Texto:
Gálatas 4.1-7
Grande Ideia:
“Libertos da escravidão da lei, nos tornamos filhos por adoção”
·
Em Gálatas
3.23,24, Paulo fala da Lei como prisão:
que guarda do mal e como vigilante:,
que levava de um lado para outro. Agora trata da lei como tutora.
1. A LEI COMO TUTORA – v.1-3
a.
Paulo parte das
palavras chave que vinha usando: filhos e herdeiros, para chegar a mais uma
comparação, a lei como tutora. Embora não explicito, devemos considerar a morte
do pai, pois enquanto o pai vive o filho não poderia se considerar “senhor
sobre o todo”.
b.
Antes de morrer,
o pai passou em testamento a seu filho menor toda a herança. De imediato o
menino não podia usufruir dos bens, ficado sobre tutores até sua maioridade.
c.
Conforme a lei de
direito o jovem é dono de toda propriedade, mas na realidade ele vive uma vida
de escravo. Em se tratando de negócios, á tutores agindo em seu lugar, no
cotidiano são oficiais da casa que mandam. O filho não tem posição diferente da
dos escravos, como servo entre servos.
d.
No v. 3 Paulo passa
a aplicar nossa condição antes de Cristo, embora herdeiros vivíamos como um
servo. Mesmo Deus tendo destinado a herança, isto é a bênção de Abraão a todos,
não desfrutávamos dela, pois ainda éramos “menores”.
e.
Uma vez menores,
estávamos debaixo de um tutor, o sistema religioso judaico, o qual foi
criticado por Jesus, sistema este que levava o judeu do berço ao caixão. Esse
sistema é chamado de “princípios elementares do mundo” que são úteis para a
existência natural, mas não para a vida eterna, pois segundo Gl 4.9 são fracos
e pobres.
f.
Em Romanos
1.18-32 Paulo descreve a miséria da humanidade sem Cristo.
2. A PLENITUDE DOS TEMPOS – v.4-6
a.
Paulo aborda o
“tempo predeterminado” e a mudança de “menores” para “adultos”, ou seja, a
existência antes de Cristo para a vida agora com Cristo como salvador. A ênfase
na fé agora dá lugar para o agir redentor de Deus trino que nasceu, morreu,
ressuscitou e veio como consolador.
b.
O tempo aqui não
no sentido quantitativo, mas qualitativo. Antes de Cristo surgiam e sumiam
impérios, culturas, gerações, gerando uma certa monotonia.
1. O NASCIMENTO
– v.4
a.
Mas chegou a
plenitude do tempo, comparado ao “princípio” onde Deus criou. Esses 30 anos
foram plenos, pois alimentaram de sentido a história da revelação antes e
depois deles.
b.
Deus havia
enviado tantas coisas: sol, chuva, frio, calor, bênçãos, julgamentos,
livramentos e pessoas para conservar a criação, mas agora decidiu enviar o seu
tudo, o Filho (Marcos 12.1-10), para anunciar a vontade do Pai.
c.
Nascido de
mulher, nascido sobre a lei, o Filho se torna solidário com os filhos perdidos.
Tornou-se um humano, a fim de poder tornar-se cordeiro.
2. A MORTE E
RESSURREIÇÃO – v.5
a.
As expressões
“para que” “afim de que” mostram a finalidade do nascimento de Jesus.
i.
A anulação do
domínio da lei. Tanto judeus como
gentios, pois nenhuma pessoa está sem lei. Quem invoca o nome de, colocando-se
assim debaixo do poder dele, é liberto por ele.
ii.
A adoção como
filho. Aqueles que antes não eram
filhos, passam a ter os mesmos direitos por meio da graça. Assim com Deus ama
seu Filho, Ele ama os filhos nascidos depois.
3. O
PENTECOSTES – v.6
a.
A forma escolhida
por Deus para documentar a filiação incontestável, uma forma de conceder
certeza da nova fé em Cristo. Não era mais a circuncisão a marca que atestava
filiação, mas a presença do Espírito.
b.
Os judaístas
estavam, pela exigência da circuncisão, minando sorrateiramente a certeza da
filiação do Gálatas, a qual está intimamente ligada à posse do Espírito, que é
a prova principal de Paulo na luta contra o legalismo judaísta. A filiação não
era pelas obras da lei, mas pelo Espírito que veio do Cristo crucificado sobre
eles.
c.
O Espírito foi “enviado
ao nosso coração”:
i.
Coração significa
o ser humano oculto, que ninguém consegue enxergar, nem o psicólogo mais capaz
pode chegar a ele efetivamente.
ii.
A Bíblia entende
por coração (1 Samuel 16.7), o ser humano como Deus o vê, ou seja, o verdadeiro
ser humano.
iii.
Coração
representa a pessoa carente de Deus. Não podemos, por nós mesmo, mudar nosso
coração, só Deus sabe dar um jeito nele, sendo o Espírito a única resposta para
os seus problemas.
d.
Uma vez em nosso
coração o Espírito começa a agir “clamando”. Ele nos assiste e nos sustenta num
relacionamento com Deus, sem ele nossa fé acaba. No coração humano há muita
gritaria (socorro, protesto, desespero), mas o Espírito grita mais alto que
essas vozes gerando adoração e certeza da filiação.
3. A PROVA DA FILIAÇÃO – v.7
a.
Paulo chega a
mais uma conclusão a partir de uma realidade, podemos clamar Aba Pai porque já
não somos mais escravos, mas filhos. Nenhum servo, mas somente o filho pode
falar dessa maneira.
b.
Ser filho traz
consigo as propriedades paternas, e como consequência da filiação temos direito
a herança. Temos agora competência para negociar, tornamo-nos chefe júnior ou
co-regente.
c.
Isso tudo
acontece “por Deus”, uma condição assegurada a partir do alto, não é presunção
que parte de nós.
APLICAÇÕES:
1.
Enquanto você não
nascer de novo, e se tornar filho de Deus, você estará sob o domínio de tutores
do mundo: Diabo, carne, a vaidade, o orgulho, etc. Só o crescimento vai livrar
dos rudimentos deste mundo.
2.
A vinda de Cristo
foi para nos libertar da influência do mundo, nos fazer filhos de Deus e
herdeiros das suas promessas, nos dar a plenitude do Espírito, e assim nos
relacionar com o Pai e uma forma especial.
3.
Essa mudança de
relacionamento, que nos eleva a condição de filhos, nos dá a promessa e
privilégio de sermos herdeiros de Deus em Cristo Jesus.
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