22 de abr. de 2014

Palavras da Cruz

     
PERDÃO. ‘‘Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo’’ (Lc 23.34). Mesmo no sofrimento provocado por seus algozes, Jesus não pensa lhes administrar justiça. Tampouco espera que tomem a iniciativa de pedir perdão por sua violência, para, então, os absolver. Jesus olha para eles e então dirige uma oração ao Pai. Nesta oração, pede perdão para aqueles que não sabiam a Quem matavam. A maldade deles vinha da ignorância. Não sabiam a Quem matavam.
Jesus nos ensina que perdoar deve ser o verbo da nossa vida. O perdão precisa ser unilateral e incondicional. Enquanto a gente esperar que o ofensor se humilhe, a inimizade continuará. Você quer perdoar? Pare de olhar para quem o ofendeu. O rancor só fará aumentar. Quer perdoar? Olhe para o Pai, que lhe perdoou.
  PROMESSA. "Hoje você estará comigo no paraíso" (Lc 23.43). Diante da promessa, precisamos nos perguntar se temos almejado o paraíso. A vida aqui anda tão boa... Ainda não realizamos alguns alvos em nossas vidas... Ainda não compramos nosso mais recente brinquedo tecnológico... O céu pode nos esperar e nós aguardaremos a última caravana para subir.
CUIDADO. “Aí está o seu filho”... “Aí está a sua mãe” (Jo 19.26-27). Jesus não teve bens. Tinha uma família, pela qual se preocupou. Do alto da cruz  vê sua mãe em lágrimas. Ao lado, um dos seus discípulos. Foram amigos, unidos pelo seu amor de filho e por seu amor de amigo. A amizade devia continuar.
DESAMPARO. ‘‘Eloí, Eloí, lama sabactâni?’’ (Mt 27.46). Se alguém se sente abandonado, Jesus é seu antecessor. Seu grito é um brado de identificação. Essa identificação do divino com o humano é uma palavra de conforto, quando lemos o resto do evangelho de sua vida. O Abandonado foi abandonado até o fim, mas foi resgatado no fim, quando não havia mais esperança humana alguma.
HUMANIDADE. ‘‘Tenho sede.’’ (Jo 19.28). Jesus não tem medo de sua humanidade. Embora fosse Deus, não dá uma de Deus. Prefere ser humano. Pensamos que o sofrimento todo não podia ser uma dor real. Diante disso, por que não nos queixamos que está doendo, se está doendo? Até nisto Jesus é modelo.
  METÁFORA. “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23.46). Jesus, que perdera a conexão com o Pai, sentindo-se por Ele desamparado, agora restabelece o contato e ora. Entregar o próprio espírito a Deus é afirmar-se pronto para morrer.  Também passamos pelo Getsêmane, mas, como o nosso lugar não é lá, somos dele libertados na sexta-feira. Também passaremos pelo Gólgota, mas, como o nosso lugar não é lá, dele seremos retirados no Domingo da ressurreição.
  COMEÇO. ‘‘Está consumado.’’ (Jo 19.30). É como se dissesse: “Pai, obrigado. Tudo saiu como planejamos”. Na cruz oferece gratuitamente ao ser humano a oportunidade de ser salvo e derrama sobre todos da graça salvadora.
A paz, proferida pelos lábios de Jesus e exposta no seu corpo, é plenamente possível.
Adaptado

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