Tema: Condenação à Discriminação
Título: O Amor não é Parcial
Introdução:
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Tiago após falar sobre as alegrias nas provações e exortar sobre a
prática da Palavra, passa a tratar da discriminação de pessoas dentro da
comunidade cristã.
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No cap. 1.9-11 ele já havia dado uma pincelada no tema, mas agora vai
expandir o conceito, pois esse era um problema sério entre eles.
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Nos versos 2 a 4 vemos o problema ilustrado com o qual Tiago se depara
– a discriminação contra os pobres, o que segundo ele é fruto de padrões
malignos.
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Em seguida apresenta duas razoes pelas quais os cristãos devem evitar
este favoritismo:
o O tratamento preferencial
aos ricos contrasta com a atitude de Deus que escolheu os pobres para serem
ricos na fé (v.5-7);
o Todo favoritismo é condenado
pela lei áurea, a lei do amor ao próximo (v.8-13).
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Se Tiago estivesse vivendo em nossos dias, provavelmente estaria
presenciando o mesmo problema de discriminação, ou será que nós hoje não
cometemos este erro?
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A questão é que exemplo ele elegeria para condenar este favoritismo?
Qual é o objeto de maior preconceito hoje por parte da Igreja?
1. O PECADO DA DISCRIMINÇÃO.
v.1
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Acepção significa literalmente “receber o rosto” que é fazer
julgamentos e estabelecer diferenças baseadas em considerações externar, como
aparência física, status social ou raça.
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Deus nunca agiu assim (Rom 2.11; Efésios 6.9; Col 3.25). Logo o povo
dEle deve imitá-lo nesta questão, preocupação esta de Tiago que já havia sido
demonstrada por Moises em Deut. 10.17,18 e expandida em Levítico 19.15.
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O favoritismo baseado em aspectos externos é incompatível com a fé
naquele que veio derrubar as barreiras de nacionalidade, raça, classe, gênero e
religião.
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No entanto hoje a Igreja não está imune a este pecado, e o que é pior ainda,
não estamos preparados para lidar com os diferentes da sociedade. Nos
enclausuramos numa redoma de perfeição, assim tudo o que está fora do nosso
padrão não serve para Deus.
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Assim agimos não só para com os pobres, mas com as cores, as tribos
urbanas, as preferencias sexuais, etc. Não estamos prontos para diferenciar o
que é uma “atitude pecadora” de uma “pessoa que é pecadora” e precisa ser amada
e resgatada do seu pecado.
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Ficamos seguros dentro da nossa redoma, e aqueles que quiserem fazer
parte dela, deverão primeiro se adequar ao que convencionamos como religioso ou
espiritual. Caso não se adequem, jamais entrarão na nossa comunhão e nunca
sentarão nos nossos melhores lugares.
2. A PREFERENCIA MALIGNA
PELA RIQUEZA. v.2-4
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Tiago usa como ilustração duas pessoas de aparências externas bem
diferentes entrando num local de reunião. Uma apresenta sinais de riqueza, o
outro é um homem pobre.
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O rico recebe atenção especial e é conduzido com gentilezas a seu
assento. Já ao homem pobre é dito para ficar em pé ou sentar-se no chão. Isso
acontecia quando cristãos se reuniam para culto e o povo em geral deveria ser
bem-vindo.
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Com este exemplo Tiago esboça o tipo de comportamento que julga ser
incompatível com a fé cristã. Agora ele vai condenar este comportamento
apresentando duas conclusões:
o Há divisão entre vocês. Esta divisão entre os
visitantes é reflexo das divisões que havia entre os membros daquela
comunidade. A conduta cristã coerente procede de um coração e uma mente com a
mesma coerência cristã.
o Estão se baseando em padrões
malignos.
Com base em Lev 19.15 Tiago condena a acepção baseada em nossos próprios
julgamentos e decisões segundo padrões não-cristãos e mundanos.
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As preferencias e as exclusões não refletem o amor e a graça de Deus. Se
usamos dois pesos e duas medidas, estamos nos tornando juízes e sentenciadores.
