As
frustrações da vida estão presentes e sujeitas a serem vividas por todos. O
texto da Bíblia no livro de 1 Reis capítulo
19 nos versículos 1 a 7 nos mostra um “homem de Deus” debaixo de uma árvore,
profeta, consagrado à obra, dedicado no seu ministério, zeloso pela vida moral
e espiritual do seu povo. Características e Elias que não lhe tirar a
humanidade. No livro de Tiago capítulo 5 versículo 17 vai dizer que Elias era
um ser humano como nós, sujeito aos mesmos
sentimentos. Apesar de ser de Deus, Elias era ser humano.
Diante
desta experiência do profeta, podemos abordar as frustrações, decepções e
desventuras da vida mesmo para um servo de Deus. Após grandes
"vitórias" como profeta, ele se vê ameaçado, e esgotado, cansado,
pensa que seu ministério acabou. Elias está sentado debaixo de uma árvore
querendo a morte para si.
Há
muitos Elias em nosso meio, em nossas igrejas, em nossos trabalhos, nos nossos
círculos de amizades, eu e você podemos ser um desses Elias, cansados,
frustrados, decepcionados, pensando que não há mais saída, que tudo está
perdido, que sua vida não faz mais sentido, e como única opção é o fim, seja
ele simbólico ou literal.
Mas
o texto nos leva a entender que por mais que tudo esteja ruim, o fim só
acontece quando Deus determinar. Não somos nós que escolhemos o fim. Por isso
precisamos estar atendo à tudo aquilo que Deus está nos mostrando.
São
cinco os passos que nos levam para debaixo da árvore (v.3,4). O primeiro é o
Medo (v.3) . Quando o rei Acabe contou para sua mulher Jezabel tudo o que havia
acontecido no monte Carmelo, ela jurou Elias de morte (19.1-2). Diante desta
ameaça e do risco de vida, ele não tem alternativa a não ser fugir. O medo apavorou
o profeta, se tornou seu inimigo.
O segundo passo é o Esgotamento
(18.16-46).
Se lermos a partir do capítulo 18, vamos ver que as últimas horas de Elias
foram intensas. O desafio aos profetas de Baal e Aserá, toda a logística para o
sacrifício, a perseguição e a morte de 450 homens, a corrida a pé à frente do
carro de Acabe na descida do monte. Todos estes eventos trouxeram um grande
esgotamento físico e emocional sobre Elias.
O terceiro passo é a Frustração
(cap. 18.39).
O desafio aos profetas de Baal era para ver quem era o Deus verdadeiro, pois
tanto o rei como o povo estava adorando aos deuses. Elias vai propor uma prova
para acabar com a idolatria e assim trazer o povo à presença do Senhor.
Momentaneamente o povo se compromete (18.39), mas a fala do profeta em 19.10
nos leva a entender que não houve uma genuína mudança.
O
quarto passo é o Isolamento (v.3). O
texto diz que Elias deixou seu servo/ajudante em Berseba (v.3) e a partir de
agora ele passa a andar sozinho, isolado, sem ninguém ao seu lado, para dividir
os pesos, os medos, as frustrações. Até aqui Elias contava com seu ajudante,
mas ele decide continuar sozinho.
O
quinto passo é o Deserto (v.4). No
versículo 4 lemos que Elias “entrou no deserto e caminhou um dia”. O deserto é
a junção de tudo que Elias já havia experimentado: medo, esgotamento,
frustração, isolamento. O texto nos leva a entender que a árvore que Elias
estava debaixo estava dentro deste deserto que se tornou sua vida.
São
quatro as consequências que nos esperam debaixo da árvore (v.4,5). A primeira
delas é a Autocomiseração (19.10). É
o ato ou efeito de sentir pena de si próprio. Elias disse pra Deus que não era
melhor que seus antepassados, no versículo 10 ele vai dizer que era o único que
sobrou dos profetas. Na cabeça de Elias ele não valia nada e não havia mais
ninguém como ele, na situação dele, vivendo as dores dele, sofrendo as mesmas
coisas que ele. Mas a resposta de Deus foi “fiz sobrar sete mil” que não se
corromperam (v.18).
