1 de dez. de 2014

Saia Debaixo da Árvore

As frustrações da vida estão presentes e sujeitas a serem vividas por todos. O texto da  Bíblia no livro de 1 Reis capítulo 19 nos versículos 1 a 7 nos mostra um “homem de Deus” debaixo de uma árvore, profeta, consagrado à obra, dedicado no seu ministério, zeloso pela vida moral e espiritual do seu povo. Características e Elias que não lhe tirar a humanidade. No livro de Tiago capítulo 5 versículo 17 vai dizer que Elias era um ser humano como nós, sujeito aos mesmos  sentimentos. Apesar de ser de Deus, Elias era ser humano.

Diante desta experiência do profeta, podemos abordar as frustrações, decepções e desventuras da vida mesmo para um servo de Deus. Após grandes "vitórias" como profeta, ele se vê ameaçado, e esgotado, cansado, pensa que seu ministério acabou. Elias está sentado debaixo de uma árvore querendo a morte para si.


Há muitos Elias em nosso meio, em nossas igrejas, em nossos trabalhos, nos nossos círculos de amizades, eu e você podemos ser um desses Elias, cansados, frustrados, decepcionados, pensando que não há mais saída, que tudo está perdido, que sua vida não faz mais sentido, e como única opção é o fim, seja ele simbólico ou literal.

Mas o texto nos leva a entender que por mais que tudo esteja ruim, o fim só acontece quando Deus determinar. Não somos nós que escolhemos o fim. Por isso precisamos estar atendo à tudo aquilo que Deus está nos mostrando.

São cinco os passos que nos levam para debaixo da árvore (v.3,4). O primeiro é o Medo (v.3) . Quando o rei Acabe contou para sua mulher Jezabel tudo o que havia acontecido no monte Carmelo, ela jurou Elias de morte (19.1-2). Diante desta ameaça e do risco de vida, ele não tem alternativa a não ser fugir. O medo apavorou o profeta, se tornou seu inimigo.

O segundo passo é o Esgotamento (18.16-46). Se lermos a partir do capítulo 18, vamos ver que as últimas horas de Elias foram intensas. O desafio aos profetas de Baal e Aserá, toda a logística para o sacrifício, a perseguição e a morte de 450 homens, a corrida a pé à frente do carro de Acabe na descida do monte. Todos estes eventos trouxeram um grande esgotamento físico e emocional sobre Elias.

O terceiro passo é a Frustração (cap. 18.39). O desafio aos profetas de Baal era para ver quem era o Deus verdadeiro, pois tanto o rei como o povo estava adorando aos deuses. Elias vai propor uma prova para acabar com a idolatria e assim trazer o povo à presença do Senhor. Momentaneamente o povo se compromete (18.39), mas a fala do profeta em 19.10 nos leva a entender que não houve uma genuína mudança.

O quarto passo é o Isolamento (v.3). O texto diz que Elias deixou seu servo/ajudante em Berseba (v.3) e a partir de agora ele passa a andar sozinho, isolado, sem ninguém ao seu lado, para dividir os pesos, os medos, as frustrações. Até aqui Elias contava com seu ajudante, mas ele decide continuar sozinho.

O quinto passo é o Deserto (v.4). No versículo 4 lemos que Elias “entrou no deserto e caminhou um dia”. O deserto é a junção de tudo que Elias já havia experimentado: medo, esgotamento, frustração, isolamento. O texto nos leva a entender que a árvore que Elias estava debaixo estava dentro deste deserto que se tornou sua vida.

São quatro as consequências que nos esperam debaixo da árvore (v.4,5). A primeira delas é a Autocomiseração (19.10). É o ato ou efeito de sentir pena de si próprio. Elias disse pra Deus que não era melhor que seus antepassados, no versículo 10 ele vai dizer que era o único que sobrou dos profetas. Na cabeça de Elias ele não valia nada e não havia mais ninguém como ele, na situação dele, vivendo as dores dele, sofrendo as mesmas coisas que ele. Mas a resposta de Deus foi “fiz sobrar sete mil” que não se corromperam (v.18).
A segunda é o Desejo de morte (v.4). Ao chegar debaixo da árvore, ele senta-se e ora, mas uma oração tola, ele pede para si a morte “tira a minha vida”. Diante da solidão e da ameaça de Jezabel, ele se convence de que o fim era a única solução. Na atual conjuntura da vida, Elias pensa ser a morte a única solução para sua frustração de vida.