Devemos dispensar a mesma intensidade para todos que entrarem em nosso
convívio.
3. ESCOLHAS HUMANAS E
DIVINAS. v.5-7
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O termo pobre não significa ausência de bens, mas uma pessoa que era
economicamente oprimido e tinha uma inclinação para as coisas espirituais. As
pessoas ricas não são excluídas do reino, apesar de haver uma advertência sobre
o perigo das riquezas.
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Tiago trata da diferença entre as escolhas humanas e as divinas,
trazendo como exemplo a questão da salvação. Esta escolha de Deus pelos pobres contraria
os padrões humanos convencionais. O materialmente rico tem sua herança neste
mundo, o que é salvo tem sua herança no Reio de Deus.
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É a partir desta vantagem espiritual que os cristãos devem julgar os
outros. As pessoas, sejam crentes ou não, não devem ser avaliadas pelos
cristãos de acordo com padrões do mundo, o ter ou não riquezas.
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A acusação de Tiago é contra o favoritismo injusto. A discriminação
externa é um reflexo de algo que está acontecendo internamente. Quando olhamos
os pecadores com olhar de juízo e condenação, estamos na verdade querendo punir
neles o pecado que pode estar em nós.
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Não podemos excluir qualquer
pessoa ou grupo baseados em nossas convicções. Não podemos direcionar nossos
ministérios, nossas vidas, nossas famílias baseados em padrões humanos. Como igreja não podemos ser excludentes, seja
a quem for e pelo motivo que for.
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Se julgamos que alguém não é bem quisto em nosso meio, com base em que
estamos dando este veredito?
4. DEVEMOS EVITAR O
FAVORITISMO EXCLUDENTE. v.8-13
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Os cristãos serão julgados por uma lei que inclui o amor por todas as
pessoas como uma de suas exigências fundamentais. Esta lei é a chamada de “lei
da liberdade” a qual contrasta e carrega consigo “lei de Moisés”.
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O amor ao próximo no pensamento cristão inclui qualquer pessoa com quem
se possa ter contato. Assim a igreja é proibida de discriminar qualquer pessoa
que entre por suas portas. Fazem bem ao obedecer a lei do amor, mas pecam ao
transgredi-la fazendo discriminação.
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O que Deus quer da igreja é a totalidade e abrangência em sua missão.
De nada adianta pregar o evangelho e ganhar almas se não discipulamos. Ter uma
boa doutrina e saúde teológica se viramos as costas para os necessitados. O
conceito de Missão Integral da Igreja é colocado diante de nós.
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O julgamento do cristão será com base na lei do amor, e neste ponto
pesa tudo o que falamos e fazemos, ou seja, nosso estilo de vida, demonstrando
amor de forma imparcial diante de todos.
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O uso da misericórdia é um aspecto importante da lei da liberdade, pois
é exatamente o que o mandamento do amor exige, e a igreja estava falhando ao
desprezar os pobres. De certa forma a misericórdia é demonstrada no cuidado com
o pobre.
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Como igreja precisamos estar preparados para amar a todas as pessoas,
mesmo aquelas que julgamos menos dignas. Ao demonstrarmos favoritismo, podemos
fechar os céus para quem Deus esteja abrindo, e abrir para quem Ele esteja
fechando.
CONCLUSÃO:
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Como Igreja ou como crentes, não podemos cair na tentação e cometer o
pecado da discriminação, escolhendo quem é ou não bem vindo ao nosso meio.
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Se somos elitistas seja baseado em qualquer padrão que for, esse
comportamento é humano e maligno. Deus não faz preferencia a um em detrimento
do outro.
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Nossa conduta cristã deve estar pautada nos princípios elementares do
evangelho que é inclusivo e não excludente. Quem somos nós para rejeitar
aqueles a quem Deus escolheu?
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Devemos nos preparar para viver a lei do amor ao próximo, pois é
baseado nesta lei que seremos julgados.
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