Texto:
Mateus 5.3-12
Tema: As Bem-aventuranças
Descrevem o Caráter do Cristão
Introdução:
·
Na Mensagem
anterior, a introdução do Sermão do Monte (v.1-2), destacamos o apelo de Jesus
aos discípulos para serem diferentes do mundo - dos não crentes, homens
decaídos e pecadores. Mas também serem diferentes dos falsos religiosos –
escribas e fariseus – envoltos em uma capa de santidade, mas porém igualmente
destinados ao inferno.
·
Destacamos também
que o Sermão do Monte é destinado a nós, e também completamente relevante para
nós discípulos de Jesus, e não para a multidão, pois esta multidão não
convertida, não seria capaz de colocar em prática os ensinos ali ensinados.
·
Ao total são oito
as bem-aventuranças descritas no Sermão do Monte, e cada uma delas devem estar
presentes na vida de todo discípulo, assim como o Fruto do Espírito descrito em
Gálatas com suas nove características também deve estar presente.
1. PESSOAS, QUALIDADES E BÊNÇÃOS
·
Pessoas Descritas.
o
Já sabemos que não foi direcionado para os não
crentes e sim para os discípulos, e são estes, que como cristãos, devem ter um
caráter equilibrado e diversificado dos demais não cristãos.
o
Não existem oito
tipos de discípulos – um pra cada bem-aventurança – mas temos aqui oito
qualidades de um mesmo discípulo.
o
O grupo de deve
exibir estes sinais não é a liderança da Igreja, mas por cada cristão, ou seja,
todas as qualidades devem caracterizar todos os seus discípulos. Este é nosso
ideal como cristãos e discípulos de Jesus.
·
Qualidades
Recomendadas.
o
Jesus não trata
de qualidades materiais ou da condição humana em relação à pobreza, fome, etc.
Jesus não estava julgando os pobres e os
famintos do pondo de vista social, nem estava prometendo alimento aos famintos.
o
A pobreza e a
fome que Jesus se refere são condições espirituais.
·
Bênçãos
Prometidas.
o
A palavra makarios significa “feliz”, ou num
sentido mais completo “mais que feliz” ou “bem-aventurado”, apontando para uma
condição futura, como aquilo que pensa delas e o que se tornarão.
o
Estas bênçãos são
para o presente e para o futuro. Desfrutamos agora das primícias, mas a grande
colheita ainda está por vir.
o
O Sermão no Monte
não torna ninguém um cristão, mas apresenta as obras e os frutos que só podem
produzir aqueles que já se tornaram cristãos e estejam em um estado de graça.
2. O CRISTÃO NO RELACIONAMENTO COM DEUS. v.3-6
·
Humildes de
espírito (v.3). No V.T. o ser
pobre significava “passar necessidades materiais”, por os necessitados não
terem outro refúgio senão a Deus, a “pobreza” passou a ser identificada com uma
humilde dependência de Deus (Salmo34.6).
o
O aflito era
aquele que está sofrendo e não tem como salvar-se, assim busca a salvação em
Deus (Isaías 41.17-18).
o
Ser pobre de
espírito é reconhecer a nossa pobreza espiritual ou nossa falência espiritual
diante de Deus, pois somos pecadores.
o
Estes recebem o
reino de Deus, pois o reino que produz a salvação é um dom gratuito e
imerecido. Deve ser recebido com dependência e humildade de uma criança.
·
Os que choram (v.4). Poderíamos dizer “Felizes os infelizes”
tamanho o paradoxo que há aqui. Que tristeza é essa que pode produzir alegria
da bênção de Cristo? É a tristeza do arrependimento.
o
A vida cristã não
é só alegrias e risos. Na verdade existem lágrimas cristãs e são poucos os que
as derramam. Deveríamos chorar pela maldade do mundo.
o
Não devemos
chorar pelos pecados dos outros, mas pelos nossos próprios, a menos que nossos
pecados nunca nos entristeceram.
o
Os cristãos hoje
exagerando a graça, fazem pouco do pecado e por isso não se entristecem por
eles.
o
Aqueles que
choram por seus pecados serão consolados pelo perdão da graça de Deus.
·
Os mansos (v.5). Ou gentil, humilde, atencioso – aquele que
exerce autocontrole. Estes são os que já choraram por causa do seu pecado e têm
fome e sede de justiça.
o
Mansidão aponta
para uma atitude humilde e gentil para
com os outros, determinada por uma estimativa correta de si mesmo.
o
O mansos não se
ofendem quando exortado e tendo suas falhas apontadas por uma pessoa, falhas
estas que ele mesmo já reconheceu diante de Deus.
o
Mansidão é a
visão que temos de nós mesmo e que se expressa na atitude e conduta para os outros.
o
Estes herdarão a
terra. Não é pela força que tomamos posse da nossa herança eterna. Os ímpios
podem se vangloriar e se exibir e acabam sem nada, os mansos, embora privados
de direitos, sabem que vão viver e reinar com Cristo.
