25 de nov. de 2014

Um Coração Transformado


Hoje falamos sobre “Um Coração Transformado” com base no texto de Habacuque 3.1-19, onde temos por ideia central “A genuína adoração a Deus é resultado de uma profunda mudança no coração”.

Não conseguimos admirar Deus de uma maneira verdadeira porque nosso coração é encoberto por muitos pecados, até sabemos quem Deus é, mas reagimos como Jó “eu te conhecia de ouvir falar” (Jó 42.5). Mas a atuação de Cristo em nossa vida, através do seu Espírito Santo, remove toda casca do nosso coração, toda muralha que nossos pecados criaram, então, podemos completar a frase de Jó “agora meus olhos te veem”.


É preciso recuperar nossa admiração por Cristo.  Ele é descendente prometido que resolveu nosso maior problema, a morte.  Ele arrancou de nós a maldição imputada pelo pecado. Somos livres, somos salvos, porque o filho de Deus interveio em nossa vida. Na cruz toda nossa sede de justiça é saciada. Na cruz toda nossa inconformidade é pacificada. Na cruz todo nosso desespero é tratado. Na cruz todo nosso coração é curado. Por essas e muitas outras razões devemos adorar com intensa profundidade o nosso Senhor. E isso satisfaz completamente nossa alma.
Para me transformar em adorador a Deus é necessário que haja transformação do meu coração. (v.1-2) Esta transformação envolve três coisas:

a) Confissão, isto é dizer: “Senhor sei que estou errado. Sei que preciso mudar minha trajetória”. É possível que alguns nem consigam fazer isso sozinho. Por isso devemos buscar ao Senhor com todo nosso coração. A mulher fenícia (Marcos 7.23-30) ela se contentou com o que sobrava da mesa do rei. Não merecemos nada, mas um pouquinho somente de Deus, já é muito para quem não tem nada. Eu temo que muitas pessoas não consigam crescer espiritualmente, porque acreditam que Deus é quem precisa deles. Fazem o que querem,  da forma  que desejam e depois esfregam na cara de Deus e pedem seu carimbo de endosso. Nunca vão perceber quem Deus é, se não houver um profundo quebrantamento em suas vidas, uma confissão de pecados, muito sincera.   

b) O Temor nos leva à certeza de que Deus manifesta sua graça aos fiéis, mas pune com justiça os infiéis. Será que nós temos isso? Às vezes não. Aparente até parece que cremos assim, mas na prática não. Por quê?  Porque alguns crentes insistem em levar a vida numa boa. Curte e conserva os pecados. Não cresce espiritualmente. Não se envolve com a santidade, não entende que é membro de um corpo. Tenha temor a Deus. Deus vai pedir a todos nós por atos que cometemos (II Coríntios 5.10). Só que não acreditamos nisso. O fato de não acreditarmos não significa que isso é uma mentira. O fato de crer ou não no julgamento de Deus, não altera o fato de que ele cumprirá sua palavra.

c) Sede de justiça. Jesus disse: “bem aventurados, os que têm sede e fome de justiça porque serão fartos”. (Mateus 5.6). É difícil definir exatamente o que o profeta desejava. Pode ser um avivamento espiritual que havia acontecido um pouco antes no reinado de Josias. Pode ser também a manifestação da justiça de Deus em forma de punição e disciplina, ocorrido na história. De qualquer forma as queixas levantadas no capítulo 1, são satisfeitas aqui. Ele percebeu que Deus não estava parado “faze-as conhecidas em nosso tempo”. Deus continua muito ativo. O pecado não permite que nós enxerguemos isso, mas quando somos transformados, então podemos contemplar a mão do Senhor em nossos dias.

Depois de transformados, então conseguiremos contemplar o poder de Deus. (v.3-6). Temã era uma região de altas montanhas – até certo ponto inacessível devido os equipamentos rudimentares. Parã era também uma região exuberante e montanhosa, mas também com desertos – da mesma forma ainda inacessível. O que é apreciado neste trecho? Majestosa Glória de Deus (v.3-6). A glória revelada num tom de ira de Deus (Números 13.1-2) quando os espias voltam depois de olhar a terra de Canaã. Em Números 14.8 vemos o parecer de fé de Josué e Calebe. No verso 14.10a vemos o parecer de incredulidade do povo, e por fim nos versos 10b-12 temos o parecer justo de Deus que manifesta sua glória o que vai trazer condenação aos rebeldes. Esta glória é descrita de quatro maneiras:

