Texto: Tiago 3.1-12
Tema: O Cuidado com a Língua
Título: Não é Só o Peixe que Morre
pela Boca.
Introdução:
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Tiago já demonstrou a preocupação com os pecados da língua. Em 1.19 ele encorajou seus leitores a
serem “tardios para falar”, em 1.26 afirma que a ação de refrear a
língua é uma demonstração da “religião pura”.
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Agora Tiago vai mais a fundo neste assunto, o problema da língua sem
controle é um tema frequente na Bíblia, especialmente em provérbios.
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Ele trata deste problema da língua comprida usando ilustrações
populares (freio no cavalo, leme do navio) amplamente conhecidas entre seus
leitores.
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É interessante como condenamos pecados tais como: adultério,
prostituição, idolatria, violência, mas não nos afeta os pecados da fofoca, da
intriga, dos buchichos, talvez por considerar menos danosos socialmente.
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Jesus disse Mateus 5.21,22
que uma palavra dirigida contra uma pessoa tem o mesmo peso de um ato, ou seja,
a língua é tão mortífera quando uma arma.
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Talvez não saiamos matando pessoas com armas, mas saímos dando tiros
com a língua. Por não cometer nenhum “pecado” por meio de uma ação física, não
significa que estamos livres da condenação pelo que falamos.
1. O PERIGO QUE ESTÁ NA
LÍNGUA. v.1,2
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v.1. Tiago destaca o assunto da
língua através de uma advertência sobre
o papel do ensino. Os mestres
tinham um papel fundamental na vida da igreja.
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Assim aquele que se compromete a
liderar as outras pessoas na fé precisa ter cuidado para que sua própria vida reflita o que ele está
ensinando.
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v.2. O mestre tem como principal
ferramenta do seu ensino a língua,
a parte mais difícil de controlar.
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Para destacar o perigo que a
língua representa, Tiago admite a
presença do pecado “todos tropeçamos
em muitas coisas”, ou seja, há uma variedade de formas de pecado e nem
todos os cometem, mas em se tratando da língua, ninguém está livre.
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O falar impuro é uma forma de pecado que está espalhado,
assim Provérbios afirma a importância das palavras (10.8,11; 16.27-28; 18.7-8).
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É tão difícil controlar o
que sai da boca; ela é tão dada a expressar aquilo que é falso, calunioso, cortante,
que a pessoa que a mantém sob controle, com certeza, tem a capacidade de
dominar outras formas de pecado.
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Tiago se inclui nesta censura, logo sua advertência a respeito da
língua tem uma aplicação geral, pois este é um problema que afeta a todos na
igreja.
2. O PODER DESPROPORCIONAL
DA LÍNGUA. v.3,5a
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v.3. Aqui começa uma série de ilustrações para retratar o poder e o perigo que a língua
representa. São ilustrações conhecidas e amplamente utilizadas naquele
contexto.
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Utiliza o cavalo para
ilustrar a ideia de alguma coisa tão pequena como o freio pode controlar outra coisa grande, o corpo inteiro do cavalo.
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v.4. A segunda ilustração mostra
o contraste entre um pequeno instrumento (o leme) e o grande objeto (o navio)
que ele controla
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As duas ilustrações focalizam o
controle que uma pessoa, através de um
pequeno objeto exerce sobre alguma coisa grande, assim o crente deve usar a
língua para controlar “todo o seu corpo”.
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Assim como o freio e o leme determinam a direção do cavalo e do navio,
também a língua pode determinar o destino do indivíduo.
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Quando o crente exerce um
cuidadoso controle da língua, pode-se presumir que ele também seja capaz de dirigir sua vida inteira.
Mas quando a língua não é refreada, mesmo sendo pequena, também o resto do
corpo provavelmente não terá controle nem disciplina.
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v.5a. A conclusão está na
importância do freio e do leme, por pequenos que possam ser, é comparável a
importância do “pequeno órgão” a língua que gloria-se de grandes coisas, uma
atitude pecaminosa, uma certa arrogância diante de Deus.
3. O POTENCIAL DE DESTRUIÇÃO
DA LÍNGUA – v.5b-7
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v.5b. v.6. A ênfase está no grande mal embutido na língua, uma
grande quantidade de iniquidade,
pois ela contém em si os pecados do mundo decaído. Jesus lembra que o que contamina o homem é o que sai da boca
(Mt 15.11,18,19). Talvez nenhuma outra parte do corpo cause tanto dano a vida
de santidade.
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Quando a língua contamina o
corpo, está se opondo à religião pura,
que visa a santidade. Os pecados cometidos com a língua espalham poluição
espiritual na pessoa inteira. Este
enorme potencial de destruição vem do inferno, do próprio Satanás.
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Em Provérbios são enumerados alguns pecados da língua: “ruína” (10.8); a mentira (12.19); a vanglória arrogante (18.12);
a difamação (10.18). Pense nos danos
enormes, irreparáveis causados por causa de rumores infundados, quase
sempre falsos. Por fim nesses rumores é mais difícil que parar um incêndio na
floresta.
4. A NATUREZA INDOMÁVEL DA
LÍNGUA – v.7,8
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A ênfase agora está na natureza
indomável da língua como prova de que ela recebeu seu poder do inferno. O homem domina sobre toda a natureza, mas
é incapaz de dominar a língua,
quando isso acontece, é por meio da piedade, ajuda e graça de Deus.
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v.8 As duas descrições “um mal, e cheia de veneno” anunciam a
tragédia, o veneno produzido pela
língua, destrói o próximo (Pv 11.9) e também leva à ruina aquele que peca (Pv 10.8).
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v. 9 A ambiguidade é outra forma de acusação contra a língua, devido a
oscilação, a parcialidade, a ausência de
obras. O homem mostra pela natureza
contraditória de seu falar, que sua fé não tem foco nem estabilidade.
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v.10 A dualidade enganosa da língua se revela ao proceder dela benção e maldição. As palavras de uma pessoa servo com medidor de sua espiritualidade,
elas revelam o que vai no coração.
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A pessoa dividida e incoerente
quanto às coisas de Deus em seu coração também será dividida e incoerente em
suas palavras. Os cristãos que foram transformados pelo Espírito devem
manifestar integridade e pureza de coração, através de palavras puras e
coerentes.
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v.11 A incompatibilidade entre um
coração puro e palavras impuras é exemplificado através da fonte, figueira
e videira. A tragédia da língua está exatamente em tal incoerência, sua
tendência de bendizer a Deus numa hora e, logo em seguida, amaldiçoar os
homens.
CONCLUSÃO:
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v.12 Um coração puro não pode
produzir palavras falsas, amargas e nocivas. Aquilo que é bom no coração deve produzir coisas boas, o que é mau,
produzirá coisas más.
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Assim o coração que não é reto
diante de Deus não pode ajudar na espiritualidade, mas ele vai produzir
palavras ímpias. Apenas um coração
renovado pode produzir palavras puras.
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O controle sobre a língua, nos ajudará a controlar todo nosso corpo. A
renúncia aos pecados da língua, nos ajudarão a renunciar os pecados do corpo.
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Se preciso for, coloquemos freios espirituais em nossas bocas, para
poder ter controle não só sobre a língua, mas sobre todo nosso corpo.

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