Texto: Gálatas 2.15-21
Grande Ideia: “A pessoa torna-se justa
através da fé em Cristo ao morrer para si e viver para Deus.”
Frase de Transição: “Os 5 contrastes em
relação a justificação são:”
1.
v.15. JUDEU x GENTIO
Após a acusação, vemos é um ajuste entre os irmãos
de origem judaica, ficando os gentílico-cristãos de espectadores. Os “judeus
por natureza” traz a ideia de eleição, de primazia na história da salvação,
pois eram santificados, e, por meio da lei estavam protegidos do pecado, e se
pecassem, a lei trazia meios de purificação.
Já os não-judeus “pecadores dentre
os gentios” não são eleitos e, por isso, não santificados, preservados e
purificados pela lei. Pela ignorância da lei, vivem numa estado permanente de
pecado. Assim o judeu tem vantagem sobre o gentio, mas Pedro e Paulo sabiam que
não gozavam de vantagem alguma.
2.
v.16,17. OBRAS DA LEI x FÉ
Aqui temos o conceito fundamental de
Gálatas divido em três ideias:
1. Tese Dogmática.
a. Diante do Evangelho a
distinção não é entre judeu e gentio, mas entre fé e incredulidade.
b. JUSTIFICAÇÃO.
i.
Sentido Jurídico: “Sentença judicial de que
alguém está com a razão diante de uma acusação sendo por isso declarado livre”.
Judeus e cristãos esperam esta sentença no juízo final. No aspecto “presente de
liberdade” a experiência de tornar-se cristão evidencia que foi deixado esse
“juízo final” para trás.
ii.
Sentido Espiritual: O justo passa por uma
transformação onde sua situação social e pessoal agora passam a estar em ordem
com Deus, pais, irmãos, cônjuge, filhos, vizinhos e concidadãos. Agora ele pode
viver. Mais que mudar a credibilidade do acusado, Deus pode mudar o ser, pode
recriar e salvar a pessoa. Deus declara justo pois perdoa os pecados, assim
torna uma nova vida, livre dos velhos problemas, abrindo um novo relacionamento
com Deus.
iii.
Não é a LEI a fonte da
justificação.
1. Ela não pode ser parcelada,
ou se cumpre ou se transgride toda ela.
2. Toda LEI é fundamentada
por uma aliança. A Lei de Moisés é uma regulamentação para a vida
baseada na aliança do Sinai.
3. A função da LEI havia
passado por transformação desde o início do judaísmo, deixando de ser apenas
luz de Israel para ser de todos. Assim as pessoas cumpriam a LEI não para serem
salvos, mas para que Deus fosse bom para com elas.
iv.
JESUS é a fonte da
justificação.
1. Enquanto a lei cumpre uma
finalidade transitória, Cristo é o essencial de Deus. Fazer aquilo que lei
manda “obras da lei” não aproxima nem insere a pessoa numa relação correta com
Deus.
2. Em Cristo, Deus se torna o
Pai provedor que se dedica pelas pessoas. Não cremos na nossa fé, crer em si
iguala as demais religiões. A fé em Cristo não justifica, mas recebe a justiça.
3. Diante da revelação de
Cristo e sua obra, a lei perde o brilho para Paulo, pois Cristo é o fim da lei.
2. Testemunho Pessoal.
a. Os judaico-cristãos tinham
sua vida com Deus baseada na vida com Cristo. Agora Cristo é o fundamento do
povo de Deus, não Moisés.
3. Fundamento da Escritura.
a. Citação do Salmo 143.2,
mostra a distância até Deus, por Deus ser espírito, o seguidor da lei fica
perdido, pois todos os recursos da lei para perdão tornam-se inválidos. Para transpor o abismo entre Deus e a carne,
Deus veio pessoalmente em carne, Jesus é o “Deus conosco”.
3. v.18,19. VIVER x MORRER
Paulo traz sua experiência em
Damasco para reafirmar que a morte livra da lei que não pode dar a vida. O
morrer não é no sentido biológico, médico, psicológico, social, mas sim jurídico/espiritual:
a) Essa morte dissolve relações
de direito;
b) Todos os compromissos perdem
sua força;
c) Ela isenta dos deveres e
separa de relacionamentos e processos;
d) Ela desfaz a cidadania.
Mas depois da libertação da lei não se abre para nós
um abismo sem laços – o viver para si próprio – essa liberdade seria egoísmo. O
velho precisa dar lugar ao novo. Com o fim do domínio da lei surge uma troca de
senhorio, Cristo assume o lugar da lei.
Essa troca de senhorio é resultado do “estar
crucificado com Cristo”. 1. Não é um ato isolado, esse morrer espiritual é
marcado pela comunhão. 2. Esse morrer fica mais claro, ou seja, o nosso morrer
é ser crucificado, o que não parte de nós, mas vem de fora.
Nós nos expomos à ação do evangelho e devemos andar
nesse caminho, pois é nele que Deus vem ao nosso encontro e nos chama por meio
do Espírito e de Cristo, de modo que a morte, sepultamento e ressurreição de
Cristo, tornem-se nosso destino.
4.
v.20. EU x CRISTO
O ego de Paulo já não existia, havia
sido crucificado, logo não era mais ele quem vivia, mas Cristo é que vivia
nele, em comunhão e sendo o poder em seu ser, embora estando ainda vivendo
neste mundo e sujeito à carne.
Como ser terreno e não celestial, o
ser cristão não é a arte de se elevar-se ou desviar-se de experiências
terrenas, mas ser cristão é viver pela fé, entregar sua realidade ao Senhor e o
Senhor à sua realidade.
5.
v.21. CRISTO x LEI
Voltando a falar da justiça diante
de Deus, afirma que é fruto da morte de Cristo por nós. Se a aliança da Moisés
assegurasse a justificação diante de Deus, a morte de Cristo na cruz foi
supérflua e vã. Mas se Cristo morreu e isso produziu eficaz salvação, então a
lei precisa enquadrar-se e se submeter ao próprio Cristo.
Temos aqui o cerne, a chave. O
não-esvaziamento da cruz constitui o critério, o centro, a norma para tudo o
que é realmente cristão. Logo a mensagem da Cruz torna-se o centro da pregação.
CONCLUSÃO:
1. A nossa justificação
independe de quem somos, de onde viemos, ou qual a nossa genealogia. Não somos
salvos mediante algum pré-requisito próprio.
2. A justificação é
exclusivamente por meio da fé, sem qualquer participação de obras, mandamentos,
regras, preceitos, ou por qualquer outra iniciativa humana.
3. Quando decidimos morrer para
nós e viver para Deus, abrimos a porta da justificação. Mas se o “eu” ainda
vive, Cristo não vive em nós.
4. Na justificação o meu “eu”
precisa dar lugar a Cristo, o senhorio pertence a Ele, não a mim.
5. Se busco justificação pela
lei, Cristo simplesmente morreu em vão, e com isso, jamais serei salvo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário