6 de jun. de 2012

Salvação pela Graça



Texto: Gálatas 1.1-5
Grande Ideia: “A Salvação é pela Graça mediante a Fé em Jesus”

1.      Estudar Gálatas é como sair de casa a noite num ambiente rural. A princípio se enxerga pouco, mas aos poucos os olhos vão se adequando e se começa a ver o contorno das coisas. A pergunta central de Paulo parece não significar nada para o homem moderno: “Acaso homens cristãos têm de se fazer circuncidar?”
2.      Hoje há os “gálatas insensatos”, são cristãos que foram iluminados pelo espírito e libertados, mas que agora oferecem seus pescoços para ser colocada novamente a canga de sistemas e normas que morreram com a crucificação de Jesus.
3.      Não há dúvidas que Paulo (nome romano, seu nome hebraico era Saul, ou Saulo) é o autor desta carta (Gal. 1.1, 5.2) escrita entre 53-54 a.C. o que não significa que ele tenha escrito o texto, tudo indica que um amigo tenha sido o escriba (Gal. 6.11). Paul plantou as igrejas na primeira viagem missionária.
4.      Esta carta foi enviada para uma federação de igrejas domiciliares de uma única cidade, e a carta fazia rodízio nas reuniões onde era lida. Essas igrejas estavam estreitamente ligadas, tinham tanto em comum que para todas servia a mesma carta, diferente das 7 igrejas na Ásia (Apo. 2,3). Eram igrejas de caráter urbano, de leitores cultos, pois exigia esforços intelectuais, provavelmente na capital da província.
5.      O motivo da carta ser escrita foi a confusão nas igrejas. Essas novas igrejas com menos de cinco anos, estavam a ponto de seguir a estes pregadores, abandonando o cristianismo. Elas eram formadas de gentios convertidos, começaram bem e não haviam problemas, até a chegada dos judeus cristãos, pregadores itinerantes estranhos que:
a.      Proclamam mas pervertem o evangelho; (1.7)
b.      Perturbam os gálatas; (5.10)
c.       Impedem a corrida; (5.7)
d.      Persuadem e constrangem pressionando-os; (5.8; 6.12)
e.      Tentam afastá-los e isolá-los de Paulo e de sua obra missionária. (5.12)
6.      Quem eram os inimigos? Eram os “judaístas” não os judeus (613 mandamentos no AT – 365 ordens e 248 proibições). Eram agitadores judeus convertidos que queriam realizar uma missão consecutiva, corretiva, nos lugares onde Paulo atuou. Trata-se de uma divisão interna, a ala radical dos judaico-cristãos, que davam a lei um peso maior que o evangelho. Eles ainda:
a.      Questionavam a autoridade de Paulo como apóstolo;
b.      Combatiam a liberdade frente à lei em três aspectos:
                                                              i.      Sua exigência central era a circuncisão (5.2,3; 6.12,13);
                                                            ii.      Observação das festas judaicas, sobretudo o sábado (4.10);
                                                          iii.      Observações quanto à comida (2.11,12).
c.       Trazer insegurança pelas deficiências morais no meio deles.
7.      Um resumo da Carta aos Gálatas: “Os mestres cristãos-judaizantes queriam que os gálatas se voltassem contra Paulo e que fossem circuncidados, observando o ritual da lei para serem salvos. Paulo argumenta que a salvação é completa em Cristo, pois quem crê nele foi justificado, adotado, renovado e feitos herdeiros de Deus. A fé em Cristo liberta para sempre da salvação pelas obras da lei, pois ela é vã, não traz salvação, mas só pode condenar, pois ela escraviza. Quem volta para lei perde a graça de Deus.”

ANÁLISE DO TEXTO:
v.1 “Paulo, apóstolo, não da parte de homens, nem por intermédio de homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos”
a) “Paulo” o nome que o tornou conhecido como apóstolo aos gentios, nome este herdado NÃO na sua conversão em Atos 9, mas quando viera as primeiras conversões de gentios (Atos 13.1,2,7,9,13).
b) “Apóstolo” não devoto, inteligente, não alguém que fala de si, mas quem foi chamado e vocacionado pelo próprio Cristo. Assim ele coloca o ser humano de lado “não da parte de homens, pois havia os apóstolos das igrejas nem líder de qualquer igreja, e sua mensagem não era “por intermédio de homem algum”.
c) Sua mensagem era “por Jesus Cristo” e “por Deus Pai”, ou seja, tem como fonte o glorioso poder de ressurreição de Deus e Pai.

v.2  “e todos os irmãos meus companheiros, às igrejas da Galácia”.

a) “E todos os irmãos” unidos no serviço missionário, que unidos e juntos exercem responsabilidades. Paulo era apóstolo (alguém que pede em lugar de Cristo), não um bispo monarca (que governa no lugar de Cristo).
b) Ele então revela os destinatários “às Igrejas da Galácia” que já falamos sobre isso no começo.

A saudação nos versos 3 a 5 tem um tom litúrgico, termos já usados anteriormente nas saudações cristãs, é o nosso “evangeliques”.

v.3  “graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do nosso Senhor Jesus Cristo”

a) “Graça” não no sentido de inclinar-se no relacionamento de pessoa para pessoa, mas “graça da parte de Deus” o que significa Deus dizer: “Aqui estou, estou com vocês, sou de vocês, vocês são meus”.
b) “Paz” traduzindo o shalom significa que de tanta graça, vem a paz, ou seja, somos restaurados pela elevada e forte paz vinda de Deus e Cristo.
c) Paulo segue a instrução do próprio Senhor em Mat. 10.12,13 de saudar com a paz quando entrar na casa de alguma pessoa.

v.4  “o qual se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso, segundo a vontade de nosso Deus e Pai”

a)      se entregou” Paulo destaca que o principal que Cristo fez foi morrer por nós, mais que seus títulos, mais que seu ministério, mais que curas e milagres. A morte de Cristo foi o ponto alto de sua vida.
b)      pelos nossos pecados” não em favor dele mesmo, mas assumiu o lugar e a culpa da humanidade. Vemos nisso um Deus que se oferece, para quem suas criaturas são preciosas e por isso se empenha por elas, pois a morte de Cristo foi “segundo a vontade de nosso Deus e Pai”.
c)      Chegamos então no propósito da morte “para nos desarraigar deste mundo”, para nos resgatar de onde não podíamos sair por nós mesmos.

v.5  “a quem seja a glória pelos séculos dos séculos. Amém!”

a)      Após mencionar o grande feito de Deus, ele acrescenta uma glória, levando a igreja a adorar aquele que agiu em favor deles. Deus não apenas agiu assim, mas ele é assim.

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