Texto: Habacuque 1.1-4
Tema: Crise Espiritual
Título: “Questionamentos, julgamentos e conceitos
errados são combustível para uma crise espiritual.”
Introdução:
·
Habacuque viveu por volta do ano 605 a.C., provavelmente na porção de
terra da tribo de Judá, morando na cidade de Jerusalém. Era um período de medos
dos Caldeus ou babilônicos que estavam dominando sobre os povos de então.
·
Ele amava a Deus, mas desenvolveu um diálogo questionador sobre a
“justeza” de suas ações. Assim nós também enfrentamos um período em que
duvidamos de Deus e o questionamos. Poucos debatem abertamente, menos ainda o
confrontam a respeito de suas ações sobre a humanidade. Habacuque arriscou-se
em confrontar Deus.
·
O contexto político estava conturbado, Jeoaquim filho de Josias reinava,
fez aliança com Egito no que tange à reforma tributária. Durante seus 11 anos
de reinado fez o que era mau perante o Senhor cometendo abominações. Era
caloteiro, ganancioso, assassino e praticava a extorsão.
·
Diante disso a realidade espiritual do povo era ruim, caracterizada
pelo abando do Senhor e pela crescente idolatria, que conduziu a generalização
do pecado, acelerando a decadência espiritual, levando o Senhor a iniciar o
castigo com punição.
·
O cenário de Habacuque era de caos político e decadência espiritual, e
uma eminente guerra contra os caldeus, o que gerou instabilidade social de um
reino divido em eminente queda.
1. QUESTIONAMENTOS DA REALIDADE. v.2
1.1. Não sou ouvido. Habacuque fala com Deus num tom de confronto: “Até quando clamarei...
Gritarei a ti...”. Ele como profeta estava intercedendo pela situação em que
estavam vivendo, mas sem uma resposta de Deus ele se sente desprezado. A
sensação de Habacuque era que Deus não estava ouvindo suas orações, seu clamor
nem sua queixa.
Quantas vezes nos sentimos como Habacuque, oramos, clamamos, gritamos
e parece que Deus não está nem aí para nossa oração. A impressão que temos é
que nossa oração não está passando do nosso teto, que ela não está chegando ao
trono de Graça do Senhor. Ai nós entramos em crise.
1.2. Não sou atendido. Diante do clamor de Habacuque, Deus não se
manifestou, não agiu. Os inimigos continuavam marchando pondo em risco a nação
de Israel e a própria vida de Habacuque. Na mente do profeta, o Senhor deveria atende-lo
e livrar dos inimigos trazendo a paz e a segurança.
O silêncio de Deus muitas vezes gera em nosso coração duvidas a respeito
de Deus e de suas promessas. A ausência de respostas nos levam à crises, que se
não forem administradas, podem nos afastar de Deus. Pelo fato de sermos
imediatistas e deterministas, não sabemos digerir o silencio de Deus em relação
à nossas orações.
1.3.
Sou pressionado. Esta pressão vinha de ambos os lados: de fora os inimigos
caminhavam para destruição do povo; de dentro as pessoas cobravam do profeto
uma resposta positiva diante da crise. Habacuque sofria uma pressão muito
grande, e esta pressão estava deixando ele conturbado.
Não somos diferentes de Habacuque, as
pessoas nos questionam e pressionam em relação às questões espirituais, cobram
uma explicação pelas coisas que estão acontecendo, no trabalho, nos
relacionamentos, etc. Familiares, o marido, os filhos, os irmãos da igreja,
parece que todos esperam de mim uma resposta, uma solução para todos os
conflitos da vida deles e da nossa.
2. JULGAMENTOS LIMITADOS. v.3
2.1. Drama Social. Os dias de Habacuque eram difíceis. A maldade dos
babilônicos estava às portas, a morte ou escravidão era uma questão de tempo. A
opressão financeira, emocional, psicológica, familiar, et., imperava naquela
sociedade.
