).
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A religião do cristão tem um aspecto triplo:
1. Para com Deus – através da oração, pois
orar é buscar a face dEle e reconhecer nossa dependência;
2. Para com os outros – através das esmolas, pois
é procurar servir ao nosso próximo, especialmente ao necessitado;
3. Para consigo mesmo – através do jejum, pois
jejuar é um modo de autonegação e autodisciplina.
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Jesus aponta a religião hipócrita do religioso, faz um quadro da ostentação,
que recebe a recompensa que deseja, o aplauso dos homens e ensina que a
religião do discípulo é diferente pois age em segredo e deseja em recompensa a
bênção de Deus.
2. A RELIGIÃO SEM
OSTENTAÇÃO. v.2-4
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Dar esmola é um ato de misericórdia ou piedade e os discípulos devem
agir assim, Jesus esperava que seus discípulos fossem doadores generosos. Mas
só generosidade não basta, Jesus se preocupa com as motivações, com os
pensamentos, as preocupações escondidos no coração enquanto está agindo.
·
Nossos atos de “piedade” podem ser motivados:
1. Querendo o louvor dos homens – (Criança esperança; Tele
Ton). Este era o grande pecado habitual dos fariseus (João 5.44; 12.43).
§ Esta atitude hipócrita é
condenada por Jesus, pois o hipócrita conscientemente pretende enganar as
pessoas.
§ Nosso farisaísmo é menos
evidente, faz nos sentimos bem ao ver nosso nome nas listas de dizimistas
fieis, ou como ofertantes para projetos, ou em portas e janelas do templo, ou
de uma sala da EBD.
§ Assim como os fariseus, a
nossa recompensa é a própria glória dada pelos homens. Nada mais temos a
receber a não ser o juízo no último dia.
2. Um falso anonimato, pois internamente nos autoglorificamos.
Não devemos ser autoconscientes da nossa piedade, pois essa atitude se
transforma em justiça própria. Não podemos ficar lembrando dela com um espírito
de autogratificação.
§ Assim atos de misericórdia
são transformados em atos de vaidade, e o que era para benefício do
necessitado, se torna nosso próprio benefício.
§ Devemos guardar segredo de nós
mesmos para não ficar nos orgulhando da nossa generosidade
3. Desejoso da aprovação
de nosso Pai celestial. Não podemos esconder nada de Deus, ele é
testemunha de nossos atos.
§ Logo, talvez, a única
recompensa que o verdadeiro amor possa ter é ver o alívio do necessitado, o
faminto sendo alimentado, o perdido sendo salvo, o doente sendo curado, o
oprimido sendo liberto.
CONCLUSÃO:
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Nossas dádivas não devem ser feitas diante dos homens – na esperança de
que comecem a bater palmas
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Não diante de nós mesmos – nos orgulhando interiormente e nos auto
exaltando;
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Mas diante de Deus, que vê o íntimo do coração e nos recompensa com a
descoberta que é melhor dar do que receber.
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