2 de jan. de 2012

Uma Segunda Chance



Em Lucas 13.6-9 lemos sobre a figueira estéril que era símbolo da nação judia (Isaías 5.2-11). Nessa passagem sobre a vinha identifica os símbolos: o dono da vinha é o Senhor e a vinha é a casa de Israel. Mas Jesus conta esta parábola trazendo para o contexto da Igreja e seus discípulos. O dono continua sendo o Senhor; a vinha a nação de Israel, o caseiro é Jesus e a figueira plantada na vinha é a Igreja. Assim como Deus esperava frutos de Israel, o Senhor Jesus espera frutos da Igreja e de seus discípulos. Vemos no texto alguns aspectos:

A EXPECTATIVA DO SENHOR (v.6)
O proprietário da figueira tinha o direito de esperar frutos, e com motivos ficou desapontado quando não encontrou nenhum. A ausência de fruto é denunciada como consequência da idolatria em que Israel vivia nos dias de Oséias (9.16). Assim o Senhor espera que frutifiquemos. Paulo nos fala de frutos do Espírito em Gálatas 5.22,23. Jesus nos diz: “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” (Mateus 3:8); “Pelos seus frutos os conhecereis” (Mateus 7:16). Não frustre a expectativa do Senhor, não passe mais uma ano sem produzir frutos. O juízo do Senhor poderá vir sobre sua vida.

O JULGAMENTO DO SENHOR (v.7)
Esta árvore teve três anos para poder crescer. Depois, durante três anos o fruto era considerado proibido (Levítico 19.23). O fruto do quarto ano (sétimo ano da planta) era considerado puro e oferecido ao Senhor (Levítico 19.24). Assim, o dono estava procurando o fruto do sétimo ano. O julgamento vinha em virtude do tempo sem frutos. Já fazia três anos, e ficou desapontado. O Senhor esperou pacientemente, muito mais que o tempo suficiente. A condenação era cortar a figueira, uma resposta para a esterilidade. Não podemos abusar da sorte. O Senhor é misericordioso, mas devemos lembrar que ele é justo. É tempo de avaliar a nossa produção de frutos (João 15.1,2).

A INTERVENÇÃO DO SALVADOR (v.8)
Além de não produzir e ocupar espaço de outra planta. Devido a preocupação pelo solo e pela vinha, o dono ordena que a figueira seja arrancada e não cortada. O caseiro do proprietário intercedeu pela árvore, para que tivesse mais uma oportunidade, é oferecido à figueira um período de graça: o caseiro vai cavar ao redor e colocar adubo e quem sabe regar todos os dias e podar seu galhos. Aqui vemos um apelo à misericórdia do Senhor, o que poderia salvar a figueira. Jesus ainda continua intervindo por nós junto ao Pai. Ele ainda acredita que possamos produzir os frutos que o Senhor espera. Ele deseja limpar, alimentar e cuidar afim de que os frutos aparecem.

A GRAÇA DO SENHOR (v.9)
O texto não diz se o caseiro foi atendido ou não, se a árvore reagiu no ano seguinte, mas supomos que sim, a voz da graça (dá a ela mais tempo) e misericórdia (perdoa a figueira) é ouvida. Depois dos atos de redenção serem completados, e depois que for dado tempo suficiente para a renovação esperada, a figueira precisa reagir. A salvação tem uma qualidade especial: ela vem de fora. O perdão pode ser oferecido ainda mais uma vez, mas uma ajuda de fora é necessário. A renovação não poderá acontecer a partir dos recursos internos da árvore, ela não pode reunir as forças que necessita, o vinhateiro precisa agir para salvar a árvore. Mas a árvore precisará reagir a esses atos, ou então eles não adiantarão nada. Devemos responder a graça do Senhor. Quando não reagimos fazendo aquilo que devemos, inutilizamos o sacrifício do Salvador.

Estamos plantados na “vinha de Deus” e espera-se que produzamos frutos para ele. Quando não frutificamos, não falhamos apenas na obediência como indivíduos, mas também esterilizamos a comunidade ao nosso redor. Deus age para renovar e perdoar, a oferta de misericórdia feita por ele precisa suscitar uma reação interior, se assim não for, não acontecerá a renovação, e o juízo será inevitável.

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