a) Grande Esplendor de Deus (v.4). Descritos como a luz e relâmpagos que cortam os céus. A semelhança do fato em Números 14.20-23 onde a gloria do Senhor encheria toda a terra.
b) O Poder assolador de Deus (v.5). Cinco pragas iam adiante dele; doenças terríveis seguiam os seus passos. É possível que seja uma referencia às 10 pragas do Egito. Uma vez que os judeus tinha uma grande consideração pela história, principalmente, porque viam a história do ponto de vista teológico.
c) Destruição natural provocada por Deus (v.6a). Dilúvio e outros tremores de terra, que são descritos como parte da soberania e poder do Senhor.
d) Atributo Eterno de Deus (v.6b). Ele é eterno, existe e age assim desde a eternidade. Os passos do Senhor estão por toda a terra, não há nada que ele não conheça.

Depois de transformados, então conseguiremos contemplar a justiça de Deus. (v.7-12). Cusã e Midiã eram duas cidades dos inimigos. A justiça se manifestou através da ira do Senhor (v.7-8). Ele não pergunta se Deus está irado, ele pergunta com quem Deus está irado. Todos estão debaixo da ira de Deus (Efésios 2.3). Deus enfrenta o mar e os rios, assim como no êxodo, deu ordem ao mar para se abrir. A justiça se manifestou através do castigo do Senhor (v.9-12). Deus como um Guerreiro Divino faz tremer as nações e as pisoteia, o que nos dá a ideia de poder e justiça. Até a natureza sente o poder de Deus, a terra é fendida, os rios, os montes, os corpos celestes, tudo é afetado pelo poder de Deus.

Depois de transformados, então conseguiremos contemplar a salvação de Deus (v.13-15). Esta Salvação prometida (v.13) estava pautada numa promessa de esperança, de salvamento feito ao seu povo. Em vez de fazer vista grossa para o procedimento errado ou de permitir que a opressão de seu povo fique sem castigo, Deus se lembra de sua aliança e age em favor deles. Aqui temos a resposta de Deus às queixas de Habacuque – seu povo será salvo. Esta salvação envolvia a destruição do inimigo (v.14). O inimigo esperava vitória e apossar-se dos bens dos vencidos, mas em vez de triunfar eles serão derrotados para surpresa do povo de Deus que estava sendo oprimido. Aqueles que estavam sendo oprimidos receberão os benefícios da poderosa vitória de Deus.

Depois de transformados, então conseguiremos contemplar a fidelidade de Deus (v.16-19). O profeta fala descrevendo suas próprias experiências. Suas perguntas são respondidas de uma forma que ele é capaz de pronunciar uma das mais vigorosas declarações de fé registradas nas Escrituras. Ele começa expressando o medo (v.16a). A resposta de Habacuque não se interrompe com o medo. Ele possui um relacionamento íntimo com Deus para ser capaz de questionar e depositar a fé nele, crendo que ele agirá. Depois expressa sua convicção (v.16b). Confiando no caráter de Deus ele espera a providencia contra os invasores, a punição para os ímpios, mas a alegria para os que seguem a Deus. E por fim expressa uma confiança absoluta em Deus (v.17-19). Ele pode depositar sua fé na graça de Deus, não apenas nas questões materiais. Embora as fontes terrenas de sustento se esgotassem, ele não dependia delas, mas de Deus que cumpre suas promessas e é o Deus da salvação. Habacuque pode se alegrar no seu relacionamento com Deus, sua intimidade e relacionamentos estão firmes.

Quanta diferença em relação ao Habacuque do começo do livro. Esta transformação de atitude e de percepção de Deus se deu, pois havia uma fé genuína, uma confiança plena na Palavra de Deus. A experiência de Habacuque nos ensina que somente a fé na palavra de Deus é capaz de transformar reclamação em adoração. A reclamação sem fé na Palavra transforma-se em rebeldia e afastamento. Que possamos em meio às dificuldades, olhar e reconhecer os feitos de Deus ao longo da nossa história e não apenas ficar focado na circunstancia que estou vivendo agora. Ao entender os propósitos do Senhor, passaremos a glorificá-lo e exaltá-lo.


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