Texto: Mateus 5.38-48
Tema: O Amor Anula a Vingança
Introdução:
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Chegamos ao ponto alto do sermão: demonstrar atitude de amor total ao
perverso (39) e aos inimigos (44). Este é o ponto mais desafiador do Sermão do
Monte. Aqui a necessidade do fruto do Espírito – o amor - é mais contundente.
1. ATITUDE PASSIVA E SEM
VINGANÇA. v.38-42
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O “olho por olho” era uma instrução aos juízes da época, para
estabelecer justiça e refrear a vingança. Além do mais havia a conversão da
pena em dinheiro para pagamento dos prejuízos, menos no caso do homicídio.
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Os escribas e fariseus estendiam este princípio da retribuição usado
nos tribunais para os relacionamentos pessoais. Usavam dele como desculpa para
justificar a vingança pessoal.
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Jesus não contradiz o princípio usados nos tribunais, mas afirma que
este principio não é aplicável aos nossos relacionamentos pessoais, que devem
ser baseados no amor, não na justiça. Em
relação daqueles que nos prejudicam nosso dever cristão é a aceitação da
injustiça (v.39).
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As quatro ilustrações se aplicam ao princípio da não-retaliação cristã.
Apresentam uma pessoa perversa que procura fazer o mal:
o Uma nos batendo na face
o Outra levando ao tribunal
o A terceira recrutando nossos
serviços
o A última pedindo dinheiro.
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Em cada situação, Jesus disse que nosso dever cristão é abster-se
completamente da vingança mesmo que sejamos mais prejudicados.
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Jesus deu o exemplo pessoal, no
entanto não se refere à ser covarde e não oferecer resistência. Ele se refere
aos homens fortes, cujo controle de si mesmo e cujo amor aos outros é tão
poderoso que rejeita qualquer forma de retaliação.
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Jesus está ilustrando o princípio do amor altruísta de uma pessoa que,
quando ferida, recusa-se a satisfazer o seu ego através da vingança, mas
contempla o bem estar da outra pessoa, jamais revidará pagando o mal com mal, pelo
contrário, fará o bem, dando o máximo que puder por amor.
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Jesus queria proibir a vingança, não incentivar a injustiça, a
desonestidade ou o vício. Se queremos a expansão do Reino devemos agir em amor
que age para deter o mal e promover o bem. Jesus ensina a paciência que
renuncia à vingança.
2. O AMOR EM AÇÃO. v.43-48
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Vemos mais uma distorção da lei, pelo fato de omitir “como a ti mesmo”
e acrescentar a ordem de “odiar os inimigos”. Para os líderes judeus o próximo
era apenas o circulo familiar, os judeus. Se o amor deve se “ao próximo” não
mal em odiar os “inimigos” já que não devo amá-los.
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Jesus rebate a adição sobre “odiar os inimigos” dizendo que eles devem
ser amados pois também são nossos próximos (Lc 10.29-37), e isso em atos,
palavras e orações:
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Atos. Lucas 6.27,35. O
verdadeiro a mor não é apenas um sentimento, mas um trabalho prático, humilde,
sacrificial. Procurar fazer o bem, até mesmo aos inimigos, pois Cristo se
entregou por nós sendo inimigos dEle.
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Palavras. Dirigidas diretamente aos
inimigos em invocação de bênçãos dos céus sobre eles.
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Oração. Dirigidas a Deus com
súplicas a favor deles. A oração pelos inimigos é o ápice do autocontrole
cristão e o auge do amor cristão.
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Agindo assim, com atos, palavras e orações demonstraremos que somos
filho de Deus (v.45). Devemos amar como Deus, não como os homens (v.46), pois
até os homens pecadores amam aos que os amam.
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O que estamos fazendo mais do que os outros (v.47). Não
basta a nós parecer com os não-cristãos, devemos ultrapassar eles nas virtudes,
nossa justiça tem que ser maior, nosso amor deve ser mais abrangente. Assim, a
essência, o extraordinário do cristianismo é a cruz.
CONCLUSÃO
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Estes dois últimos comparativos revelam uma progressão:
o A primeira é uma ordem
negativa: não resistir ao perverso. Um chamado a não-retaliação.
o A segunda é positiva: amai
vossos inimigos. Um chamado para um amor ativo.
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“Muitos têm aprendido a oferecer a outra face, mas não sabem como amar
a pessoa que os esbofeteou” (Agostinho). “Retribuir o bem com o mal é
demoníaco; retribuir o bem com o bem é humano; retribuir o mal com o bem é
divino” (Alfred Plummer).

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