10 de ago. de 2015

As Bem-aventuranças: o Caráter do Cristão


Texto: Mateus 5.3-12
Tema: As Bem-aventuranças Descrevem o Caráter do Cristão

Introdução:
·         Na Mensagem anterior, a introdução do Sermão do Monte (v.1-2), destacamos o apelo de Jesus aos discípulos para serem diferentes do mundo - dos não crentes, homens decaídos e pecadores. Mas também serem diferentes dos falsos religiosos – escribas e fariseus – envoltos em uma capa de santidade, mas porém igualmente destinados ao inferno.
·         Destacamos também que o Sermão do Monte é destinado a nós, e também completamente relevante para nós discípulos de Jesus, e não para a multidão, pois esta multidão não convertida, não seria capaz de colocar em prática os ensinos ali ensinados.

·         Ao total são oito as bem-aventuranças descritas no Sermão do Monte, e cada uma delas devem estar presentes na vida de todo discípulo, assim como o Fruto do Espírito descrito em Gálatas com suas nove características também deve estar presente.

1. PESSOAS, QUALIDADES E BÊNÇÃOS
·         Pessoas Descritas.
o    Já sabemos que não foi direcionado para os não crentes e sim para os discípulos, e são estes, que como cristãos, devem ter um caráter equilibrado e diversificado dos demais não cristãos.
o   Não existem oito tipos de discípulos – um pra cada bem-aventurança – mas temos aqui oito qualidades de um mesmo discípulo.
o   O grupo de deve exibir estes sinais não é a liderança da Igreja, mas por cada cristão, ou seja, todas as qualidades devem caracterizar todos os seus discípulos. Este é nosso ideal como cristãos e discípulos de Jesus.
·         Qualidades Recomendadas.
o   Jesus não trata de qualidades materiais ou da condição humana em relação à pobreza, fome, etc. Jesus não estava julgando os  pobres e os famintos do pondo de vista social, nem estava prometendo alimento aos famintos.
o   A pobreza e a fome que Jesus se refere são condições espirituais.
·         Bênçãos Prometidas.
o   A palavra makarios significa “feliz”, ou num sentido mais completo “mais que feliz” ou “bem-aventurado”, apontando para uma condição futura, como aquilo que pensa delas e o que se tornarão.
o   Estas bênçãos são para o presente e para o futuro. Desfrutamos agora das primícias, mas a grande colheita ainda está por vir.
o   O Sermão no Monte não torna ninguém um cristão, mas apresenta as obras e os frutos que só podem produzir aqueles que já se tornaram cristãos e estejam em um estado de graça.

2. O CRISTÃO NO RELACIONAMENTO COM DEUS. v.3-6
·         Humildes de espírito (v.3). No V.T. o ser pobre significava “passar necessidades materiais”, por os necessitados não terem outro refúgio senão a Deus, a “pobreza” passou a ser identificada com uma humilde dependência de Deus (Salmo34.6).
o   O aflito era aquele que está sofrendo e não tem como salvar-se, assim busca a salvação em Deus (Isaías 41.17-18).
o   Ser pobre de espírito é reconhecer a nossa pobreza espiritual ou nossa falência espiritual diante de Deus, pois somos pecadores.
o   Estes recebem o reino de Deus, pois o reino que produz a salvação é um dom gratuito e imerecido. Deve ser recebido com dependência e humildade de uma criança.
·         Os que choram (v.4). Poderíamos dizer “Felizes os infelizes” tamanho o paradoxo que há aqui. Que tristeza é essa que pode produzir alegria da bênção de Cristo? É a tristeza do arrependimento.
o   A vida cristã não é só alegrias e risos. Na verdade existem lágrimas cristãs e são poucos os que as derramam. Deveríamos chorar pela maldade do mundo.
o   Não devemos chorar pelos pecados dos outros, mas pelos nossos próprios, a menos que nossos pecados nunca nos entristeceram.
o   Os cristãos hoje exagerando a graça, fazem pouco do pecado e por isso não se entristecem por eles.
o   Aqueles que choram por seus pecados serão consolados pelo perdão da graça de Deus.
·         Os mansos (v.5). Ou gentil, humilde, atencioso – aquele que exerce autocontrole. Estes são os que já choraram por causa do seu pecado e têm fome e sede de justiça.
o   Mansidão aponta para uma atitude  humilde e gentil para com os outros, determinada por uma estimativa correta de si mesmo.
o   O mansos não se ofendem quando exortado e tendo suas falhas apontadas por uma pessoa, falhas estas que ele mesmo já reconheceu diante de Deus.
o   Mansidão é a visão que temos de nós mesmo e que se expressa na atitude e conduta para os outros.
o   Estes herdarão a terra. Não é pela força que tomamos posse da nossa herança eterna. Os ímpios podem se vangloriar e se exibir e acabam sem nada, os mansos, embora privados de direitos, sabem que vão viver e reinar com Cristo.
·         Fome e sede de Justiça. (v.6) Esta fome espiritual é uma característica do povo de Deus, que não tem ambição material, mas espiritual. Os cristãos não vivem como os pagãos em busca dos bens materiais.
o   A justiça tem três aspectos:
1.      Legal. A justiça legal é a justificação, um relacionamento certo com Deus.
2.      Moral. A justiça moral é aquela justiça de caráter e de conduta que agrada a Deus.
3.      Social. A justiça social refere-se à busca pela libertação do homem da opressão, junto com a promoção dos direitos vivis.
o   O maior segredo no pregresso da vida cristã é o apetite pela justiça. Porém este apetite nunca será plenamente satisfeito, pois sempre votaremos a sentir a necessidade de buscar a justiça.
·         Estas quatro primeiras bem-aventuranças revelam uma progressão espiritual lógica. Cada passo conduz ao seguinte e pressupõe o anterior. Já as próximas nos fazem voltar aos seres humanos.