·
Fome e sede
de Justiça. (v.6) Esta fome
espiritual é uma característica do povo de Deus, que não tem ambição material,
mas espiritual. Os cristãos não vivem como os pagãos em busca dos bens
materiais.
o
A justiça tem
três aspectos:
1.
Legal. A
justiça legal é a justificação, um relacionamento certo com Deus.
2.
Moral. A
justiça moral é aquela justiça de caráter e de conduta que agrada a Deus.
3.
Social. A
justiça social refere-se à busca pela libertação do homem da opressão, junto
com a promoção dos direitos vivis.
o
O maior segredo
no pregresso da vida cristã é o apetite pela justiça. Porém este apetite nunca
será plenamente satisfeito, pois sempre votaremos a sentir a necessidade de
buscar a justiça.
·
Estas quatro
primeiras bem-aventuranças revelam uma progressão espiritual lógica. Cada passo
conduz ao seguinte e pressupõe o anterior. Já as próximas nos fazem voltar aos
seres humanos.
3. O CRISTÃO NO RELACIONAMENTO COM O PRÓXIMO. v.7-12
·
Os
misericordiosos. (v.7).
Misericórdia é compaixão pelas pessoas que passam necessidade. O mundo é por
natureza cruel, prefere se isolar da dor e da calamidade dos homens, enfatiza a
vingança e negligencia o perdão.
o
Mas quem
demonstra misericórdia, será tratado com misericórdia por Deus. O perdão que
recebemos de Deus nos impulsiona a perdoar. Ser misericordioso é ter compaixão pelos outros, pois eles
também são pecadores.
·
Os limpos de
coração. (v.8). Aqui não se trata
de limpeza moral ou cerimonial. A pureza de coração refere-se aos nossos
relacionamentos. O coração limpo é o coração sincero que abre o caminho para
outras virtudes necessárias para um bom relacionamento com as pessoas.
o
A limpeza de
coração aponta para sinceridade em seu relacionamento com Deus e com o homem,
nestes relacionamento ele está livre de falsidade. Os limpos de coração são os
inteiramente sinceros.
o
Toda a vida
pública e particular é transparente diante de Deus e dos homens. O intimo do
seu coração – pensamentos e motivações – é puro, nele não há hipocrisia nem
malicia.
·
Os
pacificadores. (v.9). Cada
cristão tem de ser um pacificador, tanto na igreja quanto na sociedade. Jamais
deveríamos procurar um conflito ou ser responsável por ele. Devemos buscar a
paz, seguir a paz com todos, ter paz com todos os homens.
o
Os pacificadores
estão procurando fazer o que seu Pai fez, amando as pessoas com o amor dele. O
diabo é que é o agitador; Deus ama a reconciliação e através de seus filhos
quer promover a paz.
o
Fazer a paz é uma
tarefa custosa. Quando estamos envolvidos numa disputa, haverá a dor de pedir
perdão a quem ofendemos, ou a dor de repreender a pessoa que errou. Isto custa
caro para nós.
o
Se não estamos
envolvidos, há o sofrimento de ouvir sem preconceito, tentando entender os dois
pontos de vista oponentes, de arriscar-se a ser mal interpretado, de receber
ingratidão, ou até fracassar.
·
Os
perseguidos por causa da justiça.
(v.10-12). Por mais que nos esforcemos a pacificar, algumas pessoas se recusam
a viver em paz conosco tornando-se oponentes, chegando até a injuriar e
perseguir devido à justiça.
o
Diante disso não
devemos nos vingar, ficar de mau humor ou suportar a situação. Como cristão
devemos nos alegrar, pois mesmo que percamos tudo aqui na terra, herdaremos os
céus.
o
Além disso a
perseguição é um sinal de autenticidade cristã, por causa da nossa lealdade a
Cristo, a sua verdade e sua justiça.
CONCLUSÃO:
·
Vemos aqui
descrito o discípulo cristão. Ele está de joelhos diante de Deus reconhecendo
sua pobreza espiritual e chorando por causa dela. Isto o torna manso em todos
os seus relacionamentos, pois anseia crescer pois tem fome e sede de justiça.
·
Vemos este mesmo
discípulo junto aos outros, na comunidade. Seu relacionamento com Deus faz com que ele demonstre misericórdia para
os pecadores, ele é transparente e sincero e procura agir como um pacificador,
e por isso as vezes é hostilizado por causa da
justiça que defende por causa de Cristo.

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