A
segunda é o Desejo de morte (v.4). Ao
chegar debaixo da árvore, ele senta-se e ora, mas uma oração tola, ele pede
para si a morte “tira a minha vida”. Diante da solidão e da ameaça de Jezabel,
ele se convence de que o fim era a única solução. Na atual conjuntura da vida,
Elias pensa ser a morte a única solução para sua frustração de vida.
A
terceira é o Abatimento (v5). Depois
se sentar-se e orar, agora ele se entrega, ele se deita, jogando a toalha,
demonstrando que não estava mais interessado em perseverar. Este abatimento e
entrega diante da dificuldade em muitas vezes torna-se trágico. Ele estava num
deserto, sujeito a muitos riscos, logo ele devia permanecer alerta, vigilante,
mas simplesmente joga a toalha.
A
quarta é a Inatividade (v.5). O texto
diz que ele dormiu, o que era natural naquela atual conjuntura. Cansado,
esgotado, sozinho sem esperança ele apagou, o sono o venceu. Neste contexto o
sono simboliza a inatividade, a declaração de que não iria fazer nada pra mudar
aquela situação.
São
três as atitudes para sair debaixo da árvore (v.5-7). A primeira é Ser tocado por Deus (v.5a). Quando tudo
parecia acabado, eis que surge o socorro. Um anjo o tocou e o despertou. Deus
nunca nos desampara, Ele sempre está presente, e quando pensamos que não há
mais saída, Deus providencia a solução. Naquela circunstância não havia
solução, ajuda ou socorro humano, e quando isto acontece, abre-se a
possibilidade de contar com a intervenção de Deus.
A segunda
é Fortalecer-se (v.5b,6). A
orientação do anjo era para ele comer o pão e beber dá água que milagrosamente
haviam sido dispostos a ele. Estes elementos tinham como propósito o
fortalecimento físico, a renovação das forças o combustível para continuar a
jornada. Corpo fraco, mente fraca, alma abatida não vão à lugar algum. Elias
precisava antes de tudo renovar suas forças.
A terceira
é não abandonar a jornada (v.7,8). Na
segunda vez que o anjo o desperta, é acrescentado uma informação muito
importante: “sua viagem será muito longa”. Em outras palavras o anjo estava
dizendo que seu ministério ainda não havia acabado, que ele ainda seria útil
para o Senhor e que não era para ele desistir. A jornada de Elias só chegaria
ao fim quando Deus entendesse que era a hora do fim.
São
três os resultados de sair debaixo da árvore (v.9-16). O primeiro é Ouvimos a voz de Deus (v.9). Elias andou
quarenta dias e noites, e chegou ao monte de Deus, entra numa caverna e
refugia-se, então ele ouve Deus falar com ele. Os ouvidos de uma homem
frustrado têm dificuldade em ouvir Deus falar. Se não ouvidos Deus, passamos a
atender à outras vozes, às quais querem nos afastar mais ainda dele.
O segundo
é que Nossos olhos se abrem (v.13). Elias
estava sofrendo de um tipo de cegueira provocada pela sua realidade frustrante,
mas quando ele experimenta a presença e o poder de Deus, ele passa a ver as
coisas do ponto de vista de Deus, não mais do seu. Olha com os olhos da fé e
não com os olhos humanos.
O terceiro
é o Cumprimos nosso chamado (v.15,16).
Para um profeta que pensava que seu ministério já havia acabado Deus ainda
tinha muito trabalho para ele fazer: ungir/consagrar o rei da Síria, ungir o
rei de Israel e passar o cajado profético para Eliseu, seu sucessor e saber que
não estava sozinho, mas que mais sete mil haviam permanecido fiel como ele.
Sabendo
o que nos leva pra debaixo da árvore, devemos então tomar todo cuidado para não
sermos envolvidos com estes perigos. Conhecendo os perigos que nos esperam
debaixo da árvore, procuremos não deixar que elas cresçam e se tornem
tentadoras para nós. Se você já debaixo de uma, procure fazer aquilo que nos
tira desta situação, para que você não passe a gostar d estar embaixo dela. Corte
suas árvores, pois elas só trazem prejuízos. Quando decidimos sair de sua
sobra, vamos poder encontrar alegria e realização em cumprir nossa jornada.
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