A sociedade está em crise, a maldade e a opressão imperam. A maldade
que é fruto do pecado está cada vez mais atuante em todas as esferas da
sociedade, em todas as classes sociais. A opressão reina em nosso meio, quem
tem poder, dinheiro, posição, etc., oprime os que estão abaixo deles. Dessa
forma a nossa sociedade entra em colapso, e o drama social se instala, trazendo
desajustes e destruição.
2.2.
Drama relacional. Habacuque fala de contendas e litígios diante dele, isso
nos dá uma ideia de como estavam seus relacionamentos. O cerco, a possibilidade
da guerra, as cobranças, estavam afetando sua relação de profeta com o povo, e
sua relação com Deus.
Quando nossos relacionamentos
começam a enfrentar contendas e litígios, começamos e viver um drama. Diante disso
é preciso agir de forma sábia para que este drama não traga mais prejuízos para
nós. Temos que zelas pelos nossos relacionamentos, cuidar de nossos sentimentos
e das nossas emoções.
2.3.
Drama legal. O contexto de Habacuque era de destruição e violência, a lei
de Deus e dos homens já não estava sendo observada. O mais forte dominava sobre
o mais fraco. A injustiça que imperava não podia ser combatida, pois a lei não
tinha mais valor. Cada um se via no direito de fazer que queria, sem medir as consequências.
A realidade pela qual estamos
vivendo é de destruição e violência, são estes dois fatores que reinam hoje na
sociedade. Aliado à corrupção que favorece aos poderosos e oprime mais ainda o
que precisa está impunidade aos culpados. Infelizmente o certo já não é certo e
o errado, passou a ser o padrão legal.
3. CONCEITOS ERRADOS. v.4
3.1.
A lei é fraca. Diante de tudo o que Habacuque estava vivendo ele não podia
contar com a lei para lhe defender, pois ela era fraca. A lei não contemplava
prerrogativas para punir a todas as injustiças que ele estava vendo. Até mesmo
a lei de Deus não produzia mais efeitos sobre o coração pecador do povo.
Nosso conceito sobre a lei e a forma
que ela é aplicada não devem ser maiores que a própria lei, seja a lei dos
homens ou a de Deus. Quando julgamos que a lei é fraca, passamos a fazer a
nossa própria lei, fazemos nossa própria justiça, pois achamos que estamos
sendo justos. Mesmo que a lei não puna todo tipo de infração, nunca devemos ser
nós mesmos a própria lei.
3.2.
A lei é nula. Pelo fato de Habacuque não ver os inimigos sendo punidos,
pensou que a lei havia sido anulada, e que a devida justiça não estava sendo
feita. Os inimigos marchando vitoriosos sobre o povo de Deus e o injusto
prevalecendo sobre o justo, será que existe lei sendo aplicada nisto?
É a mesma sensação que temos hoje. Parece
que a lei não serve de nada. Quem fere a lei não é punido por ela, quem procura
cumpri-la, acaba sendo penalizado. Isso deixa uma sensação que de nada adianta
obedecer á lei, pois ela nunca está ao lado daqueles que de fato precisam dela.
3.3
A lei é corrompida. A conclusão de Habacuque é simples, se a lei é fraca e
nula, logo ela pode ser corrompida, pode ser mudada, ou vir a favorecer àquele
que pode comprá-la. Justiça é algo que não se pode esperar mais, pois nem Deus
estava sendo justo, aos olhos do profeta, para com o seu povo. Diante disso
como esperar a justiça vinda dos homens?
Infelizmente a sensação que temos é
a mesma. A lei se corrompeu, a justiça está pervertida. Não há mais em quem
confiar ou a quem recorrer. A sensação que temos é que estamos desamparados, a
mercê da própria sorte.
CONCLUSÃO:
·
Quando
focamos nossa atenção apenas nas realidades ao nosso redor, podemos desenvolver
sensações, opiniões e conceitos errados. Habacuque vivia um conflito com sua
realidade de vida, o que afetava seus julgamentos e sua percepção sobre a lei.
·
Está realidade
é o combustível para a crise de fé. Por isso ele devia focar seu olhar em Deus,
não na realidade social. No cap. 2.4 Deus diz que “o justo viverá por sua fé”,
era nisso que ele deveria ater sua atenção.
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