3. O CRISTÃO NO RELACIONAMENTO COM O PRÓXIMO. v.7-12
·         Os misericordiosos. (v.7). Misericórdia é compaixão pelas pessoas que passam necessidade. O mundo é por natureza cruel, prefere se isolar da dor e da calamidade dos homens, enfatiza a vingança e negligencia o perdão.
o   Mas quem demonstra misericórdia, será tratado com misericórdia por Deus. O perdão que recebemos de Deus nos impulsiona a perdoar. Ser misericordioso  é ter compaixão pelos outros, pois eles também são pecadores.
·         Os limpos de coração. (v.8). Aqui não se trata de limpeza moral ou cerimonial. A pureza de coração refere-se aos nossos relacionamentos. O coração limpo é o coração sincero que abre o caminho para outras virtudes necessárias para um bom relacionamento com as pessoas.
o   A limpeza de coração aponta para sinceridade em seu relacionamento com Deus e com o homem, nestes relacionamento ele está livre de falsidade. Os limpos de coração são os inteiramente sinceros.
o   Toda a vida pública e particular é transparente diante de Deus e dos homens. O intimo do seu coração – pensamentos e motivações – é puro, nele não há hipocrisia nem malicia.
·         Os pacificadores. (v.9). Cada cristão tem de ser um pacificador, tanto na igreja quanto na sociedade. Jamais deveríamos procurar um conflito ou ser responsável por ele. Devemos buscar a paz, seguir a paz com todos, ter paz com todos os homens.
o   Os pacificadores estão procurando fazer o que seu Pai fez, amando as pessoas com o amor dele. O diabo é que é o agitador; Deus ama a reconciliação e através de seus filhos quer promover a paz.
o   Fazer a paz é uma tarefa custosa. Quando estamos envolvidos numa disputa, haverá a dor de pedir perdão a quem ofendemos, ou a dor de repreender a pessoa que errou. Isto custa caro para nós.
o   Se não estamos envolvidos, há o sofrimento de ouvir sem preconceito, tentando entender os dois pontos de vista oponentes, de arriscar-se a ser mal interpretado, de receber ingratidão, ou até fracassar.
·         Os perseguidos por causa da justiça. (v.10-12). Por mais que nos esforcemos a pacificar, algumas pessoas se recusam a viver em paz conosco tornando-se oponentes, chegando até a injuriar e perseguir devido à justiça.
o   Diante disso não devemos nos vingar, ficar de mau humor ou suportar a situação. Como cristão devemos nos alegrar, pois mesmo que percamos tudo aqui na terra, herdaremos os céus.
o   Além disso a perseguição é um sinal de autenticidade cristã, por causa da nossa lealdade a Cristo, a sua verdade e sua justiça.

CONCLUSÃO:
·         Vemos aqui descrito o discípulo cristão. Ele está de joelhos diante de Deus reconhecendo sua pobreza espiritual e chorando por causa dela. Isto o torna manso em todos os seus relacionamentos, pois anseia crescer pois tem fome e sede de justiça.

·         Vemos este mesmo discípulo junto aos outros, na comunidade. Seu relacionamento com Deus  faz com que ele demonstre misericórdia para os pecadores, ele é transparente e sincero e procura agir como um pacificador, e por isso as vezes é hostilizado por causa da  justiça que defende por causa de Cristo.

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