23 de jul. de 2012

Justo Pela Fé



Texto: Gálatas 2.15-21
Grande Ideia: “A pessoa torna-se justa através da fé em Cristo ao morrer para si e viver para Deus.”
Frase de Transição: “Os 5 contrastes em relação a justificação são:”

1.      v.15. JUDEU x GENTIO
Após a acusação, vemos é um ajuste entre os irmãos de origem judaica, ficando os gentílico-cristãos de espectadores. Os “judeus por natureza” traz a ideia de eleição, de primazia na história da salvação, pois eram santificados, e, por meio da lei estavam protegidos do pecado, e se pecassem, a lei trazia meios de purificação.
            Já os não-judeus “pecadores dentre os gentios” não são eleitos e, por isso, não santificados, preservados e purificados pela lei. Pela ignorância da lei, vivem numa estado permanente de pecado. Assim o judeu tem vantagem sobre o gentio, mas Pedro e Paulo sabiam que não gozavam de vantagem alguma.

2.      v.16,17. OBRAS DA LEI x FÉ
            Aqui temos o conceito fundamental de Gálatas divido em três ideias:
1.      Tese Dogmática.
a.      Diante do Evangelho a distinção não é entre judeu e gentio, mas entre fé e incredulidade.
b.      JUSTIFICAÇÃO.
                                                                          i.      Sentido Jurídico: “Sentença judicial de que alguém está com a razão diante de uma acusação sendo por isso declarado livre”. Judeus e cristãos esperam esta sentença no juízo final. No aspecto “presente de liberdade” a experiência de tornar-se cristão evidencia que foi deixado esse “juízo final” para trás.
                                                                        ii.      Sentido Espiritual: O justo passa por uma transformação onde sua situação social e pessoal agora passam a estar em ordem com Deus, pais, irmãos, cônjuge, filhos, vizinhos e concidadãos. Agora ele pode viver. Mais que mudar a credibilidade do acusado, Deus pode mudar o ser, pode recriar e salvar a pessoa. Deus declara justo pois perdoa os pecados, assim torna uma nova vida, livre dos velhos problemas, abrindo um novo relacionamento com Deus.
                                                                      iii.      Não é a LEI a fonte da justificação.
1.      Ela não pode ser parcelada, ou se cumpre ou se transgride toda ela.
2.      Toda LEI é fundamentada por uma aliança. A Lei de Moisés é uma regulamentação para a vida baseada na aliança do Sinai.
3.      A função da LEI havia passado por transformação desde o início do judaísmo, deixando de ser apenas luz de Israel para ser de todos. Assim as pessoas cumpriam a LEI não para serem salvos, mas para que Deus fosse bom para com elas.
                                                                      iv.      JESUS é a fonte da justificação.
1.      Enquanto a lei cumpre uma finalidade transitória, Cristo é o essencial de Deus. Fazer aquilo que lei manda “obras da lei” não aproxima nem insere a pessoa numa relação correta com Deus.
2.      Em Cristo, Deus se torna o Pai provedor que se dedica pelas pessoas. Não cremos na nossa fé, crer em si iguala as demais religiões. A fé em Cristo não justifica, mas recebe a justiça.
3.      Diante da revelação de Cristo e sua obra, a lei perde o brilho para Paulo, pois Cristo é o fim da lei.
2.      Testemunho Pessoal.
a.      Os judaico-cristãos tinham sua vida com Deus baseada na vida com Cristo. Agora Cristo é o fundamento do povo de Deus, não Moisés.

3.      Fundamento da Escritura.
a.      Citação do Salmo 143.2, mostra a distância até Deus, por Deus ser espírito, o seguidor da lei fica perdido, pois todos os recursos da lei para perdão tornam-se inválidos.  Para transpor o abismo entre Deus e a carne, Deus veio pessoalmente em carne, Jesus é o “Deus conosco”.

3. v.18,19. VIVER x MORRER
            Paulo traz sua experiência em Damasco para reafirmar que a morte livra da lei que não pode dar a vida. O morrer não é no sentido biológico, médico, psicológico, social, mas sim jurídico/espiritual:
a)      Essa morte dissolve relações de direito;
b)      Todos os compromissos perdem sua força;
c)      Ela isenta dos deveres e separa de relacionamentos e processos;
d)      Ela desfaz a cidadania.
Mas depois da libertação da lei não se abre para nós um abismo sem laços – o viver para si próprio – essa liberdade seria egoísmo. O velho precisa dar lugar ao novo. Com o fim do domínio da lei surge uma troca de senhorio, Cristo assume o lugar da lei.
Essa troca de senhorio é resultado do “estar crucificado com Cristo”. 1. Não é um ato isolado, esse morrer espiritual é marcado pela comunhão. 2. Esse morrer fica mais claro, ou seja, o nosso morrer é ser crucificado, o que não parte de nós, mas vem de fora.
Nós nos expomos à ação do evangelho e devemos andar nesse caminho, pois é nele que Deus vem ao nosso encontro e nos chama por meio do Espírito e de Cristo, de modo que a morte, sepultamento e ressurreição de Cristo, tornem-se nosso destino.

4.      v.20. EU x CRISTO
            O ego de Paulo já não existia, havia sido crucificado, logo não era mais ele quem vivia, mas Cristo é que vivia nele, em comunhão e sendo o poder em seu ser, embora estando ainda vivendo neste mundo e sujeito à carne.
            Como ser terreno e não celestial, o ser cristão não é a arte de se elevar-se ou desviar-se de experiências terrenas, mas ser cristão é viver pela fé, entregar sua realidade ao Senhor e o Senhor à sua realidade.

5.      v.21. CRISTO x LEI
            Voltando a falar da justiça diante de Deus, afirma que é fruto da morte de Cristo por nós. Se a aliança da Moisés assegurasse a justificação diante de Deus, a morte de Cristo na cruz foi supérflua e vã. Mas se Cristo morreu e isso produziu eficaz salvação, então a lei precisa enquadrar-se e se submeter ao próprio Cristo.
            Temos aqui o cerne, a chave. O não-esvaziamento da cruz constitui o critério, o centro, a norma para tudo o que é realmente cristão. Logo a mensagem da Cruz torna-se o centro da pregação.

CONCLUSÃO:
1.      A nossa justificação independe de quem somos, de onde viemos, ou qual a nossa genealogia. Não somos salvos mediante algum pré-requisito próprio.
2.      A justificação é exclusivamente por meio da fé, sem qualquer participação de obras, mandamentos, regras, preceitos, ou por qualquer outra iniciativa humana.
3.      Quando decidimos morrer para nós e viver para Deus, abrimos a porta da justificação. Mas se o “eu” ainda vive, Cristo não vive em nós.
4.      Na justificação o meu “eu” precisa dar lugar a Cristo, o senhorio pertence a Ele, não a mim.
5.      Se busco justificação pela lei, Cristo simplesmente morreu em vão, e com isso, jamais serei salvo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário