Em Lucas 13.6-9 lemos sobre a figueira estéril que era
símbolo da nação judia (Isaías 5.2-11). Nessa passagem sobre a vinha identifica
os símbolos: o dono da vinha é o Senhor e a vinha é a casa de Israel. Mas Jesus
conta esta parábola trazendo para o contexto da Igreja e seus discípulos. O
dono continua sendo o Senhor; a vinha a nação de Israel, o caseiro é Jesus e a
figueira plantada na vinha é a Igreja. Assim como Deus esperava frutos de
Israel, o Senhor Jesus espera frutos da Igreja e de seus discípulos. Vemos no
texto alguns aspectos:
A EXPECTATIVA DO SENHOR (v.6)
O proprietário da figueira tinha o direito de
esperar frutos, e com motivos ficou desapontado quando não encontrou nenhum. A
ausência de fruto é denunciada como consequência da idolatria em que Israel
vivia nos dias de Oséias (9.16). Assim o Senhor espera que frutifiquemos. Paulo
nos fala de frutos do Espírito em Gálatas 5.22,23. Jesus nos diz: “Produzi,
pois, frutos dignos de arrependimento” (Mateus 3:8); “Pelos seus frutos os
conhecereis” (Mateus 7:16). Não frustre a expectativa do Senhor, não passe mais
uma ano sem produzir frutos. O juízo do Senhor poderá vir sobre sua vida.
O JULGAMENTO DO SENHOR (v.7)
Esta árvore teve três anos para poder crescer.
Depois, durante três anos o fruto era considerado proibido (Levítico 19.23). O
fruto do quarto ano (sétimo ano da planta) era considerado puro e oferecido ao
Senhor (Levítico 19.24). Assim, o dono estava procurando o fruto do sétimo ano.
O julgamento vinha em virtude do tempo sem frutos. Já fazia três anos, e ficou
desapontado. O Senhor esperou pacientemente, muito mais que o tempo suficiente.
A condenação era cortar a figueira, uma resposta para a esterilidade. Não
podemos abusar da sorte. O Senhor é misericordioso, mas devemos lembrar que ele
é justo. É tempo de avaliar a nossa produção de frutos (João 15.1,2).
A INTERVENÇÃO DO SALVADOR (v.8)
Além de não produzir e ocupar espaço de outra
planta. Devido a preocupação pelo solo e pela vinha, o dono ordena que a
figueira seja arrancada e não cortada. O caseiro do proprietário intercedeu
pela árvore, para que tivesse mais uma oportunidade, é oferecido à figueira um
período de graça: o caseiro vai cavar ao redor e colocar adubo e quem sabe
regar todos os dias e podar seu galhos. Aqui vemos um apelo à misericórdia do
Senhor, o que poderia salvar a figueira. Jesus ainda continua intervindo por
nós junto ao Pai. Ele ainda acredita que possamos produzir os frutos que o
Senhor espera. Ele deseja limpar, alimentar e cuidar afim de que os frutos
aparecem.
A GRAÇA DO SENHOR (v.9)
O texto não diz se o caseiro foi atendido ou não, se
a árvore reagiu no ano seguinte, mas supomos que sim, a voz da graça (dá a ela
mais tempo) e misericórdia (perdoa a figueira) é ouvida. Depois dos atos de
redenção serem completados, e depois que for dado tempo suficiente para a
renovação esperada, a figueira precisa reagir. A salvação tem uma qualidade
especial: ela vem de fora. O perdão pode ser oferecido ainda mais uma vez, mas
uma ajuda de fora é necessário. A renovação não poderá acontecer a partir dos
recursos internos da árvore, ela não pode reunir as forças que necessita, o
vinhateiro precisa agir para salvar a árvore. Mas a árvore precisará reagir a
esses atos, ou então eles não adiantarão nada. Devemos responder a graça do
Senhor. Quando não reagimos fazendo aquilo que devemos, inutilizamos o
sacrifício do Salvador.
Estamos plantados na “vinha de Deus” e espera-se que
produzamos frutos para ele. Quando não frutificamos, não falhamos apenas na
obediência como indivíduos, mas também esterilizamos a comunidade ao nosso
redor. Deus age para renovar e perdoar, a oferta de misericórdia feita por ele
precisa suscitar uma reação interior, se assim não for, não acontecerá a
renovação, e o juízo será inevitável.
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