Texto: Salmo 13
Tema: Oração, Refúgio da Alma
Introdução:
I. Richard Foster em seu livro sobre oração, fala de 21 formas diferentes de oração. Temos que admitir que desconhecemos estas formas tão diversificadas de orar.
II. Emil Brunner aponta a dificuldade que enfrentamos para orar: “orar é mais difícil do que trabalhar, exigindo tanto mais esforço. De cem homens que não temem o esforço do trabalho, apenas alguns poucos suportam o esforço da oração. A grande maioria evita orar.”
III. J. M. Drescher disse que a primeira coisa que faria, se começasse seu ministério de novo, seria procurar ser mais disciplinado no cultivo de sua própria vida espiritual.
IV. O salmo 13 nos dá uma compreensão mais profunda sobre a oração, pois o texto é uma oração de Davi. Ele mostra que Israel era um povo que orava, mas sobretudo nos momentos de dificuldades.
V. Podemos expressar em oração as mais diferentes emoções pelo simples fato de que há um Deus que está disposto a nos ouvir.
Transição: A Oração será Refúgio da alma quando entendermos:
1. ORAÇÃO COMO LAMENTO - (v.1,2)
a. Oração não é uma experiência somente daqueles que estão bem psicológica e espiritualmente. Muitas pessoas oram só quando tudo está bem e foge de Deus quando as coisas vão mal.
b. Este é um erro das pessoas apressadas das cidades, pois negam a realidade da cruz e do sofrimento de Cristo. Deus não quer ouvir nossas vozes somente quando os problemas nos fazem adoecer.
c. Jürgen Moltmann disse: “Por meio do abandono de um, o Deus crucificado está perto de todos. Não existe solidão ou rejeição que ele não tenha tomado sobre si na morte de Jesus... na cruz, Jesus e o Pai, separaram-se profundamente por meio do abandono, e, contudo, unem-se intimamente por meio do Espírito de sacrifício”.
d. Jesus na Cruz lamenta: “Deus meu, Deus meu, por quê me abandonaste?” Na dor, no sofrimento, Deus não está distante, talvez jamais tenha estado tão perto de nós. Talvez nosso excesso de atividades não nos permita perceber a presença poderosa e confortadora de Deus nos momentos de luta de nossas vidas.
e. Esses versos nos colocam dois desafios:
a. De caráter pessoal: pessoas envolvidas em um ministério precisam aprender a lamentar na presença de Deus.
i. Lamentar sua própria condição de pecadores, bem como a dificuldade que encontram para fazer a vontade do Pai.
ii. Lamentar o distanciamento de Deus que a vida apressada promove no coração das pessoas, bem como as nossas dores, as nossas frustrações e os nossos desejos não realizados.
b. Dimensão mais coletiva de nossa fé: precisamos aprender a lamentar a pobreza que afeta o cotidiano das nossas cidades.
i. A pobreza material que leva tantos a passar fome;
ii. A pobreza afetiva que leva tantos a viver solitários no meio da multidão;
iii. A pobreza espiritual que leva tantos a lutar na vida sem o apoio de Deus.
2. ORAÇÃO COMO SÚPLICA – (v.3,4)
a. As vezes não apresentamos nossas necessidades a Deus, pois achamos que Deus não se importa conosco. Emil Brunner diz que a pessoa quando ora “crê que suas palavras não sejam em vão e que, devido a elas, acontece algo que de outra maneira não aconteceria”.
b. No texto de 2 Reis 20.1-11, Isaías é orientado por Deus a dizer para o rei Ezequias que ele vai morrer. O rei não aceita a sentença de morte e passa a lutar em oração com Deus. Ezequias tem uma convicção de que a sua oração pode mudar o coração de Deus, e mudou, sua oração foi atendida. Há um mistério na oração, pois ela pode mudar situações caóticas em bênção para os que são fiéis a Deus.
c. Precisamos entender que nossas necessidades podem e devem ser apresentadas perante Deus pelo simples fato de que há um Deus que nos ama e cuida de nós. O salmista fala primeiro do relacionamento com Deus, depois da sua situação e, finalmente, do inimigo.
d. Os versos 3 e 4 nos desafiam a colocar as nossas necessidades diante de Deus. Colocar tudo o que nos incomoda aos pés de Deus. Há um Deus vivo e poderoso que se importa com o ser humano:
I. O que lhe incomoda? Falta de dinheiro, relacionamento conjugal, vida acadêmica, doença, estresse? Ouse colocar sua vida diante de Deus.
II. O que incomoda seu vizinho? Solidão, fome, pobreza, falta de Deus? Ouse colocar o seu próximo diante de Deus.
3. ORAÇÃO COMO EXPRESSÃO DE CONFIANÇA EM DEUS – (v.5,6)
a. Talvez não oremos porque não confiamos o suficiente em Deus ou falta fé no poder transformador de Deus. Crer é também confiar.
b. Um filho dorme tranqüilo porque sabe que suas necessidades serão supridas pelos seus pais. Muitas vezes não dormimos tranqüilos porque não confiamos o suficiente em Deus, que ó nosso Pai.
c. A grande lição do salmo é ver o salmista lamentar o seu abandono, em seguida ousar suplicar a Deus e terminar professando a sua confiança, a sua fé em Deus. Ele só passou pelo lamento e pala súplica porque tinha uma confiança muito grande em Deus.
d. Orar não é outra coisa do que praticar a fé. Quanto mais oração mais fé. Pouca oração, pouca fé. Na oração o homem prova que confia em Deus. Na oração o homem mostra se é humilde para entregar tudo a Deus. (Emil Brunner).
e. Precisamos exercitar mais a nossa fé por intermédio da oração. As nossas preocupações não podem alterar o curso das nossas vidas. A nossa confiança em Deus na oração pode revolucionar as nossas vidas.
CONCLUSÃO:
a. O livro de Salmos nos mostra que o povo de Israel orava em todos os momentos da vida, seja na abundancia ou na escassez.
b. A oração é uma importante disciplina da vida espiritual, mas não é a única:
a. Há disciplinas interiores: meditação, oração, jejum e estudo.
b. Há disciplinas exteriores: simplicidade, silêncio, submissão e serviço.
c. E disciplinas coletivas: confissão, adoração, orientação e celebração.
c. Precisamos orar sobre tudo e todo instante. A oração é parte de uma vida espiritual, pois é diversificada e rica.
d. A oração é a porta de entrada para uma vida espiritual de grande profundidade. Podemos começar a explorar toda esta riqueza espiritual a partir de uma vida de mais comunhão e oração.
(Adaptado de: O Pastor Urbano. Jorge H. Barro, Londrina: Descoberta, 2003)
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