3 de set. de 2012

Livres Para Adoção



Texto: Gálatas 4.1-7
Grande Ideia: “Libertos da escravidão da lei, nos tornamos filhos por adoção”

·        Em Gálatas 3.23,24, Paulo fala da Lei como prisão: que guarda do mal e como vigilante:, que levava de um lado para outro. Agora trata da lei como tutora.

1. A LEI COMO TUTORA – v.1-3
a.      Paulo parte das palavras chave que vinha usando: filhos e herdeiros, para chegar a mais uma comparação, a lei como tutora. Embora não explicito, devemos considerar a morte do pai, pois enquanto o pai vive o filho não poderia se considerar “senhor sobre o todo”.
b.      Antes de morrer, o pai passou em testamento a seu filho menor toda a herança. De imediato o menino não podia usufruir dos bens, ficado sobre tutores até sua maioridade.
c.       Conforme a lei de direito o jovem é dono de toda propriedade, mas na realidade ele vive uma vida de escravo. Em se tratando de negócios, á tutores agindo em seu lugar, no cotidiano são oficiais da casa que mandam. O filho não tem posição diferente da dos escravos, como servo entre servos.
d.      No v. 3 Paulo passa a aplicar nossa condição antes de Cristo, embora herdeiros vivíamos como um servo. Mesmo Deus tendo destinado a herança, isto é a bênção de Abraão a todos, não desfrutávamos dela, pois ainda éramos “menores”.
e.      Uma vez menores, estávamos debaixo de um tutor, o sistema religioso judaico, o qual foi criticado por Jesus, sistema este que levava o judeu do berço ao caixão. Esse sistema é chamado de “princípios elementares do mundo” que são úteis para a existência natural, mas não para a vida eterna, pois segundo Gl 4.9 são fracos e pobres.
f.        Em Romanos 1.18-32 Paulo descreve a miséria da humanidade sem Cristo.

2. A PLENITUDE DOS TEMPOS – v.4-6
a.      Paulo aborda o “tempo predeterminado” e a mudança de “menores” para “adultos”, ou seja, a existência antes de Cristo para a vida agora com Cristo como salvador. A ênfase na fé agora dá lugar para o agir redentor de Deus trino que nasceu, morreu, ressuscitou e veio como consolador.
b.      O tempo aqui não no sentido quantitativo, mas qualitativo. Antes de Cristo surgiam e sumiam impérios, culturas, gerações, gerando uma certa monotonia.

1.     O NASCIMENTO – v.4
a.      Mas chegou a plenitude do tempo, comparado ao “princípio” onde Deus criou. Esses 30 anos foram plenos, pois alimentaram de sentido a história da revelação antes e depois deles.
b.      Deus havia enviado tantas coisas: sol, chuva, frio, calor, bênçãos, julgamentos, livramentos e pessoas para conservar a criação, mas agora decidiu enviar o seu tudo, o Filho (Marcos 12.1-10), para anunciar a vontade do Pai.
c.       Nascido de mulher, nascido sobre a lei, o Filho se torna solidário com os filhos perdidos. Tornou-se um humano, a fim de poder tornar-se cordeiro.

2.     A MORTE E RESSURREIÇÃO – v.5
a.      As expressões “para que” “afim de que” mostram a finalidade do nascimento de Jesus.
                                                              i.      A anulação do domínio da lei. Tanto judeus como gentios, pois nenhuma pessoa está sem lei. Quem invoca o nome de, colocando-se assim debaixo do poder dele, é liberto por ele.
                                                            ii.      A adoção como filho. Aqueles que antes não eram filhos, passam a ter os mesmos direitos por meio da graça. Assim com Deus ama seu Filho, Ele ama os filhos nascidos depois.

3.     O PENTECOSTES – v.6
a.      A forma escolhida por Deus para documentar a filiação incontestável, uma forma de conceder certeza da nova fé em Cristo. Não era mais a circuncisão a marca que atestava filiação, mas a presença do Espírito.
b.      Os judaístas estavam, pela exigência da circuncisão, minando sorrateiramente a certeza da filiação do Gálatas, a qual está intimamente ligada à posse do Espírito, que é a prova principal de Paulo na luta contra o legalismo judaísta. A filiação não era pelas obras da lei, mas pelo Espírito que veio do Cristo crucificado sobre eles.
c.       O Espírito foi “enviado ao nosso coração”:
                                                              i.      Coração significa o ser humano oculto, que ninguém consegue enxergar, nem o psicólogo mais capaz pode chegar a ele efetivamente.
                                                            ii.      A Bíblia entende por coração (1 Samuel 16.7), o ser humano como Deus o vê, ou seja, o verdadeiro ser humano.
                                                          iii.      Coração representa a pessoa carente de Deus. Não podemos, por nós mesmo, mudar nosso coração, só Deus sabe dar um jeito nele, sendo o Espírito a única resposta para os seus problemas.
d.      Uma vez em nosso coração o Espírito começa a agir “clamando”. Ele nos assiste e nos sustenta num relacionamento com Deus, sem ele nossa fé acaba. No coração humano há muita gritaria (socorro, protesto, desespero), mas o Espírito grita mais alto que essas vozes gerando adoração e certeza da filiação.

3. A PROVA DA FILIAÇÃO – v.7
a.      Paulo chega a mais uma conclusão a partir de uma realidade, podemos clamar Aba Pai porque já não somos mais escravos, mas filhos. Nenhum servo, mas somente o filho pode falar dessa maneira.
b.      Ser filho traz consigo as propriedades paternas, e como consequência da filiação temos direito a herança. Temos agora competência para negociar, tornamo-nos chefe júnior ou co-regente.
c.       Isso tudo acontece “por Deus”, uma condição assegurada a partir do alto, não é presunção que parte de nós.

APLICAÇÕES:
1.      Enquanto você não nascer de novo, e se tornar filho de Deus, você estará sob o domínio de tutores do mundo: Diabo, carne, a vaidade, o orgulho, etc. Só o crescimento vai livrar dos rudimentos deste mundo.
2.      A vinda de Cristo foi para nos libertar da influência do mundo, nos fazer filhos de Deus e herdeiros das suas promessas, nos dar a plenitude do Espírito, e assim nos relacionar com o Pai e uma forma especial.
3.      Essa mudança de relacionamento, que nos eleva a condição de filhos, nos dá a promessa e privilégio de sermos herdeiros de Deus em Cristo Jesus.

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