A terceira é o Abatimento (v5). Depois se sentar-se e orar, agora ele se entrega, ele se deita, jogando a toalha, demonstrando que não estava mais interessado em perseverar. Este abatimento e entrega diante da dificuldade em muitas vezes torna-se trágico. Ele estava num deserto, sujeito a muitos riscos, logo ele devia permanecer alerta, vigilante, mas simplesmente joga a toalha.

A quarta é a Inatividade (v.5). O texto diz que ele dormiu, o que era natural naquela atual conjuntura. Cansado, esgotado, sozinho sem esperança ele apagou, o sono o venceu. Neste contexto o sono simboliza a inatividade, a declaração de que não iria fazer nada pra mudar aquela situação.

São três as atitudes para sair debaixo da árvore (v.5-7). A primeira é Ser tocado por Deus (v.5a). Quando tudo parecia acabado, eis que surge o socorro. Um anjo o tocou e o despertou. Deus nunca nos desampara, Ele sempre está presente, e quando pensamos que não há mais saída, Deus providencia a solução. Naquela circunstância não havia solução, ajuda ou socorro humano, e quando isto acontece, abre-se a possibilidade de contar com a intervenção de Deus.

A segunda é Fortalecer-se (v.5b,6). A orientação do anjo era para ele comer o pão e beber dá água que milagrosamente haviam sido dispostos a ele. Estes elementos tinham como propósito o fortalecimento físico, a renovação das forças o combustível para continuar a jornada. Corpo fraco, mente fraca, alma abatida não vão à lugar algum. Elias precisava antes de tudo renovar suas forças.

A terceira é não abandonar a jornada (v.7,8). Na segunda vez que o anjo o desperta, é acrescentado uma informação muito importante: “sua viagem será muito longa”. Em outras palavras o anjo estava dizendo que seu ministério ainda não havia acabado, que ele ainda seria útil para o Senhor e que não era para ele desistir. A jornada de Elias só chegaria ao fim quando Deus entendesse que era a hora do fim.

São três os resultados de sair debaixo da árvore (v.9-16). O primeiro é Ouvimos a voz de Deus (v.9). Elias andou quarenta dias e noites, e chegou ao monte de Deus, entra numa caverna e refugia-se, então ele ouve Deus falar com ele. Os ouvidos de uma homem frustrado têm dificuldade em ouvir Deus falar. Se não ouvidos Deus, passamos a atender à outras vozes, às quais querem nos afastar mais ainda dele.

O segundo é que Nossos olhos se abrem (v.13). Elias estava sofrendo de um tipo de cegueira provocada pela sua realidade frustrante, mas quando ele experimenta a presença e o poder de Deus, ele passa a ver as coisas do ponto de vista de Deus, não mais do seu. Olha com os olhos da fé e não com os olhos humanos.

O terceiro é o Cumprimos nosso chamado (v.15,16). Para um profeta que pensava que seu ministério já havia acabado Deus ainda tinha muito trabalho para ele fazer: ungir/consagrar o rei da Síria, ungir o rei de Israel e passar o cajado profético para Eliseu, seu sucessor e saber que não estava sozinho, mas que mais sete mil haviam permanecido fiel como ele.


Sabendo o que nos leva pra debaixo da árvore, devemos então tomar todo cuidado para não sermos envolvidos com estes perigos. Conhecendo os perigos que nos esperam debaixo da árvore, procuremos não deixar que elas cresçam e se tornem tentadoras para nós. Se você já debaixo de uma, procure fazer aquilo que nos tira desta situação, para que você não passe a gostar d estar embaixo dela. Corte suas árvores, pois elas só trazem prejuízos. Quando decidimos sair de sua sobra, vamos poder encontrar alegria e realização em cumprir nossa jornada.

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